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Aula 6 Filosofia

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Aula 6 Filosofia 
As determinações que incidem sobre a responsabilidade
Como vimos na tela anterior, logo no começo, o sujeito moral só é capaz de agir em relação a si mesmo e aos outros na medida em que suas ações são coagidas por determinadas causas, a saber:
Causas que determinam a liberdade :
Sociedade 
Economia 
Direito 
Liberdade versus necessidade
Duas grandes dimensões se opõem, a este respeito. Pois se estamos falando de um determinismo que nos leva a encontrar causas para guiar a vida em sociedade, o modo pelo qual agimos não é ordenado segundo nosso querer, mas conforme o que tem e não pode necessariamente deixar de ser: liberdade versus necessidade. Sem analisarmos o sentido desta oposição, não podemos resolver o problema ético fundamental colocado pela responsabilidade moral. E é uma reflexão de tal porte que nos conduz a três posições filosóficas básicas (clique nas caixas para ver):
 
Determinismo absoluto: primeira posição filosófica é representada que o princípio de que tudo no mundo inclusive na vida humana é determinado necessariamente por causas específicas o determinismo no sentido absoluto.
Liberdade de Escolha: o homem tem a escolha de agir independentemente de forças que os constrangem. Liberdade de escolha
Relacionada com a Verdade Ferrater Mora 
Determinismo-Liberdade 
Caracterizada por uma tentativa de superação de oposição, demonstrando compatibilidades entre a vontade ou liberdades humanas.
Liberdade versus necessidade
Duas grandes dimensões se opõem, a este respeito. Pois se estamos falando de um determinismo que nos leva a encontrar causas para guiar a vida em sociedade, o modo pelo qual agimos não é ordenado segundo nosso querer, mas conforme o que tem e não pode necessariamente deixar de ser: liberdade versus necessidade. Sem analisarmos o sentido desta oposição, não podemos resolver o problema ético fundamental colocado pela responsabilidade moral. E é uma reflexão de tal porte que nos conduz a três posições filosóficas básicas (clique nas caixas para ver):
Três reflexões e relações entre liberdade e determinismo 
Responsabilidade moral (1) o determinismo e sua incompatibilidade com a liberdade de escolha (2),a liberdade pura de decidir e agir(3),uma conciliação entre determinismo(necessidade no sentido de causas ,que determinam necessariamente
Liberdade versus necessidade
O matemático, físico e astrônomo francês Pierre-Simon Laplace (1749-1827) resumiu bem o valor do determinismo para as ciências da natureza no século XVIII, ao afirmar que “um calculador divino, que conhecesse a velocidade e a posição de cada partícula do universo num dado momento, poderia predizer todo o curso futuro dos acontecimentos na infinidade do tempo” (VÁZQUEZ:2002,121).
O determinismo estendeu-se logo das ciências da natureza para a investigação e compreensão dos fenômenos humanos. Esse processo foi inicialmente desencadeado no século XVIII pelos filósofos que privilegiam a unidade da natureza em seu conjunto: os materialistas Julien Offray de La Mettrie (1709- 1751) e Paul-Henri Thiery (Barão D’Holbach, 1723-1789). Para este último, apesar dos homens terem características que os diferenciam dos outros animais, a vida humana só existiria mediante um vínculo direto com o “grande todo” da natureza. Nela predominariam ações e reações, cujas combinações desencadeariam, em última instância, uma extensa cadeia causal universal, conforme o comentário de Georges Gusdorf sobre o livro Sistema da Natureza de D’Holbach, em sua Introdução às Ciências Humanas (1974:245),: “A natureza, em sua significação mais abrangente, é o grande Todo que resulta da reunião de diferentes matérias, de suas diferentes combinações e dos diferentes movimentos que vemos no universo. Em um sentido mais estrito, ou considerada em nível de cada ser, é o todo que resulta da essência, isto é, das propriedades, combinações, movimentos ou maneiras de agir que o distinguem dos outros seres. É assim que o homem é um todo, resultando de combinações de certas matérias, dotadas de propriedades particulares, das quais o arranjo se nomeia organização e cuja essência é sentir, pensar, agir, em poucas palavras, de se movimentar de um modo que o diferencia dos outros seres com os quais se compara: segundo esta O determinismo estendeu-se logo das ciências da natureza para a investigação e compreensão dos fenômenos humanos. Esse processo foi inicialmente