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Trabalho Competencia (2)()

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COMPETÊNCIA
	O objetivo desse trabalho é o de identificar os conceitos de competência e a razão do lugar, matéria e pessoa.
1 Introdução
	O presente trabalho tem como escopo de demonstrar os conceitos de jurisdição e de competência, segue o estudo sobre a competência e seus temas principais, assim como o Foro de prerrogativa, com o intuito de demonstrar a decisão do STF no dia 3 de maio do ano corrente.
	E por fim, a conclusão constando visão crítica do grupo acerca desse novo posicionamento.
2 Desenvolvimento
2.1 Conceito Jurisdição e Competência
Para a compreensão do que vem a ser a competência é necessário primeiramente que se conheça o conceito de jurisdição.
A jurisdição pode ser entendida como uma função/poder/atividade do Estado que tem como finalidade resolver os conflitos que acontecem na sociedade, substituindo os interessados na decisão, para que possa enfim promover a pacificação da lide.
A palavra jurisdição tem origem latina em jurisdictio, ou seja, juris (direito) e dictio (dizer), ou seja: função de dizer o direito.
Jurisdição é assim, atividade do juiz que aplica o direito em processo regular mediante a provocação de alguém que exerce o direito de ação.
O conceito de competência é a delimitação do Poder Jurisdicional e aponta quais os casos que podem ser julgados pelo órgão do Poder Judiciário. Representa a porção do poder jurisdicional que é conferido a cada órgão investido de jurisdição. Mas essa limitação de poder não é significante somente ao território. Existem ainda vários outros elementos que fazem com que um juízo não seja competente para aquele ato, assim como o Juiz Trabalhista de uma cidade não pode atuar sobre causas penais e cíveis, até porque sua competência é limitada à área trabalhista, e a competência para julgar os outros atos penais e cíveis são de competência de outro juízo.
A exigência da distribuição decorre da evidente impossibilidade de um juiz único decidir todo a massa de lides existente no universo jurídico, e também, da necessidade de que as lides sejam decididas pelo órgão jurisdicional adequado, mas apto e melhor resolvê-la.
Para aplicar a sanção penal aos casos a ele levados, o Poder Judiciário utiliza-se de um conjunto de regras para eleger, para cada matéria, um órgão ou Justiça “natural”. É justamente a competência, por meio de regras e critérios que definem o local, o juízo e órgão em que a lide tramitará.
O Código de Processo Penal traz no bojo do seu Artigo 69, sete critérios para a fixação da competência:
I – Lugar da Infração
II – Domicílio ou residência do Réu
III – Natureza da infração
IV – Distribuição
V – A conexão ou a continência
VI – Prevenção
VII – Prerrogativa de função
Os critérios estes que podem ser em razão da matéria, pessoa e lugar.
A competência de determinado juiz pode ser estabelecida de forma absoluta ou relativa.
É conhecida como absoluta aquela que não admite prorrogação e como relativa aquela que admite, dá-se a prorrogação quando o juízo originalmente incompetente, torna-se competente, prorrogando sua competência sobre o caso concreto.
As competências ratione materiae e ratione personae bem como a funcional são casos de competência absoluta, a competência ratione loci é entendida como relativa por grande parte da doutrina.
	2.2 Competência Material
Na seara da competência material, três são os aspectos a serem obedecidos na delimitação do exercício do poder jurisdicional: a natureza da relação de direito (ratione materiae), a qualidade da pessoa do réu (ratione personae) e o território (ratione loci).
A competência material é a própria divisão dos órgãos jurisdicionais, sendo todas as suas funções e atribuições expressas na Constituição Federal de 1988, assim como a Justiça Militar atua somente nas causas taxativamente expressas no artigo 124; a Justiça Eleitoral que está compete nos casos expostos no artigo 121 e outros casos que estão sob a competência da Justiça Federal previsto no artigo 109, todos da Constituição Federal.
	2.2.1 Competências em razão do Lugar (ratione loci)
	A competência pelo lugar da infração está prevista no artigo 69, inciso I do Código Processo Penal.
	O primeiro critério que deve ser analisado na determinação da competência se refere ao lugar, posto que no que diz respeito ao processo penal, deverá ser o lugar onde ocorreu a infração penal, já que será considerada a facilidade de coleta do material que for objeto do crime, para a possível produção de provas que serão utilizadas no processo.
	O poder judiciário é uno. A jurisdição pode ser exercida em todo território nacional. Para sua fixação, ora se adota como critério o local em que os fatos ocorreram, ora o local do domicílio ou residência do réu.
	 Para saber quem julgará é necessário saber se será na justiça especial (que tem estrutura própria definida na CF) ou comum. No caso do processo penal, não se trata de justiça especial, mas sim da comum e, por isso, é necessário saber o que é crime federal e crime estadual e o critério para essa diferenciação é que as infrações federais ocorrem quando forem violados bens, interesses ou serviços da união, suas empresas públicas federais ou suas autarquias, com ressalva das contravenções penais (súmula 38 do STJ que diz que ainda que afete bens e serviços da união, se for contravenção penal, a competência será estadual) (art. 109, I, CF). A competência estadual é residual, ou seja, tudo o que não for de competência da justiça federal e estadual.
	Em relação a Justiça Comum, as subdivisões territoriais dos Estados são denominadas comarcas, nas quais os órgãos jurisdicionais de primeira instância exercerão sua competência. A comarca representa, assim, o limite territorial da competência dos juízes estaduais.
