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Resumo de ECA

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RESUMÃO E TESTES RESOLVIDOS 
4º SEMESTRE 
 
ECA - 2.2015 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO UNIRADIAL DE SÃO PAULO 
AV. MORUMBI, 8.724 – BROOKLIN. CEP: 04703002 
jonasfs.juridico@gmail.com 
ECA 2015 
 
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É muito comum nos referirmos à disciplina Direito da Criança e do Adolescente como ECA. Na 
verdade, isto é um erro, já que ECA se trata do Estatuto da Criança e do Adolescente, a base 
normativa legal mais importante desta disciplina, mas não a única. 
 
Se tratássemos somente do Estatuto, estaríamos limitando o estudo desta disciplina, já que 
estaríamos considerando apenas a lei 8069/90 e suas alterações trazidas pela lei 12.010/09. Ao 
contrário, tratar a disciplina como Direito da Criança e do Adolescente nos permite estudar 
não só o Estatuto, mas todas as demais legislações que embasaram e embasam este direito, 
tais como a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, a Constituição Federal brasileira 
de 1988, o Código Civil brasileiro, o Código Penal brasileiro etc., além de legislações 
extravagantes. Enfim, podemos desta forma estudar um sistema jurídico amplo, de garantia de 
direitos às crianças e aos adolescentes, baseado nas metas PRINCÍPIOS DA PRIORIDADE 
ABSOLUTA E DA PROTEÇÃO INTEGRAL. 
 
Ao longo da história, é possível observar que crianças e adolescentes não possuíam direitos, 
pois os pais eram detentores de poderes absolutos sobre seus filhos. A mudança deste cenário 
se deu a partir do triste caso da menina Mary Ellen ocorrido em 1874, que deu origem ao 1º 
Tribunal de Menores do mundo. Posteriormente, com a 1ª Guerra Mundial, que deixou muitos 
órfãos, intensificou-se uma maior necessidade de proteção em relação à infância. 
 
Declaração dos Direitos da Criança de Genebra em 1924, promovida pela liga das nações. 
Declaração Universal dos Direitos das Crianças, ONU em 1959. Convenção dos Direitos das 
Crianças, esboçada na ONU em 1979, ano internacional da criança, tendo sido finalizada em 
1989, subscrita pelo governo brasileiro em 26.01.90, aprovada pelo Congresso Nacional por 
meio do decreto Legislativo n°99.710, de 21 de novembro de 1990. 
 
ECA se funda em 6 Princípios norteadores: 
Prioridade Absoluta 
Melhor Interesse 
Municipalização 
Cidadania 
Bem comum 
Desenvolvimento 
 
INTRODUÇÃO AO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) 
 
Conceito de criança e adolescente: 
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade 
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às 
pessoas entre dezoito e vinte e um ano de idade. 
O artigo 2º define criança como a pessoa que tem até 12 anos incompletos e adolescente 
quem tem entre 12 e 18 anos de idade. Esses 18 anos de idade devem ser lidos como 
incompletos, pois, a partir do momento em que a pessoa completa 18 anos, ela é considerada 
 
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4º SEMESTRE 
 
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adulta. Aquele que completa 18 anos passa a ter plena capacidade tanto na esfera cível quanto 
também na penal, podendo ser considerado imputável. 
 
Interpretação do ECA: 
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as 
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar 
da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. 
 
Uma determinada disposição do ECA não pode ser utilizada, no caso concreto, para prejudicar 
os interesses da criança ou adolescente. Levando em conta que o objetivo precípuo da lei é 
proteger de forma integral, assegurando com absoluta prioridade a efetivação de todos os 
direitos da pessoa humana e ainda os inerentes à condição peculiar de pessoa em 
desenvolvimento, todos os dispositivos devem ser interpretados em favor do superior 
interesse do menor, em apreço à doutrina da proteção integral. 
 
Dessa forma, o legislador deixou claro no artigo 6º que a interpretação do ECA deve levar em 
conta os fins sociais aos quais ela se dirige, às exigências do bem comum, os direitos e deveres 
individuais e coletivos e à condição peculiar do menor de 18 anos de pessoa em 
desenvolvimento. Trata-se de interpretação dirigida aos objetivos traçados pelo legislador, que 
demonstram o compromisso firmado pelo Brasil de garantir a efetivação de todos os direitos 
previstos na Convenção Internacional dos Direitos da Criança. 
 
Direito à vida e à saúde; à liberdade, ao respeito e à dignidade: 
Tais direitos estão previstos de forma ampla no artigo 7º do ECA, que garante a proteção dos 
mesmos desde antes do nascimento. Um exemplo disto é a proteção indireta ao nascituro, 
garantindo à gestante o atendimento pré e perinatal, conforme consta do artigo 8º. 
A Lei 12.010/09 concedeu ainda à gestante, a assistência psicológica nos períodos pré e pós-
natal, como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal, bem como 
às gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção. 
Outra garantia importante é o direito ao aleitamento materno previsto pelo artigo 9º, que 
abrange, inclusive, os filhos de mães detentas, garantia está também assegurada pelo artigo 
5º, inciso L da CF. Esta proteção visa assegurar tanto a nutrição quanto os benefícios 
psicológicos e afetivos da amamentação. 
O legislador estabeleceu no artigo 10 cinco obrigações aos hospitais públicos ou particulares 
visando a efetividade do direito à vida e à saúde do recém-nascido. A inobservância dos 
direitos previstos no artigo 10, incisos I a V caracteriza crime do artigo 228 ou 229 do ECA, 
punido na modalidade dolosa ou culposa. 
 Manter o registro do prontuário até os 18 anos 
 Identificação do recém nascido por meio da impressão plantar ou digital 
 Realização do teste do pezinho 
 Fornecer a declaração de nascido vivo com as intercorrências do parto 
 Alojamento conjunto com mãe 
 
Art. 11: Visa garantir as crianças e adolescentes tratamento médico universal e igualitário 
Art. 12: Direito de permanência de um dos responsáveis para acompanhar o menor enfermo. 
 
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Art. 13: Obrigou todos os hospitais a comunicar suspeitas ou caso de maus tratos 
Art. 14: Campanha de Educação Sanitária e Educação 
 
O legislador estatutário, nos artigos 15 a 18 do ECA, tratou do direito à liberdade, à dignidade 
e ao respeito de forma acoplada, definindo-os num único capítulo, pelo fato de eles se 
complementarem, pois não podemos pensar em liberdade sem respeito e dignidade. 
 
Porém, esses direitos sofrem limitações pelo fato de crianças e adolescente serem pessoas em 
processo de desenvolvimento. Assim, uma criança ou um adolescente pode brincar, passear ou 
se divertir, desde que essa liberdade não o prejudique. Estas limitações estão presentes em 
cada inciso do artigo 16. 
 
Artigo 16, I – O direito de liberdade consiste no direito de ir, vir e estar nos logradouros 
públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais. 
Comentário: Este direito encontra limitação no caso de crianças ou adolescentes em situação 
de risco e/ou perigo (art. 98 ECA), em que o recolhimento é autorizado e tem fim assistencial. 
 
Nesse caso, não há violação ao direito à liberdade e sim uma proteção. 
Art. 16, IV - Brincar, praticar esporte e divertir-se. 
São atividades permitidas, desde que sejam praticadas dentro das regras de segurança e das 
normaslegais, permitindo a sua socialização. 
Art. 16, V– Participar da vida familiar sem discriminação. 
Este dispositivo engloba o direito previsto pelo art. 19 do ECA, que será estudado na próxima 
aula, e se refere à convivência com a família natural ou substituta sem distinção. 
Art. 16, VI - Participar da vida política. 
Este direito pode ser exercido somente a partir dos 16 anos de idade, segundo o disposto no 
art. 14, § 1º, II, c, da CF. 
Art. 16, VII – Buscar refúgio, auxílio e orientação. 
Sempre que um menor procurar um adulto como fonte de apoio, inclusive no caso de violência 
e de maus tratos, deverá ser ouvido por quem quer que seja. Tal obrigação é então de todos, 
prevista nos artigos 4º e 18 do ECA. Isto porque muitas crianças e adolescentes são vítimas dos 
próprios pais ou responsáveis. Assim, todos devemos denunciar, e para isto existem, inclusive, 
diversos programas criados, como o “SOS Crianças Vítimas de Violência”, por exemplo. 
 
