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PLANO DE AULA 12 DIREITO PENAL III

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SEMANA 12
Incêndio - art. 250, do CP
Bem jurídico tutelado
Tutela a incolumidade pública, particularmente o perigo comum que pode decorrer das chamas provenientes de um incêndio. 
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: somente há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de causar incêndio). Não há exigência de elemento subjetivo do tipo para caracterizar o crime, ou seja, o especial fim de agir poderá agravar a pena, conforme § 1º, I.
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive o proprietário do bem incendiado.
SUJEITO PASSIVO – a coletividade e aqueles que têm sua integridade pessoal ou patrimonial lesada ou ameaçada pelo dano.
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com a superveniência da situação de perigo comum, e não apenas com o início do fogo. Não se trata de perigo abstrato, sendo necessária não apenas a produção de fogo autônomo e relevante, mas também a verificação do perigo concreto, efetivo, embora não se exija a produção de chamas..
Tentativa – é admissível.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (crime que não exige produção de resultado para a consumação, porém diz Bitencourt que essa infração penal tem uma peculiaridade, pois causar incêndio causa transformação no mundo exterior perceptível pelos sentidos e, nesse sentido, pode-se classificá-lo como material); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO e CULPOSO; CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME INSTANTÂNEO (a consumação opera-se de imediato, não se alongando no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta), CRIME DE PERIGO CONCRETO (coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, devendo-se, contudo, ser comprovada a existência do perigo, art. 173 do CPP).
Distinção com os crimes previstos no art. 41, da Lei 9.605/98 e no art. 20, da Lei 7.170/83.
Com relação ao art. 41 da Lei 9605/98 a objetividade jurídica é o meio ambiente e não há necessidade de que o incêndio coloque em perigo a vida ou a integridade alheia ou ainda o patrimônio de terceiro. Basta que ocorra o incêndio em mata ou floresta para que o crime se configure. 
A conduta de incendiar por inconformismo político constitui o crime previsto no art. 20 da Lei de Segurança Nacional (Lei 7170/83)
Explosão - art. 251, do CP
Bem jurídico tutelado
Tutela a é a incolumidade pública, particularmente o perigo comum que pode decorrer das condutas proibidas. 
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: somente há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de causar explosão ou arremessar ou colocar engenho de dinamite ou substância análoga). É indispensável que o agente tenha consciência, ademais, de que expõe a perigo a vida, a incolumidade física ou o patrimônio de número indeterminado de pessoas. Não há elemento subjetivo específico, que se existir poderá caracterizar outro crime.
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO – além da coletividade, é a pessoa especificamente atingida pelos efeitos da explosão.
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com a explosão, o arremesso ou a colocação do engenho, instalando-se uma situação de iminente perigo.
Tentativa – é admissível nas duas primeiras modalidades. A colocação de dinamite, pura e simples, dificilmente poderá tipificar a figura simplesmente tentada. 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (crime que não exige, para sua consumação a ocorrência de resultado); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO e CULPOSO; CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME INSTANTÂNEO (a consumação opera-se de imediato, não se alongando no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta), CRIME DE PERIGO CONCRETO (coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, devendo-se, contudo, ser comprovada a existência do perigo).
Distinção com os crimes previstos no art. 16, p. único, III, da Lei 10.826/03 e no art. 20, da Lei 7.170/83.
O crime previsto no art.251 do CP é de perigo concreto, isto é,o perigo causado deve ser comprovado no caso concreto, não havendo qualquer presunção legal, tanto que o próprio dispositivo penal explicitamente exige que as ações exponham a perigo “a vida, , a integridade física ou o patrimônio de outrem”, ao contrário do que sucede com o art. 16, Parágrafo Único, III, da Lei 10.826/03, o qual se contenta com o mero emprego do artefato explosivo, sem que se necessite comprovar que no caso concreto houve o risco para a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. Basta, portanto, o perigo presumido. A explosão não é requisito para que o crime do art.16, PU, III, da Lei 10.826/03 se configure, pois com o mero lançamento ou a colocação do artefato explosivo já se perfaz o delito. 
Se a explosão ofende a segurança nacional aplica-se o art. 20 da Lei 7170/83.
Uso de gás tóxico ou asfixiante - art. 252, do CP
Bem jurídico tutelado
Tutela a incolumidade pública, particularmente o perigo comum que pode decorrer das condutas proibidas. 
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: somente há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de expor a perigo o bem jurídico protegido por meio de uso de gás tóxico ou asfixiante).
OBS: segundo o professor Cezar Roberto Bitencourt é indispensável que o gás tenha toxicidade suficiente para pôr em risco a vida, a saúde ou o patrimônio de outrem. A detonação de ampola de gás lacrimogêneo, mesmo em recinto fechado, não tem toxicidade suficiente para criar o perigo exigido pelo tipo penal. A conduta é atípica.
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, qualquer pessoa pode praticar.
SUJEITO PASSIVO – é a coletividade e a pessoa que tem sua vida, a integridade física ou o patrimônio ofendidos ou ameaçados por qualquer gás tóxico ou asfixiante.
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com a instalação da situação de perigo comum, ou seja, de perigo concreto. É indispensável a ocorrência efetiva de perigo para a incolumidade pública.
Tentativa – é admissível.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (crime que não exige a ocorrência de resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação);CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA VINCULADA (somente pode ser praticado pela forma que o tipo penal determina, ou seja, usando gás tóxico ou asfixiante); CRIME INSTANTÂNEO (a consumação opera-se de imediato, não se alongando no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta), CRIME DE PERIGO CONCRETO (coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, devendo-se, contudo, ser comprovada a existência do perigo).
LEI Nº 11.254, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2005.
	
