Buscar

FundMicro-3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 74 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fundamentos de Microeconomia
Cap´ıtulo 3. Maximizac¸a˜o de lucros e oferta competitiva
Ciclo Ba´sico 2◦ per´ıodo / 2012
Graduac¸a˜o em Cieˆncias Econoˆmicas
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 1 / 74
Plano do cap´ıtulo
1 Mercados perfeitamente competitivos
2 Maximizac¸a˜o de lucros
3 Receita marginal, custo marginal e maximizac¸a˜o de lucros
4 Escolha do n´ıvel da produc¸a˜o no curto prazo
5 Curva da oferta no curto prazo da empresa competitiva
6 Curva da oferta de mercado no curto prazo
7 Escolha do n´ıvel de produc¸a˜o no longo prazo
8 Curva da oferta do setor no longo prazo
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 2 / 74
Mercados perfeitamente competitivos
O modelo de competic¸a˜o perfeita baseia-se em treˆs pressupostos
ba´sicos:
1 aceitac¸a˜o de prec¸os
2 homogeneidade de produto
3 livre entrada e sa´ıda de empresas
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 3 / 74
Mercados perfeitamente competitivos
Homogeneidade de produtos
Quando os produtos de todas as empresas em um mercado sa˜o
substitutos perfeitos entre si, isto e´, quando eles sa˜o homogeˆneos
Nenhuma delas pode elevar o prec¸o de seu pro´prio produto acima do
prec¸o praticado pelas outras empresas, porque, nesse caso, perderia
todos ou a maior parte dos nego´cios
Tomadoras de prec¸os
Empresas que na˜o teˆm influeˆncia sobre o prec¸o de mercado e, portanto,
aceitam o prec¸o como dado
Como cada empresa vende uma parte suficientemente pequena do total
da produc¸a˜o que vai para o mercado, as suas deciso˜es na˜o influenciam
o prec¸o de mercado
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 4 / 74
Mercados perfeitamente competitivos
Livre entrada (e sa´ıda)
Quando na˜o ha´ custos especiais que tornam dif´ıcil para uma empresa
entrar em um setor (ou sair dele)
Condic¸o˜es necessa´rias e suficientes para competic¸a˜o perfeita?
A presenc¸a de muitas empresas na˜o e´ necessa´ria nem suficiente
para que um setor se aproxime da competic¸a˜o perfeita (as
empresas podem se unir para definir prec¸os, especialmente quando
vendem produtos homogeˆneos)
A presenc¸a de apenas algumas empresas em determinado mercado
tambe´m na˜o elimina a possibilidade de um comportamento
competitivo (pode acontecer quando a demanda pelo produto e´
bastante ela´stica)
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 5 / 74
Sera´ que as empresas maximizam lucros?
A suposic¸a˜o de maximizac¸a˜o de lucros e´ frequentemente utilizada
em microeconomia pelo fato de prever o comportamento
empresarial de forma razoavelmente acurada, evitando
complicac¸o˜es anal´ıticas desnecessa´rias
No caso das empresas menores administradas pelos proprieta´rios, o
interesse pelo lucro provavelmente dominara´ todas as deciso˜es da
empresa
Nas empresas maiores, entretanto, os administradores que tomam
as deciso˜es no dia a dia geralmente teˆm pouco contato com os
proprieta´rios (isto e´, os acionistas): problemas de ageˆncia por
causa de problemas de monitoramento (moral hazard) e
informac¸a˜o assime´trica (adverse selection)
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 6 / 74
Sera´ que as empresas maximizam lucros?
