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PROPOSTA TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DE INVENTÁRIOS FLORESTAIS NAS ÁREAS DE RESERVA LEGAL DE ASSENTAMENTOS EM PETROLÂNDIA EXEMPLO PARA ESTUDO DE CASO 1. OBJETO Realização de inventários florestais nas áreas de Reserva Legal dos assentamentos rurais de Icó Mandantes I, Apolônio Salles e Barreiras, no município de Petrolândia, Pernambuco, com vistas a informar o estoque lenhoso existente, sua distribuição por classe de tamanho para avaliação de sortimento, e os parâmetros da estrutura horizontal do estrato arbóreo para subsidiar proposições de planos de manejo florestal sustentável, conforme discriminado no Termo de Referência nº.... de...... 2. CONTRATANTE:..................................................................... 3. EXECUTANTE: APEEF – Associação Pernambucana de Engenheiros Florestais. Endereço: ...............................................................................CGC........................................... Responsável:...........................................................................CPF.......................................... EQUIPE TÉCNICA/RESPONSÁVEL: ISABELLE MEUNIER – Engenheira florestal CREA Nº......... 4. PRODUTOS / DESEMBOLSO Serão produzidos dois relatórios, referentes às etapas: • Trabalhos de campo – será apresentado relatório circunstanciado dos trabalhos desenvolvidos em campo, nas locações e medições das unidades amostrais, cuja entrega condicionará o primeiro pagamento, de 50% do valor total. • Análise dos inventários florestais - relatório técnico contendo todas as etapas do estudo, métodos adotados e resultados obtidos, acompanhados de mapas, figuras, tabelas, anexos e bibliografia consultada, de acordo com as recomendações expressas no item X do Termo de Referência (em anexo), em 3 vias em volumes encadernados e a cópia digital de todo o conteúdo do trabalho, em CD-Rom (segundo pagamento - 50%). O relatório final constará das seguintes seções: 1. INFORMAÇÕES GERAIS 1.1. INTERESSADO 1.2. RESPONSABILIDADE TÉCNICA 1.3. IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL 2. OBJETIVO DO TRABALHO 3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA 3.1. FATORES AMBIENTAIS 3.1.1. Meio físico 3.1.1.1. Clima 3.1.1.2. Solos 3.1.1.3. Geologia 3.1.1.4. Geomorfologia 3.1.2. Meio biótico 3.1.2.1. Vegetação 3.1.2.2. Fauna 3.1.3. Meio sócio econômico 3.1.3.1. Histórico 3.1.3.2. Indicadores demográficos 3.1.3.3. Uso da terra 4. INVENTÁRIO FLORESTAL 4.1. METODOLOGIA 4.2.1. Amostragem 4.2.2. Estimativas volumétricas 4.2.3. Análise fitossociológica 5. RESULTADOS 5.1. ANÁLISES FITOSSOCIOLÓGICAS 5.2. CUBAGEM E EQUAÇÃO DE VOLUME 5.3. TOTALIZAÇÕES POR PARCELA E INTERVALO DE CONFIANÇA PARA A MÉDIA VOLUMÉTRICA 5.4. DISTRIBUIÇÕES DE NÚMERO DE ÁRVORES, ÁREA BASAL E VOLUME POR CLASSE DIAMÉTRICA 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8. ANEXOS (Mapas, memória de cálculos, registros fotográficos) 5. PRAZO PARA EXECUÇÃO DOS TRABALHOS: 90 (noventa) dias a partir da contratação do trabalho. 6. METODOLOGIA 6.1. AMOSTRAGEM Para a definição dos parâmetros técnicos a serem adotados no levantamento das áreas de caatinga existentes nas Reservas Legais dos projetos Apolônio Sales, Barreiras, Icó-Mandantes I, que totalizam 2936,6ha de vegetação arbustiva-arbórea xerofítica, adotou-se como referências trabalhos com objetivos semelhantes, desenvolvidos em vegetação caducifólia espinhosa do Nordeste. Alcoforado-Filho et al. (2003) usou linhas paralelas de parcelas retangulares, com extensão de 20 x 10m, em vegetação caducifólia espinhosa em Caruaru, Pernambuco; Silva et al. (2002), por sua vez, empregaram parcelas de 