	Estabelece as sanções administrativas e penais em caso de realização de atividades proibidas pela Convenção Internacional sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Estocagem e Uso das Armas Químicas e sobre a Destruição das Armas Químicas existentes no mundo (CPAQ).
  Art. 4o Constitui crime:
        I – fazer uso de armas químicas ou realizar, no Brasil, atividade que envolva a pesquisa, produção, estocagem, aquisição, transferência, importação ou exportação de armas químicas ou de substâncias químicas abrangidas pela CPAQ com a finalidade de produção de tais armas;
        II – contribuir, direta ou indiretamente, por ação ou omissão, para o uso de armas químicas ou para a realização, no Brasil ou no exterior, das atividades arroladas no inciso I:
        Pena – reclusão, de 1 (um) a 10 (dez) anos.
Fabrico, fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico ou asfixiante - art. 253, do CP
Bem jurídico tutelado
Tutela a incolumidade pública, particularmente o perigo comum que pode decorrer das condutas proibidas.
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: Há elemento normativo, caracterizado pela expressão “sem licença de autoridade”
Elemento subjetivo: somente há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de praticar qualquer das condutas descritas no tipo penal).
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO – é a coletividade, isto é, o Estado, que é, por presunção, titular da incolumidade pública. Havendo vítima em concreto, esta também será sujeito passivo dessa infração penal.
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com a prática de qualquer das condutas típicas incriminadas. Na verdade, o crime se consuma com atividades que, normalmente, não representariam mais que meros atos preparatórios, como, fabricar, fornecer, adquirir, possuir, ou transportar material explosivo, tóxico ou asfixiante.
Tentativa – é admissível, embora de difícil configuração.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (crime que não exige, para consumação, resultado naturalístico); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME INSTANTÂNEO (a consumação opera-se de imediato, não se alongando no tempo) e PERMANENTE nas modalidades “possuir” e “transportar”; CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta), CRIME DE PERIGO ABSTRATO (coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, que, contudo, é simplesmente presumido pelo legislador).
Distinção com o crime previsto no art. 16, p. único, III, da Lei 10.826/03.
De acordo com Luiz Regis Prado o art. 253 do CP foi derrogado pelo art. 16, PU, III, da Lei 10.826/03, nas condutas fabricar e possuir. Também com o mesmo entendimento Rogério Sanches. Já Fernando Capez entende que o art. 253 do CP foi ab-rogado (revogado totalmente). É que, para fornecer ou transportar, é necessário, antes, deter ou pelo menos possuir o objeto, ainda que momentaneamente. No que tange à aquisição, não resta dúvida de que quem adquire possui, e quem tenta adquirir tenta possuir. Assim, todas as figuras do art. 253 do CP foram alcançadas pela Lei 10.826/03 
LEI Nº 6.453, DE 17 DE OUTUBRO DE 1977.
	
	Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacionados com atividades nucleares e dá outras providências.
Art . 26 - Deixar de observar as normas de segurança ou de proteção relativas à instalação nuclear ou ao uso, transporte, posse e guarda de material nuclear, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem.
Pena: reclusão, de dois a oito anos.
Inundação - art. 254, do CP
Bem jurídico tutelado
Tutela a incolumidade pública, particularmente o perigo comum que pode decorrer da conduta proibida. 
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: somente há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de causar inundação tendo a consciência de que expõe a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de outrem).
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, qualquer pessoa pode praticar.
SUJEITO PASSIVO – é a coletividade, ao lado das pessoas que têm sua vida e integridade física e patrimonial exposta a perigo pela inundação..
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com a efetiva inundação, desde que dela decora perigo concreto. mesmo que haja inundação, se não houver o perigo real, efetivo, de vida, a integridade física ou ao patrimônio de alguém não se consumará o crime.
Tentativa – é admissível.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (crime que não exige, para consumação a ocorrência de resultado naturalístico); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO e CULPOSO (a culpa está prevista no preceito secundário); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME INSTANTÂNEO (a consumação opera-se de imediato, não se alongando no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta), CRIME DE PERIGO CONCRETO (coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, devendo-se, contudo, ser comprovada a existência do perigo).
Perigo de inundação - art. 255, do CP
Bem jurídico tutelado
Tutela a incolumidade pública, particularmente o perigo comum que decorre das condutas proibidas.
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: somente há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de praticar qualquer das condutas proibidas com a consciência de expor a perigo a vida, a saúde ou integridade física, ou o patrimônio de outrem).
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO – é a coletividade, em geral, e em especial aqueles que têm sua vida eintegridades física e patrimonial ameaçadas de dano.
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com a prática de qualquer das condutas descritas, criando o perigo comum, independentemente da ocorrência efetiva da inundação. Esta, se ocorrer, representará somente o exaurimento do crime, já que não era objeto do dolo.
Tentativa – é inadmissível, segundo a doutrina majoritária, pois a tentativa de acordo com NUCCI é fase preparatória do crime de inundação, excepcionalmente tipificada. Rogério Greco entende ser possível, já que se trata de crime plurissubsistente, exemplificando com aquele sujeito que é surpreendido logo após ter removido um obstáculo destinado a impedir inundação, evitando, assim, que alguém pudesse ser exposto à situação de perigo. .
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME FORMAL (crime que não exige resultado naturalístico para a consumação); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME INSTANTÂNEO (a consumação opera-se de imediato, não se alongando no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta); CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA ou DE CONTEÚDO VARIADO (que é aquele que o tipo penal contém várias modalidades de conduta e, ainda que seja praticada mais de uma, haverá somente um crime); CRIME DE PERIGO CONCRETO (coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, devendo-se, contudo, ser comprovada a existência do perigo).
Desabamento ou desmoronamento - art. 256, do CP 
Bem jurídico tutelado
Tutela a incolumidade pública, particularmente o perigo comum que pode decorrer da conduta proibida.
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo)
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: somente há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de provocar desabamento ou desmoronamento, com a consciência de que haverá perigo para a incolumidade pública).
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, inclusive o proprietário do imóvel.
SUJEITO PASSIVO – a coletividade e aqueles diretamente lesados pelo desabamento ou desmoronamento.
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com a criação da situação de perigo concreto e comum, quer pelo desabamento, quer pelo desmoronamento.
Tentativa – é admissível.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME MATERIAL (que causa transformação no mundo exterior, consistente à diminuição do patrimônio da vítima); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME INSTANTÂNEO (a consumação opera-se de imediato, não se alongando no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta), CRIME DE PERIGO CONCRETO (coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, devendo-se, contudo, ser comprovada a existência do perigo).
Distinção com as contravenções penais previstas nos arts. 29 e 30, do Decreto-Lei 3.688/41.
Caso não sobrevenha risco à incolumidade pública, poderá o desabamento caracterizar a contravenção penal do art. 29.
Falsificação, corrupção ou adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais - art. 273, do CP
Bem jurídico tutelado
Tutela a incolumidade pública especialmente em relação à saúde pública. 
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de praticar qualquer das condutas descritas no artigo, com o conhecimento de que elas recaem sobre o objeto material produto destinado a fins terapêuticos e medicinais, inclusive descritos no § 1º-A) Na hipótese do caput, não há exigência de elemento subjetivo especial do tipo; nas demais hipóteses, porém, exige-se esse elemento subjetivo, consistente no especial fim de agir “para vender” do § 1º.
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, qualquer pessoa pode praticar. 
SUJEITO PASSIVO – é a coletividade em função da perigosidade da ação do sujeito ativo à saúde de um número indeterminado de pessoas. Quando, eventualmente, alguém for afetado, individualmente, será igualmente sujeito passivo dessa infração penal.
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com o ato de corromper, adulterar, falsificar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. Presume-se o perigo à coletividade com a alteração do produto para fins medicinais ou terapêuticos. Trata-se de crime de perigo abstrato. Não é necessário que o produto chegue a ser comercializado ou consumido. 
	
