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Índices de Liquidez

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Índices de Liquidez
Mostram a condição financeira da empresa, a curto (Liquidez Seca), médio (Liquidez corrente) e longo prazo (liquidez Geral).
A liquidez de uma empresa é medida em termos de sua capacidade de saldar suas obrigações de curto prazo à medida que se tornam devidas; diz respeito à solvência da posição financeira geral da empresa a facilidade com que pode pagar suas contas em dia. Como um precursor comum de dificuldades financeiras é uma liquidez baixa ou em declínio, esses índices podem fornecer sinais antecipados de problemas de fluxo de caixa e insolvência iminente do negócio.
Liquidez Seca
É reconhecido que os estoques, apesar de serem classificados como itens circulantes (curto prazo), não apresentam normalmente liquidez compatível com o grupo patrimonial em que estão incluídos. Sua realização é, na maioria das vezes, mais demorada e difícil que a demais elementos que compõem o ativo circulante.
A Liquidez Seca leva em consideração todas as contam que podem ser convertidas em dinheiro com relativa facilidade antes do prazo normal, se for necessário, mesmo que isso tenha um custo financeiro.
Tirar do cálculo de liquidez o valor de estoque elimina algumas variáveis que podem comprometer a análise, que os itens obsoletos e de baixa rotatividade. Não é o caso da Li
Indicadores econômico-financeiros
Os indicadores econômico-financeiros funcionam como ferramentas para obter informações sobre empresas. É importante perceber que mais do que respostas, fornecem perguntas sobre a situação da empresa analisada. Por exemplo, os índices de liquidez podem mostrar que a liquidez de uma empresa está se deteriorando, mas não explicam por quê. Desse modo, os índices mostram caminhos para entender a empresa com profundidade. É comum que estudantes e até mesmo analistas queiram dar respostas conclusivas baseados apenas nos índices, e frequentemente fazem julgamentos equivocados, já que os índices, isoladamente, não explicam o que acontece na empresa, apenas mostram problemas ou pontos fortes.
Em seu livro "Contabilidade Gerencial", 14ª edição, de 2013, Garrisson, Noreen e Brewer afirmam:
"Os índices não devem ser vistos como uma finalidade, mas como um ponto de partida. Eles levantam muitas questões e apontam para oportunidades de maior análise, mas são raras as vezes que respondem, isoladamente, a qualquer questão. Além de índices, os analistas devem avaliar tendências da indústria e mudanças tecnológicas, nos gostos dos consumidores, nos fatores econômicos mais amplos e dentro da própria empresa."
Normalmente as análises são feitas considerando-se um período de 3 a 5 anos, para que se possa ter uma melhor ideia da trajetória da empresa, e não apenas seus números no último ano. Desse modo fica fácil perceber quais índices estão melhorando e quais estão piorando, permitindo o reconhecimento dos pontos fortes e fracos.
A análise dos indicadores econômico-financeiros é complementada com as análises horizontal e vertical dos relatórios financeiros e análises não financeiras, especialmente de marketing, além de análises de macroambiente (ambiente legal, político, ambiental...). O estudante precisa entender que não pode, em suas conclusões, extrapolar aquilo que a própria análise oferece, ou seja, tirar conclusões sem fundamentação. Conclusões fortes exigem análises fortes e abrangentes.
Outro exemplo: a análise da rentabilidade de uma empresa mostra que esta vem diminuindo ao longo dos últimos anos. Isso pode não gerar necessariamente um julgamento negativo a respeito de seu desempenho, pois, digamos, a diminuição da rentabilidade do setor foi significativamente maior, ou a economia passou por um período de grave crise. Isso mostra como nossas conclusões analíticas devem ser cautelosas e enxergar além dos próprios índices.
Há um leque enorme de indicadores econômico-financeiros. A escolha do grupo de índices a ser utilizado em determinada análise deve levar em conta, entre outros fatores, os objetivos da própria análise:
gestão interna da empresa;
análise de crédito;
análise setorial;
análise para formulação de políticas públicas, entre outras utilidades.
