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TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA Como o corpo supre as necessidades dos nossos músculos esqueléticos? ● Energia: capacidade de realizar trabalho; ─ Química; ─ Elétrica; ─ Eletromagnética; ─ Térmica; ─ Mecânica; ─ Nuclear; ● Todas as formas são intercambiáveis: degradação constante de uma forma a outra e transformação em calor (~70%). Respiração celular ● Aproveita a energia potencial existente no alimento para formar ATP; ● ATP: ─ Composto rico em energia; ─ Carreador especial de energia livre; ● Energia no ATP aciona todas as formas de trabalho biológico Origem da energia no corpo humano *Armazenada nos alimentos sob a forma de carboidratos, lipídeos e protídeos; *Quantidade de energia liberada numa reação biológica: calculada a partir da quantidade de calor produzido (mensurado em quilocalorias – kcal) kcal ● Quilocaloria: quantidade de calor necessária para elevar de 14,5ºC a 15,5ºC a temperatura de 1 g de água à pressão atmosférica normal (760 mmHg); ● Energia é utilizada para: ─ Proliferação, diferenciação, sobrevivência celular; ─ Transporte de substâncias; ─ Ação muscular e geração de força. Primeira Lei da Termodinâmica ● Corpo não produz, não consome, nem utiliza energia; pelo contrário, ela será modifica- da e uma forma a outra; ● Remete ao conceito de transferência. Geração de ATP ● Energia derivada das fontes alimentares é armazenada no composto de alta energia chamado ATP; ● Quais os mecanismos? ─ Sistemas: ● ATP-CP; ● Glicolítico; ● Oxidativo. Exercícios de endurance Ventilação e metabolismo energético ● Equivalente ventilatório de oxigênio: ─ Razão entre volume de ar ventilado (VaV) e a quantidade de oxigênio consumida pelos tecidos (VO2); ─ Indica a economia da respiração; ─ (mensurado em litros de oxigênio respirado por litro de ar consumido por minuto). Ventilação e metabolismo energético ● Ponto de ruptura ventilatório: ─ Quando a intensidade do exercício aumenta em direção ao máximo num determinado ponto a ventilação aumenta desproporcionalmente em comparação com o consumo; ─ Quando a taxa de trabalho ultrapassa 55 a 70% VO2max os músculos não conseguem suportar as demandas de oxigênio pela oxidação e a glicólise ocorre com maior frequência, aumentando H+ e CO2 estimulando quimiorreceptores. Exercícios de endurance Ventilação e metabolismo energético ● Limiar anaeróbio: ─ Reflete o limiar de lactato na maioria das condições; ─ Acreditava-se que o aumento súbito do CO2 refletia um desvio em direção a um metabolismo mais anaeróbio; ─ O conceito foi refinado: pode ser determinado através da identificação do ponto no qual o equivalente ventilatório de oxigênio (VaV/VO2) apresenta um aumento súbito enquanto o VaV/VCO2 permanece estável; ─ O aumento do VaV/VO2 indica que um aumento da ventilação para remover o CO2 é desproporcional à necessidade do corpo de fornecer O2. TROCA, TRANSPORTE E DINÂMICA DA VENTILAÇÃO PULMONAR ● Sistema respiratório + cardiovascular: liberação eficiente de oxigênio aos tecidos corporais e remoção de dióxido de carbono. Mecânica pulmonar ─ Respiração ou ventilação pulmonar: ● Inspiração e expiração de ar; ● Permite a troca de ar entre a atmosfera e os espaços aéreos do pulmão; ─ Respiração pulmonar externa: ● Troca gasosa entre os espaços aéreos pulmonares e o sangue nos capilares pulmonares; ● Ocorre através da membrana respiratória, onde o sangue recebe oxigênio (O2) e perde gás carbônico (CO2); ─ Respiração tecidual interna: ● Troca gasosa entre o sangue presente nos capilares sistêmicos e as células teciduais; ● Sangue perde O2 e recebe CO2. Ventilação x perfusão pulmonar ● Ventilação: processo de movimento do ar para dentro e fora dos pulmões (inspiração e expiração); ● Perfusão/difusão/hematose: processo onde o sangue desoxigenado passa pelos pulmões e é reoxigenado (fluxo sanguíneo pulmonar); ● Componentes fundamentais às trocas gasosas que ocorrem nos pulmões. Perfusão pulmonar ● PERFUSÃO ● Início no átrio direito; ● Sangue chega da circulação sistêmica ao átrio direito (via veias cava); ● Bombeado pelo ventrículo direito (via artéria pulmonar) para os pulmões; Perfusão pulmonar ● Sangue desoxigenado: arteríolas