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TAXONOMIA DAS FANERÓGAMAS NOMENCLATURA VEGETAL Profa. Ivanilza Moreira de Andrade Nomenclatura Botânica “Como dar nome às plantas” Conceitos, princípios e outras coisas O que é Nomenclatura? Nas Ciências Biológicas a nomenclatura trata da aplicação dos nomes às entidades biológicas, organizados sistematicamente (=classificação) em uma hierarquia de classes (=táxons). IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIME BOTÂNICO Nomes vernaculares – provocam muita confusão e ‘as vezes, até mesmo erros irreparáveis; Denominações variam de uma região para outra; Anos de trabalho científico com uma planta identificada erroneamente, podem significar “tempo perdido” e/ou causar graves consequências tanto para a ciência básica como para a ciência aplicada Nomenclatura científica – expressa em linguagem universal, denomina a mesma planta, com um único nome, em qualquer lugar do planeta. IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIME BOTÂNICO “Não se pode obter o conhecimento perfeito da flora, sem uma nomenclatura que evite a confusão das espécies” (Ducke, 1949) IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIME BOTÂNICO Exemplo: Parkia pendula (Willdenow) Bentham ex Walpers = P. platycephala Bentham IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIME BOTÂNICO IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIME BOTÂNICO Código Internacional de Nomenclatura Botânica Conjunto de regras e recomendação que norteiam a aplicação e o estabelecimento dos nomes dos táxons de plantas, incluindo fungos. IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIME BOTÂNICO NOMES CIENTÍFICOS E A NECESSIDADE DE REGRAS Histórico e surgimento do Código De Nomenclatura Botânica Histórico e surgimento do Código De Nomenclatura Botânica Histórico e surgimento do Código De Nomenclatura Botânica Histórico e surgimento do Código De Nomenclatura Botânica Histórico e surgimento do Código De Nomenclatura Botânica Histórico e surgimento do Código De Nomenclatura Botânica - XVII Congresso Internacional de Botânica, Viena, Áustria, julho de 2005. - XVIII Congresso Internacional de Botânica, Melbourne, Austrália, julho de 2011 - XIX Congresso Internacional de Botânica de 2017 na China. - XX Congresso Internacional de Botânica de 2023 no Brasil 3 Year City Country I 1900 Paris France II 1905 Vienna Austria III 1910 Brussels Belgium IV 1926 Ithaca United States V 1930 Cambridge United Kingdom VI 1935 Amsterdam Netherlands VII 1950 Stockholm Sweden VIII 1954 Paris France IX 1959 Montreal Canada X 1964 Edinburgh United Kingdom XI 1969 Seattle United States XII 1975 Leningrad Soviet Union XIII 1981 Sydney Australia XIV 1987 Berlin Germany XV 1993 Tokyo Japan XVI 1999 St. Louis United States XVII 2005 Vienna Austria XVIII 2011 Melbourne Australia XIX XX 2017 2023 Shenzhen Rio de Janeiro China Brasil I - A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura zoológica e da bacteriológica e aplica-se uniformemente a todos os nomes de grupos taxonômicos considerados como plantas. II - A aplicação dos nomes de grupos taxonômicos é determinada pelo método dos tipos nomenclaturais. III - A nomenclatura de um grupo taxonômico é baseada na prioridade de publicação. IV - Cada grupo taxonômico, com a delimitação particular (circunscrição), posição e categorias próprios pode ter apenas um nome correto, a saber, o mais antigo, em conformidade com as Regras (ICBN), salvo raras exceções especificadas. V - Os nomes científicos dos grupos taxonômicos são tratados em latim, independente de sua derivação. VI - As regras de nomenclatura tem um efeito retroativo, a menos que expressamente limitadas. DIVISÃO I - PRINCÍPIOS CÓDIGO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA Princípio I A nomenclatura botânica é independente da nomenclatura zoológica. As regras e recomendações são aplicadas a