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TESE DE DEFESA O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS.doc

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TESE DE DEFESA 
Título: Estado de Necessidade – Um Crime Legal. Nenhum dos exploradores tinha a intenção 
de matar, mas na verdade, se não o fizessem, morreriam da inanição. O sacrifício de um, ou a 
morte de todos. 
De acordo com as circunstancias que rodeavam no momento de desespero, entendemos que 
outra alternativa não restou, mesmo porque, se não fizessem essa escolha, em princípio 
punível, todos poderiam falecer por inanição (perigo iminente). A morte de Roger foi socorro, 
considerando que não existiam mais alimentos para mantê-los vivos. 
Nenhum dos exploradores tinha intenção de matar, mas na verdade se não o fizesse morreriam 
de inanição. Ou sacrificava ou morreriam os cinco. 
Mesmo neste momento repugnavél tivemos que apelar para tal método naquele momento 
aceitando o jogo dos dados proposta, sugerida pelo próprio Roger, só assim conseguiríamos 
sobreviver mesmo tendo que sacrificar um nossos parceiros, o que no ato provocou espanto 
aos demais. 
Sendo pessoas capacitadas a explorar cavernas, jamais poderiam prever o acontecimento, foi 
um caso fortuito. 
Não houve imprudência,alguma imperícia nem negligência, conforma o art. 18, II do CP: 
crime culposo: II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, 
negligência ou imperícia. 
Suportaramos todos os dissabores, amarguras e sofrimento; Não há crime...não existe, nunca 
existiu... 
EXCLUSÃO DE ILICITUDE: ​Art. 23, I que diz: “Não há crime quando o agente pratica o 
fato: Em estado de necessidade; legitima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no 
exercício regular de direito”. 
No art. 24 CP: “ Considera-se ESTADO DE NECESSIDADE quem pratica o fato para salvar 
de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem poderia de outro modo evitar, direito 
próprio ou alheio, cujo sacrifício, das devidas circunstancias. 
“O ESTADO DE NECESSIDADE PRESSUPÕE UM CONFLITO ENTRE TITULARES 
LÍCITOS, LEGITIMOS, EM QUE UM PODE PERECER LICITAMENTE PARA QUE 
OUTRO SOBREVIVA”. 
Mirabete enumera os requisitos para a contemplação do Estado de Necessidade, aos quais 
relacionaremos com os fatos acontecidos e descritos nos autos: 
I – AMEAÇA DE DIREITO PRÓPRIO OU ALHEIO 
- Os réus, viam seu direito à vida, ameaçado pela fome; 
II – EXISTÊNCIA DE UM PERIGO ATUAL E INEVITÁVEL 
- Os réus já estavam 23 dias sem comer e não havia perspectiva concreta de abertura da 
caverna em menos de 10 dias; 
III – A INEXIGIBILIDADE DE SACRIFÍCIO DO BEM AMEAÇADO 
- Exigir dos réus que morressem de fome é um despropósito; 
IV – UMA SITUAÇÃO NÃO PROVOCADA VOLUNTARIAMENTE PELO AGENTE 
- Não foram os réus que causaram o bloqueio da entrada da caverna. Comprovadamente foi 
um caso fortuito; 
V - A INEXISTÊNCIA DE DEVER LEGAL PARA ENFRENTAR O PERIGO 
- Os réus eram espeleólogos amadores, sem qualquer função legal; 
VI – O CONHECIMENTO DA SITUAÇÃO DE FATO JUSTIFICANTE 
- Os réus tiveram a informação de engenheiro chefe que dificilmente a entrada da caverna 
seria liberada antes de 10 dias. 
Estavam há 23 dias se comer e não havia perspectiva de abertura da caverna em menos de 10 
dias; Exigir dos réus que morressem de fome seria um despropósito; 
De acordo com os autos, nenhum dos réus possui qualquer antecedente criminal. São homens 
que possuem família, são bem vistos, não só na sociedade da qual são sócios, como também 
na sociedade geral, onde todos os cidadãos de Newgarth são membros. 
ARTIGO 107 do CP – EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE 
Com esse objetivo apropriado ao caso, recorro ao perdão judicial, a qual encontra-se 
normatizado no ordenamento Brasileiro: art. 107 do CP. 
IX – Pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
Assim admite o PERDÃO JUDICIAL O STJ: “... o instituto do perdão judicial é admitido 
toda vez que as conseqüências do fato afetem o respectivo autor, de forma tão grave que a 
aplicação da pena não teria sentido, injustificável. 
O crime é um ato reprovável, por ser a violação de um dever de conduta, do ponto de vista da 
disciplina social ou da ordem jurídica. Ora, essa reprovação deixa de existir e não há crime a 
punir quando, em face das circunstâncias em que se encontravam os réus, uma conduta 
diversa da que teve não poderia ser exigida do comum dos homens. 
A ESTE JULGAMENTO PEDIMOS A COMPREENSÃO DESTAS DUAS ESCOLHAS: 
Ou se sacrificava Roger Whetmore ou se sacrificavam todos os cinco exploradores. Com isso, 
afastamos uma tese muito recorrente dentre muitos analistas deste caso que supõe a 
possibilidade de que os réus poderiam esperar o primeiro morrer por inanição para em seguida 
alimentarem-se de sua carne. 
Ou, como poderiam, adivinhar em quais condições físicas eles se encontrariam uma vez que a 
fome enfraquece sobremaneira um. Havia sim, o risco iminente de enfraquecerem-se pela 
fome a ponto de não conseguirem matar o escolhido ao sacrifício. E assim morreriam todos. 
Ao realizarem um acordo, ao estabelecerem uma regra consensual para definir quem seria o 
sacrificado, agimos dentro o princípio da boa-fé. Vale lembrar que quem propôs o tal 
“contrato”, a fim de escolher o sacrificado foi o próprio Roger, que arrependendo-se 
tardiamente, ainda lhe foi resguardado o direito de fiscalizar a lisura da escolha, ao não 
questionar o processo de sorteio, Roger, também , atestou a conduta de boa-fé dos réus. 
Aplicar se ao fato, também, o valor da verdade, pois não consta dos autos que, depois de 
tomada dos depoimentos individuais não houve contradição entre as versões. Impossível, na 
criminologia moderna, quatro pessoas mentirem a cerca de um fato de forma tão convincente. 
A mínima contradição leva os depoentes a acareações, onde a verdade sempre surge. 
MATAR É CRIME EM QUALQUER NORME JURÍDICA 
V. ART. 121 CP 
Assim, restam desnecessárias quaisquer outras argumentações a favor da aplicação da pena de 
morte. A absolvição se impõe. Desta forma, seja concedido aos réus o ALVARÁ DE 
SOLTURA. 
Que seja julgado TOTALMENTE PROCEDNETE a ação, concedida aos réus a absolvição, 
desde o julgamento de 1ª instância, considerando que já sofreram física e psicologicamente. 
EM RAZÃO DISTO REQUEREMOS: 
 O ALVARÁ DE SOLTURA.

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