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LEI DE DROGAS E CRIMES HEDIONDOS

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*LEI DOS CRIMES HEDIONDOS*
Fundamentos Constitucionais – art. 5, XLIII - “A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a pratica da tortura, o tráfico licito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evita-los, se omitirem”. 
Sistema adotado pelo direito pátrio para definição de crime hediondo:Sistema legal, ou seja, crime hediondo é o que está definido taxativamente na lei 8072/90. 
Conceito de crime hediondo:é um atributo, predicado, qualidade de determinados crimes que passam a ter um tratamento jurídico penal e processual penal mais rigoroso do que os demais crimes.
Rol dos crimes hediondos: Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Código Penal, consumados ou tentados:                   
I –Homicídio (simples)(art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e VII);     
Homicídio simples: O homicídio simples não é hediondo, exceto praticado em grupo de extermínio. É um homicídio condicionado, ou seja, existe uma condição. Na prática é impossível a pessoa responder por esse crime hediondo, pois a atividade típica de grupo de extermínio, se houver, vai ser homicídio qualificado e não simples. O legislador, então, errou ao definir como hediondo simples o grupo de extermínio (justiceiro, grupo constituído para aniquilar pessoas, chacina). 
Homicídio qualificado: O legislador pode agregar circunstâncias que tornam a conduta mais reprovável e elevam a pena em abstrato. Para ser hediondo, pode ser tentado e consumado. Ex. meio cruel, recurso que impede a defesa da vítima, feminicídio, motivo torpe etc. 
Obs: O homicídio qualificado-privilegiado é admitido?Se admitido, é crime hediondo?O homicídio hibrido somente é possível quando a qualificadora ostentar natureza objetiva (incisos III e IV do §2°, art. 121). Se houver homicídio hibrido o tratamento predominante é que não é crime hediondo, haja vista que o privilegio é incompatível com a hediondez. 
*Crime privilegiado: relevante valor moral, social ou sob domínio de forte emoção. 
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte(art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;     
Lesão corporal seguida de morte, nas mesmas condições da lesão corporal gravíssima. 
*Obs: Preterdolo -> dolo + culpa ->existe crime hediondo preterdoloso? Sim, lesão corporal seguida de morte,quando praticadas contra agente de segurança nacional.          
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);    
Roubo qualificado pela morte – competência para julgamento? Juízo singular, súmula 603, STF. 
Há latrocínio com emprego de grave ameaça? Não, o latrocínio pressupõe o emprego de violência física.
Obs. No latrocínio a morte pode ser culposa ou dolosa (se dentro do mesmo contexto da subtração). 
Obs. Crimes de competência do tribunal do júri? Crimes dolosos contra vida, bem como os conexos e continentes; homicídio, participação de suicídio, infanticídio e aborto.    
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);   
Roubo xExtorsão: na extorsão é necessário a colaboração da vítima. No roubo o comportamento da vítima é acessório. 
Nada impede o concurso material entre roubo e extorsão - Condutas distintas e penas somadas.
A extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima com resultado morte, é crime hediondo? Se seguir a literalidade, não. Tem uma corrente que diz que não é crime hediondo, art. 158, §3, devido a analogia prejudicando o réu; outra corrente diz que se o menos é crime hediondo, que só tem a circunstância morte, então, o mais também vai ser (interpretação extensiva).      
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);
Sem a necessidade de ocorrer a morte do agente. 
Sequestro x Extorsão mediante sequestro -Sequestro é crime contra a liberdade pessoal da pessoa, não é crime hediondo e o objetivo é somente privar a liberdade da vítima; extorsão mediante sequestro é crime contra o patrimônio e é crime hediondo. Existe um ponto de semelhança? Ambos são crimes permanentes. 
Sequestro x Cárcere privado - Quando o espaço de locomoção é bem restrito, fala-se em cárcere privado. Quando a restrição se dá em um espaço maior, falamos em sequestro. 
Na extorsão mediante sequestro, o meio de execução eleito pelo agente para obter a vantagem indevida é a privação da liberdade, exigindo a vantagem econômica indevida. É crime formal (consumação com a simples realização da conduta;basta privar a liberdade da vítima com o intuito de receber a vantagem indevida).
