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PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS

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PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 
 
1.PRECEDENTES JUDICIAIS 
 
Precedente é um pronunciamento judicial, proferido em um processo anterior, que é empregado 
como base da formação de outra decisão judicial, prolatada em processo posterior. 
Dito de outro modo, sempre que um órgão jurisdicional, ao proferir uma decisão, parte de outra 
decisão, proferida em outro processo, empregando-a como base, a decisão anteriormente prolatada terá 
sido um precedente. 
O direito processual civil brasileiro conhece dois tipos de precedentes (os vinculantes e os não 
vinculantes) 
 
Precedentes vinculantes, como a própria denominação indica, são de aplicação obrigatória, não podendo 
o órgão jurisdicional a ele vinculado, em casos nos quais sua eficácia vinculante se produza, deixar de 
aplicá-lo e decidir de forma distinta. 
 
Precedentes não vinculantes são meramente argumentativos, e não podem ser ignorados pelos órgãos 
jurisdicionais, os quais, porém, podem decidir de modo distinto, desde que isto se faça através de um 
pronunciamento judicial em que se encontre uma fundamentação específica para justificar a não aplicação 
do precedente. 
 
Distinção entre o conceito de precedente, já apresentado, e o de jurisprudência (a que o CPC faz 
referência em diversos dispositivos, de que é importante exemplo o art. 926). 
Pois jurisprudência é um conjunto de decisões judiciais, proferidas pelos tribunais, sobre uma 
determinada matéria, em um mesmo sentido. 
 
 
2. FORMAS DE LITÍGIO 
- Auto composição (acordo) 
A auto composição é um ato jurídico bilateral – conversa – em juízo ou fora dele, com auxilio ou 
não que tenha eficácia jurídica, ou seja, deve servir para algo e deixar as partes resolvidas. Pode ser por 
meio da negociação em que se resolvem só os interessados ou pela mediação, onde há uma atividade 
técnica auxiliada por um terceiro de confiança e imparcial (terceiro), sua função é aproximar as partes e 
explicar o que ocorreu, não propondo nem realizando acordo. O acordo pode existir e tornar a ação 
positiva, entretanto não como sugestão do mediador. O acordo é um instrumento e servirá como título 
executivo, será formalizado. Sinal positivo quer dizer que a aproximação entre as partes foi positiva, é 
vantajosa para as partes e parar o judiciário que está “engessado”, mas não foi o mediador que sugeriu o 
acordo. O título de crédito é a formalização do acordo. [Resolução 195 de 2010 do CNJ – política e 
conciliação]. 
 
-Autotutela (Contra a lei) 
A autotutela é a vontade própria, utilizar-se da força para adquirir um direito, é vedada pelo 
sistema. A tutela é a proteção de um direito eventual/suposto. Há proibição para tais praticas, não pode 
colocar-se no lugar de um agente público, que é quem dá a solução, autoridade pública é soberana. O 
que existe são os atos de defesa, o desforço e a reação. Caso haja excesso, responde por isso, deve agir 
na medida exata e não abusar do direito. 
 
-Jurisdição (No judiciário) 
“A jurisdição atua por meio de um instrumento que é o processo, e aos interessados a ordem jurídica 
outorga o direito de ação, isto é, o direito de pleitear em juízo a prevenção ou reparação das violações 
dos direitos”. 
A jurisdição tem os seguintes elementos: inércia (apenas por provocação se manifesta), 
indeclinabilidade (juiz não pode se recusar de julgar), inevitabilidade (atividade dos órgãos jurisdicionais 
é incontestável) e indelegabilidade (as ações do judiciário só podem ser exercidas pelos órgãos do 
respectivo poder). 
 
 
 
-Arbitragem (Cláusula Arbitral no contrato) 
A arbitragem é um meio privado de solução de conflitos, há a escolha de alguém que entenda do 
problema, sendo este um terceiro imparcial. Não é composição (auto composição: acordo/vontade/resolve 
com terceiro auxiliando eventualmente e caminha para a conciliação) e sim heterocomposição, alguém 
decide pela pessoa (ex. Juiz ou árbitro que se reveste na pessoa do juiz). Os requisitos são ter capacidade 
de exercício (discernimento) e direito disponível. Sua finalidade é a celeridade (rapidez), efetividade 
(receber efetivamente o bem) e evitar a morosidade da jurisdição. 
O árbitro é qualquer pessoa física que entenda sobre o assunto, existem câmaras arbitrais e áreas. 
A OAB permite que haja arbitragem em escritórios de advocacia. 
O núcleo jurídico tem 3 correntes/posições: 
⇨ Contratualista: autonomia da vontade, há escolha; terceiro pode resolver, não necessariamente o 
poder judiciário. 
 
