Buscar

Mollusca III

Prévia do material em texto

Invertebrados – BIZ 0213 – 2018 
Aula 09 
Mollusca III 
 
 
Classe Bivalvia 
Ca. 20.000 spp. 
<1mm a 2m 
Marinhos; de água doce 
Concha: duas valvas articuladas dorsalmente 
Cabeça: rudimentar 
Pé: tipicamente comprimido lateralmente 
Cavidade do manto: ampla 
Abriga ctenídios (alimentação por correntes ciliares – maioria) 
Rádula: ausente 
 
Concha: 
Duas valvas articuladas dorsalmente 
Charneira (dentes e fossetas alternadas): evitam deslizamento entre valvas durante 
fechamento 
Ligamento da charneira (proteico, flexível, derivado do perióstraco): une as valvas e as 
mantém abertas 
Musculatura adutora (1 ou 2 músculos adutores): fecham as valvas 
 
Concha: 
Músculos adutores relaxados 
Ligamento relaxado (não tensionado ou comprimido) 
Valvas abertas 
 
Concha: 
Músculos adutores contraídos 
Parte externa do ligamento estirada e tensionada (parte interna comprimida) 
Valvas fechadas 
 
Concha: 
Músculos adutores relaxados 
Ligamento elástico: volta à forma original em estado de repouso 
Valvas voltam a se abrir 
Musculatura e ligamento funcionam de forma antagônica 
Não há musculatura abdutora 
Músculos adutores compostos por fibras estriadas (contração rápida, quick) e lisas 
(contração lenta, catch) 
-rápido fechamento + fechamento por períodos prolongados 
 
Concha (regiões): 
Umbo (porção mais antiga da concha) – dorsal 
Charneira (dentes e fossetas alternadas): evitam deslizamento entre valvas durante 
fechamento 
Ligamento da charneira (proteico, flexível, derivado do perióstraco): une as valvas e as 
mantém abertas 
 
Concha (regiões): 
Superfície interna da valva: cicatrizes das regiões de inserção dos músculos 
Ex.: dois músculos adutores; dois músculos adutores (anterior reduzido); um músculo 
adutor (anterior perdido) 
Linha palial (inserção da musculatura do manto) 
 Outras cicatrizes (ex. seio palial, musculatura do pé e do bisso) 
 
Concha (regiões): 
Escultura (ornamentações) 
 
Pérolas 
Corpos estranhos (ex. parasitas) que adentram o espaço entre o manto e a superfície 
interna da concha 
Deposição de camadas concêntricas de nácar 
Ca. US$ 500 milhões/ano 
Cultivo de bivalves para produção de pérolas: ostras marinhas (Pteriidae) e de água doce 
(Unionidae) 
 
Classificação 
Subclasse Protobranchia 
Subclasse Autobranchia 
 
Protobranchia 
1 par de brânquias bipectinadas; pequenas; trocas gasosas 
Comedores seletivos de depósitos 
Vivem enterrados em substratos não-consolidados 
Alimentam-se por meio de grandes palpos labiais (dotados de tentáculos/probóscides) 
Tentáculos estendidos no interior do sedimento; cílios encaminham partículas envoltas por 
muco até os palpos 
Palpos possuem áreas de seleção ciliadas (partículas selecionadas pelo 
tamanho/densidade) 
Partículas selecionadas encaminhadas à boca 
 
Autobranchia 
Comedores de suspensão (suspensívoros) – maioria 
Cílios dos ctenídios geram corrente de água e filtram partículas em suspensão – 
mecanismo de filtração eficiente 
Modificações nos ctenídios 
Área superficial (ocupam toda a extensão da cavidade do manto) 
Compostos por filamentos delgados e longos, com extensões em forma de V de cada lado 
do eixo 
Estrutura básica 
Junções: suporte estrutural (mantêm espaçamento entre filamentos e ramos) 
-Ctenídios do tipo filibrânquio: tufos ciliares conectam filamentos adjacentes 
-Ctenídios do tipo eulamelibrânquio: filamentos adjacentes conectados por junções 
de tecido; delimitam poros (óstios); água passa através dos óstios; maioria dos 
Autobranchia 
 
