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Universidade Federal de Itajubá Engenharia de Computação FIS 413 Capacitância e Capacitores Mateus de Bem Vieira ECO - 22519 Itajubá, Maio de 2012 Objetivos Determinar a capacitância de um capacitor; Fazer medidas da carga de um capacitor através da corrente; Estudar a associação de capacitores em série e em paralelo. Nesta oportunidade, teremos contato com capacitores e suas respectivas associações em série e paralelo. Poderemos também determinar as capacitâncias e cargas equivalentes para cada associação. Para cada associação utilizaremos as seguintes fórmulas: Capacitores em série: Capacitores em paralelo: Para o cálculo da carga acumulada entre as placas utilizaremos: Introdução Teórica Capacitores Um capacitor é constituído por dois condutores isolados, de formatos arbitrários, com cargas de mesmo módulo e sinais contrários. O capacitor é caracterizado por q, o módulo da carga em qualquer um dos dois condutores e por (V, a diferença de potencial entre os dois condutores. Essas duas grandezas são proporcionais, a saber: onde C é chamada de capacitância do capacitor. O símbolo elétrico do capacitor é este: � Ao se aplicar a um capacitor uma tensão contínua através de um resistor, esse se carrega com uma tensão, cujo valor depende do intervalo de tempo em que se desenvolverá o processo. A carga gerada poderá ser calculada pela relação abaixo: Se um capacitor carregado é ligado a um condutor, ele se descarregará gradativamente. Associação de Capacitores Assim como os resistores, os capacitores podem ser associados em série e em paralelo. Quando associados, eles podem ser substituídos por um outro capacitor, com uma capacitância equivalente. Os capacitores pode estar associados em série, como segue abaixo: � A capacitância equivalente é dada por: � Os capacitores podem também estar associados em paralelo, como mostrado abaixo: � A capacitância equivalente será dada por: � Procedimento Experimental Medidas da descarga do capacitor Primeiro ligamos um capacitor de 470 (F em série com uma fonte DC ajustada para 10 V, e um voltímetro para medir a voltagem em cima do capacitor como mostrado abaixo: � Inicialmente a chave estava fechada. Ligamos a fonte e o capacitor se carrega, praticamente instantaneamente. Então, abrimos a chave e iniciamos a medida da voltagem sobre o capacitor seguindo os intervalos de tempos pedidos (Tabela 1). Depois repetimos o processo com o capacitor de 1000µF e também para estes resistores ligados em série e em paralelo obtendo medidas de descarga segundo a tabela abaixo: PARTE A Descarga do capacitor de 470µF e 1000µF Descarga dos capacitores em série e paralelo 470µF 1000µF Paralelo Série Tempo [s] Tensão [V] Tempo [s] Tensão [V] Tempo [s] Tensão [V] Tempo [s] Tensão [V] 0 10,0 0 10,0 0 10,0 0 10,0 15 8,4 30 8,6 45 8,6 10 8,6 30 7,2 60 7,4 90 7,4 20 7,4 45 6,2 90 6,3 135 6,2 30 6,3 60 5,2 120 5,4 180 5,4 40 5,4 75 4,8 150 4,8 225 4,6 50 4,7 90 4,0 180 4,0 270 4,0 60 4,0 105 3,4 210 3,6 315 3,4 70 3,5 120 2,8 240 3,0 360 3,0 80 3,0 Medidas de carga do capacitor Agora realizamos a alteração do circuito conforme mostra a figura abaixo. Os capacitores antes são descarregados curto-circuitando seus terminais. Desta forma podemos realizar a medida de carga do capacitor: � Com a chave fechada, ligamos a fonte. Então, abrimos a chave e iniciamos a contagem do tempo e realizando as medidas das voltagens para ao capacitor de 470(F e 1000(F, depois com ambos os capacitores ligados primeiro em paralelo e depois em série obtendo: PARTE B Carga do capacitor de 470µF e 1000µF Carga dos capacitores em série e paralelo 470µF 1000µF Paralelo Série Tempo [s] Tensão [V] Tempo [s] Tensão [V] Tempo [s] Tensão [V] Tempo [s] Tensão [V] 0 10,0 0 10,0 0 10,0 0 10,0 15 8,6 30 8,6 45 8,6 10 8,6 30 7,4 60 7,4 90 7,4 20 7,4 45 6,2 90 6,4 135 6,3 30 6,3 60 5.4 120 5,5 180 5,4 40 5,4 75 4.6 150 4,8 