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NIILISMO, HEDONISMO E CONSUMISMO Niilismo Doutrina filosófica que indica um pessimismo e ceticismo extremos perante qualquer situação ou realidade. Consiste na negação de todos os princípios religiosos, políticos e sociais. O seu sentido original foi alcançado graças a Friedrich Heinrich Jacobi e Jean Paul. Este conceito foi abordado mais tarde por Nietzsche, que o descreveu como falta de convicção em que se encontra o ser humano após a desvalorização de qualquer crença. Essa desvalorização acaba por culminar na consciência do absurdo e do nada. Para Nietzsche, existem dois tipos de niilismo: o passivo e o ativo. O passivo pode ser visto como uma evolução de uma pessoa, apesar de não haver uma mudança dos valores. Já o ativo vira todas as suas forças para a demolição da moral, tudo fica no vazio e o absurdo ganha preponderância, assim, o niilista só tem como solução esperar ou causar a sua própria morte. O termo aparece pela primeira vez na obra de Turguêniev "Pais e Filhos". Nesta obra literária, um personagem afirma: "Um niilista é um homem que não se curva ante qualquer autoridade; nem aceita nenhum princípio sem exame, qualquer que seja o respeito que esse princípio envolva". Filmes que retratam o Niilismo: Laranja Mecânica (1971), Chinatown (1974), Taxi Driver (1976), Cães de Aluguel (1992), Seven: Os Sete Crimes Capitais (1995), entre outros. Niilismo moral ou ético: consiste em um ponto de vista em que nenhuma ação pode ser considera moral ou imoral. Niilismo existencial: significa que a existência do ser humano não tem qualquer sentido ou finalidade e por isso o homem não deve procurar um sentido e um propósito para a sua existência. Niilismo político: tem como fundamento que a destruição de todas as forças políticas, religiosas e sociais, são essenciais para um futuro melhor. Niilismo negativo: deu origem a todos os outros, consiste na negação do mundo perceptível aos sentidos, para buscar um mundo ideal, um paraíso. Teve origem graças ao platonismo e Cristianismo. Hedonismo Doutrina moral em que a busca pelo prazer é o único propósito da vida. O hedonismo determina que o bem supremo, ou seja, o fim último da ação, é o prazer. Neste caso, "prazer" significa algo mais que o mero prazer sensual. Como uma filosofia, o hedonismo surgiu na Grécia e teve Epicuro e Aristipo de Cirene como alguns dos nomes mais importantes. Os utilitaristas ingleses (Bentham e Stuart Mill) foram os continuadores do hedonismo antigo. Como o hedonismo aborda a busca excessiva pelo prazer como o propósito mais importante da vida, muitas religiões a repudiam, pois consiste em uma doutrina que entra em choque com a doutrina de muitas igrejas. Hedonismo psicológico: tem como fundamento a noção que em todas as ações, o ser humano tem a intenção de obter mais prazer e menos sofrimento, e essa forma de viver é única coisa que fomenta a ação humana. Hedonismo ético: tem como princípio o facto de o homem contemplar o prazer e os bens materiais como as coisas mais importantes das suas vidas. Em “Inércia: A Geração Y no Limite do Tédio”, a jornalista Melissa de Miranda investiga o comportamento de integrantes da Geração Y, o livro-reportagem indica o hedonismo como uma de suas marcas. O film noir (expressão francesa designada a um subgênero de filme policial) traz temas hedonistas. Há um redimensionamento da perspectiva hedonista, com a erotização presente nas narrativas do noir clássico assumindo frequência e intensidade superiores ao que se esperava do cinema na época. Entre os filmes Gilda (1946) e Estrada Perdida (1997), considera-se a figura da femme fatale funcionando a partir de uma lógica hedonista. Consumismo É o ato de adquirir bens, produtos ou serviços de maneira exagerada. Normalmente está ligado ao modo de vida que é orientado pelo consumo exacerbado de coisas supérfluas, em razão de um significado simbólico como a felicidade, o sucesso ou o prazer da compulsão estimulada pelos meios de comunicação de massa. A prática do consumismo teve seu início a partir da Revolução Industrial no século XVIII, o que possibilitou o aumento da escala de produção e incrementou o volume de mercadorias em circulação, aumentando assim o consumo de produtos. É uma das principais características das sociedades modernas capitalistas e da expansão da globalização, pois este consumo excessivo e desenfreado visa, sobretudo, o lucro das empresas e o desenvolvimento econômico. E esta expansão acarretou em diversos problemas, como o desenvolvimento de doenças relacionadas, estresse, além do sentimento de insatisfação e impotência financeira, que podem gerar problemas mais graves. Um exemplo dos problemas que o consumismo pode acarretar é a Síndrome de Diógenes, distúrbio atribuído às pessoas que têm tendência a acumulação de coisas, objetos e outras coisas desnecessárias, que elas guardam durante muito tempo, criando uma espécie de relação sentimental. O consumismo aparece no poema “Eu, Etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade. Filmes que retratam o consumismo: Os Delírios de Consumo de Becky Bloom (2009), As Patricinhas de Beverly Hills (1995), Clube da Luta (1999), O Preço do Amanhã (2011), Os Homens Preferem as Loiras (1953), entre outros.