e capilares; ● Porção mais distal dos capilares: contato com alvéolos e reoxigenação; ● Retorno ao coração via veias pulmonares. Perfusão pulmonar ● 500 ml sangue na circulação pulmonar (10% do total); ─ Repouso: 75 ml na rede alvéolo-capilar; ─ Esforço: 150/200 ml (maior recrutamento capilar). Perfusão pulmonar ● O fator mais importante para a troca gasosa entre os alvéolos e o sangue é o gradiente de pressão entre os gases das duas áreas. Perfusão pulmonar ● Pressões parciais dos gases: ─ Lei de Dalton: a pressão de uma mistura gasosa é igual a soma das pressões parciais de cada gás da mistura. ● Nível do mar ou pressão atmosférica padrão: 760 mmHg ─ Nitrogênio PN2 (79,04%): 600,7 mmHg ─ Oxigênio PO2 (20,93%): 159,1 mmHg ─ Dióxido de carbono PCO2 (0,03%): 0,2 mmHg ─ Lei de Henry: gases dissolvem-se em líquidos proporcionalmente às suas pressões parciais dependendo também da sua solubilidade em líquidos específicos e da temperatura. Perfusão pulmonar ● Membrana respiratória: local onde ocorre a troca gasosa entre o ar alveolar e o sangue dos capilares; ─ Muito fina; ─ Composta de membrana alveolar, parede capilar e membranas basais. (exercício) ● Capacidade de difusão do oxigênio: taxa de difusão do oxigênio a partir dos alvéolos para o interior do sangue; ─ Repouso: 23 ml oxigênio difundem-se no sangue pulmonar por minuto para cada 1 mmHg de diferença de pressão entre os alvéolos e o sangue capilar pulmonar; ─ Exercício: aumenta para 50 ml/min podendo chegar a 80 em remadores. Trocas gasosas, difusão e transporte de gases ● Transporte de gases via difusão: processo físico e passivo; ● Características circulatórias que facilitam a difusão: ● Grandes superfícies para trocas gasosas; ● Pequena distância da difusão; ● Diferença de gradiente de pressão: ─ Oxigênio consumido por tecidos de baixa pressão; ─ Dióxido de carbono produzido aumenta a pressão. Transporte de oxigênio ● Transportado pelo sangue combinado à hemoglobina dos eritrócitos (~98%) ou dissolvido no plasma sanguíneo (2%); ● Oxigênio ligado à hemoglobina: oxiemoglobina x desoxiemoglobina; ● Ligação do oxigênio à hemoglobina depende da concentração de oxigênio do sangue e da força de ligação (afinidade) entre hemoglobina e oxigênio SANGUE ● Plasma: 50 a 60% do volume sanguíneo total; ─ 90% água; ─ 7% proteínas plasmáticas; ─ 3%: ● Nutrientes celulares; ● Eletrólitos; ● Hormônios; ● Enzimas; ● Anticorpos; ● Produtos da degradação metabólica; ● Elementos figurados: 40 a 45% do volume sanguíneo total; ─ Eritrócitos: 99%; ─ Leucócitos e plaquetas: 1%. (elementos figurados) ● Leucócitos: ─ Proteção contra organismos patológicos (destruição direta por fagocitose ou formação de anticorpos); ● Plaquetas: ─ Fragmentos celulares necessários para a coagulação; ● Eritrócitos. ● Eritrócitos: ─ Vivem aproximadamente 120 dias; ─ Constituição: 97% de hemoglobina e 3% de água; ─ Hemoglobina (proteína dos eritrócitos que atua no transporte gasoso): ● Proteína globina ligada ao pigmento vermelho heme. Átomo de ferro no centro: “pedra no anel”. ● Apanham oxigênio no leito capilar dos pulmões; ● Transportam 20% de dióxido de carbono liberado pelos tecidos do corpo; ● Desprovidos de mitocôndrias; ─ Cada eritrócito: 250 milhões de moléculas de hemoglobina; ─ Hemoglobina: pode se ligar a 4 moléculas de oxigênio; ● Átomo de ferro: ligação fácil e reversível com o oxigênio; ─ Cada eritrócito pode se ligar até 1 bilhão de moléculas de oxigênio. Transporte de oxigênio ● Se a concentração de oxigênio diminui, a saturação da hemoglobina também reduz: ─ Efeito Bohr: tendência da hemoglobina liberar oxigênio para os tecidos e aumentar a afinidade na difusão/perfusão/hematose; ─ Temperatura sanguínea:quanto mais elevada, maior a dissociação de oxigênio (nos pulmões é “mais frio”). Transporte do dióxido de carbono ● Transportado no sangue através de 3 formas: ─ Dissolvido no plasma (processo rápido, mas instável – 7 a 10% do total): ácido carbônico (H2CO3); ─ Bicarbonato (HCO3); ─ Composto carbomínico. ● Íons bicarbonato: ─ 60 a 70%; ─ Dióxido de carbono e moléculas de água se combinam e formam ácido carbônico (H2CO3); ─ Ácido instável se dissocia: ● Libera H+ (contribui com o efeito Bohr, aumentando a