Selec¸a˜o do mercado
As empresas que na˜o conseguem se aproximar da maximizac¸a˜o dos
lucros provavelmente na˜o sobrevivera˜o
As empresas que sobrevivem em setores competitivos tornam o
planejamento de lucros no longo prazo uma de suas mais altas
prioridades
Forma alternativa de organizac¸a˜o: cooperativa
Associac¸a˜o de nego´cios ou pessoas cuja propriedade e gerenciamento se
da˜o de forma conjunta pelos membros visando ao benef´ıcio mu´tuo
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 7 / 74
Exemplos de cooperativas
Fazendas podem decidir formar uma cooperativa na qual juntem
seus recursos de forma a distribuir e comercializar leite para os
consumidores
Cooperativa alimentar: loja ou pequeno mercado onde a compra e´
restrita aos participantes. Os prec¸os sa˜o definidos de forma que a
cooperativa evite a perda de dinheiro
Cooperativas habitacionais (Nova York): por exemplo um edif´ıcio
de apartamentos no qual o terreno e a construc¸a˜o sejam de
propriedade de uma corporac¸a˜o
I os membros possuem ac¸o˜es no grupo, ale´m de terem o direito de
habitar uma das unidades
I eles podem participar da administrac¸a˜o do edif´ıcio: eventos sociais,
gerenciando financ¸as ou mesmo decidindo quem sera˜o os vizinhos
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 8 / 74
Receita marginal, custo marginal e maximizac¸a˜o de
lucros
Lucro
Diferenc¸a entre receita total (R(q)) e custo total (C(q))
pi(q) ≡ R(q)− C(q)
Receita marginal
Mudanc¸a na receita que e´ o resultado do aumento de uma unidade na
produc¸a˜o
RMg(q) =
dR
dq
(q)
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 9 / 74
Receita marginal, custo marginal e maximizac¸a˜o de
lucros
Uma empresa escolhe o n´ıvel de produc¸a˜o q?, de forma que maximize o
lucro, que corresponde a` diferenc¸a AB entre a receita, R, e o custo, C
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 10 / 74
Receita marginal, custo marginal e maximizac¸a˜o de
lucros
Teorema
No n´ıvel de produc¸a˜o o´timo, q?, a receita marginal (a inclinac¸a˜o da
curva de receita) e´ igual ao custo marginal (a inclinac¸a˜o da curva de
custo)
RMg(q?) = CMg(q?)
Se a func¸a˜o q 7→ pi(q) atinge o ma´ximo em q? > 0 temos enta˜o
dpi
dq
(q?) = 0
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 11 / 74
Demanda e receita marginal para uma empresa
competitiva
Uma empresa competitiva fornece apenas uma pequena parte q da
produc¸a˜o total Q de todas as empresas de um setor
Portanto, para a empresa, o prec¸o do produto e´ dado pelo mercado, e ela
escolhe seu n´ıvel de produc¸a˜o pressupondo que o prec¸o de mercado na˜o
sera´ afetado por sua escolha
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 12 / 74
Maximizac¸a˜o de lucros por empresas competitivas
Num mercado competitivo temos RMg(q) = P onde P e´ o prec¸o do
mercado
A curva da demanda, d, com que se defronta determinada empresa em
um mercado competitivo e´, ao mesmo tempo, suas curvas de receita
me´dia e da receita marginal
Ao longo dessa curva da demanda, a receita marginal, a receita me´dia e
o prec¸o sa˜o iguais
Nı´vel de produc¸a˜o
A empresa competitiva deve escolher seu n´ıvel de produc¸a˜o q de tal
forma que seu custo marginal seja igual ao prec¸o
CMg(q) = RMg = P
E´ uma regra de determinac¸a˜o de n´ıvel de produc¸a˜o, na˜o do prec¸o
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 13 / 74
Maximizac¸a˜o de lucros no curto prazo por uma empresa
competitiva
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 14 / 74
Maximizac¸a˜o de lucros no curto prazo por uma empresa
competitiva
A receita marginal deve ser igual ao custo marginal em um ponto
no qual a curva de custo marginal esteja subindo
No curto prazo, a empresa maximiza seus lucros por meio da
escolha de um n´ıvel de produc¸a˜o q?, no qual seu custo marginal,
CMg, e´ igual ao prec¸o, P (ou receita marginal, RMg), do produto
O lucro da empresa e´ medido pelo retaˆngulo ABCD
Qualquer mudanc¸a na produc¸a˜o, seja para um n´ıvel inferior, q1,
seja para um n´ıvel superior, q2, resultara´ em lucro menor
Regra do produto
Se uma empresa esta´ produzindo, ela deve fazeˆ-lo em um n´ıvel em que
a receita marginal seja igual ao custo marginalV. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 15 / 74
Uma empresa competitiva que tem preju´ızos
O n´ıvel de produc¸a˜o q? minimiza o preju´ızo: o segmento AB mede o
preju´ızo me´dio associado a esse n´ıvel de produc¸a˜o
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 16 / 74
Uma empresa competitiva que tem preju´ızos
Em face da presenc¸a de custos fixos, a empresa esta´ de fato
perdendo dinheiro
Ela deve considerar a possibilidade de interromper a produc¸a˜o e,
assim, livrar-se dos custos fixos?
Se o fizer – fechando as fa´bricas, demitindo os gerentes e apagando
as luzes – evitara´ perdas
Se os prec¸os subirem no futuro, o processo de reabertura de
fa´bricas e de contratac¸a˜o e treinamento de novos gerentes pode
representar um custo alto
Ale´m disso, caso se mantenha no longo prazo, a empresa tera´ a
flexibilidade de modificar o montante de capital utilizado e, assim,
reduzir seu custo me´dio total
Regra de fechamento
A empresa deve fechar se o prec¸o de seu produto e´ menor do que o
custo varia´vel me´dio de produc¸a˜o no n´ıvel que maximiza seu lucro
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 17 / 74
Produc¸a˜o no curto prazo de uma fa´brica de alumı´nio
Como um administrador de uma fa´brica de alumı´nio determina o
produto que maximiza o lucro?
