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Direito Empresarial Material III Professora Paula Regina Martins Conceito de empresário Conceito de empresário = Empresário é aquele que exerce profissionalmente atividade econômica que implica na circulação de bens e serviços com a finalidade de lucro, conforme anuncia o art. 966 do CC/02. OS REGIMES DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS E DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS O regime da comunhão universal Neste regime, todos os bens, presentes e futuros, ativos ou passivos, pertencem, a princípio, a ambos os cônjuges (art. 1667 do CC). Ao adotar este regime, cada um dos cônjuges passa a ter direito à metade do patrimônio ativo e passivo. Ao adotar esse regime de bens, os cônjuges não podem contratar sociedade entre si ou com terceiros (art. 977 do CC). Institui o Código Civil. OS REGIMES DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS E DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS Regime de separação de bens “Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento”: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; II - da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. OS REGIMES DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS E DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS “Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.” OS REGIMES DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS E DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS É preciso reconhecer, antes de tudo, que a vedação legal tem razões óbvias. No primeiro caso — o da comunhão universal— a sociedade seria uma espécie de ficção, já que a titularidade das quotas do capital de cada cônjuge na sociedade não estaria patrimonialmente separada no âmbito da sociedade conjugal. OS REGIMES DA COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS E DA SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA DE BENS Já no que tange ao regime da separação obrigatória, seria ilógico as partes contratarem sociedade se a lei não lhes permite misturar seus patrimônios no âmbito do casamento. Sociedades No caso do Empresário Individual (EI), uma única pessoa física constitui a empresa, cujo nome empresarial deve ser composto pelo nome civil do proprietário, completo ou abreviado, podendo aditar ao nome civil uma atividade do seu negócio ou um apelido. Um empresário individual atua sem separação jurídica entre os seus bens pessoais e seus negócios, ou seja, não vigora o princípio da separação do patrimônio. O proprietário responde de forma ilimitada pelas dívidas contraídas no exercício da sua atividade perante os seus credores com todos os bens pessoais que integram o seu patrimônio (casas, automóveis, terrenos etc.) e os do seu cônjuge (se for casado num regime de comunhão de bens). Sociedades A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) é uma natureza jurídica criada por lei em julho de 2010 e que pode ser constituída desde o dia 9 de janeiro de 2012. Ela possibilita a solução de vários problemas atuais, como a situação de responsabilidade ilimitada do empresário individual e a formação de sociedades limitadas com a participação de sócios, tais como filho(a), mulher ou marido, ou terceiros com um percentual mínimo, somente para atender o requisito de se ter um segundo sócio. Sociedades A EIRELI deve ter um titular, pessoa física maior de 18 anos (ou menor emancipado), brasileiro ou estrangeiro, e capital mínimo de 100 vezes o maior salário-mínimo do País – totalmente integralizado, sendo a responsabilidade do titular limitada ao valor do capital. O titular pessoa física não poderá ter mais de uma EIRELI. A administração deve ser exercida por uma ou mais pessoas podendo o administrador ser o próprio titular ou não O registro da EIRELI será efetuado pelas Juntas Comerciais, órgãos executores do Registro Público de Empresas Mercantis, mediante arquivamento de ato constitutivo que observará, no que couber, as regras da sociedade limitada. Sociedades Esta é a sigla para o Microempreendedor Individual (MEI). Trata-se de uma empresa individual, voltada para a formalização das pessoas que trabalham por conta própria. O tipo foi criado pela Lei Complementar nº 123/2006, e alterado pela LC 155/2016. Um microempresário individual não pode ter sócios, pode ter, no máximo, um funcionário e deve ter uma receita bruta anual de até R$ 81 mil. Sociedade Limitada e Sociedade Anônima Muitas pessoas se perguntam o que significa as siglas que vêm depois da razão social de uma empresa, o Ltda. E o S.A. (S/A ou SA) e qual a diferença entre elas. Na verdade não existe uma diferença operacional e sim quanto ao modelo contábil em suas estruturas e normas. A Ltda. (sociedade Limitada) é a chamada Sociedade por Cotas de Responsabilidade Limitada, nesses casos as empresas possuem sócios que investem uma determinada parte do capital total destinado à empresa e a responsabilidade de cada um é proporcional ao valor investido, inclusive em caso de dívidas. Sociedade Limitada e Sociedade