225 4,8 50 4,7 90 4,0 180 4,2 270 4,0 60 4,0 105 3,4 210 3,6 315 3,6 70 3,4 120 3,0 240 3,1 360 3,1 80 3,0 Cálculos e Análises Podemos determinar a corrente de carga e descarga do capacitor sabendo a resistencia interna do voltímetro. A resistência interna do voltímetro varia de acordo com o fundo de escala utilizado, valendo para o multímetro utilizzado 20k(/V. Como utilizamos a escala de 10V, a resistencia interna foi de 200k(. Agora como conhecemos a resistência interna do multímetro e sabemos a tensão (que será a diferença entre a tensão da fonte e a tensão lida pelo multímetro) podemos calcular as correntes de carga e descarga do capacitor pela 1ª Lei de Ohm (V = R.I). A interteza foi calculada utilizando incerteza para medidas indiretas. Assim, para a incerteza chegamos a fórmula: ∆i = ∆V / R onde ∆V: incerteza da tensão, ∆V= 0,1 V R: resistência da escala do voltímetro, no caso, 200 k(. Portanto, ∆i = 0,5 (A. Assim, obtivemos os dados nas tabelas abaixo: PARTE A Descarga do capacitor de 470µF e 100µF Descarga dos capacitores em série e paralelo 470µF 100µF Paralelo Série Tempo [s] Corrente [µI] Tempo [s] Corrente [µI] Tempo [s] Corrente [µI] Tempo [s] Corrente [µI] 0 50,0 0 50,0 0 50,0 0 50,0 15 42,0 30 43,0 45 43,0 10 43,0 30 36,0 60 37,0 90 37,0 20 37,0 45 31,0 90 31,5 135 31,0 30 31,5 60 26,0 120 27,0 180 27,0 40 27,0 75 24,0 150 24,0 225 23,0 50 23,5 90 20,0 180 20,0 270 20,0 60 20,0 105 17,0 210 18,0 315 17,0 70 17,5 120 14,0 240 15,0 360 15,0 80 15,0 PARTE B Carga do capacitor de 470µF e 100µF Carga dos capacitores em série e paralelo 470µF 100µF Paralelo Série Tempo [s] Corrente [µI] Tempo [s] Corrente [µI] Tempo [s] Corrente [I] Tempo [s] Corrente [µI] 0 50,0 0 50,0 0 50,0 0 50,0 15 43,0 30 43,0 45 43,0 10 43,0 30 37,0 60 37,0 90 37,0 20 37,0 45 31,0 90 32,0 135 31,5 30 31,5 60 27,0 120 27,5 180 27,0 40 27,5 75 23,0 150 24,0 225 24,0 50 23,5 90 20,0 180 21,0 270 20,0 60 20,0 105 17,0 210 18,0 315 18,0 70 17,0 120 15,0 240 15,5 360 15,5 80 15,0 Tabela 9: Correntes de carga e descarga dos capacitores de 470(F e 1000(F e das duasassociações série e paralelo Cálculo das Cargas por Integração Numérica no intervalo: Os valores obtidos nas tabelas de 9 a 16 é uma função da corrente no tempo que, pela relação vista na introdução teórica, pode ser integrada para se achar a carga do capacitor. A partir da obtenção das correntes de carga e descarga e tendo os tempos para a realização do carregamento e descarregamento pode-se obter uma equação i(t) em função do tempo. Integrando então esta função no intervalo de tempo em que foram feitas as medidas dos potenciais, pode-se obter o valor da carga para o descarregamento e carregamento. Para estes cálculos foram feitas regressões exponenciais com o auxilio da calculadora para a obtenção das equações e a partir daí, integrando estas funções temos os seguintes valores para a carga: Descarga Carga Cap. 470(F 1000(F Paralelo Série 470(F 1000(F Paralelo Série Q (mC) 3,35 6,75 10,12 2,47 3,35 7,12 10,18 2,25 Tabela 10 - Cargas dos capacitores e das suas associações série e paralelo Com os valores obtidos das cargas, pôde calcular-se o valor da capacitância em cada caso, através da relação entre as grandezas carga e diferença de potencial abaixo: C = ∆Q/∆V Os valores obtidos para cada capacitância estão expressos abaixo: Descarga Carga Cap. 470(F 1000(F Paralelo Série 470(F 1000(F Paralelo Série C ((F) 467 1055 1510 321 465 1017 1434 317 Tabela 11 - Capacitâncias dos capacitores e das suas associações série e paralelo Podemos achar o valor mais provável de cada capacitância pela média dos valores obtidos na tabela acima. Isso ocorre devido à corrente de fuga, que aparece devido ao dieblétrico contido entre as placas do capacitor permitir uma pequena condução de corrente. No circuito de descarga, essa corrente de fuga será um pouco da corrente de descarga do capacitor. Portanto, a corrente medida