Resumo folkcomunicação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS - CAMPUS PALMAS
ALUNO: VICTOR HUGO SANTOS COSTA CURSO: DIREITO, 4° PERÍODO
DISCIPLINA: FOLKCOMUNICAÇÃO
PROFESSOR (A): WOLFGANG TESKE	
Capítulo do livro Metamorfose da Folkcomunicação – Antologia Brasileira. MELO, José Marque de; FERNANDES, Guilherme Moreira. São Paulo: Editae Cultural, 2013. p. 670-691. 
Resumo do artigo: TEORIA DA FOLKCOMUNICAÇÃO: DA ORIGEM AOS PROCESSOS FOLKMIDIÁTICOS.
	A folkcomunicação é apresentada como uma área de estudos abrangentes no mundo da comunicação social. Porém área ainda está em ascensão por ser inaugurada a sua exploração em pouco tempo. Com origem por Luiz Beltrão, jornalista, pesquisador com experiência profissional com mais de 30 anos, este passa a ser destacado como o criador, pioneiro ao estudo da folkcomunicação, não sendo apenas estas suas contribuições ao campo da comunicação. Seus estudos na área levaram posteriormente a pesquisadores criarem a rede Brasileira de Folkcomunicação e até mesmo uma Revista Internacional de Folkcomunicação mantida eletronicamente na internet.
	Luiz Beltrão com seus estudos iniciais sobre a folkcomunicação acompanha principalmente as manifestações daqueles que estão as margens de uma sociedade, ou seja, aquela população "marginalizada". Seu estudo se foca na sociedade marginalizada porque de acordo com ele, Luiz Beltrão, estes são questionados sobre a visão própria de sua gente pela visão de outros considerados dominantes. Segundo Beltrão, os marginalizados eram excluídos do sistema de comunicação social implantado, pois não eram atingidos com a mensagem pelos meios de difusão midiática. Por isso, esses grupos utilizavam "um outro complexo de procedimentos" emissores de mensagens, ao nível de sua vivencia, experiências e necessidades. Exemplos de assuntos estudados pela folkcomunicação devido sua marginalização presentes no artigo são os ex-votos.
	O ex-voto apesar de ser um assunto já estudado anteriormente por outras áreas como antropologia, sociologia e folcloristas passa a partir desta, a ter uma importância também para os comunicólogos. Objetos simbólicos colocados em uma igreja para cumprir uma promessa ou para agradecer uma graça alcançada, os ex-votos, transmitem mensagens codificadas em múltiplos signos. 
	Estudado de forma diferente pelas outras áreas os ex-votos são observados não somente pelo seu aspecto artístico, mas sim pelas manifestações encontradas na linguagem do povo, a expressão do seu pensar. Tanto o transmissor quanto o receptor compreendem e assimilam a mensagem e a levam para a comunidade, onde a retransmitem. 
	Ligado diretamente ou indiretamente com o folclore da sociedade marginalizada, que na época era público de estudo da folkcomunicação de Beltrão, este se diferencia dos folcloristas. O que diferencia Beltrão dos folcloristas é o de não se ater ao encanto folclórico, ao seu pitoresco, a sua cor, mas ao descobrir os significados manifestos contidos nas mensagens presentes no folclore com seus aspectos tradicionais. Através da folkcomunicação é possível penetrar no cerne do significado das mensagens presentes nas manifestações culturais, na época denominadas apenas de folclore.
	Não se pode entender o folclore como ciência, sendo assim a folkcomunicação aparece trazendo uma transdisciplinaridade sendo uma teoria que provoca discussões acadêmicas e cientificas sobre tal assunto.
	O mundo em constante globalização, possuiu seus contextos atuais modificados em relação à época da criação da teoria da folkcomunicação. Hoje em dia com os avanços tecnológicos as manifestações culturais foram modificadas. A mídia globalizada rompeu com o isolamento social em que os grupos periféricos viveram até recentemente. Costumes, tradições, gestos e comportamentos de outros povos circulam amplamente, globalmente.
	Atualmente o Brasil para Trigueiro (2008, p.15) pode ser caracterizado como uma "sociedade midiática" por gastar muitas horas em frente a televisão. Esse fato, a presença da televisão e o impacto da mensagem transmitida, interfere diretamente sobre as pessoas nos centros urbanos, pequenas cidades e até mesmo em lugares longínquos, principalmente por fazer parte da vida da maioria dos sertanejos. 
	E aquele que outrora fora o agente folkcomunicacional, por estar presente em uma comunidade marginalizada, possuir algum prestígio, credibilidade e interpretava e socializava as mensagens do sistema de comunicação social da época (comparado hoje com o líder de opinião), após as mudanças ocorridas no mundo o conceito de agente folkcomunicacional criado por Beltrão se diferenciou.
	O surgimento do ativista midiático do sistema folkcomunicacional é devido essa nova situação. Esse novo conceito surge para tentar elucidar os enigmas que perpassam a cultura global-local. A imagem desse ativista aparece como defensor do seu grupo social, normalmente excludente fazendo com que se crie espaços de interação entre as culturas populares e as culturas midiáticas, propondo pautas para a mídia com temas na área cultural e econômica.