Mesmo que a utilização dos índices seja para gestão interna de empresa, gestores de empresas diferentes selecionarão índices diferentes, em função de diferenças no ramo de atividade e no estilo das análises. Por exemplo, o gestor de uma fábrica de auto-peças irá escolher índices diferentes daqueles que escolherá o gestor de uma empresa de tecnologia (o Índice de Liquidez Seca e o Giro do Estoque são mais importantes para o gestor da fábrica, visto que os estoques numa fábrica são muito mais significativos que os estoques em uma empresa de tecnologia). Mesmo dois gestores de empresas que atuam no mesmo ramo da economia terão provavelmente conjuntos distintos de indicadores, por diferenças nos estilos de análise e gestão.
A escolha dos indicadores deve ser criteriosa e sintética, ou seja, não adianta escolher um monte de índices sem que se consiga uma análise objetiva e consistente. Os indicadores são expressos em números, e não adianta ter um mar de números sem que se consiga informações qualitativas relevantes e julgamentos coerentes. A situação geral da empresa é boa? A empresa corre risco de não cumprir suas obrigações financeiras? A rentabilidade da empresa é satisfatória? Estes são exemplos de perguntas que se pretende responder com o auxílio da análise dos indicadores econômico-financeiros, lembrando que frequentemente os indicadores não respondem às perguntas diretamente, mas dão boas pistas.
Os indicadores são divididos em grupos, e temos 4 grandes grupos (não são os únicos, mas os principais):
índices de liquidez;
índices de retorno ou rentabilidade;
índices de endividamento;
índices de atividade.
Os índices são normalmente calculados a partir de dados do Balanço Patrimonial (BP) e da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), mas podem ser necessários dados de outros relatórios contábeis
Índices de Liquidez ocultar
Os índices de liquidez servem principalmente para dar pistas sobre a capacidade de uma empresa de honrar seus pagamentos. Há dois principais índices, dependendo do horizonte temporal a ser considerado. Em curto prazo (menos de 1 ano) temos o Índice de Liquidez Corrente (ILC); em longo prazo temos o Índice de Liquidez Geral (ILG).
Abaixo são mostradas as fórmulas de cálculo desses índices.
A essência dos índices de liquidez é a razão (divisão matemática) entre ativos e passivos. Na liquidez corrente, consideramos apenas ativos circulantes e passivos circulantes. Na liquidez geral, consideramos também o Realizável a Longo Prazo (subgrupo dos ativos) e os Passivos não Circulantes, conforme mostrado nas fórmulas.
Essa forma de calcular os índices de liquidez através da divisão dos ativos pelos passivos tem consequências lógicas importantes. Se o volume de ativos é igual ao de passivos (tanto para a liquidez circulante quanto para a geral), o índice será 1, pois todo número dividido por ele mesmo é 1.
Suponhamos, apenas para ilustrar o que foi dito, o BP simplificado abaixo:
exemplo de balanço patrimonial simplificado
Considerando o BP acima, o ILG é calculado como segue:
Isso traz outra consequência: o 1 funciona como uma fronteira para os índices de liquidez. Índices de liquidez abaixo de 1 estão em uma zona perigosa, em que há mais passivos (obrigações financeiras) que ativos (bens e direitos). Índices de liquidez acima de 1 estão em uma zona de conforto ou folga, pois isso significa que há mais ativos que passivos.
É importante ter em mente que a análise de liquidez não pode se limitar a isso, pois uma empresa pode ter índices de liquidez superiores a 1 e uma análise aprofundada pode chegar à conclusão que sua situação é preocupante, devido outras circunstâncias e fatores.
Além disso, de maneira geral, podemos considerar que quanto maior o índice de liquidez, melhor, e quanto menor, pior. Por exemplo, se fazemos uma análise temporal da liquidez de uma determinada empresa e constatamosque seus índices de liquidez vêm aumentando com o passar do tempo, podemos concluir, sem medo, que sua situação, em termos de liquidez, melhorou. Porém, há um perigo ao se comparar empresas distintas, pois fatores ocultos podem estar presentes. A empresa A pode ter índices de liquidez superiores aos da empresa B, mas é possível que, ao se fazer uma análise aprofundada, perceba-se que sua situação, em termos de liquidez, não é melhor, devido a outros fatores e circunstâncias que não são levados em conta no cálculo dos índices.