descarga de oxigênio); ● Formação do íon bicarbonato (HCO3); ● Carbaminoemoglobina: ─ Dióxido de carbono se liga a aminoácidos da parte globina da molécula de hemoglobina (não com o grupo heme como faz o oxigênio); ─ Varia com a oxigenação da hemoglobina: desoxiemoglobina se liga mais facilmente que a oxiemoglobina; ─ Varia com a PCO2 : dióxido de carbono é liberado da hemoglobina quando a PCO2 é baixa (nos pulmões é liberada e expirada). Equilíbrio ácido-base ● pH em adultos: 7,35 a 7,45; ● Acidose: excesso de ácido; ● Alcalose: excesso de base; ● Desequilíbrio: comprometimento de processos metabólicos. Equilíbrio ácido-base Equilíbrio ácido-base ● Repouso: mais base (ex. bicarbonato, fosfato e proteínas) do que ácidos; ● Manutenção do pH: ─ Tampões químicos; ─ Ventilação pulmonar; ─ Função renal. Receptores químicos ● Quimiorreceptores (neurônios sensíveis a alterações químicas): monitoramento de CO2, O2 e H+ ● Hipóxia, isquemia, acidose, hipercapnia; ─ Centrais (localizados no SNC): ● Respondem às alterações de dióxido de carbono e H+ ─ Periféricos (nódulos ovulados na parede da carótida e corpos aórticos): ● Alterações CO2 , O2 e H+ ● Eliminação de CO2: ─ Quimiorreceptores: impulsos para o encéfalo; ─ Ativação da área inspiratória; ─ Aumento da frequência respiratória; ─ *Quando CO2 é menor do que o ideal: quimiorreceptores não são estimulados. Receptores de estiramento ● Barorreceptores; ● Sensíveis ao estiramento das paredes dos brônquios e bronquíolos (reflexo HeringBreuer); ● Estirados durante a insuflação: enviam impulsos ao longo do nervo vago para áreas respiratórias e apnêusticas, INIBINDO-AS; ● Resultado: início da expiração, reduzindo a estimulação dos barorreceptores até que uma nova inspiração se inicie. Controle neural da respiração ● Conexão córtex cerebral – centro respiratório: ─ Controle 100% voluntário por curto período de tempo; ─ Evitar riscos à vida (ex. água/gases nas vias aéreas); ─ Situações prolongadas: acúmulo de CO2 e H+ inevitáveis; ● Área inspiratória totalmente estimulada independente da vontade; ─ Hipotálamo e sistema límbico: estímulos emocionais também controlam a respiração. ● O treinamento aeróbio produz uma adaptação consideravelmente menor na estrutura e função pulmonares do que nos sistemas cardiovascular e neuromuscular. CAPACIDADE FUNCIONAL DO SISTEMA CARDIOVASCULAR O treinamento aeróbio produz uma adaptação consideravelmente menor na estrutura e função pulmonares do que nos sistemas cardiovascular e neuromuscular. Capacidade funcional do sistema cardiovascular ● Débito cardíaco (Q): ● Total de sangue bombeado pelo ventrículo por minuto; ● Q = FC x VE Q: repouso x exercício Justificativa ● Treinados: ─ Aumento do tônus vagal; ─ Impulso simpático reduzido; ─ Aumento de volume sanguíneo; ─ Aumento da contratilidade do miocárdio; ─ Aumento da complacência do ventrículo esquerdo. Distribuição do Q ● Treinamento: ─ Reduz a resposta vasoconstrictora nos rins e fígado, por ex.; ● Rins: manutenção de pH? ● Fígado: glicogenólise e gliconeogênese? Drift cardiovascular ● Desvio cardiovascular: ─ Q constante ao longo do tempo durante o esforço; ─ Volume sistólico de ejeção reduz; ─ FC aumenta ao longo do tempo; ─ Desidratação. FC durante o exercício ● Que fatores devo levar em consideração para evitar conclusões superestimadas ou subestimadas da intensidade do exercício em relação à FC? ─ Drift cardiovascular; ─ Inibidores da atividade simpática do coração. Q: homens x mulheres ● Mulheres (adolescentes e adultas): ─ Qualquer nível de consumo submáximo de oxigênio: Q 5 a 10% maior do que homens; ─ Mulheres apresentam 10% menos hemoglobina do que homens. Q: adultos x crianças ● FC mais alta em crianças não compensa seu menor volume sistólico; ● Q menor em crianças. Relação direta: Q e VO2 MMSS x MMII ● Consumo máximo de oxigênio: 20 a 30% mais baixo nos MMSS vs MMII; ─ Massa muscular menor; ─ FC e ventilação pulmonar mais baixas; ● Consumo submáximo: inverte, MMSS apresenta maior consumo vs MMII; ─ Menor eficiência mecânica nos MMSS; ─ Estabilizadores do tronco (MMII); ─ FC, ventilação pulmonar e PA mais altos (MMSS); ─ Percepção de esforço mais alta.
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