Direito à dignidade e ao respeito: 
O artigo 17 do ECA trata da proteção a integridade física, psíquica e moral da criança e do 
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, 
ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. Entretanto, nada impede que caso os pais ou 
responsável suspeitem de que algo está errado com o menor, venham a vasculhar seus 
pertences, por exemplo, visando protegê-lo. 
Com o advento das novas tecnologias e da internet, é comum ver os pais usando programas 
para controlar o acesso dos filhos à internet, ou proibir games inapropriados. 
E, finalmente, o artigo 18 do ECA, que assegura a dignidade da criança e do adolescente e que, 
além de prever o direito, estabelece também o dever de todos em zelar pelo mesmo. 
 
 
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Direito à Convivência Familiar e Comunitária: 
O direito à convivência familiar foi objeto da Lei 12010/09, conhecida como lei da adoção, mas 
que na verdade dispõe sobre o aperfeiçoamento do direito À convivência familiar. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que toda criança e adolescente tem direito a ser 
criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, 
assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas 
dependentes de substâncias entorpecentes. 
A família é o primeiro agente socializador do ser humano. E a convivência comunitária 
fortalece valores e reforça o reconhecimento dos interesses individuais e coletivos. 
 
A regra, pelo artigo 19 do ECA, é a família natural ou extensa/ampliada; e a exceção, a família 
substituta. E para garantir esta convivência, o ECA sofreu alteração recente pela Lei 12962/14, 
que passa a estabelecer no parágrafo 4o do artigo 19 que será garantida a convivência da 
criança e do adolescente com a mãe e o pai privado da liberdade, por meio de visitas 
periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela 
entidade responsável, independentemente de autorização judicial. O artigo 23 também passou 
a ter nova redação. A criança ou adolescente deve ser mantido em sua família de origem, em 
regra. Desta forma, a condenação criminal do pai ou da mãe não implicará na destituição do 
poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de 
reclusão, contra o próprio filho ou filha. Um exemplo que podemos citar é o crime de estupro. 
Assim, nos procedimentos da Justiça da Infância e da Juventude, a preferência é sempre a 
permanência da criança e do adolescente junto a seus genitores biológicos ou parentes 
próximos (ou pessoa com quem já conviva), e somente após a verificação técnico-jurídica de 
que estes não possuem condições de criá-los, é que se inicia a colocação em lar substituto. 
Como família natural entende-se a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus 
descendentes (artigo 25, ECA). Sendo a família extensa ou ampliada aquela que se estende 
para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos 
com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade 
(artigo 25, parágrafo único, ECA), e 1.723 do Código Civil . 
 
Vale ressaltar que, apesar do reconhecimento da união homoafetiva pelo STF, ainda existe 
discussão quanto a consideração desta como entidade familiar, e sobre a possibilidade de 
adoção de crianças e adolescentes por casais homoafetivos. 
A Lei 12.010/09, que trouxe alterações ao Estatuto da Criança e do Adolescente, reconhece 
duas formas de acolhimento da criança e do adolescente, quando estes não puderem 
permanecer junto à sua família natural ou extensa/ampliada, que são o acolhimento 
institucional e o acolhimento familiar. 
Acolhimento Institucional: Esta forma se refere ao antigo abrigamento (artigo 90, IV, ECA) por 
instituições voltadas à proteção temporária da criança e do adolescente, e que não se 
confunde com privação de liberdade destes. A permanência da criança e do adolescente neste 
programa de acolhimento não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada 
necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela 
autoridade judiciária. 
Acolhimento Familiar: Esta forma se refere a um programa em que famílias dispostas a receber 
e proteger crianças e adolescentes que não possam permanecer junto a suas famílias. Elas são 
 
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cadastradas para esta finalidade e, surgindo a necessidade, serão a família acolhedora destas 
crianças e adolescentes. Este programa prevalece sobre o acolhimento institucional, sempre 
que possível, e conta com o acompanhamento de profissionais como assistentes sociais e 
psicólogos. 
 
Pátrio Poder x Poder Familiar: 
Segundo o Código Civil, a expressão “pátrio poder” foi substituída por “poder familiar”. Esta 
alteração baseou-se no disposto pelo artigo 5º, inc. I da CF, que diz que ”homens e mulheres 
são iguais em direitos e obrigações”; e do §5º do artigo 226, da CF, que prevê a igualdade 
entre os cônjuges. Por isso este poder é exercido em igualdade de condições pelo pai e pela 
mãe, representando a obrigação destes na formação e proteção dos filhos, garantindo-lhes os 
direitos fundamentais assegurados pela CF. O que está contido também no art. 21 do ECA. 
Antes da reforma promovida pela Lei 12010/09, o ECA ainda se valia da expressão “pátrio 
poder”, mas com o advento da referida lei, todas as expressões foram alteradas para “Poder 
familiar”. 
 
Procedimento de perda ou suspensão do poder familiar: 
A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento 
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de 
descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a ele inerentes. 
 
Família substituta – Artigos 28 a 52, ECA. 
A colocação em família substituta far-se-á mediante 3 modalidades: guarda, tutela ou adoção. 
Esta última modalidade sofreu recente alteração promovida pela Lei 12955/14, que incluiu o 
parágrafo 9o., que determina que terão prioridade de tramitação os processos de adoção em 
que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica. 
Adoção: É forma mais abrangente de colocação em família substituta. é ato jurídico pelo qual 
se estabelece o estado de filiação e paternidade, respectivamente entre adotado e adotante, 
cuja eficácia está condicionada à chancela judicial. 
Guarda: A guarda destina-sea regularizar a convivência de fato, atribuindo ao guardião vínculo 
e representação jurídica em relação a criança ou adolescente, obrigando-lhe a promover-lhes a 
assistência moral, material e educação, permitindo-lhe, todavia, opor-se a terceiros, inclusive 
os pais. 
Destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida liminar ou incidentalmente, nos 
procedimentos de tutela e adoção, exceto no caso de adoção por estrangeiros. 
Tutela: A tutela é forma de colocação de criança e adolescente em família substituta. 
Pressupõe, ao contrário da guarda, a prévia destituição ou suspensão do poder familiar dos 
pais (família natural). Visa essencialmente a suprir carência de representação legal, assumindo 
o tutor tal munus na ausência dos genitores. 
 
Procedimento de Colocação em Família Substituta 
O procedimento de colocação em família substituta está previsto nos artigos 165 a 170 do ECA. 
 
A alienação parental ofende o direito à convivência familiar. O psiquiatra americano Richard 
Gardner denominou "alienação parental" a síndrome constatada em um dos pais Conceito: 
 
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Um dos cônjuges tenta, a qualquer preço, afastar a criança ou adolescente do convívio do 
outro genitor. Casos específicos: a síndrome geralmente se manifesta na ocorrência de 
separações traumáticas, em que uma das partes não consegue rejeitar o sentimento de 
rejeição, raiva, abandono e acaba por buscar, até de forma inconsciente, o alívio de tais 
sentimentos pela vingança, qual seja, a de afastar o outro genitor da presença e convívio do 
filho consequências: além da nefasta criação sem a presença de um dos genitores, com os 
consequentes traumas que podem ser gerados psicologicamente. A menina, por exemplo, na 
ausência do pai, podendo ser proveniente de um lar desajustado pode manifestar futuramente 
o que psicologicamente se conceitua como a doença de amar demais, que poderá envolvê-la 
em relacionamentos destrutivos. Podem ser plantadas falsas memórias em casos extremos, 
como abuso sexual praticado pelo genitor afastado. 
Em casos extremos, o genitor afastado pode ser vítima de denunciação caluniosa, vindo a 
responder a inquérito e processo por supostos abusos sexuais, o que demandará uma análise 
psicológica criteriosa e necessariamente demorada, gerando sofrimento extremo a todos os 
envolvidos. 
 
Procedimento de Destituição da Tutela 
A destituição da tutela será decretada judicialmente, em procedimento contraditório, nos 
casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos 
deveres e obrigações inerentes ao instituto. 
O procedimento de destituição da tutela está previsto nos artigos 164 do ECA e 1.194 a 1.198 
do Código de Processo Civil. Clique aquipara visualizar as etapas deste procedimento. 
 
