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Administração Empresarial	
AS OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
1. INTRODUÇÃO
Preliminarmente, falaremos quem são os empresário individuais, que são traduzidos pelo Código Civil de 2002, especificamente no artigo 966, caput, onde se lê: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
Não obstante disto, precisamos saber quem são as pessoas capazes de exercer tal atividade econômica organizada, para isso o Código Civil nos traz também e, seu artigo 1º: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”., porém, abre exceção logo abaixo em seu artigo 3º e 4º, não podendo exercerem a profissão de empresário, salvo exceção, de dar continuidade na atividade empresarial.
Há também as pessoas que se encontram com capacidade de exercerem a atividade profissional, mas, são impedidos de fazê-la, como a título de exemplo, os juízes, membros do Ministério Público, entre outros.
Destarte do exposto acima, como todas as profissões, o profissional denominado empresário, não se distancia de suas obrigações como tal, tendo que, por obrigação o arquivamento de seus atos constitutivos na Junta Comercial, escrituração dos livros empresariais obrigatórios e o levantamento periódico de balanço patrimonial e de resultado econômico da empresa.
2. OBRIGAÇÕES DO EMPRESÁRIO
Os empresários individuais e as sociedades empresárias, têm, basicamente, três obrigações fundamentais, para que suas atividades sejam legalmente amparadas:
dever de arquivamento de seus atos constitutivos na Junta Comercial; 
 dever de escrituração dos livros empresariais obrigatórios e; 
 dever de levantar, periodicamente, o balanço patrimonial e de resultado econômico da empresa.
 Para que possamos entender, da melhor maneira, o que representa cada ato acima descrito, temos que entender primeiramente o que é a Junta Comercial, que neste, são “órgãos existentes nos Estados e Distrito Federal, com jurisdição no respectivo território, e sede na capital”, e são comandadas pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC). Estes, são subordinados a toda estrutura administrativa, oferecida pelos Estados, com exceção do Distrito Federal, que é subordinada ao DNRC; são competências das Juntas todo tipo de arquivamento e autenticação dos instrumentos de escrituração que possuem a empresa.
 Já no tocante à escrituração dos livros empresarias, nos dispõe o artigo 1.179, “O empresário e a sociedade anônima empresária, são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico”.
Mais que uma obrigação legal, a escrituração é instrumento essencial para o bom desenvolvimento da atividade empresária.
A contabilidade é o cérebro, trocando em miúdos, da atividade negocial, pois da contabilidade “diz quase tudo da vida empresarial, do desempenho da atividade, de seu passado, de seu estado atual e de suas possibilidade – ou necessidades – futuras”. Partindo, agora, para o último item das obrigações empresariais, temos o balanço patrimonial, uma tradução numérica da universidade jurídica do empresário ou da sociedade empresária, são, as relações jurídicas ativas (credor) e passivas (devedor).
Assim, já podemos destrinchar cada uma das obrigações inerentes ao empresário individual e as sociedades empresarias. 
3. REGISTRO DE EMPRESAS
Essa obrigação decorre da Lei 8. 934/94 (Lei de registro de empresas). O registro público de interesse para os empresários é denominado “ registro de empresas mercantis e atividades afins”. Cada unidade federativa possui uma Junta Comercial. Sendo que, a partir da vigência desta lei, qualquer sociedade com finalidade econômica, independentemente do objeto que se dedicam, podiam se registrar na Junta Comercial do Estado em que estavam sediadas.
Contudo, o Código Civil de 2002, restringiu o âmbito de registro pelas Juntas Comerciais. Conforme art. 998, somente as sociedades empresárias devem ser registradas nas Juntas. Nesse contexto, as sociedades simples são registradas no Registro de Pessoas Jurídicas e as voltadas à prestação de serviços de advocacia devem ter seus atos de constituição levados até a Ordem dos Advogados do Brasil, conforme o art. 15, § 1º da Lei nº 8. 906/94. A Lei 8934/94 (Lei de registro de empresas) instituiu o Sistema Nacional de Registro de Empresas que está organizado em dois grupos, um nacional e um estadual. O nacional é o DNRC (Departamento Nacional de Registro de Comércio - vinculado ao Ministério do Desenvolvimento) e o estadual são as Juntas Comerciais. As juntas Comerciais estão subordinadas tecnicamente ao DNRC e administrativamente ao estado-membro. É o DNRC que estabelece as regras de registro que as Juntas devem seguir.
3.1 Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC
O Departamento Nacional de Registro do Comércio, conhecido também pelas siglas DNRC, foi criado no dia 29 de dezembro do ano de 1961. Esse departamento é um órgão central do Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis do Comércio, o SINREM. As funções do Departamento Nacional de Registro do Comércio é supervisionar, orientar, normatizar, no plano técnico e, no plano administrativo, sua função é supletiva. O Departamento Nacional de Registro do Comércio também é responsável em propor a elaboração da tabela de preços dos serviços pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis, em relação aos atos que façam parte da esfera federal e também de determinar e especificar os atos que precisam ser observados pelas Juntas Comerciais na elaboração de suas tabelas locais.
Competência do DNRC
Suas atribuições são de normatização, disciplina, supervisão e controle do registro das empresas. Segundo o disposto no art. 4º da Lei nº 8. 934/94, compete ao DNRC:
