Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Distribuição (estrutura espacial) Dispersão e Migração Os organismos são encontrados em diferentes locais, pois se deslocaram até o local Dispersão: Relaciona-se ao distanciamento dos indivíduos entre si (ativa ou passiva/ primária ou secundária) Migração: Considerada como movimentos direcionais em massa de organismos de um local para outro Então temos 3 fases: Partida-movimento-chegada (emigração-transferência-imigração) Dispersão e migração, qual a diferença? Qual a diferença? Migração Dispersão Descreve a maneira pela qual os indivíduos afastam-se uns dos outros Movimento direcional em massa pelo qual indivíduos se dirigem de um lado para outro indivíduo população Como os indivíduos estão distribuídos em uma população? Como as populações estão distribuídas no espaço? Distribuição dos indivíduos nas suas populações 3 principais padrões de distribuição: Ao acaso Uniforme (regular) Agregada 2 X X 2 X X 2 X X Probabilidade igual (independente de outros indivíduos) Feedback negativo (dependente de outros indivíduos) Feedback positivo (dependente de outros indivíduos) Mas cuidado... Estes padrões de distribuição podem se alterar com a mudança na escala espacial do observador!!! Como assim? Forças que favorecem agregação Espaço (Princípio do Rebanho Egoísta – Hamilton, 1971) O risco de um indivíduo ser consumido diminui se houver outro indivíduo entre ele e o predador Tempo Indivíduo precoce ou tardio no aparecimento tem maiores chances de ser consumido Forças que diluem agregação Competição intensa com o aumento da densidade Interferência direta Combinação de forças que favorecem e diluem!!! Ecologia de Metapopulações Levins (1970) utilizou pela 1ª vez o termo “metapopulação”. Demora no desenvolvimento do conceito. Biogeografia de Ilhas Escala espacial e temporal Décadas de 80 e 90: grande desenvolvimento. Designes e planejamento de reservas naturais. Inicialmente Biogeografia de Ilhas Teoria de Metapopulações mais adequado Ecologia da Paisagem Alguns pontos importantes antes de começarmos.... Uma metapopulação é composta por populações Quando nos referimos a metapopulação estamos tratando dentro de uma escala espacial regional (ou até mesmo global) Já para cada população (que compõe a metapopulação) a escala é local Metapopulação População Matriz B = nascimentos D = mortes I = imigração (colonização) E = emigração (extinção) População fechada População aberta 3 processos são centrais em ecologia de metapopulações: I - Dinâmica populacional local II - Extinção populacional III – Migração (Dispersão) e colonização Dentro da perspectiva de extinção e colonização I - Dinâmica populacional local A população local persistirá ou extinguirá ao longo do tempo? Persistência das populações 3 pontos são necessários para a persistência da população: • Dinâmica populacional local (taxa de variação) • Taxa de colonização suficientemente alta. • Algum grau de assincronia das dinâmicas populacionais locais. Assincronia, que é isso? II - Extinção Populacional Nos últimos 30 anos uma vasta literatura sobre extinção das populações e os fatores que causam desenvolveu-se. Hoje em dia 3 fatores são uns dos principais responsáveis pela extinção das populações: Fragmentação do ambiente Perda de habitat Diminuição na qualidade do ambiente. Um simples e importante fator diz respeito ao tamanho da população: Diminuição no tamanho da população aumenta o risco de extinção Por que? 1 – Estocasticidade demográfica (razão sexual) 2 – Estocasticidade ambiental Relação Área-Risco de Extinção: Para uma população e uma metapopulação o aumento na área diminui o risco de extinção Como podemos demonstrar que o aumento no número de fragmentos (cenário metapopulacional) diminui o risco de extinção populacional? Extinção ou persistência local Extinção ou persistência global Estudar livro “Ecologia” (Nicholas Gotelli): capítulo 4, pg 84-90 III - Migração e Colonização A migração de um indivíduo do seu local de origem ou de lugares de alimentação e os fatores que afetam tais movimentos são uns dos problemas mais intrigantes dentro da biologia populacional. A taxa de migração dever ser alto o suficiente para a persistência da metapopulação, todavia taxas muito altas ou baixas levam a metapopulação à extinção. A distância da migração determina a escala de recolonização. Fatores que afetam a migração: Local: • Evitar “Inbreeding”: expulsão de jovens machos do bando (mamíferos) • Altas densidades: competição por recursos (dependente da densidade) Metapopulacional: • Variação espacial: ambientes mais ricos ou mais pobres de recursos. • Custos de migração: alta taxa de mortalidade durante a migração. Colonização A probabilidade de colonização bem sucedida de um fragmento vazio depende de fatores da espécie e do meio: • Elevada taxa de crescimento aumenta a chance de colonização bem sucedida. • Generalista possui mais chance que especialista. • Distância migração: determina a escala de recolonização de habitats vazios. Efeito da distância e colonização Qual a relação entre distância e colonização? co lo n iz aç ão distância T ax a d e m o rt al id ad e distância Dinâmica “Source-Sink” Em uma metapopulação temos populações que servem como fontes (source) e outras como drenos (sink). Como identificamos populações fonte e dreno? r Disponibilidade de recursos 0 pop. 1 pop. 2 Assim... Em uma