Procedimento de Habilitação de Pretendentes à Adoção 
Para a colocação de crianças e adolescentes em família substituta na modalidade de adoção, é 
necessário que os pretendentes a adotantes se habilitem em um procedimento próprio. 
Art.197-A a 197-E do ECA. 
 
Dando continuidade ao estudo dos direitos fundamentais previstos pelo ECA, passamos agora 
à análise dos direitos à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, à profissionalização e à 
proteção no trabalho. 
Você verá que esses direitos são importantes para o bom desenvolvimento das crianças e dos 
adolescentes, razão pela qual não só o ECA, mas também outras normas pertinentes, dedicam-
se a regulamentá-los, como será visto mais adiante nesta aula. 
Além desses direitos, o ECA prevê regras referentes à prevenção, aos produtos e aos serviços, 
reafirmando a intenção do legislador no sentido de propiciar condições favoráveis ao 
desenvolvimento sadio de crianças e adolescente nos aspectos físico, psíquico e moral. 
 
Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer: Objetivando a construção de uma 
sociedade livre, justa e solidária, o legislador constitucional utilizou-se da educação como 
instrumento de transformação social e, deste modo, destinou um capítulo para regulamentá-la 
(arts. 205 a 214, CRFB). 
O art. 205 da CRFB demonstra a preocupação do legislador em esclarecer que a educação não 
se constitui apenas numa obrigação do Estado, e sim numa obrigação conjunta do Estado e da 
família. Ao elencar a educação como um direito fundamental da criança e do adolescente, visa-
 
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se assegurar o pleno desenvolvimento da pessoa humana, seu preparo para o exercício da 
cidadania e sua qualificação para o trabalho. Sendo assim, reconheceu-se uma nova concepção 
constitucional da Educação na formação do ser em desenvolvimento. Arts. 53 a 59. do ECA 
É importante destacar que as regras sobre a Educação encontram-se previstas na LDB (Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394/96) e que o ECA, ao tratar deste tema, apenas 
enfatiza alguns aspectos lá contidos nosArtigos: 53, 54, 56, 58 e 59 
 
Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho: O legislador, ao abordar o direito ao 
trabalho no ECA (arts. 60 a 69), procurou regulamentá-lo de forma a garantir o seu efetivo 
exercício, em concomitância com os demais direitos, sem pretender alterar as regras já 
existentes.Deste modo, questões referentes ao contrato de trabalho do adolescente são 
reguladas pela CLT (arts.402 a 441). 
O ECA não foi adequado à Emenda Constitucional nº 20 de 1998, que fixou a idade de trabalho 
do menor para 16 anos, exceto na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. Assim, a leitura 
deste assunto no ECA deve ser adaptada de acordo com o previsto no art. 7º, XXXIII da CF. Ou 
seja, não vale mais o que está previsto no art. 60 do ECA. Desta forma, quanto ao trabalho do 
menor, podemos afirmar que ao menor de 18 anos é vedado o trabalho noturno, insalubre e 
perigoso e que ao menor de 16 anos é vedado qualquer trabalho, salvo a partir dos 14 anos na 
condição de aprendiz. 
A lei que dispõe sobre o estágio de estudantes é a Lei 11.788/08. 
Outra observação relevante sobre este direito é a vedação ao trabalho em certas atividades de 
diversas áreas, inclusive o trabalho doméstico, para menores de 18 anos. Esta proibição e suas 
implicações estão contidas no Decreto 6.481, de 12.09.08 
Segundo o ECA, o exercício do direito à profissionalização e à proteção no trabalho deve 
necessariamente respeitar a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento do adolescente, 
e promover a sua capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho. 
 
Prevenção: Os artigos 70 a 80 do ECA visam prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos 
direitos da criança e do adolescente. Evitar tais situações consiste em um dever de todos. 
Deste modo, o legislador estatutário colocou a sociedade na função de garantidora. 
Considerando que tais disposições objetivam impedir que se prejudique o bom 
desenvolvimento de crianças e adolescentes, o descumprimento das normas de prevenção 
sempre importará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica. 
Vale lembrar que o rol de obrigações referentes à prevenção previstas pelo ECA não excluem 
da prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela adotados. 
 
Produtos e Serviços: Ao tratar dos produtos e serviços nos artigos 81 e 82 do ECA, o legislador 
visou preservar a integridade física e moral de crianças e adolescentes. Para isto, criou algumas 
restrições com o objetivo de evitar que certos produtos considerados perigosos e inadequados 
possam ser por eles adquiridos.Política de Atendimento: Entende-se por Política de Atendimento o conjunto de leis, 
instituições, políticas e programas criados pelo poder público que visa promover e atender aos 
direitos de crianças e adolescentes. A proposta de política de atendimento prevista no ECA foi 
elaborada nos moldes do parágrafo 7º do art. 227, c/c art. 204, ambos da CRFB, ou seja, com 
 
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base nas diretrizes principais vinculadas à política de assistência social, tendo em vista a 
descentralização político-administrativa e a participação popular. 
Esta nova concepção introduz mudanças profundas no campo das políticas públicas dirigidas à 
infância e à juventude. Um exemplo disto, é que o legislador, já no art. 86, mostra a 
responsabilidade não só de todos os entes da federação, mas também da sociedade, no 
tratamento das questões infantojuvenis. 
 
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: 
I - municipalização do atendimento; 
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do 
adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a 
participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal, 
estaduais e municipais; 
III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-
administrativa; 
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos 
conselhos dos direitos da criança e do adolescente; 
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança 
Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização 
do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional; 
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho 
Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência social, para 
efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de 
acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem 
ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta, 
em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 
12.010, de 2009) 
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos 
da sociedade (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) 
 
Este processo de construção de participação popular na área da infância e adolescência não 
pode ser realizado sem a colaboração dos Conselhos Tutelares (cf. art. 136, inciso IX, da Lei nº 
8.069/90): 
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar: IX - assessorar o Poder Executivo local na 
elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da 
criança e do adolescente; 
 
Conselho Tutelar: 
Para corroborar o sistema de garantias, dar efetividade à doutrina da proteção integral e 
integrar a rede de atendimento, foi criado o Conselho Tutelar. 
Ao conceituar o Conselho Tutelar e estabelecer a sua natureza jurídica, no artigo 131 do ECA, o 
legislador visou fortalecer sua missão institucional, para representar a sociedade na 
salvaguarda dos direitos das crianças e dos adolescentes. 
Assim, temos que o Conselho Tutelar é um órgão de natureza administrativa, da esfera do 
Poder Público Municipal. 
 
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Art. 131 do ECA – O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, 
encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do 
adolescente, definidos nesta Lei. 
 
Composição do Conselho: 
A Lei 12.696, que entrou em vigor no dia 26 de julho de 2012, alterou os artigos 132, 134, 135 
e 139 do ECA. Desta forma, foi alterado o tempo de mandato dos Membros do Conselho 
Tutelar, que antes da alteração legislativa, era de três anos. Atualmente, dispõe o artigo 132 
que: “Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no 
mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local, 
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro) 
anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de escolha.” A nova lei também 
alterou as prerrogativas e garantias. Havia previsão de prisão especial em caso de crime 
comum até o julgamento definitivo. Com a nova redação, o artigo 135 apenas manteve a 
previsão de que o exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público 
relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. No entanto, o artigo 134 
estabeleceu garantias que antes não tinham previsão no ECA: 
 
Escolha dos Membros - Art. 139: 
O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei 
municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e 
do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público. 
Atribuições do Conselho - Artigo 136 do ECA 
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105 
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a 
VII; 
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto: 
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência, 
trabalho e segurança; 
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado 
de suas deliberações. 
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração 
administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente; 
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência; 
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas 
no art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional; 
VII - expedir notificações; 
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando 
necessário; 
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para 
planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente; 
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos 
previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal; 
 
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Competência: É determinada pelo domicílio dos pais ou responsáveis, ou, na falta destes, pelo 
local onde se encontre a criança ou o adolescente. No entanto, em caso de criança que 
pratique ato infracional, esta deve ser encaminhada ao Conselho Tutelar da localidade do ato. 
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder 
familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à 
família natural. 
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e 
treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes. 
 
