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SEGUNDA TESE DE DEFESA
O Caso dos Exploradores de Cavernas - Fuller, Lon L.- 2008
Alunos 						Matrícula
ALAN RIBEIRO MILAGRES 				UC24424294	
 
 ALESSANDRA DOS SANTOS FERREIRA 		UC24422615
 
 ALESSANDRA FERREIRA DA SILVA SANTOS 	UC24420262	
 
 AMANDA DOS SANTOS FREITAS 			UC24423454	
 
 ANDRÉ FELIPE GOMES DOS ANJOS 		UC24423538
 
 AROLDO RIBEIRO MENDES 				UC24420483	
 
 AUANNY PIRES DE BRITO 				UC24423641	
 
 BEATRIZ DOS SANTOS RIBEIRO 			UC24424346
 
 BRUNO KLISMAN RIBEIRO DA SILVA 		UC24422829
 
 CAIO ABREU DE SÁ 					UC24422836
 
 CAIO FABIO FERNANDES DO NASCIMENTO 	UC24424180
 	
 CAROLINA DE SOUZA CAMARGOS ROSA 		UC24424356
 
 CELSO PEREIRA DA SILVA SANTOS 		UC24424241
 
 CLAUDSON CORDEIRO LIMA 			UC24424549
		
1. DOS FATOS 
Em 4.299 D.C, cinco homens resolveram explorar uma caverna, que desmoronou, bloqueando a única possibilidade de saída dos exploradores. Após o acontecimento foi providenciado uma equipe de resgate salvá-los. O resgate dispendeu amplo consumo de recursos. Soma-se a esse fato que foram ceifadas dez vidas da equipe de resgate em consequência de desabamentos posteriores decorrentes dos novos processos de escavação para salvar os escavadores. 
Traslada-se a seguir alguns fatos diretamente dos autos processuais:
 “Desde que se soube que os exploradores tinham levado consigo apenas escassas provisões e se ficou também sabendo que não havia substância animal ou vegetal na caverna que lhes permitisse subsistir, temeu-se que eles morressem de inanição antes que o acesso até o ponto em que se achavam se tornasse possível. No vigésimo dia a partir da ocorrência da avalancha soube-se que os exploradores tinham levado consigo para a caverna um rádio transistorizado capaz de receber e enviar mensagens. Instalou-se prontamente um aparelho semelhante no acampamento, estabelecendo deste modo a comunicação com os desafortunados homens no interior da montanha. 
Pediram estes que lhes informassem quanto tempo seria necessário para liberá-los. Os engenheiros responsáveis pela operação de salvamento responderam que precisavam de pelo menos dez dias, à condição que não ocorressem novos deslizamentos. Os exploradores perguntaram então se havia algum médico no acampamento, tendo sido postos em comunicação com a comissão destes, à qual descreveram sua condição e as rações de que dispunham, solicitando uma opinião acerca da probabilidade de subsistirem sem alimento por mais dez dias. O presidente da comissão respondeu-lhes que havia escassa possibilidade de sobrevivência por tal lapso de tempo. 
O rádio dentro da caverna silenciou a partir daí durante oito horas. Quando a comunicação foi restabelecida os homens pediram para falar novamente com os médicos, o que conseguido, Whetmore, falando em seu próprio nome e em representação dos demais, indagou se eles seriam capazes de sobreviver por mais dez dias se se alimentassem da carne de um dentre eles. O presidente da comissão respondeu, a contragosto, em sentido afirmativo. Whetmore inquiriu se seria aconselhável que tirassem a sorte para determinar qual dentre eles deveria ser sacrificado. Nenhum dos médicos se atreveu a enfrentar a questão. 
Whetmore quis saber então se havia um juiz ou outra autoridade governamental que se dispusesse a responder à pergunta. Nenhuma das pessoas integrantes da missão de salvamento mostrou-se disposta a assumir o papel de conselheiro neste assunto. 
Whetmore insistiu se algum sacerdote poderia responder àquela interrogação, mas não se encontrou nenhum que quisesse fazê-lo.” 
[...] 
Das declarações dos acusados, aceitas pelo júri, evidencia-se que Whetmore foi o primeiro a propor que buscassem alimento na carne de um dentre eles, sem o que a sobrevivência seria impossível. Foi também Whetmore quem primeiro propôs a forma de tirar a sorte, chamando a atenção dos acusados para um par de dados que casualmente trazia consigo. 