O custo marginal de produc¸a˜o no curto prazo desse tipo de fa´brica
depende do nu´mero de turnos – dois ou treˆs por dia – durante os quais
ela funciona
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 18 / 74
Produc¸a˜o no curto prazo de uma fa´brica de alumı´nio
No curto prazo, a fa´brica deve produzir 600 toneladas por dia se o
prec¸o estiver entre 1.140 e 1.300 por tonelada
Se o prec¸o for maior do que 1.300 por tonelada, ela devera´
funcionar um turno extra, passando a produzir 900 toneladas por
dia
Se o prec¸o cair para menos de 1.140 por tonelada, a empresa deve
parar a produc¸a˜o, mas provavelmente na˜o devera´ fechar porque o
prec¸o pode subir no futuro
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 19 / 74
Curva da oferta no curto prazo para uma empresa
competitiva
No curto prazo, a empresa escolhe um n´ıvel de produc¸a˜o no qual seu
custo marginal, CMg, e´ igual ao prec¸o, desde que ela seja capaz de
cobrir seus custos varia´veis me´dios
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 20 / 74
Resposta da empresa a` modificac¸a˜o no prec¸o dos
insumos
Quando o custo marginal de produc¸a˜o de uma empresa aumenta o n´ıvel de
produc¸a˜o que maximiza os lucros cai de q1 para q2
A a´rea sombreada mostra as economias totais da empresa associadas a`
reduc¸a˜o da produc¸a˜o de q1 para q2
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 21 / 74
Produc¸a˜o no curto prazo de derivados de petro´leo
Uma substancial quantidade de petro´leo encontra-se dispon´ıvel,
mas a parte do produto que voceˆ refinara´ dependera´ da
capacidade da refinaria e do custo de produc¸a˜o
A` medida que a refinaria passa de uma unidade processadora para
outra, o custo marginal para produzir derivados do petro´leo cru
aumenta acentuadamente, em diferentes n´ıveis de produc¸a˜o
Como resultado, o n´ıvel de produc¸a˜o pode na˜o ser afetado por
algumas alterac¸o˜es de prec¸o, mas muito afetado por outras
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 22 / 74
Produc¸a˜o no curto prazo de derivados de petro´leo
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 23 / 74
Curva da oferta de um setor no curto prazo
A curva da oferta de um setor no curto prazo e´ a soma horizontal das curvas
da oferta das empresas individuais
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 24 / 74
Curva da oferta de um setor no curto prazo
Como a terceira empresa possui uma curva de custo varia´vel
me´dio mais baixa que a das outras duas, a curva da oferta de
mercado, S, comec¸a no prec¸o P1 e segue a curva de custo marginal
da terceira empresa ate´ o prec¸o P2, em que muda de direc¸a˜o
Para todos os prec¸os acima de P2, a quantidade ofertada pelo setor
e´ a soma das quantidades que cada uma das treˆs empresas oferta
Elasticidade da oferta de mercado
A elasticidade (prec¸o) da oferta de mercado mede a sensibilidade da
oferta do setor ao prec¸o do mercado
ES ≡ ∆Q/Q
∆P/P
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 25 / 74
Elasticidade da oferta de mercado
Como as curvas de custo marginal sa˜o ascendentes, a elasticidade
da oferta (no curto prazo) e´ sempre positiva
Quando os custos marginais aumentam rapidamente em reac¸a˜o a
aumentos da produc¸a˜o, a elasticidade da oferta e´ baixa
I No curto prazo, as empresas encontram-se limitadas em termos de
capacidade de fornecimento, o que torna dispendioso aumentar o
n´ıvel de produc¸a˜o
Quando os custos marginais aumentam lentamente em reac¸a˜o a
aumentos na produc¸a˜o, a oferta torna-se relativamente ela´stica
I Um pequeno aumento de prec¸o e´ capaz de induzir as empresas a
produzir quantidades substancialemente mais elevadas
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 26 / 74
Elasticidade da oferta de mercado
Oferta perfeitamente inela´stica
Surge quando as fa´bricas e os equipamentos do setor esta˜o sendo ta˜o
plenamente utilizados que seria necessa´ria a construc¸a˜o de novas
fa´bricas (o que devera´ ocorrer no longo prazo) para obter maiores
n´ıveis de produc¸a˜o
Oferta perfeitamente ela´stica
Surge quando os custos marginais se tornam (quase) constantes
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 27 / 74
Produc¸a˜o mundial de cobre (2006)
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 28 / 74
Oferta mundial de cobre no curto prazo
A curva da oferta mundial de cobre no curto prazo e´ a soma horizontal
das curvas da oferta de cada uma das maiores nac¸o˜es produtoras
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 29 / 74
Excedente do produtor no curto prazo
Excedente do produtor
Soma das diferenc¸as entre o prec¸o de mercado e o custo marginal de
produc¸a˜o relativos a todas as unidades produzidas pela empresa
O excedente do produtor para uma empresa e´ medido pela a´rea
sombreada situada abaixo do prec¸o de mercado e acima da curva do
custo marginal, entre os n´ıveis de produc¸a˜o 0 e q?, o n´ıvel que
maximiza os lucros
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 30 / 74
Excedente do produtor no curto prazo
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 31 / 74
Excedente do produtor no curto prazo
O excedente do produtor tambe´m e´ igual ao retaˆngulo ABCD,
porque a soma de todos os custos marginais ate´ q? e´ igual ao custo
varia´vel de produzir q?