todos os organismos tradicionalmente tratados como plantas, fósseis ou não. Princípio II A aplicação de nomes de grupos taxonômicos é determinada por meio de tipos nomenclaturais. • Elemento ao qual o nome de um táxon está permanentemente vinculado. (MATERIAL-TESTEMUNHO de um táxon) O tipo de uma espécie é um ESPÉCIME (ou ilustração de um). O tipo de um gênero é uma ESPÉCIE. O tipo de uma família é um GÊNERO. CATEGORIAS DE TIPOS NOMENCLATURAIS QUANDO INDICADOS NA OBRA ORIGINAL HOLÓTIPO É um espécime ou ilustração utilizado ou designado pelo autor como o tipo nomenclatural ISÓTIPO É qualquer duplicata do holótipo, sendo sempre um espécime SÍNTIPO É qualquer um de dois ou mais espécimes que tenham sido designados simultaneamente como tipos PARÁTIPO É um espécime citado na obra original, que não seja o holótipo, ou um isótipo, ou um síntipo. CATEGORIAS DE TIPOS NOMENCLATURAIS QUANDO INDICADOS A POSTERIORI LECTÓTIPO É um espécime ou ilustração designado(a) a partir do material original (isótipo ou síntipo), se não houve indicação de holótipo na época da publicação, se o holótipo está desaparecido ou se for concluído que ele inclui mais de um táxon NEÓTIPO É um espécime ou ilustração selecionado para servir como um tipo nomenclatural, quando todo o material sobre o qual o nome do táxon foi baseado (holótipo, isótipo ou síntipos) se encontra desaparecido. Princípio III A nomenclatura de um grupo taxonômico está baseada na prioridade de publicação. • Muitos táxons podem ter mais de um nome, ou seja, sinônimos. Neste caso, o nome correto desse táxon é o nome legítimo mais antigo. • Para isto, é necessário saber a data precisa de uma publicação, o que pode ser motivo de muita pesquisa quando se trata de obras antigas. • Ponto de partida: 1 Maio de 1753 (data de publicação da obra Species Plantarum de Lineu) Princípio IV Cada grupo taxonômico com circunscrição, posição e nível próprios pode ter apenas um nome correto, qual seja, o mais antigo (princípio III) que esteja de acordo com as regras, exceto em casos especificados. • As regras fundamentadas neste princípio constituem grande parte do escopo do CINB • São candidatos a nomes corretos apenas nomes que não ferem o código (salvo exceções), isto é, nomes ditos legítimos Princípio V Nomes científicos de grupos taxonômicos são tratados em latim, independentemente de sua derivação. • O uso do latim para designar nomes científicos se origina dos tempos medievais. Até meados do séc. XIX, as publicações botânicas eram, em sua maioria, publicadas integralmente em latim. IDIOMA EM DESUSO = não sujeito a mudanças gramaticais Princípio VI As regras de nomenclatura são retroativas, a menos que expressamente limitadas. • Várias datas são apresentadas como pontos de partida para a aplicação de determinadas regras, p. ex.: Princípio da Prioridade: 1 Maio de 1753 A última edição do CINB substitui todas as anteriores. • O nome de uma espécie é uma combinação binária constituida do nome do gênero seguido por um único epíteto específico sob a forma de um adjetivo, de um substantivo no genitivo, de uma palavra em aposição ou de várias palavras, mas não de uma frase-nome de um ou mais substantivos. Se o epíteto constituir de duas ou mais palavras, estas devem ser unidas ou hifenizadas, deve vir sempre com inicial minúscula. •Exemplos: Cornus sanguinea, Spondias tuberosa, Bromelia laciniosa, Impatiens noli-tangere, Adiantum capillus-veneris • O nome de uma espécie deve ser escrito em itálico ou sublinhado e vir sempre acompanhado pelo nome do autor. •Exemplos: Vinca major L. Ditassa lourteigiae Fontella Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez NOME DE ESPÉCIES Ditassa lourteigiae Fontella, Eugeniana16: 23, tab. 1, fig. a-d. 1989 ('lourteigii'). Tipo: “Brasil, Minas Gerais: Morro das Pedras, ca. 25km NE de Patrocínio”, 28 Jan. 1970 (fl.), H.S. Irwin & al. 25458 (holótipo RB!; isótipos K!, MO, UB, NY!). Ditassa ramosa E.Fourn. in Martius, Fl. bras. 6(4): 246. 