20 x 20 m casualizadamente distribuídas em vegetação de caatinga em Sertânia, em um pequeno fragmento de 20 ha. Na vigente Instrução Normativa do IBAMA (IN No3, de 2001 ) encontra-se a recomendação do uso de parcelas de 20 x 20m para inventários em caatinga, para a elaboração de planos de manejo. Sendo assim, será esse o tamanho adotado, por apresentar condições de fornecer ao trabalho a precisão e a eficiência requerida. O processo amostral, dada a extensão das áreas e a dificuldade de se localizar, em mapas pouco detalhados, pontos aleatórios, será o sistemático, além do que esse processo oferece uma distribuição mais regular e bem distribuídas das unidades amostrais, adequada principalmente ao levantamento de parâmetros fitossociológicos, principalmente às estimativas de freqüência, que informa o modelo de distribuição espacial das espécies na área. Serão estabelecidas linhas de parcelas cruzando as áreas perpendicularmente ao eixo de maior dimensão. Em cada linha, as parcelas serão distanciadas 50m da anterior. Entre as linhas o espaçamento variará sempre de forma a se atingir a intensidade amostral de 0,1%. Os números de parcelas em cada uma das áreas, na amostragem piloto, estão relacionados na Tabela 1. Tabela 1. Distribuição das unidades amostrais por área a ser inventariada em três assentamentos rurais de Petrolândia, Pernambuco. Projeto de assentamento Área do assentamento (ha) Área a ser inventariada (ha) Número de unidades amostrais Apolônio Salles 3506 701,2 18 Barreiras 3599 719,8 18 Icó Mandantes I 7578 1515,6 38 Total 14683 2936,6 74 6.2. DADOS A SEREM COLETADOS 6.2.1. Dados nas parcelas - Nome vulgar e nome científico das árvores mensuráveis (DAP>2,0cm), sendo as não reconhecidas dadas como indeterminadas até identificação botânica no herbário Sérgio Tavares do Departamento de Ciência Florestal da Universidade Federal Rural de Pernambuco; - Material botânico fértil, quando disponível, e não fértil, quando necessário; - Diâmetro a altura do peito (1,30 cm do nível do solo), tomada com suta (DAP) - Altura total, em metros, tomada com régua graduada retrátil e com hipsômetro de Blume- Leiss, para alturas superiores a 6,0m. - Classe de qualidade de fuste e de estado fitossanitário. 6.2.2. Cubagem Para obtenção dos volumes das parcelas, serão empregadas equações volumétricas desenvolvidas para a área a partir de dados obtidos na cubagem rigorosa de amostra de árvores das espécies que apresentem, na análise da estrutura horizontal, mais 80% do Valor de Cobertura (Abundância + Dominância) . 6.2.3. Informações gerais das parcelas: cada unidade amostral será terá sua localização registrada em aparelho receptor de GPS, tendo seus vértices piqueteados, recebendo numeração progressiva. Ao se iniciar os trabalhos de medições serão registrados dados sobre pontos de referências próximos, condições de acessibilidade, tipo de solo, aspectos gerais da vegetação e dados de controle e identificação (equipe, responsável, data de medição, identificação da parcela (linha e número), tempo de locação e tempo de medição.) 6.3. VARIÁVEIS ESTIMADAS 6.3.1. Volume total e por classe de diâmetro Para o cálculo do volume sólido total se empregarão equações volumétricas especialmente desenvolvidas para a vegetação estudada. Cada uma das espécies de maior Valor de Cobertura (VC) terá, no mínimo, 5 árvores cubadas por classe diamétrica, definidas em função da amplitude dos dados do inventário, de forma a garantir, o mínimo, de 20 árvores cubadas de cada espécie. Será desenvolvida uma equação única, para todas as espécies. O volume sólido total por árvore cubada será obtido pela fórmula de Smalian, que considera o volume da árvore como a