CT(q?)− CT(0) =
∫ q?
q=0
CMg(q)dq = CV(q?) = CVMe(q?)× q?
Ou seja o EP e´ igual ao lucro varia´vel
Excedente do Produtor ≡ EP = R− CV
O excedente do produtor e´ sempre maior (ou igual) ao lucro
Lucro ≡ pi = R− CV− CF
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 32 / 74
Excedente do produtor para um mercado
O excedente do produtor para um mercado e´ medido pela a´rea
sombreada situada entre a linha de prec¸o do mercado e a curva da
oferta do mercado, entre os n´ıveis de produc¸a˜o 0 e Q?
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 33 / 74
Escolha do n´ıvel de produc¸a˜o no longo prazo
A empresa maximiza o lucroescolhendo o n´ıvel de produc¸a˜o no qual o
prec¸o e´ igual ao custo marginal no longo prazo, CMgLP
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 34 / 74
Lucro conta´bil e lucro econoˆmico
O lucro conta´bil e´ medido pela diferenc¸a entre a receita e os fluxos
de caixa relacionados ao pagamento de ma˜o de obra e
mate´rias-primas e a`s despesas de juros e depreciac¸a˜o
O lucro econoˆmico leva em considerac¸a˜o os custos de oportunidade
Um desses custos e´ o retorno que os proprieta´rios da empresa
poderiam obter se o capital fosse aplicado em outro
empreendimento
Suponha, por exemplo, que a empresa utilize (ale´m de ma˜o de
obra) capital que tenha sido adquirido anteriormente
I O lucro conta´bil e´ R− wL onde R e´ a receita e wL o custo de ma˜o
de obra
I O lucro econoˆmico e´
pi = R− wL− rK
onde rK e´ o custo do capital
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 35 / 74
Equil´ıbrio competitivo no longo prazo
Lucro econoˆmico zero
Ocorre quando uma empresa obte´m um retorno normal sobre os
investimentos, ou seja, quando tem um resultado ta˜o bom quanto teria
se investisse os seus recursos em outra atividade
Uma empresa com lucro econoˆmico zero esta´ tendo um
desempenho adequado, e portanto deve permanecer no nego´cio
Uma empresa que esteja obtendo um lucro negativo, pore´m, deve
considerar a possibilidade de sair do nego´cio se na˜o ha´ expectativa
de que seu quadro financeiro melhore
Em um mercado com entrada e sa´ıda (sem custo), uma empresa
entra quando pode obter um lucro positivo no longo prazo, e sai
quando vislumbra uma perspectiva de perda no longo prazo
Mercados competitivos
Em mercados competitivos o lucro econoˆmico tende a se igualar a zero
no longo prazo
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 36 / 74
Equil´ıbrio competitivo no longo prazo
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 37 / 74
Equil´ıbrio competitivo no longo prazo
Inicialmente, o prec¸o de equil´ıbrio no longo prazo de um produto e´
40 por unidade, conforme mostrado em (b) pela intersecc¸a˜o da
curva da demanda D com a curva da oferta S1
Em (a) vemos que a empresa aufere um lucro positivo, pois seu
custo me´dio no longo prazo atinge um mı´nimo de 30 (para o n´ıvel
de produc¸a˜o q2)
O lucro positivo estimula a entrada de novas empresas e causa um
deslocamento da curva da oferta para S2 como mostrado em (b)
O equil´ıbrio no longo prazo ocorre com o prec¸o de 30, como
mostrado em (a), em que cada empresa aufere lucro zero, na˜o
havendo incentivo para entrada ou sa´ıda de empresas no setor
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 38 / 74
Equil´ıbrio competitivo no longo prazo
Entrada e sa´ıda
Em um mercado com entrada e sa´ıda, uma empresa entra quando pode
obter um lucro positivo no longo prazo, e sai quando vislumbra uma
perspectiva de perda no longo prazo
Equil´ıbrio competitivo no longo prazo
Aquele em que todas as empresas do setor esta˜o maximizando os
lucros, nenhuma delas tem incentivo para entrar ou sair e o prec¸o
vigente torna iguais as quantidades ofertada e demandada
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 39 / 74
Equil´ıbrio competitivo no longo prazo
Um equil´ıbrio competitivo no longo prazo acontece sob treˆs condic¸o˜es:
1 Todas as empresas do setor esta˜o maximizando os lucros
2 Inexisteˆncia de est´ımulo por parte de qualquer empresa para