Anônima Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social (Código Civil, art. 1.052). S.A. por sua vez é regulada pela Lei 6.404/76, que a define como companhia ou sociedade anônima. Nesse caso o capital da empresa é dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações adquiridas. Falência e Recuperação Conceito de falência: É o processo de execução coletiva do patrimônio do devedor empresário, no qual os seus bens serão arrecadados, os administradores serão afastados da gestão da empresa e será estabelecida uma ordem legal e de preferência entre os credores. Com efeito, será realizado o ativo, cujo produto servirá para o pagamento dos credores. É uma espécie de execução coletiva. Falência e Recuperação A instauração da falência pressupõe que os devedores encontram-se incapacitados de prosseguir com suas atividades. Por tal motivo, só podem ser requeridas as falências de quem se apresentar presumidamente insolvente, isto é, incapaz de honrar com as obrigações assumidas ou praticando atos denotadores de sua dificuldade. Falência e Recuperação Fases da falência: PRELIMINAR = nesse momento ocorre o processo de conhecimento, com amplo direito de defesa e contraditório. Esta fase tem início com o requerimento de falência e se encerra com a sentença que acolhe ou não o pedido de falência. Seu objetivo é verificar se estão ou não presentes os pressupostos falimentares. Falência e Recuperação SINDICÂNCIA = Também chamada de fase verificatória ou de investigação, representa o início do processo de execução concursal, tendo por escopo a formação da massa falida, isto é, arrecadação dos bens e classificação dos credores. Ela se inicia com a sentença que decreta a falência e termina quando todos os bens já estiverem arrecadados e os créditos declarados. Falência e Recuperação LIQUIDAÇÃO = Também chamada de fase satisfativa, ela tem por objetivo realizar o ativo arrecadado para satisfação do passivo. Em suma, é nessa derradeira fase que os credores do falido são pagos. A fase de liquidação termina com a sentença que encerra a falência. Falência e Recuperação Recuperação judicial - Artigo 47: “A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua funçãosocial e o estímulo à atividade econômica.” Falência e Recuperação Preservação da empresa: em razão de sua função social, a empresa deve ser preservada sempre que possível, pois gera riqueza econômica e cria emprego e renda, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento social do País. Falência e Recuperação Separação dos conceitos de empresa e de empresário: a empresa é o conjunto organizado de capital e trabalho para a produção ou circulação de bens ou serviços. Não se deve confundir a empresa com a pessoa natural ou jurídica que a controla. Assim, é possível preservar uma empresa, ainda que sob o controle de uma nova sociedade empresária. Falência e Recuperação Recuperação das sociedades e empresários recuperáveis: sempre que for possível a manutenção da estrutura organizacional ou societária, ainda que com modificações, o Estado deve dar instrumentos e condições para que a empresa se recupere, estimulando, assim, a atividade empresarial. Falência e Recuperação Recuperação Judicial - Processamento do Pedido. O devedor deve fazer uma exposição completa da situação patrimonial da empresa e dar as razões da crise econômica-financeira. Deve, ainda, intruir o pedido com uma série de documentos e demonstrações contábeis e financeiras que possibilitem uma perquirição da viabilidade econômico-financeira da empresa. Prazo da recuperação judicial: O plano de restruturação não tem prazo definido na Lei e, portanto, dependerá de cada caso Falência e Recuperação Recuperação Extrajudicial: É o acordo celebrado entre devedor e seus credores homologado judicialmente. É o instituto mais célere e financeiramente mais eficiente, pois todas as negociações entre devedor e credores ocorrem no âmbito privado. Falência e Recuperação Crimes falimentares A Lei de Falências e de Recuperação de Empresas (Lei n. 11.101/2005) introduziu profunda mudança na disciplina do crime falimentar, que é caracterizado após a decretação da falência ou da concessão da recuperação judicial ou da recuperação extrajudicial. É apurada a existência de possíveis “crimes falimentares”, na maioria das vezes cometidos pelo falido. Nenhuma das condutas descritas pela Lei 11.101/2005 é punível, ao menos como crime falimentar, sem que tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologada a recuperação extrajudicial. Falência e Recuperação São crimes falimentares: Crime falimentar de fraude a credores Crime de violação de sigilo empresarial Crime de divulgação de informações falsas Crime de divulgação de informações falsas Crime de favorecimento de credores Crime de desvio, ocultação ou apropriação de bens Crime de aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens Crime de habilitação ilegal de crédito Crime de exercício ilegal de atividade Crime de violação de impedimento Crime de omissão de documentos contábeis obrigatórios
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