A extorsão mediante sequestro envolve um triângulo de pessoas, que é o sequestrador, o sequestrado e, em regra, a família do sequestrado. A vítima é tanto o sequestrado quanto a pessoa direcionada ao pagamento ou a vantagem (pluralidade de vítimas).
Extorsão mediante sequestro com resultado morte - Pena mínima é 24 anos e a máxima 30 anos.
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); - Em todas as suas formas.
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);   
Quem é vulnerável?menor de 14 anos; pessoa que não tem discernimento para prática do ato em razão da enfermidade ou deficiência mental; pessoa que por qualquer outra causa não possa oferecer resistência. 
A vida pregressa da vítima tem relevância? Não. A vítima pode ter consentido, ser prostituta etc; é irrelevante. Sumula 593, STJ– “O crime de estupro de vulnerável configura-se com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante o eventual consentimento da vítima para a prática do ato, experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente.”
Ex: A pessoa acha que está ficando com uma pessoa maior de 14 anos, mas na verdade ela tinha 13 anos, nesse caso não tem crime, porque é erro de tipo.
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o);Contra saúde pública; indispensável a morte. Crime preterdoloso. 
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B)
Equipara-se à medicamentos, cosméticos e saneantes. Falsificação de comida e bebida não é crime hediondo.
VIII - favorecimento da prostituiçãoou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). - Quando for adulto não é crime hediondo.      
Parágrafo único.  Consideram-se também hediondos o crime degenocídioprevisto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, e o de posse ou porte ilegal de arma de fogode uso restrito, previsto no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, todos tentados ou consumados.                 
- Genocídio; art. 1° a 3° da lei 28889/56. Não é da competência do júri, e sim do juízo singular. É possível genocídio sem a pratica do homicídio? Sim, na lei do genocídio tem várias hipóteses, não é só matar.Finalidade do agente: destruir o grupo nacional, étnico, racial ou religioso. Também é considerado hediondo a simples incitação ao genocídio. 
*CRIMES EQUIPARADOS Á HEDIONDO (TTT)*
Tráfico de drogas, tráfico de drogas do CPM,tortura eterrorismo.
Regime de cumprimento de pena prisional: condenado por crime hediondo ou equiparado, em tese, a pena começa a ser cumprida em regime fechado (art. 2, §1 da lei dos crimes hediondos). A jurisprudência do STF, no entanto, em sede de controle difuso-incidental decidiu que o art. 2, §1 é inconstitucional, por ofensa ao princípioda individualização da pena. Assim, é possível a fixação de regime inicial mais brando.
Progressão de regime: transferência de um regime mais gravoso para um regime mais favorável. É possível progressão em salto? Não, essa progressão não é admitida nos termos da súmula 491, STJ. 
Caso o condenado obtenha o direito a progressão de regime para o semi-aberto e não exista vaga disponível predomina o entendimento de que deverá aguardar a vaga no regime aberto, no entanto, como, em regra, não existe casa de albergado no Brasil, deverá ser colocado em prisão domiciliar por analogia. 
a) Requisitos gerais para progressão de regime: 
- subjetivo: mérito do condenado ->bom comportamento carcerário (atestado pelo diretor geral do estabelecimento prisional).Obs. Se o diretor do estabelecimento prisional falsifica esse documento comete falsidade ideológica. 
- objetivo: cumprir parte da pena; os percentuais vão depender do crime:crime não hediondo é só cumprir 1/6 e para crimes hediondos é 2/5 se primário e 3/5 para reincidentes. (Súmula 471, STJ).
b) Há ainda requisitos especiais:
- reparação do dano: O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada a reparação do ano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com acréscimo legais.
- exame criminológico favorável (exames dobram a condição do condenado voltar ao convívio social); súmula vinculante 26 STF; o juiz pode determinar a realização do exame criminológico para fins de progressão; na pratica os juízes vem praticando para qualquer tipo de crime; requisito facultativo, o juiz avalia o caso concreto. 