Medidas de Proteção, Medidas Aplicáveis aos Pais ou Responsáveis e Medidas 
Socioeducativas: 
Como mostrado no vídeo, muitas crianças e adolescentes aindanecessitam, e muito, da 
proteção daqueles que façam cumprir o que determina o ECA. Assim, o legislador teve a 
grande preocupação de criar medidas que cumpram as determinações legais, garantindo 
direitos às crianças e adolescentes, e que os restabeleçam ao seu status quo ante, no caso de 
violação de direitos, bem como suas famílias, proporcionando-lhes uma vida mais digna. 
 
Medidas de Proteção: 
Como vimos até então, a CRFB, em seu artigo 227, recepcionado pelo ECA e outras legislações, 
assegura uma série de direitos à criança e ao adolescente, estabelecendo como obrigados a 
sociedade, os pais e o Estado. Diante disto, o artigo 98 do ECA estabelece que as medidas de 
proteção serão aplicadas sempre que houver violação dos direitos das crianças e adolescentes 
por "ação ou omissão da sociedade ou do Estado", ou "por falta, omissão ou abuso dos pais ou 
responsável". 
Mas não somente a sociedade, o Estado ou os pais podem dar ensejo à aplicação dessas 
medidas. O inciso III do artigo 98 também elenca o próprio comportamento da criança ou 
adolescente como causa de aplicação de medidas protetivas. Neste caso não se verificam 
necessariamente omissões ou abusos de terceiros. Tais hipóteses correspondem 
principalmente, mas não exclusivamente, aos casos de cometimento de atos infracionais, que 
serão vistos adiante, ou quando estes menores usam drogas, se prostituem etc. Em todas 
essas três hipóteses contidas no artigo 98, podemos afirmar que a criança ou adolescente se 
encontra em situação de risco. 
 
Rol Exemplificativo das Medidas, no artigo 101 do ECA: 
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; 
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; 
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao 
adolescente; 
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou 
ambulatorial; 
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a 
alcoólatras e toxicômanos; 
VII - abrigo em entidade; 
VIII - colocação em família substituta. 
 
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Parágrafo único. O abrigo é medida provisória e excepcional, utilizável como forma de 
transição para a colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade. 
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 
2009) Vigência 
IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) 
Quem aplica essas medidas? 
A aplicação das medidas protetivas não é necessariamente judicial. As medidas dos incisos I a 
VII do artigo 101 do ECA podem ser aplicadas também pelo Conselho Tutelar, ex vi do artigo 
136, inc. I, do ECA. Da mesma forma, o artigo 93 prevê a possibilidade de que as entidades que 
mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e de 
urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade 
competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância 
e da Juventude, sob pena de responsabilidade. 
 
Nas demais hipóteses, a aplicação da medida é judicial. 
Para aferição de qual a medida mais adequada dentre as aplicáveis, pode o julgador valer-se 
de estudo social, cuja realização pode ser determinada de ofício ou por requerimento das 
partes. 
 
Critérios de aplicação das medidas de proteção: 
As medidas de proteção podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como 
substituídas a qualquer tempo. Na aplicação dessas medidas levar-se-ão em conta as 
necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos 
familiares e comunitários; a condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos; a 
proteção integral e prioritária; a responsabilidade primária e solidária do poder público; bem 
como a oitiva obrigatória e a participação da criança e do adolescente, nos atos e na definição 
da medida de promoção dos direitos e de proteção. 
 
Das medidas aplicáveis aos pais e responsáveis: 
Quando crianças e adolescentes necessitam de medidas de proteção ou praticam atos 
infracionais, percebe-se que muitas vezes é imprescindível alguma intervenção em suas 
famílias. Assim, o ECA prevê a aplicação de medidas também aos pais ou responsáveis destes 
menores, a fim de proteger o ambiente familiar, adequando-o ao desenvolvimento da criança 
ou do adolescente. 
Tais medidas se encontram previstas nos artigos 129 e 130 do ECA, e são aplicadas tanto pelo 
juiz quanto pelo conselho tutelar, em caso de violação da integridade física, psíquica e/ou 
moral da criança ou do adolescente, por omissão, abuso ou opressão dos pais ou responsável. 
O artigo 130 determina que verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual 
impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida 
cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum. A lei 12415, de 2011 incluiu o 
parágrafo único no referido artigo, determinando que da medida cautelar constará, ainda, a 
fixação provisória dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes 
do agressor. 
 
 
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Medidas socioeducativas: 
As medidas socioeducativas encontram-se previstas no artigo 112 do ECA, e são aplicáveis 
somente aos adolescentes que praticam atos infracionais. O artigo 103 do ECA prevê que o ato 
infracional é a conduta descrita como crime ou contravenção penal, praticado por menores de 
18 anos de idade. O estudo do ato infracional será aprofundado na AULA 9. 
Vale lembrar que crianças (menores de 12 anos de idade) também praticam atos infracionais. 
Porém, por força do artigo 105, do ECA, a elas são aplicáveis somente medidas de proteção, 
em razão do legislador ter considerado a falta de maturidade das mesmas. 
 
MEDIDAS PROTETIVAS 
MEDIDAS SÓCIOEDUCATIVAS 
DESTINATÁRIOS 
Crianças e adolescentes 
Adolescentes(adolescente em conflito com a lei) 
HIPÓTESES DE CABIMENTO 
Situações de risco (artigo 98) 
Prática de ato infracional 
ROL 
Exemplificativo 
Taxativo 
AUTORIDADE COMPETENTE 
Em regra o conselho tutelar 
Justiça da Infância e Juventude 
 
Medida Socioeducativa de INTERNAÇÃO: 
A internação é a última do rol das medidas socioeducativas, e está prevista no art. 121, do ECA. 
Ela é a única das medidas socieducativas que implica na privação da liberdade do adolescente, 
que, apesar disso, pode realizar atividades externas a critério da equipe técnica da entidade, 
salvo expressa determinação judicial em contrário. 
 
Justiça da Infância e da Juventude e Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e 
Coletivos: 
As próprias crianças e adolescentes, utilizando-se de sua condição de sujeitos de direitos, têm, 
hoje, uma maior consciência desses direitos, o que os faz buscar, junto à família, à sociedade e 
ao Estado, o cumprimento dos mesmos. Isso é um aspecto bastante positivo trazido em razão 
do legislador ter tido a preocupação de traçar as linhas mestras para garantir às crianças e aos 
adolescentes o acesso à justiça. 
Assim, especificou-se toda a parte processual do direito da Infância e da Juventude: normas 
referentes à capacidade, à gratuidade de justiça, ao segredo de justiça, à competência,às 
ações e seus procedimentos, aos recursos e às partes que atuam nos processos (juiz, Mistério 
Público, advogado). 
Portanto, você está convidado a conhecer essa justiça especializada, bem como os 
mecanismos de defesa de direitos de crianças e adolescentes, sejam eles individuais, difusos 
ou coletivos, que ela proporciona. 
 
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O 1º Juizado de Menores do Brasil e da América Latina foi criado em 20 de dezembro de 1923, 
no Rio de Janeiro, localizado onde atualmente funciona o Instituto Nacional de Educação de 
Surdos (INES). O primeiro Juiz de Menores, como chamado na época, foi empossado em 02 de 
fevereiro de 1924, sendo o Dr. José Cândido de Albuquerque Mello Mattos. Daí o primeiro 
Código de Menores ter sido conhecido e chamado de “Código Mello Mattos”. 
Com a criação do ECA, cada Estado e o Distrito Federal puderam criar varas especializadas e 
exclusivas da infância e da juventude. 
Cabe ressaltar que as Varas da Infância e da Juventude não integram a denominada Justiça 
Especializada, e sim são uma especialização da justiça comum, o Poder Judiciário Estadual tem 
atribuição de criação e instalação destes órgãos, conforme determina o art. 146 do ECA. 
 
Do acesso à Justiça da Infância e da Juventude: 
À toda criança ou adolescente, sem distinção, é garantido o acesso à Justiça da Infância e da 
Juventude. E esse acesso deve ser interpretado de forma ampla, ou seja, não somente à figura 
do Juiz, mas a todos aqueles que fazem parte desta justiça, como a Defensoria Pública e o 
Ministério Público. 
Assim, o legislador definiu regras de acesso a esta justiça especializada, como forma de facilitar 
e incentivar a utilização da mesma, sem deixar de garantir a proteção aos preceitos do ECA. 
 