pelo voltímetro/amperímetro será menor do que a corrente de descarga do capacitor. No circuito de carga, acontecerá o contrário: a corrente de fuga será uma pequena porção da corrente da fonte e, portanto, a corrente medida será maior do que a corrente de carga do capacitor. Essas diferenças de corrente serão transmitidas para as cargas de cada circuito e, consequentemente, para as capacitâncias calculadas. Fazendo-se a média entre esses dois valores (descarga e carga), obter-se-há um valor mais coerente ao valor da capacitância desejado. Para a associação dos capacitores, calcula-se o valor teórico das capacitâncias equivalentes e se comparar com o valor obtido experimentalmente. Esses valores obtidos e as comparações estão expressas na tabela abaixo: Cap. 470(F 1000(F Paralelo Série C ((F) 465,3 983,9 1419,7 314,5 Tabela 12 – Capacitâncias média dos capacitores e das suas associações série e paralelo Comparando Valores das Capacitâncias Para a associação dos capacitores, tem de se calcular o valor teórico das capacitâncias equivalentes afim de se obter uma comparação com os valores . Capacitores em paralelo: � Ceq = 1470(F Capacitores em série: � Ceq = 319,73(F Cap. Cteó ((F) Cexp ((F) 470(F 470,00 465,3 1000(F 1000,00 983,9 Paralelo 1470,00 1419,7 Série 319,73 314,50 Tabela 13 - Média dos valores das capacitâncias obtidas e comparação com os valores teóricos Comparando os valores das capacitâncias (470(F e 1000(F) e das combinações em série e em paralelo obtidos através de dados experimentais com os valores informados das capacitâncias, pode-se observar que os valores se encontram bem próximos, havendo pequenas diferenças (note que os erros são menores que 4%), que podem ser justificadas por erros de leitura, erros de arredondamento nos cálculos e também o fato de trabalharmos com instrumentos de medida em condições não ideais. f) Processos de Carga e Descarga de um Capacitor Processo de carga (Capacitor Carregando) � Ligando o gerador com a chave fechada, o potencial indicado no voltímetro é o potencial aplicado no circuito uma vez que não passa corrente pelo capacitor. assim, ao se abrir a chave, a tensão aplicada ao circuito passa a se dividir sobre o voltímetro e o capacitor, sendo que à medida que esta diminui no voltímetro, aumenta no capacitor. Como em um capacitor tensão e carga são diretamente proporcionais, ou seja, à medida que a tensão sobre ele aumenta, aumenta também a carga, havendo assim o carregamento do capacitor. Processo de descarga (Capacitor Descarregando) Ligando o gerador com a chave fechada o capacitor se carrega,uma vez que estando em paralelo com o voltímetro, o potencial sobre o capacitor é o mesmo indicado no voltímetro. Assim, ao abrir a chave o potencial que havia sido aplicado ao capacitor reduz gradativamente da mesma forma que diminui no voltímetro. Como tensão e carga são diretamente proporcionais em um capacitor, havendo queda na tensão, diminui também a carga no capacitor, havendo assim o descarregamento deste. Estimativa das incertezas Incerteza nas medições diretas Na leitura dos valores das voltagens e dos tempos há uma incerteza determinada por um erro observacional embutido na leitura determinado por μ / 2, onde μ é o menor valor de possível leitura. Incerteza da voltagem: ΔV = μ / 2 ΔV = 0,1 / 2 ΔV = 0,05 [V] Incerteza do tempo: Δt = μ / 2 Δt = 0,2 / 2 Δt = 0,1 [s] Incerteza nas medições indiretas Incerteza da corrente: Então, temos: => Onde: I → valor da corrente V → valor da voltagem ΔV → incerteza da voltagem = 0,05 [V] Voltagem (V) Corrente (mA) Incerteza – ΔI (mA) 10,0 0,0500 0,00025 7,3 0,0365 0,00025 7,1 0,0355 0,00025 7,0 0,0350 0,00025 5,5 0,0275 0,00025 5,4 0,0270 0,00025 5,3 0,0265 0,00025 5,2 0,0260 0,00025 5,0 0,0250 0,00025 4,1 0,0205 0,00025 4,0 0,0200 0,00025 3,9 0,0195 0,00025 3,8 0,0190 0,00025 3,1 0,0155 0,00025 3,0 0,0150 0,00025 2,9 0,0145 0,00025 2,8 0,0140 0,00025 Incertezas