INSUCETIBILIDADE DE ANISTIA, GRAÇA E INDULTO:Qual a natureza jurídica desse instituto?Causa instintiva da punibilidade.Quem concede a anistia?O legislativo, por meio de lei, dependendo de sansão presidencial. A anistia tem efeitos extunc, tendo força para rescindir a coisa julgada. A graça(individual) e o indulto(coletivo) são concedidos pelo poder executivo federal, na figura do presidente da República por meio de decreto. *Não confundir indulto com saída temporária. Saída temporária é um benefício da LEP, para quem está no semi-aberto, prazo de 7 dias a saída, podendo se renovar 4 vezes ao ano, sem vigilância.
INSUCETIBILIDADE DE FIANÇA;Os crimes hediondos são inafiançáveis.
PRAZO DA PRISAO TEMPORARIA:Espécie de prisão cautelar, não definitiva, que somente pode ser decretada no curso do IP. Em regra, o prazo é de 5 dias prorrogável por igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade, e, para crimes hediondos o prazo é de 30 dias prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
LIVRAMENTO CONDICIONAL: É um direito público subjetivo do réu ou do condenado concedido durante a execução da pena, desde que atendidos os requisitos legais. Permite-se livramento condicional para crime hediondo ou equiparado, desde que cumpridos mais de 2/3 da pena e que não haja reincidência especifica em crimes dessa natureza. 
PENA RESTRITIVA DE DIREITO: Condenado por crime hediondo ou equiparado faz jus a conversão em pena alternativa? A maioria dos crimes hediondos são praticados com violência ou grave ameaça com penas maiores de 4 anos, porém, existe a possibilidade de crime não praticado com violência ou grave ameaça com penas menores do que 4 anos; em tese, é possível desde que atendidos os requisitos legais. Ex. tráfico com diminuição de pena. 
LIBERDADE PROVISORIA E RELAXAMENTO DA PRISÃO: Cabe liberdade provisória e relaxamento da prisão em crimes hediondos? Hoje é pacifico que cabe liberdade provisória. O relaxamento é um instrumento jurídico contra prisões ilegais, já a liberdade é o instrumento cabível contra prisões legais que, no entanto, não haja fundamento para a decretação da prisão preventiva. 
* DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS CORRELATOS **LEI DE DROGAS**
Art. 5º, XLIII – O tráfico de drogas é equiparado a crime hediondo.Insuscetível de fiança e anistia. A jurisprudência considera equiparado também a hediondo o crime de tráfico de maquinários e o financiamento para o tráfico.
Art. 5º, LI – Diz respeito a questão da extradição. O brasileiro naturalizado pode ser extraditado em caso de condenação por tráfico de drogas a qualquer momento. 
Art. 144, § 1º, inc. II – Dispositivo equivocado, isso porque, diz que compete a polícia federal prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes, como se não competisse também as polícias civis estaduais.Em regra, é a justiça estadual que julga crimes de drogas. Excepcionalmente, a justiça federal julga os crimes de tráfico transnacionais (internacional).
Art. 227, §3º, inc. VII – Dispõe que o Estado tem que oferecer programas de prevenção e atendimento especializado a criança e adolescente.
Art. 243 e parágrafo único – Dispõe a expropriação de imóveis ou qualquer outro bem que envolva o tráfico de drogas, sem direito a indenização.
*EVOLUÇÃO LEGISLATIVA
Art. 281 CP – Havia apenas um dispositivo que incriminava o comércio, o uso, a posse de drogas.Lei 6368/76 revogou o art. 281 do CP e tratou de forma bem mais ampla a matéria relacionada a drogas, criando vários crimes. Lei 10.409/02 foi editada na época do governo FHC, que sancionou a parte processual e vetou a parte penal. A partir de 2002 nós tínhamos 2 diplomas legais regulando drogas. Lei 11.343/06revogou as duas leis anteriores e é atualmente a lei vigente. 
GENERALIDADES
1. Objeto jurídico:Saúde pública.
O Princípio da insignificância tem aplicação nos crimes previstos na lei de drogas?De acordo com jurisprudência do STJ (tese nº3 – é crime de perigo abstrato) é incabível o princípio da bagatela aos crimes de porte para consumo pessoal e tráfico de drogas.