Como é possível perceber, há sempre o risco de tirarmos conclusões equivocadas ao olharmos apenas para os índices querendo respostas rápidas.
Há um outro índice de liquidez importante, o índice de liquidez seca (ILS), que pode também ser chamado de índice de liquidez rápido. Serve para analisarmos a liquidez de uma empresa em curto prazo com um rigor maior. A fórmula básica para o ILS (pode haver variações) é:
A utilização do ILS é fundamental, por exemplo, em empresas que têm um baixo giro dos estoques, ou seja, em que seus estoques demoram no ciclo de transformação e venda. É por isso que o ILS subtrai os estoques dos ativos circulantes, pois pode ser perigoso contar com os estoques para honrar os compromissos financeiros, já que seu ciclo de transformação e venda é demorado.
Como escrito acima, o ILS tem variações. Por exemplo, pode-se também deduzir dos ativos circulantes, além dos estoques, a conta impostos a recuperar, visto que pode não se converter em caixa rapidamente. De modo geral, o ILS é calculado considerando-se as contas Disponibilidades, Aplicações Financeiras e Contas a Receber.
De modo geral, o ILS é uma forma de se avaliar a liquidez com maior rigor, segundo critérios adequados à empresa e circunstâncias em análise.
Índices de Retorno ou Rentabilidade
Índices de endividamento
Índices de atividade
Conclusões
Índices de Retorno ou Rentabilidade ocultar
Os índices de retorno ou rentabilidade são muito importantes na análise econômica das empresas, basicamente porque consideram o lucro em seus cálculos e permitem avaliar se a rentabilidade é satisfatória, principal objetivo financeiro de toda empresa. Os índices de rentabilidade mais comuns são a margem de lucro, o ROE e o ROA, dados pelas fórmulas abaixo:
A multiplicação por 100 nas fórmulas acima serve para expressar esses índices como valores percentuais, diferentemente dos índices de liquidez, expressos como números puros.
O ROE também é chamado de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL), havendo outros possíveis nomes para esses mesmos índices. Aliás, uma das grandes dificuldades para quem começa a estudar Finanças é a grande variedade nas nomenclaturas, ou seja, vários nomes para uma mesma coisa.
Não se pode confundir a margem de lucro de uma empresa com a margem de contribuição do(s) produto(s). Suponha um comerciante que compra um produto por R$ 50,00 e o revende por R$ 100,00. A margem do produto é [(100 - 50)/100] x 100 = 50%. Essa é a margem de contribuição do produto, e não a margem de lucro. A margem de lucro do comerciante considera todo o seu conjunto de produtos (não um produto isolado), além das despesas operacionais do negócio (salários de pessoal administrativo, telefone, suprimentos para escritório...).
Para ilustrar o cálculo desses índices, vamos considerar a DRE abaixo e o Balanço Patrimonial dado na sessão dos índices de liquidez.
exemplo de DRE simplificado
A DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) é a apuração do lucro das empresas. O cálculo dos índices de rentabilidade citados acima fica assim:
Interpretação básica desses resultados:
Margem de lucro - para cada R$ 100,00 de Receita Líquida, R$ 8,58 de lucro são gerados;
ROE - para cada R$ 100,00 de Patrimônio Líquido, R$ 85,80 de lucro são gerados;
ROA - para cada R$ 100,00 de Ativos, R$ 42,90 de lucro são gerados.
A margem de lucro informa sobre a estrutura de custos e despesas da empresa, visto que compara lucro com a receita líquida. Se a estrutura de custos e despesas é pesada, a margem de lucro é baixa; se a estrutura de custos e despesas é leve, a margem de lucro é alta.
O ROE informa sobre o retorno do capital próprio (Patrimônio Líquido), visto que compara o lucro com o Patrimônio Líquido (ou Equity,em inglês). Quanto maior o investimento em Patrimônio Líquido, menor o ROE. De modo análogo, quando o Patrimônio Líquido é baixo, o ROE é alto.
O ROA informa sobre o retorno dos Ativos, visto que compara o lucro com o volume de ativos. Empresas que exigem altos volumes de investimento em Ativos tendem a ter ROA baixo, enquanto empresas com baixos volumes de investimento em Ativos tendem a ter ROA alto.