Justiça Especial:
- Justiça do Trabalho
- Justiça Eleitoral
	- Justiça Militar
Justiça Comum:
- Justiça Federal
	- Justiça Estadual
Júri pode ser de competência federal ou estadual, o mais comum é de competência federal, mas se o homicídio (por exemplo) afetar o interesse da união, o crime será federal (ex: se matei um juiz federal devido a uma de suas decisões, o crime será julgado em tribunal de júri federal).
	Se tivermos um crime estadual junto com um crime federal, tudo irá para a esfera federal (súmula 122 do STJ)– ex: se um sujeito está carregando moeda falsa, e é abordado por um policial e o mata, como o crime de moeda falsa é de interesse da união, será julgado no tribunal do júri federal pelo crime de moeda falsa e por homicídio.
	2.2.2 Competência em razão Matéria (ratione materiae)
	A competência ratione materiae, por sua vez, é estabelecida em razão da natureza do delito cometido. Assim como a distribuição, este não é um critério de fixação de foro, tendo ele o escopo encontrar o juízo, mais claramente o órgão a que compete o processo e julgamento da infração.
	O critério de competência em razão da matéria é regulado pelas leis de organização judiciária, excetuada a competência privativa do Tribunal do Júri que, por determinação constitucional, possui a competência de processar e julgar os crimes dolosos contra a vida. 
	2.2.3 Competência em razão da Pessoa (ratione pesonae)
	De acordo com uma qualidade das pessoas envolvidas no litígio, a competência pode ser de um ou outro órgão jurisdicional. Por questão de política criminal, entende-se que delimitadas pessoas, ao desempenhar certas funções ou ocupar certos cargos, devem ser julgados por órgãos diferentes daqueles que normalmente julgariam os demais infratores. Também é esse o critério adotado nos casos em que se estabelece a competência por prerrogativa de função (conhecido como foro privilegiado).
3 Foro de Prerrogativa
	A prerrogativa por função é um privilégio que algumas autoridades gozam em relação as atribuições exercidas por elas, como por exemplo, o Presidente da República. Não quebra o princípio da igualdade, tendo em vista que a prerrogativa é de função e não da pessoa. Quando findada a função cessa a prerrogativa. Exemplificando,
no STF serão julgados o Presidente da República, o Vice-presidente, os deputados federais, seus próprios ministros, o procurador-geral da República, o advogado-geral da União, ministros de Estado, comandantes das forças armadas, ministros dos Tribunais Superiores, membros do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente.
	No dia 03 de Maio do corrente ano, o Supremo Tribunal Federal, decidiu que o foro por prerrogativa de função, que é mais conhecido como foro privilegiado, teria o alcance restringido. A antiga CF de 1891, mais precisamente no art. 59, inc. I “a”, decidia que apenas o STF teria competência para julgar e processar o Presidente da República em crimes comuns, e os ministros de Estado.
A CF de 1988, impôs um extenso rol de autoridades que podiam gozar do foro por prerrogativa de função.
	Porém com o grande aumento de interesse da população, e com a exibição dos julgamentos do Plenário do STF, a sociedade acabou se conscientizando que as ações penais originárias estavam defasadas. Desta forma e com essa cobrança o Plenário teve uma nova interpretação a respeito do assunto.
	A questão foi levantada em Ordem pelo Ministro Luis Roberto Barroso, fixando que:
( Por todo o exposto, resolvo que a presente questão de ordem com a fixação das seguintes teses: “(i) O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados as funções desempenhadas; e (ii) Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para apresentação de alegações finais , a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo).
	A adesão que teve ainda 6 votos a mais, vencida a maioria, deu – se a nova interpretação: O foro por prerrogativa de função que é conferido aos Deputados e Senadores se aplica apenas a crimes cometidos no exercício do cargo e em razão das funções a ele relacionadas.
	A CF de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função, devem ser restritivamente, aplicada a crimes que tenham sidos praticados durante exercício de cargo e em razão dele. No caso do crime por exemplo: ser praticado antes do indivíduo ser diplomado, ele deve ser julgado pela 1° instância mesmo ocupando cargo parlamentar, já que não justifica a competência do STF.
	Também não haverá foro por prerrogativa no caso de o crime ser cometido após a investidura no mandato, mas não apresentar relação direta com o as funções que o agente exerce. Ressaltando que o foro por prerrogativa de função aplica-se APENAS AOS CRIMES COMETIDOS DURANTE O EXERCICIO DE CARGO E RELACIONADOS AS FUNÇÕES DO MESMO.
	Sendo assim após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para a apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava. Qualquer que seja o motivo.
3 – Conclusão
	
REFERÊNCIAS
http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,jurisdicao-e-competencia,32400.html
https://jus.com.br/artigos/4996/criterios-para-fixacao-de-competencia-penal-sob-o-prisma-constitucional/2
https://rhamachado.jusbrasil.com.br/artigos/265175358/competencia-no-processo-penal
https://wemersonluna.jusbrasil.com.br/artigos/196157372/jurisdicao-competencia-e-sujeitos-no-direito-processual-penal
http://www.endireitados.com.br/exame-de-ordem-e-direito-processual-penal-competencia/
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/conceito-de-competencia-direito-processual-civil/37509
https://www.passeidireto.com/arquivo/6411066/competencia-processo-penal
http://www.dizerodireito.com.br/2018/05/entenda-decisao-do-stf-que-restringiu-o.html
https://www.conjur.com.br/2018-mai-06/segunda-leitura-reflexos-decisao-stf-foro-prerrogativa-funcao

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