entrar ou sair do mercado, pois todas esta˜o auferindo lucro
econoˆmico igual a zero
3 O prec¸o do produto e´ tal que a quantidade ofertada pelas empresas
do setor se iguala ao volume demandado pelos consumidores
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 40 / 74
Empresas com custos diferentes
Na situac¸a˜o anterior, explicamos que se o prec¸o do produto no
longo prazo e´ 40, enta˜o a empresa aufere um lucro positivo
Deduzimos que esse lucro positivo estimula a entrada de novas
empresas e causa um deslocamento da curva da oferta
Isso acontece somente se as outras empresas teˆm custos ideˆnticos
O que acontece se a primeira empresa possua uma patente que lhe
permita produzir a um custo me´dio inferior ao de todas as demais?
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 41 / 74
Lucro econoˆmico e patente
Enquanto outros investidores e empresas na˜o puderem adquirir a
patente que reduz os custos, eles na˜o tera˜o est´ımulo para entrar no
setor
Ter´ıamos enta˜o no equil´ıbrio uma empresa com lucro econoˆmico
positivo?
Se essa patente for lucrativa, outras empresas do setor estara˜o
dispostas a pagar por sua utilizac¸a˜o (ou tentar adquirir a pro´pria
empresa, para assim obteˆ-lo)
Portanto, o valor a mais que essa patente proporciona passa a
representar um custo de oportunidade para a empresa
Pois ela poderia vender o direito de usar a patente, em vez de
utiliza´-la
A empresa detentora da patente poderia ter um lucro conta´bil
positivo mas o lucro econoˆmico tendera´ a ser zero (no longo prazo)
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 42 / 74
Lucro econoˆmico e conta´bil
Suponhamos, por exemplo, que uma loja de roupas esteja
localizada nas proximidades de um grande shopping center
O fluxo adicional de clientes podera´ aumentar substancialmente o
lucro conta´bil da loja (o custo de seu terreno baseia-se em seu
valor histo´rico)
Entretanto, em termos de lucro econoˆmico, o custo do terreno deve
refletir seu custo de oportunidade (seu atual valor de mercado)
Incluindo esse custo de oportunidade, a lucratividade (econoˆmica e
no longo prazo) dessa loja de roupas na˜o e´ superior a` de suas
concorrentes
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 43 / 74
Renda econoˆmica
Algumas empresas podem auferir lucro conta´bil superior ao de
outras
Isso porque elas teˆm acesso a fatores de produc¸a˜o cuja oferta e´
limitada:
I terreno, recursos naturais, te´cnicas empresariais, talentos criativos
O que torna o lucro econoˆmico igual a zero no longo prazo e´ a
disposic¸a˜o de outras empresas em adquirir os fatores de produc¸a˜o
(cuja oferta e´ limitada)
Renda econoˆmica
A renda econoˆmica e´ definida como a diferenc¸a entre o valor que as
empresas esta˜o dispostas a pagar por um insumo menos o valor mı´nimo
necessa´rio para obteˆ-lo
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 44 / 74
Renda econoˆmica: exemplos
Patente
A empresa detentora de uma patente na˜o precisa pagar para ter o
patente: o valor mı´nimo necessa´rio para obteˆ-lo e´ zero
Pore´m, o valor que ela estaria disposta a pagar para obter esse
patente corresponde au lucro conta´bil que a patente proporciona
Terreno
Duas empresas do mesmo setor sa˜o proprieta´rias de seus
respectivos terrenos: mı´nimo custo para obteˆ-los e´ igual a zero
Uma delas encontra-se a`s margens de um rio, podendo despachar
seus produtos com uma economia de 10.000/anos, em comparac¸a˜o
a outra empresa
O lucro conta´bil de 10.000 mais alto da primeira empresa
corresponde a uma renda econoˆmica associada a` sua localizac¸a˜o
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 45 / 74
Excedente do produtor no longo prazo
Suponhamos que uma empresa esteja obtendo um lucro conta´bil
positivo
Mas que na˜o exista est´ımulo para que outras empresas entrem ou
saiam do setor (equil´ıbrio competitivo no longo prazo)
Esse lucro reflete a renda econoˆmica
Como se relaciona a renda econoˆmica e o excedente do produtor?