desencadeado no século XVIII pelos filósofos que privilegiam a unidade da natureza em seu conjunto: os materialistas Julien Offray de La Mettrie (1709- 1751) e Paul-Henri Thiery (Barão D’Holbach, 1723-1789). Para este último, apesar dos homens terem características que os diferenciam dos outros animais, a vida humana só existiria mediante um vínculo direto com o “grande todo” da natureza. Nela predominariam ações e reações, cujas combinações desencadeariam, em última instância, uma extensa cadeia causal universal, conforme o comentário de Georges Gusdorf sobre o livro Sistema da Natureza de D’Holbach, em sua Introdução às Ciências Humanas (1974:245),: “A natureza, em sua significação mais abrangente, é o grande Todo que resulta da reunião de diferentes matérias, de suas diferentes combinações e dos diferentes movimentos que vemos no universo. Em um sentido mais estrito, ou considerada em nível de cada ser, é o todo que resulta da essência, isto é, das propriedades, combinações, movimentos ou maneiras de agir que o distinguem dos outros seres. É assim que o homem é um todo, resultando de combinações de certas matérias, dotadas de propriedades particulares, das quais o arranjo se nomeia organização e cuja essência é sentir, pensar, agir, em poucas palavras, de se movimentar de um modo que o diferencia dos outros seres com os quais se compara: Nenhum espírito pode recusar seu assentimento às demonstrações que compreendeu”.
EXEMPLO DE PURA LIBERDADE PURA DE ESCOLHA:
Sandro é um jovem que sofreu um trágico acidente de carro, e quase morreu ao colidir. Ele era um atleta de alta performance, e o acidente praticamente tirou tudo que ele mais gostava de fazer: nadar.
No momento em que saiu do quarto, Sandro viu uma imagem que o abalou profundamente: uma cadeira de rodas. No mesmo momento em que viu tal objeto, tomou a decisão: não queria mais continuar vivendo. Durante uma das diversas idas ao hospital, Sandro solicitou ao médico que o acompanhava que injetasse nele uma substância poderosa o suficiente para lhe tirar a vida. O médico imediatamente disse que não, que não poderia fazer isso. Sandro alegou que sim, pois deveria ter a liberdade de decidir se continua vivendo ou não.
 Ainda sobre A liberdade, neste sentido, manifestaria um poder de agir sem nenhuma outra causa que não fosse a própria existência desse poder. Um dos grandes defensores desta posição na filosofia foi Charles Renouvier (1815-1903), nascido em Montpellier, tendo estudado na Escola Politécnica de Paris. Entre temáticas diversas desenvolvidas por sua reflexão, concentrou-se, do ponto de vista prático, numa forte defesa da liberdade contra qualquer espécie de determinismo.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A LIBERDADE 
Ao pensar na existência de pessoas concretas, Renouvier afirma que a moral converte-se numa ordem humana, em um ideal passível de ser alcançado, ainda que de modo aproximado. Para a concretização deste ideal, ele ressalta a influência da personalidade, entendida como “liberdade através da história” (FERRATER MORAd:1982,2843). Ela alicerçaria tanto a história quanto a moral. O homem, assim, seria um agente livre, capaz de realizar-se historicamente, não sendo, apenas, alguém subjugado por uma série de momentos predeterminados. Seu pensamento afastar-se-ia da idéia de que o curso da vida humana está previamente fixado –“fatalidade na história” –, ou da idéia ilusória de progressos políticos, sociais e econômicos – “utopismo progressista”, como afirma Ferrater Mora (d,1982,2843):
“A fatalidade da história, assim como o utopismo progressista, são eliminados radicalmente [da] concepção[de Renouvier] que vê na liberdade pessoal a condição de progresso efetivo e concreto, assim como da moralidade”. 
EXEMPLO DE DETERMINISMO E A LIBERDADE 
João sempre foi muito namorador. Por ter uma aparência bastante valorizada pelo público feminino, era fácil para ele conquistar quem quisesse. Ele só tinha uma característica: não conseguia ficar sozinho. Sempre que estava na “entresafra” de namoros, sofria muito, ficava deprimido. Apesar de ter liberdade em escolher praticamente quem quisesse para se relacionar, João sentia muito medo de ficar sozinho. Em outras palavras, havia uma força de ordem interna que determinava sua realidade, e essa força era representada pelo medo da solidão.
De certo modo, João reproduzia a frase do poeta Fernando Pessoa:
“A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo”.

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