soma dos volumes das seções, calculado por: 8 )dπ(dVs 2 2 2 1 + = *L, sendo d1 e d2 os diâmetros nas extremidades de seções com tamanho L, do diâmetro mínimo de 2,0cm. A partir dos dados de DAP, altura e volume total, serão estimados os coeficientes de modelos volumétricos tradicionais, elegendo-se as equações de melhor ajuste aos dados, em funçãodo erro de estimativa e do coeficiente de determinação (r2). Os dados serão registrados no soft Mata Nativa 3, produto da Cientec versão 2005, por meio do qual serão totalizados os valores por parcela e obtidas as estimativas de volume total médio por hectare, apresentando-se também a distribuição do volume por classe diamétrica para todas as espécies e para as espécies mais importantes, separadamente. 6.3.2. Parâmetros da estrutura horizontal Serão estimados os parâmetros clássicos para caracterizar a estrutura de uma comunidade vegetal ou sua fitossociologia, denominados parâmetros da estrutura horizontal: abundância (ou densidade), dominância e freqüência, Valor de Cobertura (VC) e VI (Valor de Importância), conforme descrição abaixo (Meunier et al., 2000): - Abundância: Expressa a participação das diferentes espécies dentro da associação vegetal. Abundância absoluta (Aabs) indica o número de indivíduos de dada espécie por unidade de área e abundância relativa (Arel) indica a participação de cada espécie, em porcentagem, no número total de árvores. A abundância está diretamente relacionada à composição de uma comunidade em relação as espécies presentes e ao número de indivíduos de cada uma delas, independente de suas dimensões. - Freqüência: Exprime a regularidade da distribuição espacial de cada espécie sobre o terreno. A freqüência absoluta (Fabs) indica a porcentagem (ou proporção) de ocorrência de uma espécie em uma determinada área, expressa pelo número de unidades de amostra, dentre o total de parcelas, onde a espécie se encontra presente. A freqüência relativa (Frel) indica a porcentagem de ocorrência da espécie em relação às demais. - Dominância: É definida como o somatório das áreas seccionais (transversais, basimétricas ou basais individuais) dos indivíduos de uma dada espécie, por unidade de área (assim definida, refere- se a dominância absoluta, Domabs). A dominância relativa (Domrel) representa a porcentagem de área basal da espécie, em relação a área basal total, ambas calculadas por unidade de área. - Valor de importância (VI): É a média da abundância, da freqüência e da dominância relativas de cada espécie da associação vegetal. É o índice que caracteriza a importância de cada espécie na comunidade, reunindo os critérios de análise dos três parâmetros. VI= [(Arel(x)+ Frel(X)+Domrel(x))/3] Valor de Cobertura (VC): É a média da abundância e da dominância relativas de cada espécie da associação vegetal. VC= [(Arel(x)+ Domrel(x))/2] 6.3.4. Dados complementares: Estudos sobre etnobotânica Paralelo aos trabalhos de campo do inventário, técnicas de entrevistas semi-estruturadas serão adotadas junto a conhecedores locais, com vistas a identificar os usos das espécies identificadas no inventário. de forma a propor o melhor aproveitamento. 6.4. LIMITE DE ERRO E GRAU DE CONFIANÇA DO INVENTÁRIO Adotar-se-á o limite de erro admissível de 10%, calculado sobre a média de volume sólido, com nível de 95% de probabilidade. A intensidade amostral suficiente em cada uma das áreas será calculada por meio do estimador para a amostragem inteiramente aleatória conforme expressão: 2 22 α )X(0,1 st n = , sendo t a variável de Student, s2 a variância entre parcelas e X a média volumétrica estimada. 