Proposic¸a˜o
No longo prazo (na˜o tem custo varia´vel), em um mercado competitivo(na˜o tem lucro econoˆmico), o excedente do produtor consiste na renda
econoˆmica que todos os seus insumos escassos lhe proporcionam
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 46 / 74
Equipe de beisebol
Suponhamos que uma equipe de beisebol detenha uma franquia
que lhe permite atuar em determinada cidade
A renda econoˆmica da franquia refletira´ a diferenc¸a entre o que a
empresa estaria disposta a pagar por sua localizac¸a˜o e o montante
necessa´rio para se instalar na cidade (compra de terreno,
construc¸a˜o de esta´dio)
Outro exemplo
Um time de beisebol de uma cidade me´dia consegue vender
ingressos ao prec¸o 7 sendo igual aos custos marginais e medios
Outro time em uma cidade maior consegue vender ingressos por
prec¸o 10
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 47 / 74
Equipes de beisebol e renda econoˆmica
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 48 / 74
Curva da oferta do setor no longo prazo
O formato da curva da oferta no longo prazo depende da medida
em que as expanso˜es e contrac¸o˜es da produc¸a˜o do setor
influenciam a determinac¸a˜o dos prec¸os que as empresas necessitam
pagar por seus insumos
No caso em que os prec¸os dos insumos cai a` medida que a
produc¸a˜o agregada cresce (entradas), o custo marginal de cada
empresa pode diminuir
Se o prec¸o dos insumos pode crescer com a dimensa˜o do mercado,
o custo marginal pode crescer
A terceira alternativa e´ quando os custos de insumo na˜o mudem
com o tamanho do setor
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 49 / 74
Setor de custo constante
O custo marginal de uma certa empresa na˜o depende do tamanho
do setor
Inicialmente o setor se encontra em equil´ıbrio no longo prazo na
intersec¸a˜o entre a curva da demanda do mercado D1 e a curva de
de oferta de mercado S1, com prec¸o de equil´ıbrio P1
Suponhamos que a demanda do mercado por esse produto venha a
apresentar uma inesperada elevac¸a˜o (virtude de uma reduc¸a˜o de
impostos)
Isso ocasiona um deslocamento da curva da demanda de mercado
de D1 para D2
Temporiaremente, tempos uma elevac¸a˜o do prec¸o de P1 para P2
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 50 / 74
Setor de custo constante
Com o novo prec¸o P2 a empresa aumenta seu n´ıvel de produc¸a˜o
para q2, levando a um lucro positivo no curto prazo
Esse lucro atrai investidores e o numero de empresas no setor
produzindo q2 aumenta
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 51 / 74
Setor de custo constante
A curva de oferta do setor (oferta agregada) e´ afetada e se desloca
para a direita, de S1 para S2
O mercado se mova enta˜o par um novo equil´ıbrio com prec¸o menor
Enquanto tivermos um lucro positivo, mais empresas sera˜o
entrara˜o nesse setor, deslocando a curva de oferta e baixando o
prec¸o
Quando o novo prec¸o chega a P1, o lucro de cada empresa nesse
setor volta ao n´ıvel zero
Na˜o tem mais entrada
Cada empresa do setor volta a produzir q1, mas como temos mais
empresas, a oferta do mercado e´ mair Q2 > Q1
Chegamos ao mesmo prec¸o de mercado porque a func¸a˜o de custo
marginal das empresas desse setor na˜o e´ alterado pelo tamanho do
setor (produc¸a˜o agregada Q)
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 52 / 74
Setor de custo constante
Proposic¸a˜o
A curva da oferta no longo prazo para um setor de custo constante e´,
portanto, uma linha horizontal, referente ao prec¸o que e´ igual ao
mı´nimo custo me´dio de produc¸a˜o no longo prazo
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 53 / 74
Setor de custo crescente
Nos setores de custo crescente, a func¸a˜o custo e´ deslocada para
cima quando o tamanho do setor aumento
Isso acontece quando os prec¸os de alguns insumos de produc¸a˜o
sobem a` medida que o setor se expande e aumenta a demanda dos
insumos
Exemplos:
I Se o setor utilize ma˜o de obra especializada, a qual se torna escassa
quando cresce sua demanda
I se o setor necessita de recursos minerais que se encontram
dispon´ıveis apenas em determinados tipos de solo, o custo da terra
(insumo) sobe juntamente com o aumento do tamanho do setor
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 54 / 74