	
Tentativa – é admissível.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME MATERIAL (que causa transformação no mundo exterior, consistente à diminuição do patrimônio da vítima); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO e CULPOSA; CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME INSTANTÂNEO (a consumação não se alonga no tempo) e PERMANENTE nas modalidades “expor à venda” e “ter em depósito”; CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta); CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA OU DE CONTEÚDO VARIADO (o tipo penal contém várias modalidades de conduta, e, ainda que seja praticada mais de uma, haverá somente um único crime); CRIME DE PERIGO ABSTRATO (aquele que afeta um bem jurídico coletivo, no presente crime, coloca em perigo a saúde de um número indeterminado de pessoas).
Formas qualificadas pela lesão grave e pela morte (art. 285, do CP);
O art. 285 determina a aplicação do art. 258 do CP aos crimes previstos nos arts. 268 a 284 se do perigo à saúde pública resulta lesão corporal ou morte. Dessa forma, se após a prática do crime do art. 273 do CP sobrevier um resultado de lesão corporal ou de morte, estes poderão ser imputados ao agente, mas desde que demonstrado o vínculo subjetivo entre o crime de perigo do art. 273 e o resultado mais grave. No caso, para a aplicação da qualificadora, é necessário que o resultado de lesão corporal ou de morte seja atribuído a título de culpa. 
Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica - art. 282, do CP
Bem jurídico tutelado
Tutela a incolumidade pública em especial a saúde pública. 
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: Há na expressão “sem autorização legal”
Elementosubjetivo: somente há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de exercer ilegalmente a profissão ou se exceder em seu exercício) Nãohá exigência de qualquer elemento subjetivo especial do tipo, mas, se houver o especial fim de lucro, o crime será qualificado, conforme Parágrafo Único. 
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – na primeira parte é crime comum, qualquer pessoa pode cometer. Já na segunda parte é crime próprio, pois somente médico, dentista ou farmacêutico podem ser sujeito ativo, vez que somente estes podem exceder os limites da profissão a qual estão legalmente autorizados a exercer. 
SUJEITO PASSIVO – é coletividade, bem como aquele que recebe atendimento por profissional legalmente desqualificado ou sem autorização legal para exercer a profissão..
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com o exercício habitual e reiterado da profissão de médico, dentista ou farmacêutico. A prática de uma ou outra conduta, ainda que repetida de tempos em tempos, não tipificará a conduta.
	
	
Tentativa – é inadmissível, pois o crime é habitual.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM na primeira parte e PRÓPRIO na segunda parte; quanto ao resultado, segundo Bitencourt, é CRIME DE MERA CONDUTA (basta realizar uma das ações descritas no tipo, com habitualidade, para que o crime se consume), já Nucci entende que e FORMAL; CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta); CRIME DE PERIGO ABSTRATO (aquele que afeta um bem jurídico coletivo, no presente crime, coloca em perigo a saúde de um número indeterminado de pessoas) e HABITUAL (constitui-se de atos que, isoladamente, são penalmente irrelevantes).
Distinção com os crimes charlatanismo e curandeirismo
De acordo com Fernando Capez, citando Nélson Hungria, o conceito tradicional ou vulgar de curandeiro é o indivíduo inculto, ou sem qualquer habilitação técnico profissional, que se mete a curar, com o mais grosseiro empirismo. Enquanto o exercente ilegal da medicina tem conhecimentos médicos, embora não esteja devidamente habilitado para praticar a arte de curar, e o charlatão pode ser o próprio médico que abastarda a sua profissão com falsas promessas de cura, o curandeiro é o ignorante chapado, sem elementares conhecimentos de medicina, que se arvora em debelar dos males corpóreos.
Charlatanismo - art. 283, do CP
Bem jurídico tutelado
Tutela a incolumidade pública, destacando-se principalmente a saúde pública ante o risco de que sejam adotados os meios anunciados pelo charlatão. 
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: somente há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de inculcar – que significa propor como vantajoso, aconselhar – ou anunciar – que significa apregoar, difundir, noticiar - cura por processo secreto ou infalível, tendo conhecimento da falsidade).
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Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, qualquer pessoa pode praticar, inclusive o próprio médico que anuncia cura por método secreto ou infalível. 
SUJEITO PASSIVO – é a coletividade, especialmente a pessoa lesada ou iludida pelo sujeito ativo.
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com a conduta de inculcar ou anunciar cura por processo secreto ou infalível. Com conhecimento da falsidade. É irrelevante que o autor tenha conseguido convencer alguém com sua ação.
	