Os acusados inicialmente hesitaram adotar um comportamento tão desatinado, mas, após o diálogo acima relatado, concordaram com o plano proposto. E depois de muita discussão com respeito aos problemas matemáticos que o caso suscitava, chegaram por fim a um acordo sobre o método a ser empregado para a solução do problema: os dados.” (grifos acrescidos)
Dos fatos narrados destacam-se alguns pontos:
1) Opinião de uma Comissão técnica, junta médica, que a chance de sobrevivência era escassa dada a ausência de alimentos;
2) A proposição de se alimentarem da carne de um dos exploradores partiu de Whetmore; e
3) Ocorreu uma completa omissão da comunidade e do Estado. No caso em tela o Estado foi omisso quando questionado se poderiam se alimentar de um dos exploradores para preservar a vida dos demais.
2. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA 
· ESTADO DE NECESSIDADE
O estado de necessidade é uma causa da exclusão da antijuridicidade e envolve o sacrifício de um interesse juridicamente protegido para preservar o direito próprio ou de terceiro diante de perigo atual. Em suma, é quando se pratica uma ação que fere ou prejudica um direito alheio para proteger um direito próprio ou de outra pessoa. 
Conforme se extrai do Código Penal Brasileiro:
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. (grifos acrescidos)
Conforme se depreende dos artigos acima não há crime quando o fato ocorre em estado de necessidade. Dito isso, configura-se o estado de necessidade quando há perigo atual, ausência de provocação, outro meio que pudesse ser realizado para se salvar do perigo atual e razão de proporcionalidade. 
Ressalta-se que o sacrifício ocorreu após mais de vinte dias sem alimentação adequada, sendo estes recursos indispensáveis para a vida, tal dado encontra embasamento técnico pela comissão de médicos caracterizando o perigo atual do caso. 
Quando os exploradores entram na caverna, eles não tinham a intenção ou o dolo de se colorarem em situação de perigo, já que entrar em cavernas fazia parte das suas rotinas como membros da Sociedade Espeleológica, logo ocorreu ausência de provocação do ato devido à vontade dos exploradores. Ocorreu um desmoronamento por força maior que colocou todos naquela situação.
Não era razoável exigir dos quatro exploradores uma atitude diferente da qual foi tomada. Ceifar a vida de um dos membros era a única forma visível e possível de sobrevivência dos quatro exploradores. 
O acordo foi homologado pelas partes envolvidas e o Estado e a Comunidade foram omissões em relação a questão. Por um infortúnio, Whetmore, quem propôs o ato foi o escolhido pelos dados. 
Assim, evidencia-se o estado de necessidade como causa excludente da antijuridicidade, com o objetivo de se atestar a ausência de existência de crime, devido ao fato de os sobreviventes utilizarem os únicos meios necessários para protegerem suas vidas naquele momento. 
Assim, evidencia-se o estado de necessidade como caráter eliminatório de ilicitude, com o objetivo de se atestar a ausência de existência de crime, devido ao fato de os sobreviventes utilizarem os meios necessários para protegerem suas vidas.
Nesse sentido, conforme se extrai da jurisprudência do TJDFT[footnoteRef:0] ocorreu uma condição do estado de necessidade recíproco, pois duas ou mais pessoas, nesse caso cinco, estão em estado de necessidade umas contras as outras, caso que afasta a ilicitude do fato, nos casos em que há não interferência do Estado, que ausente, permanece neutro no conflito, mesmo quando questionado pelos exploradores. [0: Estado de necessidade — Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (tjdft.jus.br)] 
Nesse sentido, não haveria outra decisão de evento possível para proteger o bem tutelado, a não ser o sacrifício de bem jurídico igualao bem jurídico salvaguardado conforme explicado pela teoria diferenciadora. 
· ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS 