Setor de custo crescente
Proposic¸a˜o
Em um setor com custo crescente, a curva da oferta no longo prazo e´
ascendente
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 55 / 74
Setor de custo decrescente
Nos setores de custo decrescente, a func¸a˜o custo e´ deslocada para
baixo quando o tamanho do setor aumento
Isso acontece quando os prec¸os de alguns insumos de produc¸a˜o
baixam a` medida que o setor se expande e aumenta a demanda
dos insumos
Proposic¸a˜o
Em um setor com custo decrescente, a curva da oferta no longo prazo e´
descendente
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 56 / 74
Exemplos
O cafe´ e´ um setor de (func¸a˜o de) custo constante (invariante ao
tamanho do setor):
I a terra apropriada ao plantio e´ abundante
I os custos de plantar e manejar os pe´s permanecem constantes
enquanto o volume de cafe´ produzido no mercado cresce
O setor petrol´ıfero tem custos crescentes porque a disponibilidade
de bacias petrol´ıferas amplas e facilmente acess´ıveis e´ limitada
No setor automobil´ıstico, certas vantagens de custo surgem porque
os insumos podem ser adquiridos por um prec¸o muito mais baixo a`
medida que a produc¸a˜o aumenta: e´ um setor de custo decresente
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 57 / 74
Efeito que um imposto sobre a produc¸a˜o
Em primeiro lugar, suponhamos que o imposto sobre a produc¸a˜o
esteja vigorando apenas para uma empresa de um certo setor
Portanto, esse imposto na˜o afeta o prec¸o do mercado (a oferta e a
demanda agregada na˜o foi alterada)
Como o imposto atinge cada unidade produzida, ele eleva a curva
do custo marginal (e me´dio) da empresa de CMg1 para
CMg2 = CMg1 + t
Como a nova func¸a˜o de custo marginal, a preza tera´ que diminuir
a produc¸a˜o, de q1 para q2
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 58 / 74
Efeito que um imposto sobre a produc¸a˜o
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 59 / 74
Efeito de um imposto sobre a produc¸a˜o de uma empresa
Suponhamos agora que todas as empresas do setor estejam sujeitas
ao imposto
Isso desloca a curva da oferta do setor para cima no montante do
imposto (as empresas continuariam produzindo Q1 em agregado se
o prec¸o do mercado fosse P1 + t
Com a nova oferta de mercado, temos um novo prec¸o P2 do
produto com P2 < P1 + t
Com esse novo prec¸o, a demanda de cada empresa cai para qˆ2
consistente com o prec¸o P2
Temos q2 < qˆ2 < q1
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 60 / 74
Efeito de um imposto sobre a produc¸a˜o do setor
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 61 / 74
Elasticidade da oferta no longo prazo
A elasticidade da oferta de um setor no longo prazo e´ definida por
∆Q/Q
∆P/P
onde Q e´ a produc¸a˜o agregada do setor
Em um setor de custo constante:
I a curva da oferta no longo prazo e´ horizontal
I a elasticidade no longo prazo e´ infinita: um pequeno aumento do
prec¸o sera´ capaz de induzir uma aumento extramamente grande no
n´ıvel de produc¸a˜o
Em um setor de custo crescente, a elasticidade da oferta no longo
prazo e´ positiva, mas limitada
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentosde Microeconomia 2◦ semestre, 2012 62 / 74
Elasticidade da oferta no longo prazo
Como as empresas podem se ajustar e se expandir no longo prazo,
e´ de se esperar que as elasticidades no longo prazo sejam maiores
do que as elasticidades no curto prazo
Um setor que dependa de insumos que se encontram amplamente
dispon´ıveis provavelmente apresentara´ uma elevada elasticidade no
longo prazo
Um setor que dependa de insumos mais escassos podera´ apresentar
uma elasticidade no longo prazo muito mais baixa
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 63 / 74
Oferta habitacional no longo prazo
Os imo´veis residenciais, sejam pro´prios ou alugados, oferecem um
exemplo interessante da amplitude das poss´ıveis elasticidades de
oferta
Se o prec¸o da moradia sofrer uma elevac¸a˜o em determinada regia˜o
do pa´ıs, a quantidade de resideˆncias a´ı oferecidas podera´
apresentar uma substancial elevac¸a˜o
Mesmo quando a elasticidade da oferta e´ calculada para imo´veis
situados em a´reas urbanas (ao contra´rio de a´reas afastadas ou