Alguns exemplos dessas regras são: - Garantia de assistência judiciária gratuita aos que dela 
necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado. 
- Isenção de custas e emolumentos para as ações judiciais e da sua competência bem como 
para os recursos. 
- As crianças e adolescentes devem ser devidamente representados ou assistidos por seus pais 
ou responsáveis ou curadores nomeados, nos processos judiciais. 
- Garantia de sigilo de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crianças e 
adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional: segundo o disposto no parágrafo 
único do art. 143, a violação dessa regra configura a prática da infração administrativa prevista 
no art. 247 do ECA. E deve ser ressaltado que não estão amparadas pela regra do mesmo art. 
143, as vítimas do ato infracional, mesmo que sejam crianças ou adolescentes, já que a regra é 
específica para o autor do ato infracional. 
 
Quem compõe a Justiça da Infância e da Juventude? 
O Juiz da Infância e da Adolescência e uma equipe de assessores (psicólogos, assistentes 
sociais, etc) 
 
Competência em Razão do Lugar ou Territorial: 
O art. 147, do ECA, define o local da propositura das ações. Vale ressaltar que ela é diversa da 
regra da competência territorial geral, prevista pelo CPC. 
A competência do juízo será fixada pelo domicílio dos pais ou responsáveis, desde que a 
criança ou o adolescente esteja na companhia dos genitores ou acolhido em entidade. E, não 
havendo pais ou responsável, ou estando eles em local incerto e não sabido, o foro 
competente será o do local onde se encontra a criança ou adolescente. 
 
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Competência em Razão da Matéria: 
O art. 148, do ECA, trata da abrangência da Justiça da Infância e da Juventude, ou seja, define 
as situações que exigem a atuação desta justiça. 
Os incisos I a VII são aplicáveis a crianças e adolescentes em qualquer situação: regular ou não. 
É a competência exclusiva, já que só a Justiça da Infância e da Juventude pode atuar nestes 
casos. Já o § único, trata de casos de crianças e adolescentes incursas nas hipóteses do art. 98 
do ECA. Logo, não se tratando destas hipóteses, a competência será da Vara de Família. É a 
competência concorrente. 
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato 
infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis; 
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo; 
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes; 
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à 
criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209; 
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando 
as medidas cabíveis; 
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à 
criança ou adolescente; 
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis. 
 
Recursos: 
Os recursos não possuem preparo: isto reduz custos e incentiva o acesso à justiça, 
proporcionando maior efetividade ao direito. 
- O prazo para interposição e resposta dos recursos é sempre de 10 dias,para o Ministério 
Público e para a defesa, com exceção dos embargos de declaração, que é de 48h: isto 
proporciona maior celeridade aos processos. 
- Os recursos serão processados com prioridade absoluta, devendo ser imediatamente 
distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, e 
serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente do Ministério 
Público. Além disso, têm preferência no julgamento e dispensam revisor: também gera maior 
celeridade aos processos. 
- O recurso de apelação só será recebido no duplo efeito (devolutivo e suspensivo) se tratar-se 
de adoção internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao 
adotando: a regra, pelo CPC, é atribuir o duplo efeito à apelação, mas neste caso, a fim de dar 
celeridade aos processos, só haverá o duplo efeito nestas situações. 
- O Juiz da Infância e da Juventude pode exercer o juízo de retratação, ao receber o agravo ou 
a apelação, reformando assim sua decisão, sem remeter os autos à instância superior. 
 
Proteção dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos: 
Correspondem à terceira geração de direitos fundamentais. Assim, na defesa dos direitos 
previstos no ECA, cabem todas as espécies de ações – Ação Civil Pública, Ação Popular, 
Mandado de Segurança, Obrigação de Fazer e de Não Fazer, Ação Mandamental, etc. – 
aplicando-se as regras do CPC. 
 
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E, para essas ações, não há também custas/despesas processuais nem emolumentos, como 
forma de incentivo à busca pela justiça. 
 
IMPORTANTE: Também se aplica o disposto no art. 188 do CPC no sistema judicial da Infância 
e da Juventude. Ou seja, o MP tem o prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para 
contestar. A Defensoria também goza de prazo em dobro. A alteração do artigo 198, II 
menciona expressamente, como mencionamos acima, o Ministério Público e a defesa. No 
entanto, não se pode interpretar esta disposição de forma contrária aos interesses da Infância 
e Juventude. De qualquer forma, teremos que esperar a nossa Jurisprudência se firmar acerca 
desta alteração. 
 
O Ato Infracional e a sua Apuração: 
O conceito de ato infracional encontra-seprevisto no art. 103 do ECA. 
Na verdade, o ato infracional não é crime nem contravenção, mas sim um ato análogo a estes. 
Isto porque os menores de 18 anos de idade são inimputáveis segundo a CRFB, o Código Penal 
e o próprio ECA, que neste caso é a legislação especial que prevê medidas aplicáveis aos 
autores desses atos. E, devido à inimputabilidade desses menores, eles não preenchem o 
requisito de culpabilidade para que caiba a aplicação de uma pena. Assim, sua conduta é 
denominada tecnicamente “ato infracional”, abrangendo a expressão tanto as condutas 
previstas como crime quanto as previstas como contravenção pela legislação penal. Pela 
mesma razão, todos os atos infracionais são considerados, pelo ECA, como de ação pública. 
Tanto quanto o Código Penal, o ECA também adotou para o momento do ato infracional a 
teoria da atividade, assim teremos que necessariamente analisar alguns aspectos: 
- Crime permanente: a conduta se protrai no tempo. Dessa maneira, é como se o crime 
estivesse sendo praticado a cada momento. Por exemplo, o agente, contando com 17 anos e 
10 meses, sequestra uma pessoa. Se, ao completar 18 anos, ele ainda não tiver liberado a 
pessoa, a ele não serão aplicadas as normas do Estatuto, mas sim as do Código Penal, pois 
sequestro (artigo 148 do Código Penal) é crime permanente. 
- Momento da maioridade: é necessário que se saiba exatamente o momento em que é 
completada a maioridade. A questão é controvertida. 
Para alguns, o agente torna-se imputável no primeiro minuto da data de seu aniversário, 
independente da hora em que nasceu. Exemplo: se ele nasceu às 20 horas do dia 10 de agosto 
de 1985, de fato, completou 18 anos às 20 horas do dia 10 de agosto de 2003. No entanto, 
seguindo a norma do artigo 10 do Código Penal, que determina que no cômputo dos prazos de 
Direito Penal seja incluído o dia do começo, ele será imputável a partir do primeiro minuto do 
dia 10 de agosto de 2003. Se ele pratica uma ação típica às 13 horas desse dia, por exemplo, 
ele responderá como adulto. Dentre outros, esse é o entendimento de Júlio Fabrini Mirabete, 
Damásio de Jesus, Rogério Greco e Cristiane Dupret, adotado majoritariamente pela 
jurisprudência. 
Alguns doutrinadores sustentam que só haveria imputabilidade após o horário em que se 
completaria, realmente, 18 anos. Outros sustentam que a maioridade apenas se daria após o 
dia do aniversário. 
Dessa maneira, se um indivíduo, contando com 17 anos e 5 meses, desejando matar, atira em 
uma pessoa que só vem a falecer oito meses depois, ainda que o agente já seja maior, ele 
 
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responderá nos termos do Estatuto. Ressalte-se que se o crime foi descoberto após ele ter 
completado 21 anos, nada mais poderia ser feito, tendo ocorrido a prescrição socioeducativa. 
 
- Prova da menoridade 
A prova de menoridade deve ser feita, em princípio, pela certidão de nascimento, em virtude 
do que dispõe o artigo 155 do Código de Processo Penal: “No juízo penal, somente quanto ao 
Estado das pessoas, serão observadas as restrições à prova, estabelecidas na lei civil”. 
O Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 74, que dispõe: “Para efeitos penais, o 
reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil”. Ressalte-se que a 
jurisprudência tem aceitado prova idônea, desde que documental. 
 