Embora sejam incomuns (normalmente são inferiores a 30%), os altos percentuais de ROE e ROA do exemplo não são impossíveis. Novas empresas explorando um novo mercado podem apresentar percentuais ainda maiores que os do exemplo, pois conseguem volumes substanciais de vendas com investimentos relativamente baixos.
Uma conclusão lógica: o ROA é sempre inferior ao ROE, visto que o Patrimônio Líquido é sempre inferior ao total de ativos; toda empresa, mesmo que não tenha dívidas, possui passivos operacionais, portanto o PL será sempre menor que os Ativos (lembre-se da equação básica do Balanço Patrimonial - ATIVOS = PASSIVOS + PL). Como o denominador do ROA é sempre maior que o denominador do ROE, e o numerador é o mesmo, o ROA será sempre menor que o ROE.
Empresas que operam com altas margens de contribuição (preços muito maiores que os custos de produção/mercadorias) podem apresentar altos valores de margem de lucro, pois o peso dos custos e despesas é baixo com relação às receitas de vendas.
Bibliografia Índices de endividamento ocultar
Destaco três índices relativos a endividamento: índice de endividamento geral, índice de imobilização do PL e índice de cobertura de juros.
O índice de endividamento geral (IEG) revela a proporção dos investimentos de uma empresa financiada por dívidas; é a divisão do total de ativos pelo total das dívidas.
O índice de imobilização do PL indica quanto a empresa investe em ativo permanente com relação ao que tem de patrimônio líquido; é a razão entre essas duas medidas.
O índice de cobertura de juros mostra se há folga ou déficit na relação entre o Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda (LAJIR) e as despesas com juros; é a razão entre essas duas medidas.
O IEG é expresso como um percentual (por isso a multiplicação por 100 na fórmula). O total das dívidas pode ser entendido como o total do Passivo Circulante somado ao total do Passivo não Circulante (antigo Exigível a Longo Prazo), ou como apenas os passivos onerosos, o que exclui os passivos operacionais (como as contas fornecedores, salários a pagar, impostos a pagar, entre outras) e considera apenas as contas relativas a dívidas com credores. Eu prefiro a segunda opção, pois é mais fiel ao conceito de endividamento.
O endividamento está associado ao conceito de alavancagem financeira, que é basicamente a utilização de dívidas (ou capital de terceiros) como fonte de capital alternativa ao capital próprio (vindo dos proprietários, sócios ou acionistas). A vantagem disso é que o capital de terceiros é mais barato que o capital próprio (os bancos assumem menores riscos que os proprietários, portanto requerem menores rentabilidades sobre o capital investido), além de oferecer também a vantagem do benefício fiscal (os juros pagos sobre as dívidas são descontados do lucro, diminuindo o imposto de renda a ser pago). Porém, essa vantagem do endividamento só ocorre até um certo nível, pois quando uma empresa está muito endividada os credores cobram altas taxas de juros por novas dívidas, e a vantagem deixa de existir.
Esse nível ótimo de endividamento (também conhecido como estrutura ótima de capital) depende basicamente do ramo de atividade da empresa e seu risco operacional. Empresas que operam com produtos e serviços essenciais em mercados com baixa competitividade - empresas de fornecimentode energia ou saneamento básico, por exemplo - podem assumir altos níveis de endividamento, pois seu risco operacional é baixo. Empresas que operam em mercados altamente competitivos não podem assumir altos níveis de endividamento, já que seu risco operacional é alto e os credores não irão se expor a esse risco sem cobrar altas taxas.
A análise do IEG foca-se basicamente em verificar se o seu valor está próximo do nível ótimo de endividamento e se não atinge níveis preocupantes (crescimento descontrolado). Abaixo vemos um gráfico que mostra claramente um crescimento preocupante do endividamento.
O índice de imobilização do PL (IPL) mede a relação entre o Ativo Imobilizado e o Patrimônio Líquido. Se for maior que 100%, significa que o Ativo Imobilizado é maior que o Patrimônio Líquido, de modo que a parte excedente é financiada com dívidas. Se for menor que 100%, significa que o Patrimônio Líquido é maior que o Ativo Imobilizado, de modo que o capital próprio, além de financiar todo o ativo permanente, financia também parte do ativo circulante.