	
Tentativa – é admissível, dependendo da forma da prática do crime, ou seja, sendo a forma oral não cabe tentativa.
	
	
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME DE MERA CONDUTA (basta realizar uma das ações descritas no tipo para que o crime seja consumado); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA LIVRE (pode ser praticado por qualquer meio, forma ou modo); CRIME INSTANTÂNEO (a consumação não se alonga no tempo); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta) CRIME DE PERIGO ABSTRATO (aquele que afeta um bem jurídico coletivo, no presente crime, coloca em perigo a saúde de um número indeterminado de pessoas) e HABITUAL (constitui-se de atos que, isoladamente, são penalmente irrelevantes).
Curandeirismo - art. 284, do CP
Bem jurídico tutelado
Tutela a incolumidade pública, particularmente a saúde pública, ante o risco criado pela prática habitual de métodos curativos e profiláticos não científicos ineficazes, produto, muitas vezes, de simples crendices populares. 
	
Elementos do tipo (subjetivo, descritivos e normativos);
Elemento objetivo: referem-se ao aspecto material do fato. Existem concretamente no mundo dos fatos e só precisam ser descritos pela norma, como por exemplo, o objeto do crime, o lugar, o tempo, os meios empregados o núcleo do tipo (verbo).
Elemento normativo: NÃO HÁ
Elemento subjetivo: somente há elemento subjetivo geral, ou seja, o DOLO (vontade livre e consciente de praticar, reiteradamente, qualquer das condutas descritas no tipo penal).
Sujeitos do delito
SUJEITO ATIVO – é crime comum, qualquer pessoa pode praticar. 
SUJEITO PASSIVO – é a coletividade, especialmente a pessoa lesada ou iludida pelo sujeito ativo.
Consumação e tentativa
Consumação – consuma-se o crime com a prática reiterada, e com habitualidade, do curandeirismo, por meio das condutas descritas nos incisos do art. 284.
	
	
Tentativa – é inadmissível, por se tratar de crime habitual.
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA:
Trata-se de CRIME COMUM (aquele que não exige qualquer condição especial do sujeito ativo); quanto ao resultado é CRIME DE MERA CONDUTA (basta realizar uma das ações descritas no tipo com habitualidade para que o crime seja consumado); CRIME COMISSIVO (o verbo nuclear implica a prática de uma ação); CRIME DOLOSO (não há previsão legal para a figura culposa); CRIME DE FORMA VINCULADA (pode ser cometido somente pela forma escolhida pelo tipo penal); CRIME UNISSUBJETIVO (pode ser praticado, em regra, apenas por um agente); CRIME PLURISSUBSISTENTE (pode ser desdobrado em vários atos, que, no entanto, integram a mesma conduta); CRIME DE PERIGO ABSTRATO (aquele que afeta um bem jurídico coletivo, no presente crime, coloca em perigo a saúde de um número indeterminado de pessoas) e HABITUAL (constitui-se de atos que, isoladamente, são penalmente irrelevantes).
Questões relevantes:
Curandeirismo x Liberdade de Culto Religioso;
Existe, muitas vezes, uma linha muito tênue que separa a religião do curandeirismo. O art.5º, VI, da CF, assegura a liberdade de culto religioso. No entanto, deve-se tentar levar a efeito a distinção entre a crença religiosa e as atividades praticadas por pessoas ignorantes, que acreditam em seus poderes milagrosos de cura e que, com isso, acabam criando uma situação de perigo à incolumidade pública.
O STJ já entendeu pela caracterização do delito de curandeirismo na hipótese em que o agente “ministrava passes e obrigava adultos e menores a ingerir sangue de animais e bebida alcoólica, colocando em perigo a saúde e levando os adolescentes a dependência do álcool (REsp 50426/MG)
Conflito aparente entrecurandeirismo e estelionato
Pode suceder que o agente se utilize da falsa roupagem de curandeirismo para de forma fraudulenta obter vantagens econômicas em prejuízo das vítimas. Nessa hipótese, o agente não é curandeiro, mas se utiliza desse engodo para induzir pessoas a erro.por exemplo: indivíduo que, mediante contraprestação pecuniária, fornece aos doentes óleo, para curar males da pele, que supostamente teria vertido do corpo de determinado padre milagreiro, quando na realidade o óleo é produzido em sua pequena fábrica de cosméticos. Veja-se que o curandeiro é o indivíduo ignorante que acredita poder debelar os males do corpo por meio do tratamento por ele dispensado. Já o estelionatário é o indivíduo esperto que, utilizando-se da ignorância do povo, faz promessa falsa de cura com o intuito de obter vantagens ilícitas.

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