I - supervisionar e coordenar, no plano técnico, os órgãos incumbidos da execução dos serviços de Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
II - estabelecer e consolidar, com exclusividade, as normas e diretrizes gerais do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
III - solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis, regulamentos e demais normas relacionadas com o registro de empresas mercantis, baixando instruções para esse fim;
IV - prestar orientações às Juntas Comerciais, com vistas à solução de consultas e à observância das normas legais e regulamentares do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
V - exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, representando para os devidos fins às autoridades administrativas contra abusos e infrações das respectivas normas, e requerendo tudo o que se afigurar necessário ao cumprimento dessas normas;
VI - estabelecer normas procedimentais de arquivamento de atos de firmas mercantis individuais e sociedades mercantis de qualquer natureza;
VII - promover ou providenciar, supletivamente, as medidas tendentes a suprir ou corrigir as ausências, falhas ou deficiências dos serviços de Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
VIII - prestar colaboração técnica e financeira às Juntas Comerciais para a melhoria dos serviços pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
IX - organizar e manter atualizado o cadastro nacional das empresas mercantis em funcionamento no País, com a cooperação das Juntas Comerciais;
X - instruir, examinar e encaminhar os processos e recursos a serem decididos pelo Ministro de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo, inclusive os pedidos de autorização para nacionalização ou instalação de filial, agência, sucursal ou estabelecimento no País, por sociedade estrangeira, sem prejuízo da competência de outros órgãos federais;
XI -promover e efetuar estudos, reuniões e publicações sobre assuntos pertinentes ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins.
3.2 Juntas Comerciais
	No Brasil, os registros públicos mercantis são realizados pelas Juntas Comerciais de cada estado, e estas são coordenadas pelo Departamento Nacional de registro do Comércio (DNRC).
	As Juntas Comerciais executam três espécies de registro: a matrícula dos auxiliares das empresas (leiloeiros, tradutores públicos, armazém-geral); autenticação da escrituração empresarial; o registro dos empresários e das sociedades empresária. 
	Segundo o art. 968 do Código Civil, a inscrição do empresário se fará mediante requerimento que contenha: nome, nacionalidade, domicílio, estado civil, e se casado o regime de bens do empresário; a firma com a respectiva assinatura autografa; o capital; o objeto e a sede da empresa. Com o deferimento do registro pela Junta Comercial, a inscrição será tomada por termo no livro próprio e obedecerá a números de ordem contínuos para todos os empresários inscritos. À margem da inscrição do empresário, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes.
	O empresário que constituir um estabelecimento secundário deverá averbar a existência dessa filial na Junta Comercial na respectiva sede. Do mesmo modo, se instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito a jurisdição de outra Junta Comercial, nesta deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originaria. 
	É importante abordar as consequências jurídicas pela falta do registro do empresário ou sociedade empresário perante a Junta Comercial. Sendo um empresário irregular, ou seja, sem registro não poderá obter seu cadastro perante os órgãos públicos, tais como Receita Federal (CNPJ), secretaria da Fazenda Estadual (inscrição estadual) ou Secretaria da Fazenda (inscrição municipal). Também terá como consequência o impedimento para requer a falência de outro empresário, solicitar perante o poder Judiciário a sua recuperação de empresa e outras responsabilidades jurídicas em virtude de sua irregularidade.
Competências da Juntas Comercias
As Juntas Comerciais possui funções executivas, competindo-lhes, na essência, a prática dos atos de registro, como a matrícula, o arquivamento e a autenticação. Conforme o art. 8º da Lei nº 8. 934/94, incumbe às Juntas Comerciais:
I - executar os serviços previstos no art. 32 desta Lei;
II - elaborar a tabela de preços de seus serviços, observadas as normas legais pertinentes;
III - processar a habilitação e a nomeação dos tradutores públicos e intérpretes comerciais;
IV - elaborar os respectivos Regimentos Internos e suas alterações, bem como as resoluções de caráter administrativo necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, regulamentares e regimentais;
V - expedir carteiras de exercício profissional de pessoas legalmente inscritas no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;
VI - o assentamento dos usos e práticas mercantis.
É importante lembrar que a Junta se estrutura de acordo com a legislação vigente no Estado. Na maioria das unidades federativas, tem-se preferido conceder-lhe natureza jurídica de autarquia, com autonomia administrativa e financeira. Também há Estados que preferem tê-las como um órgão da administração direta, pertencente normalmente à Secretaria da Justiça, conforme apontamentos de Fábio Ulhoa (2008, p. 70). Entretanto, a Junta Comercial deve sempre possuir os seguintes órgãos, conforme o disposto no art. 9º da Lei nº 8. 934/94:
I - a Presidência, como órgão diretivo e representativo;
II - O Plenário, como órgão deliberativo superior;
III - as Turmas, como órgãos deliberativos inferiores;
IV - a Secretaria-Geral, como órgão administrativo;
V - a Procuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica.
4. ESCRITURAÇÃO
 