⇨ Jurisdicional: jurisdição é soberania, Estado é quem vai julgar. O procedimento utilizado é o mesmo 
do juiz/judiciário, árbitro é quem faz a resolução, mas não da maneira que quiser. 
 
⇨ Mista: é a junção das duas anteriores, há a autonomia da vontade (juiz ou árbitro) e depois como se 
processa, o caminho da jurisdição. Esta corrente é a que prevalece. 
 
 
3. ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS 
 
RECURSO -> DISTRIBUIÇÃO NO TRIBUNAL -> RECEBE Nº NA CAMARA E ENTRA NA FILA DE ESPERA 
3.1. Distribuição 
É o momento inicial em que o foro distribui os feitos, designando o juízo a que cabe a ação de acordo com 
a matéria. O pedido do autor recebe, nessa fase, um número que será a “identidade” do processo. A 
distribuição é feita por um sistema informatizado, alternadamente, e obedece a rigorosa igualdade, a fim de 
evitar a sobrecarga de um juízo em relação aos demais. Se o processo iniciado tiver qualquer relação com 
outro já ajuizado por conexão ou continência, a distribuição será feita por dependência. 
 
3.2. Prevenção da câmara 
Caso algum desembargador já atuou de alguma forma no processo, este será prevento em relação a ele. 
Exemplo: num processo de vários réus um desembargador decidiu determinado habeas corpus. Tal 
Desembargador é prevento para todos os recursos oriundos do mesmo processo não podendo outro decidir 
em seu lugar. 
 
3.3. Relator 
O relator possui prazo de 30 dias para examinar o recurso e elaborar seu voto. 
 
3.4. Secretaria 
Após voto do relator, o processo é encaminhado à secretaria, que encaminhará a outro desembargador para 
que este profira seu voto. 
 
- 5 dias para recorrente sanar vícios; 
- 5 dias para manifestação sobre fatos supervenientes; 
- 5 dias para publicar data do julgamento. 
 
3.5. Ordem de julgamento 
- Sustentação oral 
- Preferência 
- Iniciado sem sessão anterior 
- Votação 
 
3.6. Votos: 
Enquanto não tiver sido proclamado o resultado, os votos já proferidos podem ser alterados, salvo 
se seu prolator tiver sido afastado ou substituído (art. 941, § 1o). 
Proferidos todos os votos, incumbirá ao Presidente proclamar o resultado do julgamento, designando 
o magistrado que redigirá o acórdão. Este será redigido pelo relator, salvo se tiver ele sido vencido, caso em 
que a redação ficará a cargo do primeiro magistrado a ter proferido voto vencedor (art. 941). 
Os prolatores de votos vencidos deverão declará-los expressamente, e tais votos serão considerados 
parte integrante do acórdão para todos os fins, inclusive para efeitos de prequestionamento (art. 941, § 3o). 
Todo acórdão conterá ementa, a qual é um sumário dos pontos abordados e resolvidos no acórdão 
(art. 943, § 1o). Lavrado o acórdão, a ementa deverá ser publicada no órgão oficial no prazo de dez dias 
(art. 943, § 2o). 
 
OBS: Processo envolvendo idosos e alimentos tem prioridade de julgamento 
 
 
4. PODERES DO RELATOR 
Art. 932/CPC 
• Dirigir o processo (ordem no tribunal) 
• Produção de provas 
• Homologação de auto composição 
• Apreciar pedido de tutela provisória 
• Não admitir Recurso inadmissível, prejudicado ou que não ataque a sentença 
• Negar provimento a Recurso Contrário a Súmula, acórdão em recurso repetitivo 
-Inadmissível: falta algum requisito de admissibilidade 
-Prejudicado: não há necessidade apresentar aquele recurso 
-Não ataque a sentença: Ex:cópia de PI ou Contestação com nome de recurso 
Se não for aplicado o Art. 932/CPC, o relator faz a reanálise, profere seu relatório e encaminha para 
os outros membros votarem. 
Se algumas das opções do Art. 932/CPC forem aplicadas, o relator julga sozinho. 
 