Autobranchia 
Cílios laterais: geram a corrente de água 
Cílios laterofrontais: desviam partículas em suspensão na água para a superfície dos 
filamentos 
Cílios frontais: movem partículas a um sulco alimentar 
Sulco alimentar: ciliado, encaminha partículas em direção aos palpos labiais 
Palpos labiais: selecionam partículas (tamanho/densidade) 
Partículas podem ser rejeitadas ao longo dos ctenídios e palpos como pseudofezes 
Sistema de filtração eficiente: ostras podem filtrar até 37 litros de água/hora 
 
Digestão 
Região posterior do estômago com saco do estilete 
Estilete cristalino (rígido, mistura de enzimas e proteínas) 
 Estilete é rotacionado por cílios e sua extremidade é atritada contra o escudo gástrico 
Rotação do estilete: liberação de enzimas (desgaste), mistura de partículas alimentares e 
formação de um cordão mucoso 
Digestão extracelular no estômago 
 Partículas são então lançadas para uma área de triagem 
Seleção de partículas por tamanho: pequenas encaminhadas para os cecos digestivos 
(digestão intracelular); grandes para o intestino 
 
Autobranchia – irradiação adaptativa 
Infaunais escavadores em fundos moles 
Perfuradores de substratos duros 
Epifaunais aderidos ao substrato 
Epifaunais não-aderidos 
Comensais e parasitas 
 
Infaunais escavadores em fundos moles 
Maioria das espécies atuais 
Manto forma sifões 
Pé utilizado para escavação 
A: valvas se afastam (ancoragem para penetração); múscs. circulares contraem e 
estendem o pé 
B: múscs. circulares contraem e forçam hemolinfa para extremidade do pé (ancoragem no 
substrato); valvas se fecham 
C-D: múscs. retratores do pé contraem-se e puxam o animal para dentro do sedimento 
 
Perfuradores de substratos duros 
Madeira, rocha calcária, coral, concha, argila, arenito etc. 
Processo mecânico empregando as valvas 
Alguns perfuradores utilizam o próprio substrato perfurado (madeira) como fonte de 
alimento (bactérias simbiontes digerem a celulose) 
 
Epifaunais aderidos ao substrato 
Aderência por meio de bisso (ex. mexilhões) 
Fios do bisso produzidos por uma glândula na base do pé 
Fios são fixados ao substrato pelo pé 
Aderência por cimentação (ex. ostras – Ostreidae) 
Cimentam uma das valvas ao substrato 
 
Epifaunais não-aderidos 
Ex.: vieiras 
Podem nadar por contrações rápidas do músculo adutor (abertura e fechamento das 
valvas geram jatos d’água); fuga 
 
Autobranchia: ordem Anomalodesmata 
Incluem bivalves com ctenídios do tipo eulamelibrânquio, mas também alguns 
representantes com ctenídios do tipo septibrânquia (septibrânquios) 
 
Anomalodesmata 
Septibrânquios: predadores sésseis (ex. microcrustáceos), com ctenídios modificados 
como septos musculares perfurados 
Elevação rápida do septo causa sucção da água para dentro da cavidade do manto 
 
Reprodução e desenvolvimento 
Maioria dioica 
Fecundação geralmente externa; sistema reprodutor simples 
Desenvolvimento indireto ou direto 
Larvas trocófora e véliger 
 
Bivalves de água doce (ex. Unionacea) 
Véliger (gloquídio) é parasita das brânquias ou pele de peixes 
Ganchos, muco ou outras estruturas para fixação 
Estratégias para liberação dos gloquídios 
Fios de muco, massas que se assemelham às presas do peixe, “iscas” moldadas 
pela margem do manto (larvas liberadas quando o hospedeiro é atraído)

Continue navegando