 	O Código Civil em seu artigo 1.179 refere que: "O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva ..."
 	O sistema de contabilidade "compreende o conjunto de proposições coordenadas entre si com o fim precípuo de fixar as transformações patrimoniais do empresário ou da sociedade empresária".  Ou seja, a escrituração dos livros é a materialização do andamento da empresa e de todo o sistema de contabilidade que a mesma produz, seguindo as regras estabelecidas pela contabilidade. A realização desta escrituração traz vantagens diretas ao próprio empresário, pois ela fornecerá subsídios para o mapeamento das ações dentro da empresa. A escrituração deve ser feita em livros próprios, sendo alguns obrigatórios outros facultativos.
 
 4.1 Espécies de livros
 
Temos os livros facultativos, e os livros obrigatórios, que se subdividem em comuns e especiais. Para os livros facultativos a lei não exige sua existência embora venha a corroborar na organização dos dados da empresa e na melhor organização dos negócios. Podemos citar o livro-caixa, contas-correntes, obrigações a pagar, livro caixa, etc. Estes livros são também chamados de auxiliares, e sua ausência não derroga implicações legais, salvo se tornar-se complemento de um livro obrigatório. 
Os livros obrigatórios, como o próprio nome infere, são exigidos por lei e sua ausência trará sanções civis e criminais. O livro obrigatório comum, conforme o art. 1.180 Código Civil é somente o Livro Diário. Neste livro são lançados as operações relativas ao exercício da empresa, e sua escrituração é obrigatória para todos os empresários, por isso comum, independente do tipo de sociedade. O livro obrigatório especial, depende da atividade exercida pelo empresário, e não são exigidos para todos os empresários, por isso especial. Citamos como ex. o Livro de Registro de Duplicatas, cuja escrituração é obrigatória para todos os empresários que emitem duplicatas.
 	Dessa forma, são obrigatórios apenas para aqueles empresários que  adotam determinado procedimento,  e que deva proceder a escrituração.
 