A situação pela qual passaram os exploradores era desesperante. Soterrados, sem contato com a luz do sol e sem alimentos, a partir do vigésimo dia dada a provocação de Whitmore e a confirmação técnica da alta probabilidade de óbito devido a desnutrição, somada a omissão do Estado em ser contra ou a favor do combinado pelos exploradores, a tensão psicológica tensão psicológica aumenta. 
Seus companheiros de exploração passaram a ser possíveis “inimigos”, tendo em vista que o desejo de sobrevivência individual, claramente, se torna mais relevante do que o companheirismo entre eles, havendo possibilidade de ceifar a vida do outro em prol de não perder a própria.
 Naquele momento, por três dias os exploradores foram privados do sono, pois quem numa situação dessas conseguiria dormir e não acordar mais. 
Após três dias de privação de sono, no vigésimo-terceiro dia, já com o discernimento mental abalado a vida do explorador sorteado foi tirada para salvar os demais. 
Conforme se extrai do Código Penal Brasileiro:
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
· FALTA DE ORIENTAÇÃO DAS AUTORIDADES
Tem-se o entendimento de causa, no qual, a morte foi consumada. Entretanto, devido as circunstâncias anteriormente analisadas, a quem poderíamos culpar por ter dado causa ao sacrifício. 
Observou-se que o governo quando questionado, não agiu e omitiu seu posicionamento. Não reprovou ou aprovou a conduta do agente. Ademais, a equipe de resgate ao afirmar serem precisos ainda dez dias, aumentou a ansiedade, paranoia e pânico.
Todos os envolvidos tiveram a oportunidade e as habilidades para tentar impedir a realização deste procedimento, entretanto não impediram, portanto não existem motivos para o julgamento, neste momento. 
Assim, está invocada aqui a excludente de culpabilidade, pertencente a erro de proibição, dado pela omissão, os espeleólogos enxergaram-se desprotegidos do Estado; portanto, subsequentemente, também estariam desprotegidos de suas normas.
Conforme se extrai do Código Penal Brasileiro:
Art. 13 – “O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”.
 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
 a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
 b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
· AUSÊNCIA DE NORMAS JURÍDICAS 
Portanto está invocada aqui a excludente de culpabilidade, devido a erro de proibição, dado pelo silêncio, os exploradores viram-se descobertos da proteção do Estado; logo, provavelmente, deveriam estar descobertos de suas regras também.
Diante da inexistência de um ambiente jurídico ou político, caracteriza-se um fato atípico e nesse caso na ocasião as normas jurídicas se encontravam inválidas. 
Ademais, Whetmore ao sugerir a morte de um em prol de outros, potencializou os efeitos de paranoia, ansiedade e pânico sob os demais. Os espeleólogos firmaram uma norma, quando Roger ainda estava em vida, o sorteado seria sacrificado. 
Ressaltando que os acusados estavam em um mundo ordinário e não submetidos a realidade, que “distante das regras naturais” podiam criar as suas próprias para fins de sobrevivência..
DOS PEDIDOS
Diante das provas da acusação, refuta-se, uma a uma, a tese de homicídio, e reitera-se que os réus agiram conforme o caso narrado, por ESTADO DE NECESSIDADE JUSTIFICANTE, ao praticar tal ato, que como resultado, houve o sacrifício de um bem jurídico de igual valor conforme exposto pela teoria diferenciadora e, portanto, QUE SEJAM ABSOLVIDOS. 
Referências Bibliográficas 
https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2023/06/quanto-tempo-uma-pessoa-sobrevive-sem-beber-agua#:~:text=%E2%80%9CO%20que%20se%20calcula%20%C3%A9,seu%20peso%20de%20massa%20muscular
https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2023/02/como-a-fome-afeta-o-corpo#:~:text=Sem%20mais%20fontes%20de%20energia,%C3%A0%20apatia%20e%20%C3%A0%20depress%C3%A3o.
Fuller, Lon L. O Caso dos Exploradores de Cavernas. São Paulo: Editora RT, 2008. 
BRASIL. Código Penal Brasileiro. Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Brasília: Planalto, 1940

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