Dos Direitos Individuais e das Garantias Processuais do Adolescente Infrator: 
O legislador definiu, no ECA, tanto os direitos individuais quanto as garantias processuais do 
adolescente infrator. Esses direitos fundamentais (arts. 106 a 109, ECA) e estas garantias 
processuais (arts. 110 e 111, ECA) nada mais são que os direitos fundamentais e as garantias 
processuais do cidadão comum, acrescidos do status de prioridade absoluta e adequados à 
condição de pessoa em desenvolvimento do adolescente. 
Assim, o legislador entendeu por bem ratificar que os direitos individuais e as garantias 
processuais previstos para o criminoso adulto também são aplicáveis aos adolescentes que 
praticam atos infracionais. 
Objetivando dar mais visibilidade à apreensão do adolescente, determinou o legislador que o 
delegado deverá comunicar a chegada do adolescente à Delegacia Especializada, ao juiz e 
também à sua família ou à pessoa por ele indicada. Considerando-se que a privação da 
liberdade constitui uma medida excepcional, deverá o Delegado verificar imediatamente se é 
ou não cabível a liberação imediata do adolescente. Essa verificação será feita com base nas 
regras contidas no art. 122 do ECA. 
Previu o legislador a garantia de que nenhum adolescente possa ser apreendido senão em 
flagrante delito ou por ordem de autoridade judicial competente. Esta ressalva em relação à 
autoridade competente é importante por limitar a prerrogativa exclusivamente ao Juiz da 
Infância e da Juventude. É assegurado ainda ao adolescente infrator, o direito de saber quem 
são os responsáveis pela sua apreensão, e determina o ECA que o mesmo seja informado 
acerca dos seus direitos, inclusive o de permanecer calado em sede policial. A importância 
prática da obrigatoriedade quanto à identificação dos responsáveis pela apreensão consiste 
em coibir o abuso de autoridade. E ainda, o adolescente só pode ser conduzido à delegacia 
especializada (pena: art. 230, ECA). 
Determina o artigo 108 que A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo 
máximo de quarenta e cinco dias. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios 
suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida. 
Para concluir o rol das garantias individuais, estende-se ao adolescente infrator o direito 
constitucional a não identificação datiloscópica (“dedinhos”) na Delegacia, salvo em caso de 
dúvidas decorrentes, por exemplo, de rasura ou adulteração da identidade, da falta de 
identificação civil, ou da necessidade de confrontação com outra identificação. 
O enunciado do artigo 110 inspirou-se no artigo 5, inc. LIV, da CFRB. Assim, o legislador prevê 
que nenhum adolescente poderá ser privado de sua liberdade, sem o devido processo legal. 
Para cada conduta, 1 processo. Como corolário do devido processo legal, garantiu ao 
 
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adolescente infrator, no artigo 111, do ECA, o direito de citação, igualdade na relação 
processual, defesa técnica por advogado, assistência judiciária gratuita, bem como o direito de 
ser ouvido pessoalmente e de solicitar a presença de seus pais em qualquer fase do processo. 
Nesse artigo (Art.124, ECA), o legislador garantiu ainda, alguns direitos ao adolescente infrator 
já privado de sua liberdade pela medida socioeducativa de internação. Isto porque, mesmo 
sendo infrator, o adolescente é sujeito de direitos, necessitando de proteção. 
 
Procedimento de Apuração do Ato Infracional: 
FASE POLICIAL 
Inicia-se com a apreensão em flagrante do adolescente, seguida de seu encaminhamento à 
delegacia de polícia especializada (se houver), a fim de ser lavrado ou o auto de apreensão em 
flagrante ou o boletim de ocorrência circunstanciado, conforme a natureza do ato infracional 
praticado (vide arts. 172 e 173 do ECA). Ao chegar à delegacia, a autoridade competente deve 
comunicar imediatamente a apreensão ao juiz, aos pais ou responsável do adolescente ou 
pessoa por ele indicada, sob pena de responder pelo crime do art. 231 do ECA. 
 
Hipóteses de cabimento: 
a) Auto de apreensão em flagrante - Se o ato foi praticadocom violência ou grave 
ameaça à pessoa. 
b) Boletim de ocorrência - Se o ato não foi praticado com violência ou grave ameaça à 
pessoa. 
No art. 173, além de prever o procedimento a ser adotado em sede policial, o 
legislador ainda apontou as providências a serem tomadas, a fim de se comprovar a 
autoria e a materialidade, bem como a garantia de direito contida no artigo 107 do 
ECA. Ainda nessa fase, previu a possibilidade de liberação ou não do infrator pela 
autoridade policial (art. 174, ECA). Para tanto, o delegado e as demais autoridades 
terão que se pautar pelas regras do art. 122 do ECA, que admite a internação quando o 
ato infracional for cometido mediante violência ou grave ameaça à pessoa. 
Observação: Como o Estatuto não definiu o significado de ato infracional de natureza 
grave, por conta dessa omissão a doutrina majoritária adotou um critério com base na 
lei penal para definí-lo, entendendo por ato infracional de natureza grave como sendo 
o ato análogo ao crime apenado com pena de reclusão. 
Ressalte-se que a internação admitida antes da sentença é a denominada internação 
provisória, pautada no art. 108 do ECA, baseada em indícios de autoria e materialidade 
e necessidade imperiosa da medida. Seu prazo máximo será de 45 dias. Não cabe à 
autoridade policial determinar a internação provisória, mas tão somente ao Juiz da 
Infância e Juventude. A regra é a liberação condicionada aos pais, que prestam 
compromisso de apresentar o adolescente ao MP no mesmo dia ou no máximo no dia 
útil seguinte. Excepcionalmente, o adolescente será internado provisoriamente. 
No art. 174, o legislador ainda prevê que não sendo o adolescente liberado e não 
podendo ser apresentado no prazo de 24 horas ao Promotor de Justiça, ele deverá ser 
encaminhado a uma entidade adequada ou, na falta desta entidade, deverá ser 
mantido em cela separada dos adultos (art. 175, ECA). No caso de suspeita de 
participação de adolescente em prática de ato infracional, previu o legislador a 
possibilidade de investigação, que se dará com a instauração de inquérito policial, que 
 
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culmina com a elaboração de um relatório, o qual deverá ser encaminhado ao 
Ministério Público (arts. 176 e 177, ECA). 
 
Assim, podemos concluir que: 
a) Estando o adolescente em estado de flagrância - dependendo da natureza do ato 
infracional praticado, o delegado poderá lavrar um auto de apreensão em flagrante 
(art. 173, caput e incisos do ECA) ou um boletim circunstanciado (art. 173,§ único do 
ECA). 
b) Se não houver flagrante, mas havendo indícios de envolvimento do adolescente com 
prática de ato infracional, o Delegado 
 
FASE DE ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
Ultimadas as diligências policiais, verificando-se não ser o caso de liberação imediata do 
adolescente, este deverá ser encaminhado pelo delegado ao MP, juntamente com a 
providência adotada na Delegacia, no prazo de 24 horas. Chegando os autos ao cartório da 
Vara da Infância e Juventude, este deverá exarar certidão acerca dos antecedentes do 
adolescente, dando início à segunda fase para apuração do ato infracional, cabendo ao 
Ministério Público, na forma do art. 179, do ECA, ouvir informalmente o adolescente acerca 
dos fatos que lhe são imputados, bem como seus pais e as testemunhas, se for possível. Se o 
adolescente for liberado e não se apresentar espontaneamente, na data constante do termo 
de compromisso firmado na Delegacia (art. 174), o representante do Ministério Público deverá 
notificar seus pais para apresentá-lo, podendo inclusive requisitar força policial (art. 179, § 
único c/c art. 201, VI, aliena “a”, ambos do ECA). 
 