Com relação a consumação: o crime pode ser classificado em crime de perigo e crime de dano. O crime de dano é aquele que para sua consumação, tem que ter real ofensa ao bem jurídico. Nos crimes de perigo, basta que a conduta exponha o bem tutelado a risco de lesão. As vezes não teve ofensa da saúde pública, mas basta que chegue perto.
O crime de perigo se divide em crime de perigo concreto e crime de perigo abstrato. No perigo concreto, o órgão acusatório tem que provar que a conduta do agente expôs a risco o bem jurídico. Já no perigo abstrato não é necessário que se prove; presume-se de forma absoluta que a conduta do agente expõe a risco de lesão o bem jurídico tutelado. 
2. Objeto material:É a droga.Mas o que é droga para fins dessa lei? O que estiver na portaria da Anvisa. 
Para descriminalizar a maconha precisa de lei?Não, pois basta a reedição da portaria, excluindo a maconha. Tanto que em 2002 a portaria esqueceu de incluir o lança perfume.
- CRIMES EM ESPÉCIE
1. Porte para consumo pessoal
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento à programa ou curso educativo.
Houve a descriminalização do porte para consumo pessoal, em razão da ausência da pena de prisão? Não, houve apenasdespenalização prisional. Sendo assim, o sujeito pode se tornar reincidente com base nesse artigo, posto que continua sendo crime.
No entanto, existe um RE com repercussão geral em que se discute a constitucionalidade do entendimento do art. 28, no que tange a sua penalização. Então, possivelmente, esse artigo pode vir a deixar de ser crime. 
- Núcleos do Tipo: Crime é de conduta múltipla ou tipo penal misto alternativo composto por 5 ações: adquirir, guardar, ter em depósito, transportar ou trazer consigo. O simples fazer uso da droga configura o art. 28? A doutrina fala que o simples uso da droga não é crime, desde que desconectadas as condutas, sob pena de analogia em mallam partem. Quando o tipo penal embarga mais de uma conduta é denominado crime composto ou tipo penal mistoou crime de conduta múltipla.
- Elemento/Objeto subjetivo do tipo: Dolo acrescido da finalidade especial para consumo pessoal. 
A lei de drogas estabelece vários critérios para fins da distinção entre os artigos 28 e 33 a saber:natureza da droga, quantidade da droga, local e condições em que se desenvolveu a ação, circunstância sociais e pessoais e conduta e antecedentes do agente.O Brasil não se filia ao critério quantitativo e sim a vários elementos. Alguns dos critérios de distinção fazem uma discriminação entre a classe baixa e alta, pois analisa-se circunstância sociais e pessoais e antecedentes do agente. Na dúvida, aplica-se o art. 28.
- Elemento material do tipo: A conduta do agente que pratica o art.28 recai sobre a droga. Para definir o que é droga, se faz necessário consultar a portaria da Anvisa; sendo uma norma penal em branco heterogênea. 
- Sanções penais: quais são as sanções penais para o art.28?Advertência, prestação de serviços à comunidade, comparecimento a curso educativo.Como as sanções podem ser aplicadas?De forma isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo. Qual o prazo das sanções penais do art. 28?5 meses; em caso de reincidência 10 meses, salvo a advertência, que é uma vez só. Em caso de descumprimento das sanções penais, qual medida pode o juiz adotar? Advertência e multa sucessivamente.Qual o prazo prescricional das sanções do art. 28?Observando as cláusulas interruptivas.
- Procedimento penal do art. 28:JECRIM, lei 9099/95. Sendo que as sanções do art. 28 já podem ser aplicadas na audiência de transação penal, sem gerar qualquer culpabilidade.
2 - Tráfico de drogas 
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar.
Sujeito ativo? Qualquer pessoa, crime comum. Há 2 condutas que o crime é próprio ->Prescrever e ministrar, que somente podem ser praticadas pelos profissionais da saúde (ex. medico, dentista, farmacêutico, enfermeiro). 
Núcleos do tipo:18 verbos, 5 repete o art. 28.
Diferença entre prescrever e ministrar do art. 33 para o art. 38? O elemento subjetivo; no art. 38 a prática é culposa e no art. 33 é dolosa. 