  4.2 Requisitos dos livros
 
                Para que os livros tenham valor probatório é necessário que preencha alguns requisitos extrínsecos e intrínsecos.  Os requisitos intrínsecos, encontram amparo no art. 1.183 Cód. Civil e podemos citar: "A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens".
 	Os requisitos extrínsecos estão relacionados com a segurança e autenticidade dos livros, como o modo de abertura e encerramento do livro, autenticado pela Junta Comercial.
 	Como bem observa Fabio Ulhoa: "Somente é considerada regular a escrituração do livro empresarial que observe ambos os requisitos. Um livro irregularmente escriturado, vale dizer, que não preencha qualquer dos requisitos legais, equivale a um não livro. O titular de um livro, a que falta requisito intrínseco ou extrínseco, é, para o direito, titular de livro nenhum".
 
 4.3 Sigilo
 
                A regra geral para os livros empresariais é o sigilo, pois visa "evitar ou impedir a concorrência desleal".
 Conforme o art. 381 Código Processo Civil: o juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros comerciais e dos documentos do arquivo:
 
na liquidação de sociedade;
na sucessão por morte de sócio;
quando e como determinar a lei.
 
               Dessa forma, a exibição é exceção e ocorrendo nos casos mencionados acima. O segredo dos livros empresariais se dá pra resguardar o empresário individual ou coletivo, como observa o autor João Eunápio Borges "pondo-o a salvo não apenas da má-fé e da bisbilhotice de qualquer um".
 	Isso porque nos livros encontram-se todo o sucesso e fracasso de seus negócios, onde o empresário obteve melhores preços, a estratégia de venda utilizada, os custos, o desenvolvimentode seu crédito. Portanto, o sigilo torna-se garantia indispensável ao bom andamento de sua atividade empresarial.  A exibição dos livros poderá ser parcial ou total. Quando parcial, somente será exibido a parte que interessa ao juízo, por requerimento da parte; quando total, será mediante determinação do juiz, e para os casos por ex. de falência.
 	 O livro sendo exibido total ou parcialmente, terá força probante conforme a lei estabelece no Código Processo Civil, nos artigos 378 e 379.
 
 4.4 Fraudes ou irregularidades na escrituração
 
                Ainda que haja irregularidades contábeis, e que estas gerem sanções de ordem penal, civil, o empresário não se descaracterizará de sua atividade empresarial. Perderá o direito a certos benefícios outorgados aos empresários que cumprem satisfatoriamente a obrigação de escrituração contábil.  Se for solicitado que apresente os livros obrigatórios, e o mesmo não o tiver ou possuindo-o estiver irregular, presumir-se-ão verdadeiros os fatos alegados pelo requerente.
 	No campo penal, "a consequência para a ausência ou irregularidade na escrituração de livro obrigatório, encontra amparo no art. 178 da LF, que reputa crime falimentar deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábeis obrigatórios".
 
  4.5 Destruição de livros obrigatórios
 
                A regra para arquivo dos livros empresariais é até a prescrição das obrigações nele escrituradas. Após o término deste prazo, os livros não gerarão nenhuma consequência nem civil nem penal.  A Lei Falimentar em seu artigo 168,§1°, V, visa punir aqueles que de maneira premeditada, visando burlar os registros que comprometem o empresário, destroem, apagam ou corrompem dados contábeis. Tal atitude será punida com aumento de pena.
 O objetivo é preservar credores, que poderiam ser lesados com tal comportamento, haja vista que poderiam alienar bens a terceiros pouco antes da decretação de falência, por ex.
 	Conforme observa Ricardo Negrão, "o inciso V da Lei, ocorre por atos dolosos de destruição, ocultação ou inutilização de livros obrigatórios. Por ex: o empresário lança livros obrigatórios em água, ateia fogo sobre eles, esconde ou rasga suas folhas, submetendo-as a processo mecânico de picote ou de perfuração ou simplesmente deixa documentos de escrituração obrigatória ao sabor de intempéries ou ao ataque de traças. A conduta criminosa contrapõe-se ao dever imposto ao empresário de conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondências e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados ( Código Civil, art. 1.194)". 
Ainda que o empresário alegue o perecimento do livro, ainda assim a lei não o exime, uma vez que compete a ele sua restauração em caso de perda ou extravio. 
 