Após ouvir o adolescente infrator, o representante do Ministério Público poderá optar por 
três alternativas previstas pelo art. 180 do ECA: 
a) promover o ARQUIVAMENTO dos autos (art. 181, ECA): Verificando o MP que o fato é 
inexistente ou não está provado, ou o fato não constitui ato infracional, ou não há 
comprovação acerca do envolvimento do adolescente, deverá promover o 
arquivamento dos autos, através de manifestação fundamentada, e nos moldes do art. 
180, I, c/c arts. 189 e 205, todos do ECA, e remetê-lo à homologação judicial. Caso o 
Juiz da Infância discorde do arquivamento, fará remessa dos autos ao Procurador Geral 
de Justiça, e este oferecerá representação, ou designará outro membro do Ministério 
Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então 
estará a autoridade judiciária obrigada a homologar. 
b) conceder REMISSÃO como forma de exclusão do processo (art. 126, 1ª parte, ECA): A 
remissão tem natureza de perdão e faz parte do elenco de providências que o MP 
poderá optar, com certa discricionariedade. Neste caso, levando-se em consideração 
as circunstâncias e conseqüências da infração, a personalidade do infrator e sua maior 
ou menor participação no ato infracional (art. 126, ECA), o MP pode conceder a 
remissão ao adolescente infrator, impedindo que se instaure o procedimento de 
apuração do ato infracional. É interessante ressaltar que o legislador, em nenhum 
momento, se reportou diretamente à gravidade da infração. Tal como o arquivamento, 
a concessão da remissão depende de manifestação fundamentada e de homologação 
judicial para produção de seus efeitos. É importante ressaltar que o ECA prevê duas 
 
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espécies de remissão. São elas: a) Remissão anterior ao procedimento judicial – é a 
que vimos acima, prevista no caput do art. 126, oferecida pelo membro do Ministério 
Público antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, e 
possui como consequência a exclusão do processo. Possui natureza administrativa, 
pois impede que se instaure o procedimento de apuração do ato infracional. 
c) Remissão aplicada no curso do procedimento judicial - Prevista no art. 126, parágrafo 
único do ECA, é aquela oferecida pela autoridade judiciária, e após início do 
procedimento judicial. A conseqüência desta remissão é a suspensão ou extinção do 
processo. Nesta modalidade de remissão é possível a cumulação da mesma com a 
aplicação de medida socioeducativa (exceto as de semiliberdade e internação, que 
prescindem de ampla defesa e contraditório). Já na primeira hipótese de remissão, 
esta cumulação é controvertida: quem entende que não pode cumular, acha que se 
estaria afrontando o princípio do devido processo legal e do contraditório, e também 
por não ser atribuição do MP e sim, do Juiz, aplicar tais medidas (Súmula 108 do STJ). 
Quem entende que pode cumular, não vê violação a tais princípios, pois o MP faz o 
requerimento à autoridade judiciária, que então homologa a transação, e também 
entende que quando o MP aplica a remissão, e impõe medida socioeducativa, está 
transacionando com o adolescente (oferece o não processar pela aceitação voluntária 
de medidas socioeducativas, excluídas as de semiliberdade e internação). Prevalece o 
primeiro entedimento. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou 
comprovação da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, e a 
medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer 
tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou 
do Ministério Público. 
d) ou REPRESENTAR (art. 182, ECA): A ação socioeducativa tem início com o recebimento 
da peça técnica denominada de “representação” pelo legisladorestatutário. As 
características dessa ação (representação) são: 
1. Natureza pública incondicionada, independentemente do tipo do ato infracional 
praticado. 
2. A legitimidade é exclusiva do Ministério Público, assim não há que se falar em ação 
socioeducativa de natureza privada. 
3. A ação socioeducativa é regida pelo princípio da disponibilidade, tendo em vista 
que somente deve ser instaurada se não for caso de arquivamento ou de 
remissão. 
Quanto ao aspecto formal, a representação poderá ser oferecida por escrito ou oralmente. 
Independentemente da forma escolhida, a representação deverá conter um breve resumo dos 
fatos, classificação do ato infracional, rol de testemunhas e o requerimento de internação 
provisória ou o pedido de liberação do adolescente, dependendo das condições apresentadas. 
Por fim, deve-se também ressaltar que a representação será dirigida sempre ao juiz da Vara da 
Infância, mesmo que o ato infracional seja análogo a delito criminal da competência da Vara 
Federal, face aos princípios da prioridade absoluta e a competência exclusiva (art. 148, I, ECA). 
 
Ação Socioeducativa: 
Para que seja possível a aplicação de medida socioeducativa, é necessária a promoção da ação 
socioeducativa, não podendo o juiz aplicar diretamente tal medida sem prévio procedimento 
 
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judicial. O Ministério Público é o legitimado exclusivo para a propositura da ação 
socioeducativa. Não pode o juiz, de ofício, dar início ao procedimento judicial. Ressalte-se que 
a ação socioeducativa é modalidade de ação pública incondicionada, não havendo necessidade 
de representação do ofendido. O principal objetivo é a aplicação de medida socioeducativa, 
que visa, acima de tudo, à recuperação e orientação do adolescente. 
Como vimos no tópico anterior, se não for o caso de arquivamento ou remissão, o promotor 
oferece representação, que é peça inicial da ação socioeducativa. 
O artigo 182, parágrafo 2º, dispõe que a representação independe de prova pré-constituída de 
autoria e materialidade. A justa causa, que conhecemos como lastro probatório mínimo no 
Processo Penal, encontra-se bastante minimizada no Estatuto, para o qual bastam indícios de 
autoria e materialidade para o oferecimento de representação. No entanto, entendemos pela 
necessidade de prova inicial de autoria e materialidade, devendo a justa causa do Processo 
Penal ser estendida ao procedimento menorista para que o adolescente responda à ação 
socioeducativa apenas se presente lastro probatório mínimo de materialidade. Nesse sentido, 
Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, HC 83904 de 04/10/2007, de relatoria da 
Ministra Jane Silva: 
1. Hipótese na qual o Magistrado de 1º grau rejeitou a representação oferecida contra o 
adolescente, por entender que a ausência de laudo de constatação impede o prosseguimento 
do feito, tendo ainda acrescentado que a falta de descrição da quantidade do entorpecente 
apreendido impede, inclusive, que seja verificada a tipicidade do ato infracional. 
2. O Colegiado de origem deu provimento ao apelo ministerial, com base no art. 182, § 2º, do 
ECA, que afirma ser desnecessária a produção de prova pré-constituída de autoria e 
materialidade da conduta infracional para o oferecimento de representação. 
3. Tratando-se de ato infracional, torna-se ainda mais relevante a exigência do referido laudo, 
em virtude em observância ao próprio espírito do Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual 
visa à reintegração do jovem à sociedade, restando caracterizada a afronta aos objetivos do 
sistema. 
4. Caso seja reconhecida a desnecessidade do laudo preliminar, estar-se-ia admitindo a 
sujeição do jovem a procedimento de apuração de prática de ato infracional, muitas vezes em 
regime de internação provisória, sem que haja sequer prova inicial da materialidade da 
conduta, o que é vedado na ações penais, devendo ser tal entendimento estendido aos feitos 
que tramitam perante o juízo menorista, com maior razão - Em sentido contrário, Márcio 
Mothé Fernandes: 
Embora diferente do Processo Penal, tal possibilidade não acarretará qualquer prejuízo para o 
adolescente, haja vista que ao final do procedimento, com exceção da medida de advertência, 
somente poderá ser aplicada medida socioeducativa mediante “a existência de provas 
suficientes da autoria e da materialidade da infração” (art. 114), a serem apuradas em Juízo. 
O promotor oferece representação visando à aplicação de uma medida socioeducativa. O juiz 
vai promover o juízo de admissibilidade da representação analisando se estão presentes as 
condições da ação: possibilidade jurídica do pedido, legitimidade e interesse de agir. Se o juiz 
recebe a representação, dá início ao procedimento judicial. 
Primeiramente, o juiz vai determinar a citação do adolescente, embora a lei fale em 
notificação. O procedimento trazido pelo Estatuto constitui verdadeira ação, sendo a citação o 
ato próprio de comunicação para determinado adolescente responder a ela. 
 