7. RECURSOS HUMANOS E FINANCEIROS NECESSÁRIOS 7.1. Equipamentos e materiais permanentes Os equipamentos necessários à realização dos trabalhos, e disponibilizados pela equipe técnica responsável estão descritos na Tabela 2. Tabela 2 – Equipamentos e materiais permanentes disponíveis para o inventário Equipamento Quantidade Aparelho receptor de GPS 2 Hipsômetro de Blume-Leiss 2 Régua retrátil de alumiínio 1 Vara graduada (4m) 1 Notebook 1 Bússola 2 Trena de 50m 1 Trena de 20 m 2 Binóculo 1 Máquina fotográfica digital 1 7.2. Material de consumo e serviços Serão adquiridos materiais de consumo para as atividades de campo e gabinete como papel para fichas de campo, corda de nylon para determinação dos limites das parcelas, tinta para marcação de piquetes, papel para montagem das exsicatas, sacos plásticos para coleta, madeira para confecção de prensas. Os mapas dos assentamentos, com as respectivas localizações das Reserva Legais, serão disponibilizados pela CHESF e pelo INCRA, ficando a equipe responsável encarregada de sua reprodução para os trabalhos de campo. Outros serviços como cópias xerográficas, impressões, revelação de filmes também serão responsabilidade da equipe técnica contratada. 7.3. Recursos humanos A trabalho será desenvolvido por duas equipes de campo, que trabalharão simultaneamente em cada uma das áreas a serem inventariadas. Cada equipe de campo do inventário será constituída de um chefe de equipe, engenheiro florestal com experiência em mensuração florestal e conhecimento de plantas da caatinga, auxiliado estagiário de Engenharia Florestal e por mateiro da região. Estima-se a instalação e medição de 3 parcelas/dia/equipe, prevendo assim cerca de 12 dias nos trabalhos de medições, sem considerar os deslocamentos.entre as áreas. Para a cubagem de cerca de 100 árvores, prevê-se cerca de 3 dias. Considerando-se os deslocamentos entre áreas e os contatos com as lideranças locais, prevê-se 20 dias de trabalhos de campo. 8. CRONOGRAMA FÍSICO DE EXECUÇÃO Atividade MAR ABR MAI 1 2 1 2 1 2 Obtenção de mapas, atualização dos dados cadastrais, revisão bibliográfica. X Planejamento dos trabalhos, preparo de fichas de campo; aferição de equipamentos; aquisição de material de consumo. X Preparação de Manual de Campo e treinamentos dos estagiários X Trabalhos de campo Apolônio Salles X Barreiras X Icó Mandantes I X Entrega de relatório de viagem X Análises e preparação de relatório final X X Entrega de relatório final X 9. ORÇAMENTO R$13.000,00 (treze mil reais) Pagamento de 50% na entrega do primeiro relatório de campo e do restante na entrega do relatório final. 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCOFORADO- FILHO, F. G.; SAMPAIO, E. V. DE S. B.; RODAL, M. J. N. Fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Revista Acta Botânica Brasilica . jun 2003, vol.17, n.2, p.287-303. MEUNIER, I. M. J.; SILVA, J. A. A.; FERREIRA, R. L. C. Inventário florestal: Programas de estudo. Recife: Imprensa Universitária da UFRPE. 2000. 189p. SILVA, C. E.; FIGUEIRÔA, J. M.; PAREYN, F.G.C.. Inventário de um remanescente de caatinga em Sertânia, PE. Disponível em: http://www.adaltech.com.br/evento/museugoeldi/resumoshtm/resumos/R1109-2.htm Os custos não deverão integrar a proposta, mas servir de base para a estimativa do Orçamento. Para calculá-los, é bom contar com uma tabela auxiliar como a exemplificada abaixo: Item Quantidade Custo unitário Custo Total Honorários técnicos 2 3000 6000 Diárias mateiros 40 15 600 Estagiários 2 300 600 Hospedagem - diárias 80 20 1600 Alimentação 80 20 1600 locação de veículo - diária 20 60 1200 Combustível 500 Material de consumo e outros serviços (impressões, encadernação, etc) 700 Aluguel de equipamentos 200 Total 13000
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