1885. Tipo: [Brasil], “ad Bahia”, s.d. (fl.), J.S. Blanchet s.n. (lectótipo P140190!, designado por Konno & Wanderley [2004]; isolectótipo W!). Outros síntipos: [Brasil], “Ad Ilheos, prov. Bahia”, s.d. (fl.), B. Luschnath in Martius herb. fl. bras. 1314 (BR!); [Brasil], “Rio de Janeiro”, s.d. (fl.), A.F.M. Glaziou 11202 (P!, K!). COMO PUBLICAR UMA ESPÉCIE Capítulo I - Táxons e seus níveis “Os principais níveis de táxons, em sequência descendente, são os seguintes: Reino, Divisão ou Filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Os níveis secundários de táxons são os seguintes, em ordem descendente: tribo (entre família e gênero); seção e série (entre gênero e variedade) e forma (abaixo de espécie). DIVISÃO 2 - REGRAS E RECOMENDAÇÕES CÓDIGO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA Táxons e seus níveis Divisão ou Filo -phyta Magnoliophyta Classe -opsida Magnoliopsida sub- -idae Asteridae Ordem -ales Gentianales Família -aceae Apocynaceae sub- -oideae Asclepiadoideae Tribo -eae Asclepiadeae sub- -inae Asclepiadinae Gênero Asclepias L. outras categorias entre gênero e espécie subgênero, secção, subsecção Espécie Asclepias curassavica L. outras categorias infraespecíficas subespécie, variedade, forma.... Capítulo I - Táxons e seus níveis Se um número maior de níveis de táxons for necessário, os termos para nomeá-los são criados pela adição prefixo “sub-“ aos termos que denotem os níveis hierárquicos principais ou secundários. Uma planta pode, portanto, ser atribuída a táxons dos seguintes níveis hierárquicos (em sequência descendente: Reino (Plantae); Divisão ou Filo (Magnoliophyta), Subdivisão ou Subfilo; Classe (Magnoliopsida), Subclasse (Rosidae); Ordem (Fabales), Subordem (Rosinae); Família (Rosaceae), Subfamília (Faboideae); Tribo (Rosoideae), Subtribo (Roseae); Gênero (Rosa), Subgênero; Seção, Subseção; Série, Subsérie; Espécie, Subespécie (ssp. ou subsp.); Variedade (var.), Subvariedade (subvar.); Forma (f.) e subforma (subf.). DIVISÃO 2 - REGRAS E RECOMENDAÇÕES CÓDIGO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA Capítulo II. Status, Tipificação e Prioridade de Nomes Publicação efetiva. A publicação é efetiva somente pela distribuição de matéria impressa (através de venda, permuta ou doação) ao público em geral ou pelo menos à Instituições Botânicas com bibliotecas geralmente acessíveis aos botânicos. Não é efetiva pela comunicação de novos nomes em palestras públicas, pela colocação de nomes em coleções ou jardins abertos ao público, ou pela edição de microfilmes feitos de textos holográficos ou datilografados, ou todo material não publicado, pela publicação “on line” ou pela disseminação de material distribuível por via eletrônica . DIVISÃO 2 - REGRAS E RECOMENDAÇÕES CÓDIGO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA Publicação válida. “De forma a ser validamente publicado, o nome de um táxon deve: ser efetivamente publicado; ter uma forma que esteja de acordo com as normas estabelecidas no CINB; ser acompanhada por uma descrição ou diagnose ou pela referência a uma descrição ou diagnose prévia e efetivamente publicada. Neste Código, a não ser em indicação contrária, a palavra “nome” significa o nome que tenha sido publicado validamente, sendo ele legítimo (de acordo as recomendações do CINB) ou ilegítimo (sem obedecer ao CINB). Nome legítimo: é todo o nome publicado de acordo com as regras de nomenclatura botânica, destacando-se a publicação válida e o princípio da prioridade. DIVISÃO 2 - REGRAS E RECOMENDAÇÕES Capítulo II. Status, Tipificação e Prioridade de Nomes CÓDIGO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA CÓDIGO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA Capítulo IV, Seção 4 – Citação de autores Em publicações, principalmente aquelas que se referem a taxonomia e nomenclatura, é