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Ele vai aprazar uma audiência de apresentação mediante decisão interlocutória, decidindo 
ainda pela manutenção ou decretação de internação provisória. Essa audiência equivale a um 
interrogatório e é imprescindível ao desenvolvimento do procedimento. O adolescente deve 
ser citado pessoalmente, jamais por edital ou com hora certa. Se não for localizado ou se, 
tendo sido citado, não comparece, o feito será sobrestado. O juiz expede mandado de busca e 
apreensão do adolescente e fica aguardando. Quando o adolescente completar 18 anos, o 
processo deverá ser arquivado, em virtude de prescrição socioeducativa (salvo nos casos de 
maior proporção, em que ainda poderia haver internação após os 18 anos). Conclusão: só há 
revelia inicial, nunca há revelia superveniente nesse procedimento, porque a presença física do 
adolescente na audiência de apresentação obsta a revelia, não sendo necessária sua presença 
na audiência de continuação. Feita a audiência de apresentação, o juiz vai inquirir o 
adolescente. 
É controvertida a necessidade da presença de advogado nessa primeira audiência. 
Entendemos pela necessidade sob pena de nulidade absoluta, tendo em vista que nessa 
audiência poderá o Juiz conceder remissão, que poderá a qualquer momento antes da 
sentença, desde que com prévia oitiva do adolescente e manifestação do Ministério Público. 
Neste sentido, recente decisão proferida pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça no 
HC 67826, de relatoria da Ministra Maria Thereza de Assis Moura, em 09/06/2009: 
CRIANÇA E ADOLESCENTE. HABEAS CORPUS. AUDIÊNCIA DE APRESENTAÇÃO. DEFESA 
TÉCNICA. PRESCINDIBILIDADE. CONSTRANGIMENTO. RECONHECIMENTO. 
1. A remissão, nos moldes dos arts. 126 e ss. do ECA, implica a submissão a medida sócio 
educativa sem processo. Tal providência, com significativos efeitos na esfera pessoal do 
adolescente, deve ser imantada pelo devido processo legal. Dada a carga sancionatória da 
medida possivelmente assumida, é imperioso que o adolescente se faça acompanhar por 
advogado, visto que a defesa técnica, apanágio da ampla defesa, é irrenunciável. 
2. Ordem concedida para anular o processo e, via de consequência, reconhecer a prescrição do 
ato infracional imputado à paciente. (grifos nossos) - No mesmo sentido, decisão da Quinta 
Turma do Superior Tribunal de Justiça, em 15/09/2009, no julgamento do HC 92390, de 
relatoria do Ministro Napoleão Nunes Maia Filho: 
1.A jurisprudência deste Superior Tribunal firmou-se no sentido de reconhecer a nulidade da 
audiência de apresentação - e, por consequência, dos demais atos decisórios que lhe são 
posteriores -, em razão da ausência de defesa técnica. 
2. Parecer do MPF pela concessão da ordem. 
3. Ordem concedida, para anular a audiência de apresentação, e todos os atos decisórios que 
lhe são posteriores, para que seja renovada com a presença da defesa técnica. 
A decisão que aplica medida socioeducativa na audiência de apresentação tem natureza de 
sentença definitiva, atacável mediante apelação. A jurisprudência vem considerando erro 
grosseiro a interposição de agravo. 
Caso os pais não sejam localizados, determina o artigo 184 a nomeação de curador especial ao 
adolescente. Se esse não tiver advogado constituído, o juiz nomeia defensor para 
apresentação de defesa prévia em três dias, com rol de testemunhas (artigo 186) e apraza 
audiência em continuação (que é semelhante a uma audiência de instrução e julgamento). 
Ao proferir sentença, o juiz aplicará a medida socioeducativa adequada, podendo cumulá-la 
com medida de proteção ou até mesmo, aplicar duas medidas sócioeducativas. Se, no entanto, 
estiver comprovada a inexistência do fato, não houver prova da existência deste, não 
 
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constituir ato infracional ou não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato 
infracional, o juiz não aplicará nenhuma medida, absolvendo o adolescente. Caso o menor 
esteja internado, será colocado imediatamente em liberdade. 
Da decisão que concede remissão com aplicação de medida socioeducativa será cabível 
apelação, assim como da decisão que promove o arquivamento, a que absolve ou sanciona o 
adolescente. 
 
Prazo para conclusão do procedimento: 
O artigo 183 dispõe que, quando o adolescente se encontrar preso provisoriamente, o prazo 
para encerramento do procedimento é de 45 dias. Consoante o artigo 108, o prazo máximo 
para a internação provisória é de 45 dias, o que justifica a norma do artigo 183 do Estatuto. 
 
 
 
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QUESTÕES SIMULADOS ECA 
 
Aula 1 - 1a Questão: Sobre as entidades de atendimento - Em 1874, a menina Mary Ellen 
sofreu inúmeros maus tratos familiares. O caso se tornou um marco na discussão dos direitos 
da criança. Assinale a assertiva que demonstra a base utilizada para a proteção da vítima à 
época. 
Regras atinentes à prevenção de maus tratos contra animais 
 
Aula 1 - 2a Questão: Assinale a assertiva que melhor retrata a doutrina da proteção integral: 
Crianças e adolescentes passam a ser vistos como sujeitos de direitos, havendo inovação na 
ordem jurídica, com novas garantias estabelecidas na legislação brasileira 
 
Aula 1 - 3a Questão: Sobre a possibilidade de colocação da criança em família substituta, é 
possível afirmar que: 
É possível a colocação da criança em família substituta através da adoção. 
 
Aula 1 - 4a Questão: Considerando a estrutura do Direito da Criança e do Adolescente, assim 
como a normativa que lhe confere base, assinale a assertiva correta: 
Com formação ampla, é constituído pela normativa nacional e internacional, possuindo 
natureza de Direito Público e tendo o Estatuto da Criança e do Adolescente como sua parte 
integrante 
 
Aula 1 - 5a Questão: VUNESP - 2010 - MPE-SP - Analista de Promotoria I - Adaptada Com base 
no conteúdo estudado em aula, marque a alternativa CORRETA. É dever da família, da 
comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar a efetivação dos direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária. Essa afirmativa encontra fundamento nos princípios da: 
Prioridade Absoluta e Proteção Integral 
 
Aula 1 - 6a Questão: Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece os direitos fundamentais 
para a criança e o adolescente, dentre eles: 
I. direito à vida e à saúde; 
II. direito ao ensino, lazer e cultura 
III. direito à liberdade, ao respeito e à dignidade. 
Marque abaixo a alternativa CORRETA: Todas as alternativas estão corretas 
 
Aula 2 - 1a Questão: Assinale a alternativa CORRETA: De acordo com o disposto pelo Estatuto 
da Criança e do Adolescente, em relação ao direito a proteção à vida e à saúde, podemos 
afirmar que este direito compreende: 
O encaminhamento da gestante aos diferentes níveis de atendimento médico, de acordo 
com os critérios estabelecidos pelo Sistema Único de Saúde. 
 
Aula 2 - 2a Questão: Juliana foi condenada pelo crime de roubo em março de 2012. Tendo 
iniciado sua pena em regime fechado, a mesma teve sua filha Anita no interior do 
estabelecimento prisional. O diretor negou à Juliana a possibilidade de amamentar sua filha, 
sob o argumento de que aquele não era ambiente para uma criança. No que tange à conduta 
do diretor, assinale a assertiva correta: 
Sua conduta está incorreta, pois o direito de aleitamento é constitucional. 
 
 
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Aula 2 - 3a Questão: O legislador estatutário delegou a função de colocar a salvo a criança e o 
adolescente de tratamento desumano, violento, aterrorizante ou vexatório: 
À sociedade em geral. 
 
Aula 2 - 4a Questão: Utilizando os conhecimentos adquiridos com o estudo do capítulo do 
direito à vida e à saúde, no Estatuto da Criança e do Adolescente, considere a seguinte 
situação: Um médico pediatra, ao atender uma criança em seu consultório, verifica que a 
mesma possui hematomas de diversas colorações, característicos de possíveis maus tratos, e 
então faz a comunicação do que constatou ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, 
fornecendo dados da mãe e da criança. Diante disto, podemos afirmar que: 
O médico agiu corretamente, pois tem o dever legal de comunicar toda suspeita de maus 
tratos. 
 
Aula 2 - 5a Questão: PUC-PR - 2011 - TJ-RO - Juiz - Adaptada: Sobre os direitos da criança 
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, avalie as afirmativas que se seguem: 
I) Na interpretação do Estatuto da Criança e do Adolescente serão levados em conta os fins 
sociais a que ele se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e 
coletivos e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. 
II) É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do 
Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
promoção, proteção e recuperação da saúde. A criança e o adolescente portadores de 
deficiência receberão atendimento especializado. 
III) A criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de 
políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, 
em condições dignas de existência. 
IV) Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a 
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de 
criança ou adolescente; e, nos casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos, serão 
obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar. 
V) O poder público,

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