rurais), onde o custo do terreno sobe quando aumenta a demanda
por moradia, a elasticidade da oferta no longo prazo provavelmente
ainda sera´ grande (5,3 nos E.U. em 1976), pois o custo do terreno
apenas atinge cerca de um quarto do custo total das moradias
Entretanto, o mercado para a locac¸a˜o de imo´veis e´ diferente. A
construc¸a˜o de imo´veis para locac¸a˜o e´ frequentemente limitada por
uma legislac¸a˜o municipal de zoneamento
A elasticidade da oferta pode ser muito menor do que 1
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 64 / 74
Resumo 1
Os administradores de empresas podem operar de acordo com um
complexo conjunto de objetivos e sob diversas restric¸o˜es
Mesmo assim, entretanto, podemos admitir que as empresas
atuam como se estivessem maximizando seus lucros no longo prazo
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 65 / 74
Resumo 2
Muitos mercados podem se aproximar da competic¸a˜o perfeita,
situac¸a˜o em que uma ou mais empresas agem como se estivessem
enfrentando uma curva da demanda quase horizontal
Em geral, o nu´mero de empresas em um setor nem sempre e´ um
bom indicador de seu grau de competitividade
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 66 / 74
Resumo 3
Como uma empresa que opera em um mercado competitivo dete´m
apenas uma reduzida parcela do total da produc¸a˜o, supondo que
sua decisa˜o de produc¸a˜o na˜o ira´ afetar o prec¸o do produto
Nesse caso, a curva da demanda e a curva da receita marginal sa˜o
ideˆnticas
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 67 / 74
Resumo 4
No curto prazo, uma empresa competitiva maximiza seu lucro
selecionando um n´ıvel de produc¸a˜o para o qual o prec¸o seja igual ao
custo marginal (no curto prazo), desde que o prec¸o seja maior ou igual
ao seu custo varia´vel me´dio mı´nimo
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 68 / 74
Resumo 5
A curva de oferta de mercado no curto prazo e´ a soma horizontal
das curvas de cada empresa de determinado setor
Ela pode ser caracterizada por sua elasticidade de oferta - isto e´, a
variac¸a˜o percentual da quantidade ofertada decorrente de uma
variac¸a˜o percentual no prec¸o
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 69 / 74
Resumo 6
O excedente do produtor de uma empresa e´ a diferenc¸a entre a
receita da empresa e o mı´nimo custo necessa´rio para obter o n´ıvel
de produc¸a˜o capaz de maximizar os lucros
Tanto no curto como no longo prazo, o excedente do produtor e´
representado pela a´rea situada sob a linha horizontal do prec¸o e
acima do custo marginal da produc¸a˜o da empresa
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 70 / 74
Resumo 7
Renda econoˆmica e´ o pagamento por um fator escasso de produc¸a˜o
menos o menor valor que seria necessa´rio para obteˆ-lo por meio de
locac¸a˜o
No longo prazo, em um mercado competitivo, o excedente do
produtor e´ igual a` renda econoˆmica gerada por todos os fatores
escassos de produc¸a˜o
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 71 / 74
Resumo 8
No longo prazo, as empresas que maximizam o lucro optam pelo n´ıvel
de produc¸a˜o para o qual o prec¸o se iguala a seu custo marginal no
longo prazo
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 72 / 74
Resumo 9
O equil´ıbrio competitivo no longo prazo ocorre quando:
(a) as empresas maximizam seus lucros
(b) todas as empresas auferem lucro econoˆmico zero, de tal forma que
na˜o haja est´ımulo para entrar ou sair do setor
(c) a quantidade demandada do produto se iguala a´ quantidade
demandada do produto se iguala a` quantidade ofertada
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 73 / 74
Resumo 10
A curva da oferta no longo prazo de uma empresa e´ horizontal
quando o setor e´ de custo constante; nesse caso, uma maior
demanda dos insumos de produc¸a˜o (associada a uma maior
demanda do produto) na˜o influencia seus prec¸os
No entanto, a curva da oferta no longo prazo para uma empresa
sera´ ascendente em um setor de custo crescente, em que uma
maior demanda dos insumos de produc¸a˜o resulta no aumento de
prec¸os de alguns ou de todos os insumos
V. Filipe Martins-da-Rocha (FGV) Fundamentos de Microeconomia 2◦ semestre, 2012 74 / 74

Outros materiais