desejável (...) citar o (s) autor (es) do nome em questão (..) Quando um gênero ou um táxon de nível inferior tem seu nível alterado, mas retém o seu nome ou o epíteto final em seu nome, o autor do nome do epíteto anterior legítimo (=autor do basiônimo) deve ser citado entre parênteses, seguido pelo nome do autor que efetuou a alteração (autor do nome novo). O mesmo sucede quando um táxon de nível inferior ao de gênero é transferido para outro gênero ou espécie, com ou sem alteração de seu nível. III. Nomenclatura de táxons de acordo com seu nível CÓDIGO DE NOMENCLATURA BOTÂNICA Mudança de gênero Quando uma espécie muda de gênero, o autor do primeiro nome dado a espécie deverá ficar entre parênteses (autor do basiônimo), seguido do nome do autor, fora do parêntese. Ex: Tabebuia alba (Cham.) Sadw Basiônimo: Tecoma alba Cham.(ipê-branco) basónimo ou basiônimo é o nome científico pelo qual foi originalmente nomeado e catalogado um determinado táxon (ser ou conjunto de seres) Autônimo é tratado como tendo prioridade sobre o nome ou nomes de mesma data e categoria que o estabeleceram Ex. Monstera adansonii Adans • Andrade (2014) criou uma variedade para esta espécie e designou como paullii. • Então: • Monstera adansonii Adans var. adansonii (Autônimo) • Monstera adansonii var. paullii Andrade Dois ou mais autores responsáveis pelo nome Faz-se uso da designação et ou & Nesses casos, os autores devem ter identificado, classificado e publicado juntos sobre o espécime. Ex: Senna multijuga (Rich.) Irwing et Barn. Quando dois autores aparecem no nome, mas apenas um publicou Faz-se uso da designação ex. Nesses casos, o segundo autor citado foi responsável pela publicação, o primeiro autor pode ter escrito o espécime em uma etiqueta de herbário, perdeu as informações, não teve tempo de publicar, entre outros problemas. Ex: Persea pyrifolia Nees et Mart. ex Nees Dinâmico, sendo revisado a cada seis anos. Imprescindível à taxonomia, porque norteia a aplicação correta do nome. Básico e deve ser difundido por todas as áreas da Botânica. Vive na berlinda em decorrência do avanço da sistemática filogenética. Como é visto o código?? Alterações no Código Internacional de Nomenclatura Botânica são decididas a cada seis anos na Sessão de Nomenclatura, associada ao Congresso Internacional de Botânica (CIB). O XVIII CIB foi realizado em Melbourne, Austrália; a Sessão de Nomenclatura ocorreu de 18-22 de julho de 2011 e suas decisões foram aceitas pelo Congresso, em sua sessão plenária em 30 de julho. Como resultado desta reunião, foram decididas várias mudanças importantes no que afetarão a publicação de novos nomes. - Material eletrônico publicado online em Formato de Documento Portátil (PDF) com um Número Padrão Internacional de Séries (ISSN) ou com um Número Padrão Internacional de Livros (ISBN) constituirão publicação efetiva e o requisito de uma descrição ou diagnose em latim para nomes de táxons novos será substituído por uma descrição ou diagnose em latim ou inglês. - Além disso, nomes novos de organismos tratados como fungos devem, a partir de 1° de janeiro de 2013, a fim de ser validamente publicados, incluir no seu protólogo a citação de um número identificador de um indexador de nomes (p.e., MycoBank). Alterações nos requisitos de publicação feitas no XVIII Congresso Publicação eletrônica Enfim... Como dar nomes às plantas? Referências Na WEB Ulmus ismaelis Todzia & Panero Árvores 10-15cm de altura, ramos vestidos (indutus) (com) estípulas em pares caducas,folhas serradasç inflorescências composta de racemos curtos em ramos áfilos, raques 3-7 mm de compr. 3-5-floras moderadamente estrigosos. Pedicelos ca. 1mm de compr.; frutos ovados 2.1-2.2 x 1.2-1.3 cm, próximo à base afinados em um estipe 3-4mm de compr., ciliados, esparsamente pubescentes (na) superfície, envolvidos por asas amplas.
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