das Correntes. Pode-se observar que a Incerteza é a mesma para todas as correntes: ΔI = 0,00025 [mA] Incerteza da carga: Então, temos: Onde: Q → valor da carga ΔI → incerteza da corrente = 0,00025 [mA] Δt → incerteza do tempo = 0,1 [s] I → variação da corrente t → variação do tempo Carga (mC) I (mA) t (s) ΔQ [mC] 3,35(5) 0,0360 120 0,0235 6,81(8) 0,0355 240 0,0481 10,18(8) 0,0355 360 0,0718 2,21(2) 0,0360 80 0,0156 3,36(9) 0,0355 120 0,0239 7,00(1) 0,0345 240 0,0582 10,27(2) 0,0350 360 0,0734 2,22(9) 0,0360 80 0,0157 Incertezas das Cargas Incerteza da capacitância: ( Então, temos: Onde: C → valor da capacitância ΔQ → incerteza da carga ΔV → incerteza da voltagem = 0,05 [V] Q → variação da carga V → variação da voltagem Capacitância ((F) Q (mC) ΔQ (mC) V (V) 466,(0) 3,35(5) 0,0235 7,2 960,(3) 6,81(8) 0,0481 7,1 1434,(9) 10,18(8) 0,0718 7,1 307,(2) 2,21(2) 0,0156 7,2 474,(5) 3,36(9) 0,0239 7,1 1014,(6) 7,00(1) 0,0582 6,9 1467,(4) 10,27(2) 0,0734 7,0 309,(6) 2,22(9) 0,0157 7,2 Incertezas das Capacitâncias Conclusão A partir dos valores das correntes de carga e/ou descarga e os respectivos tempos para a realização do carregamento ou descarregamento de um capacitor, pode-se, por integração numérica, obter o valor da carga do capacitor. Concluiu-se, também, que o dielétrico existente entre as placas do capacitor não é perfeito, pois permite uma corrente de fuga que influi na carga e descarga do capacitor. Por fim, verificou-se que, comoos resistores, os capacitores associados também podem ser substituídos por um capacitor equivalente. Para capacitores em série, temos: Para capacitores em paralelo, temos: Referências Bibliográficas [1] HALLIDAY, D. & RESNICK, R., Física 3, Livros Técnicos e Científicos Ltda., 4a edição, Rio de Janeiro, 1984, p. 90 [2] CAPUANO, F.G. & MARINO, M.A.M., Laboratório de Eletricidade e Eletrônica, Ed. Érica, 3a edição, São Paulo, 1988, pp. 148-150 [3] HALLIDAY, D. & RESNICK, R., Física 3, Livros Técnicos e Científicos Ltda., 4a edição, Rio de Janeiro, 1984, p. 118 Gráficos Gráfico1 Gráfico 2 Gráfico 3 Gráfico 4 Gráfico 5 Gráfico 6 Gráfico 7 Gráfico 8 Cálculo das áreas sob os gráficos A partir da Tabela 9 e dos gráficos de 1 a 8 foi possível calcular aproximadamente as áreas sob os gráficos, dividindo-os em oito trapézios, para se obter os valores de carga a partir da expressão: Q = ∑ Ai. Os intervalos de tempo foram escolhidos com base nos intervalos contidos na tabela 9. A partir da fórmula a seguir calculou-se a área dos trapézios: At = (B+b) * (∆t / 2). Para o gráfico 1 temos, ∆t = 15 [ s ]. I -> [ µA ]. A1 = (50+42) * (15/2) = 690 A2 = (42+36) * (15/2) = 585 A3 = (36+31) * (15/2) = 502 A4 = (31+26) * (15/2) = 427,5 A5 = (26+24) * (15/2) = 375 A6 = (24+20) * (15/2) = 330 A7 = (20+17) * (15/2) = 277,5 A8 = (17+14) * (15/2) = 232,5 Q1 = ∑ Ai = 3420 [µC] Analogamente obtemos os valores de carga para os gráficos de 2 a 8: Q2 = ∑ Ai = 6990 [µC] Q3 = ∑ Ai = 10372,5 [µC] Q4 = ∑ Ai = 2320 [µC] Q5 = ∑ Ai = 3457,5 [µC] Q6 = ∑ Ai = 7057,5 [µC] Q7 = ∑ Ai = 10496,5 [µC] Q8 = ∑ Ai = 2320 [µC] _1073589660.unknown _1073590614.unknown _1073591647.unknown _1115028725.unknown _1398524427.unknown _1398532442.unknown _1073592910.unknown _1115028723.unknown _1073593095.unknown _1073592094.unknown _1073591492.unknown _1073591565.unknown _1073590675.unknown _1073591409.unknown _1073590543.unknown _1073590551.unknown _1073590382.unknown _1032111949.unknown _1073589478.unknown _1073589592.unknown _1033977749/ole-[42, 4D, 2E, F8, 00, 00, 00, 00] _931525113/ole-[42, 4D, 1A, 30, 00, 00, 00, 00] _931525116/ole-[42, 4D, 76, 1E, 00, 00, 00, 00] _1032110079.unknown _931525111/ole-[42, 4D, 96, 58, 00, 00, 00, 00] _931525112.unknown _931525108/ole-[42, 4D, 2E, F8, 00, 00, 00, 00] _931525110.unknown _930900101.unknown _930900102.unknown _931525107/ole-[42, 4D, BA, 29, 01, 00, 00, 00] _930900100.unknown
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