Em princípio, pode-se pensar que quanto menor o IPL, melhor. Isso porque significa menos endividamento e menor risco de liquidez. Mas isso não é necessariamente válido. Empresas em expansão podem buscar financiamento através de dívidas (alavancagem financeira) ao invés de financiamento com capital próprio (emissão de ações ou aportes de sócios). Essa estratégia pode ser muito bem sucedida, pois embora as dívidas aumentem o risco de liquidez, elas podem aumentar a rentabilidade do negócio. Portanto, uma empresa pode apresentar significativo aumento do IPL sem que isso seja considerado algo ruim, mas como decorrente de uma estratégia de alavancagem que, se bem sucedida, afetará positiviamente a rentabilidade do negócio.
Assim como o IEG (e todos os outros índices), o IPL deve ser interpretado de acordo com o ramo do negócio. Negócios em ambientes de menor risco podem se endividar mais, apresentando maiores IPLs, enquanto negócios em ambientes mais arriscados têm menos "espaço" para endividamentos, apresentando naturalmente menores IPLs.
O Índice de Cobertura de Juros (ICJ) é um índice importantíssimo para se avaliar o risco financeiro de uma empresa, pois compara o Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda (LAJIR) com o valor dos juros devidos aos credores. Esse índice tem uma interpretação muito simples: quanto maior, melhor.
Se o ICJ for menor que 1 significa que a empresa não gera lucro suficiente para pagar os juros. Se essa situação se prolonga por alguns anos, pode indicar sério risco de falência. Empresas com ICJ superior a 3 têm uma situação de folga, sugerindo baixo risco de falência, pelo menos por parte dos credores financeiros.
O fato do ICJ ser menor que 1 não significa necessariamente que a empresa irá dar calote nos bancos, pois embora o LAJIR seja menor que os juros, a empresa mesmo assim pode ter caixa para pagar os juros ou pode também renegociar os termos da dívida. Porém, como explicado anteriormente, se essa situação perdurar, o risco de calote passa a ser preocupante.
A falência pode ser movida não apenas por credores financeiros (bancos que realizam empréstimos), mas também por credores operacionais, como fornecedores e prestadores de serviço. Nesse caso, os indicadores de liquidez e atividade são importantes nessa análise.
Índices de atividade ocultar
Os índices de atividade são índices de giro e prazo médio. Medem a velocidade com que a empresa transforma seus ativos. Esses índices, para que sejam bem interpretados, devem ser analisados através de séries históricas ( evolução ao longo dos anos) e em comparação com empresas do mesmo setor. Em princípio quanto maior o giro e menor o prazo, melhor, mas não necessariamente. Destaco os seguintes índices:
O Giro dos ativos mede a eficiência com que seus ativos geram vendas. Pense em duas empresas, do mesmo setor, que geram o mesmo nível de venda, digamos, R$ 100.000,00 por mês. Porém uma delas tem ativos totais no valor de R$ 1.000.000,00 e a outra tem ativos no valor total de R$ 500.000,00. Qual é mais eficiente?
É fácil perceber que a segunda empresa é mais eficiente, pois gera o mesmo nível de vendas com menor ativo. O Giro dos ativos mostra isso: o giro dos ativos da primeira é 200.000/1.000.000 = 0,2 e o giro dos ativos da segunda é R$ 200.000/500.000 = 0,4. O maior giro da segunda mostra que ela é mais eficiente na utilização dos seus ativos para geração de vendas.
Coloco abaixo um gráfico fictício para valores de Giro dos ativos ao longo de uma série de 5 anos:
Podemos ver pelo gráfico que o Giro dos ativos sofreu pequena queda de 2009 para 2010. Em 2011, os ativos subiram de R$ 180.000 para R$ 300.000, um aumento de 67% enquanto as vendas foram de R$ 110.000 para R$ 150.000, um aumento de apenas 36%. Como o aumento das vendas não acompanhou o aumento dos ativos, O Giro dos ativos sofreu queda considerável, que não foi recuperada nos próximos anos. De modo sintético, a empresa perdeu eficiência, pois aumentou o investimento em ativos sem que as vendas aumentassem na mesma proporção.