Qual a justiça competente para julgar tráfico de drogas?Em regra, a estadual;exceto nos casos de exportar ou importar, que será competência da justiça federal; chamados de trafico transnacional de drogas, onde incide causa de aumento de pena nos termos do art. 40, I, da lei de drogas.Não precisa atravessar a fronteira, basta a intenção – súmula 607, STJ.
Algumas condutas configuram crime permanente; como por exemplo, expor a venda, ter em deposito, transportar, trazer consigo. Sendo crime permanente aqueles em que a consumação se estende no tempo. O fato do crime ser permanente traz efeitos:admite a prisão em flagrante em qualquer momento, se durante a consumação do crime sobrevém uma lei mais grave, aplica-se a mais grave (lei vigente ao termino da permanência – súmula 711, STF); com relação do prazo prescricional, no dia que cessou a permanência. 
Por quantos crimes responde o agente que praticar mais de uma conduta descrita no art. 33? Se tratar da mesma droga e houver nexo causal entre as condutas, será crime único. Se for drogas diferentes e não existir nexo causal entre as condutas, concurso material de crimes.
*Policial apaisana induz traficante a vender a droga, que afirma que precisa buscar a droga na sua casa. Após o retorno do traficante com a droga, o policial dá a voz de prisão por tráfico de drogas; há flagrante preparado? O tráfico possui muitas condutas; em regra, o flagrante preparado não será aplicado; o policial não induziu o traficante a ter em deposito a droga; o induzimento é somente na ação de vender. É necessário verificar se houve induzimento para todas as condutas praticadas. 
CONDUTAS EQUIPARADAS (ART. 33, PAR. 1º)
Inciso I - A única diferença com o caput é que o objeto material não vai ser a droga; vai ser a matéria-prima, o insumo ou o produto químico destinado à preparação da droga. Ex.: X flagrado com éter sulfúrico, acetona, sem ter droga, mas se mostrar que a finalidade é pra fazer droga responde por equiparação ao tráfico. É um ato preparatório para o tráfico, este ato preparatório é punido de forma autônoma; já criminaliza apenas o agente que traz consigo acetona pra fazer droga. Tem que provar a finalidade. Se chegar a fazer a droga responde só pelo crime fim, que é o tráfico. O caput absorve o parágrafo 1º , I.
Inciso II – o objeto material é a planta que constitui matéria prima para a preparação da droga. Legislador antecipa aqui também.
Inciso III – pune-se quem utiliza local ou consente que outrem dele se utilize para o tráfico de drogas. É comum estabelecimentos comerciais, empresariais permitirem que as pessoas vendam droga no seu estabelecimento. O proprietário responde por essa figura equiparada. Consentiu que trafiquem no seu estabelecimento. Proprietários, possuidores ou responsáveis por estabelecimentos que usam o local pra trafico ou consentem que alguém utilize do estabelecimento. Ele comete crime apesar de nem ter contato com a droga. Risco de expropriação do local, sem direito a indenização.
MODALIDADES DE TRÁFICO PRIVILEGIADO
a) Crime do cedente eventual (art. 33 parágrafo 3º)
É uma inovação da lei 11.343, “oferecer droga”. Não é equiparado a crime hediondo. Quem oferece droga, só oferecer cai no caput – mas se a pessoa oferece eventualmente, ..... cai em pena menor.
Requisitos:
a) eventualidade: a lei não fala sobre um período específico, é subjetivo.
b) ausência de finalidade lucrativa: não pode visar lucro.
c) oferecimento a pessoa de seu relacionamento: é subjetivo, vago.
d) consumo conjunto da droga: é um estimulo para a pessoa que oferece a droga também a consumi-la; cai no caput se não tiver consumo conjunto. 
b) Induzimento ao uso da droga (art. 33 parágrafo 2º)
Não é crime equiparado a hediondo. O uso da droga em si não é crime, mas quem induz, instiga ou auxilia alguém a usar droga comete crime (forma privilegiada).
CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA (art. 33, parágrafo 4º )
É uma minorante pra crimes de tráfico drogas do art. 33, caput e parágrafo 1º.