6. BALANÇOS PERIÓDICOS
O art. 1.179, do Código Civil de 2002, traz a terceira obrigação do empresário, qual seja a de fazer balanços periódicos. A elaboração das demonstrações contábeis, em regra, é feitas anualmente. Contudo, as instituições financeiras e as sociedades anônimas, as quais distribuem dividendos semestrais, estão obrigadas a fazer tal levantamento em cada semestre. Sociedade limitada: a obrigação se resume ao levantamento do balanço geral do ativo (todos os bens, dinheiro e créditos) e passivo (todas as obrigações de que é devedora) e as demonstrações de resultados (lucros e perdas), observadas as técnicas aceitas pela contabilidade (CC, 1.188). Sociedade anônima: a lei é bem mais exigente. Sendo assim, o balanço patrimonial deve apresentar determinadas contas de ativo (circulante, realizável em longo prazo e permanente) e de passivo ( circulante, exigível a longo prazo, resultados futuros e patrimônio líquido). A lei também exige, além do balanço patrimonial, o levantamento de outras três demonstrações contábeis: lucros ou prejuízos acumulados, resultado do exercício e, origens e aplicações de recursos.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando as obrigações gerais do empresário, observa-se que a lei faz rígidas exigências aos exercentes de atividade empresarial em virtude do controle da própria atividade, pois esta interessa não apenas aos sócios do empreendimento econômico, mas a seus credores, ao fisco (Estado) e, até, a própria sociedade. Nesse sentido, a lei visa garantir o desenvolvimento harmonioso da atividade empresarial de modo a minorar ou evitar fraudes na dinâmica das relações que envolvem todas as atividades comerciais. Além disso, é importante ressaltar que as obrigações gerais do empresário são de natureza formal, contudo a sua inobservância gera sérias consequências, inclusive penais. Sendo assim, a empresa irregular possui gera várias consequências tais como: responsabilidade ilimitada dos sócios pelas obrigações contraídas pela sociedade, se não for providenciado o registro do respectivo ato constitutivo na Junta Comercial; impossibilidade de desenvolver negócios com empresários regulares; impossibilidade de participar de licitação promovida pela Administração Pública; dificuldade de contrair empréstimos; e impossibilidade de requerer a recuperação judicial (LF , art. 51, V), dentre outras possibilidades.
Observamos também que, os livros empresariais, tanto de caráter facultativo quanto obrigatório, têm por escopo, o bom andamento da empresa, levando-se em conta o princípio do sigilo, mas dando subsídios como prova documental em eventuais litígios.  Ele traduz com fidelidade e clareza a situação da empresa, possibilitando ao empresário pautar com mais segurança as decisões pertinentes ao andamento e progresso da empresa.  A escrituração dos livros "constituem bússola, que possibilita averiguar, a cada momento, o estado de seus negócios, e o aconselha a realizar, ou abster-se, de novas transações; fornece prova mais natural e mais simples de seus débitos, elucidam direitos contestados" Tem-se mais benefícios em mantê-los em boa guarda e conservação, do que tê-los de forma irregular.
Fontes:
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Direito de Empresa. 12ª Edição: 2008. Editora Saraiva.
BRASIL. Lei Nº 8.934, de 18 de novembro de 1994.Dispõe sobre o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências.
http://www.webartigos.com/articles/2672/1/A-Mercancia-E-As-Principais-Obrigacoes-Do-Empresario/pagina1.html. 
 http://www.tudoemfoco.com.br/dnrc-instrucoes-normativas
ALMEIDA, Amador Paes.Direito de Empresa no Código Civil. 2ªed.São Paulo: Saraiva, 2008, p.249.
 
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