O Giro dos estoques é outro indicador importante, especialmente para indústrias, mas também para comércio. O maior problema envolvendo os estoques é o seu dimensionamento, ou seja, seu tamanho. Por um lado, grandes estoques são importantes para evitar paradas no processo produtivo e perda de vendas, além de gerar ganhos em tempos de alta inflação. Porém, por outro lado, manter estoques exige investimento e portanto tem um custo financeiro significativo (temos o chavão " estoque é dinheiro parado").
Assim como o Giro dos Ativos, quanto maior, melhor, pois indica que os estoques são rapidamente vendidos. Há um engano sobre o Giro dos estoques quando se pensa que se uma empresa tem baixos níveis de estoques e está perdendo vendas, seu giro será alto, pois o giro é inversamente proporcional ao nível de estoques. Mas isso não é válido, pois se a empresa tem baixo nível de estoques e perde vendas, não só os estoques serão baixos, mas também o CPV, de modo que nesse caso o Giro dos estoques não será alto. Não quero dizer que perder vendas é irrelevante, mas apenas que o indicador Giro dos estoques inclui esse fator no seu cálculo. A perda de vendas tem um custo a ser avaliado principalmente pela área de marketing: como isso impacta na imagem da empresa, na perda de market-share para concorrentes, entre outros fatores.
O Prazo médio dos estoques não é um indicador independente do giro, na verdade é diretamente dependente. Não oferece nova informação, apenas uma maneira diferente de ver o estoque. Quanto maior o giro, menor o prazo médio. Mostro abaixo gráficos de Giro dos estoques e Prazo médio dos estoques com base em dados fictícios.
Gerei os dados de modo a fazer os estoques crescerem a uma taxa de 15% ao ano, enquanto o CPV cresce a 8% ao ano. Essa é uma situação em princípio desfavorável, pois o crescimento dos estoques é superior ao Custo dos Produtos Vendidos. Os gráficos mostram isso claramente, pois o giro cai com o tempo e o prazo médio sobe com o tempo.
Como já destacado, a análise dos índices deve ser cuidadosa. Por exemplo, essa piora nos índices de giro e prazo poderia ser decorrente de uma estratégia de maior nível de estoques para reduzir perda de vendas, e com isso melhorar a imagem e o market-share da empresa. Portanto, o que numa avaliação superficial poderia parecer ruim, seria, quando analisado melhor, algo positivo.
Os índices Giro das contas a receber e Prazo médio das contas a receber funcionam de forma similar aos de estoque. Medem a rapidez com que os valores das vendas são convertidos em caixa. Eles têm a mesma relação de dependência, pois o prazo em dias é obtido da divisão de 360 pelo giro. Quanto maior o giro e menor o prazo, melhor.
Esses índices dependem basicamente da proporção de vendas a prazo sobre as vendas à vista e do prazo oferecido aos clientes nessas vendas a prazo. A liquidez de uma empresa está muito vinculada aos índices de giro eprazo, tanto dos estoques quanto das contas a receber, pois quanto maior os giros, mais rapidamente os recursos são convertidos em dinheiro no caixa.
Conclusões ocultar
O objetivo deste texto é apenas apresentar o básico sobre a análise de indicadores financeiros, muito importante na gestão das empresas. É preciso ter em mente que existe um conjunto extenso de indicadores, indo muito além dos aqui apresentados. Há muito material disponível sobre este assunto, na internet e na literatura de Administração Financeira. Pesquise e faça análises para se aprofundar. Os relatórios das empresas SA, com Balanço Patrimonial e DRE, estão disponíveis na internet. Sugiro que se faça análises usando esse material.
utilizada:
GARRISON, R.; NOREEN, E. & BREWER, P. Contabilidade Gerencial: 14ª Edição. Porto Alegre: AMGH, 2013.
BRIGHAM, E.F.; EHRHARDT, M.C. Administração Financeira: Teoria e Prática. Tradução da 10ª Edição norte-americana. São Paulo: Thomson Learning, 2007.

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