Requisitos
a) primariedade do agente
b) ser portador de bons antecedentes
c) não se dedicar às atividades criminosas: não integrar associação criminosa
d) não integrar organização criminosa
Efeito jurídico: redução da pena de 1/6 a 2/3; o que em tese pode ensejar a substituição da pena prisional por pena restritiva de direitos. Pena mínima é de 5 anos; acima de 4 anos não substitui – em principio o trafico não admite essa substituição, mas se o traficante faz jus a causa de diminuição de pena de 1/6 a 2/3 cabe a substituição por restritiva de direitos.
Na lei antiga a pena era de 3 a 15 anos, a lei nova mudou para 5 a 15 e em tese é mais grave. No entanto, a lei nova criou uma causa de diminuição de pena, se eu aplicar essa causa de dimuição, a pena pode ficar menos de 3 anos. Então, a lei nova acaba sendo mais benéfica. Se um crime foi praticado na vigência da lei antiga qual lei aplica? Houve uma corrente que disse que tem que pegar a sanção da lei antiga com a diminuição da pena da lei nova. Veio uma sumula e disse q não pode, falando que o juiz tem que verificar o caso concreto e aplicar qual lei ele achar mais benéfica. O STJ editou a súmula 501 proibindo a combinação de leis penais, assim, no conflito entre o art. 12 da Lei 6369/67 (pena 3 a 15 anos) e o artigo 33 caput e parágrafo 4º da lei 11.343/06 (pena 5 a 15 anos) com redução de 1/6 a 2/3 deve o juiz escolher a lei mais benéfica ao réu. 
TRÁFICO DE MAQUINÁRIOS (ART. 34)
É crime equiparado a hediondo. Objeto material: a conduta recai sobre o que? O objeto material recai sobre maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado a fabricação da droga.Pune-se ato preparatório do trafico de drogas – o legislador na linha do tempo criminaliza não só quem traz consigo a droga mas também quem guarda maquinário para fazer a droga. Responde pelo crime de trafico de maquinários, mesmo não havendo droga nenhuma. É o ato preparatório que já é crime. No conflito entre o 33 e o 34, o agente responde apenas pelo crime fim que é o tráfico de drogas.
ASSOCIAÇÃO POR TRÁFICO (ART. 35)
Não é equiparado a crime hediondo.
Requisitos:
a) pluralidade de agentes: mínimo de 2 pessoas. Esse crime é plurisubjetivo ou de concurso necessário.
b) reunião estável e permanente: a associação eventual para o trafico não configura crime. 
c) finalidade de praticar os crimes dos art. 33 caput e par. 1º, 34 e 36 da lei de drogas.
Consumação: com a simples associação (crime formal), não precisa traficar drogas basta associar. Se o agente vier a praticar o trafico de drogas, responde em concurso material pelos artigos 33 e 35.
FINANCIAMENTO DO TRÁFICO (ART. 36)
É inovação da lei 11343/06 – antigamente quem financiava o trafico era participe do trafico de drogas. Agora quem financia responde pelo 36. Esse crime é o mais grave da lei de drogas, tem a maior pena da lei (8 a 20 anos). É equiparado a crime hediondo, apesar da lei não falar sobre o financiamento, fala só sobre tráfico.
Núcleo do tipo: financiar ou custear o tráfico de drogas ou o tráfico de maquinários.
Consumação:
1ª corrente: com a habitualidade do financiamento – crime é habitual, estilo de vida do financiador, de forma reiterada.
2ª corrente: crime instantâneo – basta um financiamento.
No art. 40 tem causa de aumento no inciso VII – como compatibilizar o art. 36 com a causa de aumento
de pena do art. 40? Não pode aplicar as duas, seria bis in idem. Solução da doutrina: parte da premissa
que o 36 é crime habitual, se o financiamento é esporádico aplica o 33 com o aumento de pena do
inciso VII. 
COLABORADOR E INFORMANTE (ART. 37)
Não é equiparado a hediondo. Antigamente respondia por trafico e pronto. O colaborador não pode ser habitual, não pode ser estável, porque se for responde por associação. Aqui pune-se quem colabora esporadicamente como informante do grupo. 
CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO OU AERONAVE SOB EFEITO DE DROGA (ART. 39)
Esse crime é de perigo concreto – tem que provar que a conduta do agente expôs a risco a vida de outrem.

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