metapopulação, algumas populações atuam como fontes (r > 0) e outras como dreno (r < 0), todavia a distância também possui um papel determinante no fluxo dos indivíduos em que quanto mais distante menor a taxa de colonização. Antes de propormos possíveis cenários metapopulacionais temos que considerar duas premissas básicas Modelos de estruturas metapopulacional 1ª premissa: população pequena Qualidade do “fragmento” uniforme. O aumento da área aumenta o “K” da população (mesma razão). Todos indivíduos são afetados igualmente. N < N 2º Premissa: Metapopulacional Dentro de uma grande área encontram-se as populações. Flutuam “independentemente”, formando a metapopulação. Mesmo risco de extinção local, mas a persistência da metapopulação aumenta. Podemos classificar 4 modelos (cenários) – Harrison (1996) Metapopulação clássica : há um núcleo formado por um conjunto de populações pequenas, com baixa probabilidade de se extinguir. Este núcleo serve como fonte de migrantes para populações periféricas que sofre extinção mais frequentemente e são substituídas por recolonização. Continente-ilha: há uma população grande (continente) e que possui menores chances de se extinguir. Atua como fonte de colonizadores para populações satélites que são menores e com maiores riscos de extinção e são frequentemente recolonizadas População em mancha: os indivíduos se movimentam com frequência entre um conjunto de populações persistindo ao longo do tempo Metapopulação em desequilíbrio: Não há fluxo de organismos entre os fragmentos. Sem conexão eventos de recolonização são raros e faz com que estas populações extingam-se. Área fragmentada... Princípiosde planejamentos de reserva Adulto Lagarta Pupa Condições para a persistência de uma metapopulação. Estudo de caso: a borboleta Melitaea cinxia (Glanville Fritillary) em manchas discretas de habitat na Finlândia Hanski et al. (1995) OIKOS Extenso estudo de metapopulações com a borboleta Melitaea cinxia, numa área de 50 X 70 Km2. 1502 manchas discretas. Observou-se 536 manchas com lagartas (pradarias secas). Condições para a persistência da metapopulação Para demonstrar que a persistência de uma espécie que vive em paisagens fragmentadas não ocorre devido à dinâmica local, mas sim à dinâmica metapopulacional, deve-se obedecer as quatro condições a seguir: 1) as manchas de habitat suportam populações locais reprodutivas; 2) uma única população não é grande o suficiente para assegurar sobrevivência a longo prazo; 3) as manchas não são suficientemente isoladas para evitar recolonização; e 4) as dinâmicas locais devem ser suficientemente assincrônicas para que não ocorra extinção simultânea de todas as populações locais. Condição 1: estrutura metapopulacional Os habitats ocorrem em pequenas manchas discretas de habitat. Hanski et al. (1994) estimaram que 80% das borboletas não saem da sua mancha natal durante sua vida toda. Condição 2: risco de extinção das maiores populações locais No outono de 1993, a maior população local tinha 69 grupos larvais, e somente 68 populações tinham mais de 20 grupos. Observou-se que a extinção de uma população local de 650 borboletas ocorreu em somente dois anos, indicando que estas grandes populações locais não estão seguras contra a extinção. Concluiu-se que todas as populações locais deste estudo têm um significante risco de extinção e que, portanto, a persistência desta espécie não pode ser mantida através de populações locais isoladas. Condição 3: recolonização Hanski et al. (1994) conduziram um intensivo estudo de captura e recaptura de M. cinxia numa rede 50 patches (1991). Foram marcadas e soltas 1731 borboletas, das quais 741 foram recapturadas, sendo 9% em novas manchas. A média e distância máxima movida por migrantes entre as manchas foi 590 e 3050 m, com 20% dos migrantes movendo-se mais do que 1 Km, mas somente 3% movendo-se mais do que 2 Km. As manchas não são suficientemente isoladas para evitar a recolonização. Condição 4: assincronia No mesmo estudo citado anteriormente, observou-se uma forte assincronia das dinâmicas locais em 1991-1993. O grau de assincronia entre as populações locais de M. cinxia foi mantido por dois fatores: 1) Interação entre o clima e qualidade do habitat. 2) Ataque de M. cinxia por duas espécies de parasitóides na área de estudo. Os níveis de mortalidade variam muito de uma população local para outra (chegando a mais de 50%), pois os parasitóides apresentam suas próprias dinâmicas de metapopulação. A permanência a longo prazo de M. cinxia na Finlândia é baseada no balanço entre extinções e recolonizações estocásticas locais. Todas as populações locais são pequenas o suficiente (risco de extinção) e um longo tempo de sobrevivência só é possível numa “malha” de habitats. Dinâmicas locais suficientemente assincrônicas para que não ocorra extinção simultânea de todas as populações locais. Esta espécie de borboleta foi extinta na parte continental da Finlândia em meados de 1970 devido a redução das áreas de pradarias secas durante as décadas passadas. Felizmente, as pradarias secas ainda são comuns nas ilhas Åland e atualmente esta espécie é encontrada somente neste local. Concluindo o assunto... Abrimos as populações para eventos de migração e colonização Importância destes eventos na determinação das populações no tempo (persistência populacional) Conceitos atuais com os cenários atuais de fragmentação
Compartilhar