SENTENÇA-> ACÓRDÃO TE(jurisprudência)-> ACÓRDÃO STJA/STF -> *JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA 
 *SÚMULA 
 *SÚMULA VINCULANTE 
5. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA 
Em regra, o processo inicia no 1º grau de jurisdição, porém existem casos em que a lei estabelece 
que o processo deve ter início perante os órgãos jurisdicionais superiores, em razão de determinadas 
circunstâncias, como a qualidade e função das pessoas ou a natureza do processo, tais como: a ação 
rescisória de sentença e o mandado de segurança contra ato judicial. 
 
 
6.1. INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA 
Trata-se de incidente processual a ser instaurado quando o julgamento de recurso, de remessa 
necessária ou de processo de competência originária de tribunal de segunda instância envolver relevante 
questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos. 
Quando o assunto discutido na ação entre A e B tiver grande relevância social é possível uniformizar 
o entendimento do tribunal através do incidente de assunção de competência. (IAC) 
Tal incidente é aplicado nos TJ/STJ/STF 
-Remessa obrigatória: Se no processo estiver presente a fazenda pública e ela for condenada a pagar algo 
para alguém, ainda que não aja recurso, o juiz é obrigado a mandar o processo para o tribunal rejulgar 
(reexame necessário ou remessa obrigatória) 
-Há Competência Originária 
Objetivo: 
-Julgamento de questão relevante por um órgão de maior composição 
-Prevenir discussões futuras 
-Evitar conflito de decisões 
-Fixação de tese (precedente obrigatório) 
*Vincula todos os julgadores daquele tribunal 
Procedimento: 
-Relator de ofício 
-Partes /defensor público/MP 
 
*Quando o tribunal julga o IAC ele fixa a tese do tribunal e cria o precedente. 
*Pode ser criado o IAC para prevenção no mesmo assunto (em um primeiro andamento) ou em processos 
em andamento pelo presidente do tribunal 
 
6.2. INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Art. 948 a 950 CPC 
Só cabe nos casos de controle difuso de constitucionalidade 
 
6.2.2. Controle de Constitucionalidade: 
Difuso: feito por qualquer órgão do poder judiciário colegiado quando da análise incidental da 
inconstitucionalidade no caso concreto. 
Concentrado: STF e TJ’s em ações voltadas para isso (ADIN/ADCON) Arts 102 e incisos /CF 
STF: Interpretação da regra constitucional 
Nesse caso não há o caso concreto então aciona-se o STF para resolver sobre a interpretação 
Conceito de Incidente: aquele que cria precedente e vincula órgãos inferiores 
Controle difuso: 
*Cláusula de Reserva de Plenário 
-> Maioria absoluta dos membros 
Dispensa Incidente quando já houver pronunciamento do plenário ou STF 
->Admite-se “amicus curiae”, ou seja, amigo da corte que abre a discussão do ponto de vista técnico 
 
Art. 948. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, 
após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento 
do processo. 
 
Art. 949. Se a arguição for: 
I - Rejeitada, prosseguirá o julgamento; 
II - Acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver. 
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de 
inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a 
questão. 
 
Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de julgamento. 
§ 1o As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão manifestar-se no 
incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no regimento 
interno do tribunal. 
§ 2o A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar-se, por 
escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno, sendo-lhe 
assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos. 
§ 3o Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator poderá admitir, por despacho 
irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades. 
Quando se instaura o Incidente, comunica-se as partes, reúne-se o Pleno ou Órgão Especial – pode 
haver interesse do MP e o mesmo ser intimidado. 
 
6.3. CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
Ocorre o conflito de competência quando: 
 
• Dois ou mais juízos se declaram competentes para o mesmo processo (conflito positivo); 
• Dois ou mais juízos se declaram incompetentes para o mesmo processo (conflito negativo); 
• Entre dois ou mais juízos surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos (art. 66, 
I a III). 
 
Para que se configure o conflito negativo, a teor do que dispõe o parágrafo único do art. 66, é preciso 
que a atribuição seja recíproca. Para que se estabeleça o conflito, exige-se que o magistrado X decline a 
competência a magistrado Y e este, rejeitando-a, imediatamente a atribua a X, suscitando o conflito. Em 
outro caso hipotético, se X atribuir a competência a Y e este rejeitá-la, declinando-a a terceiro magistrado (o 
Z), não haverá conflito suscitável. 
Já no conflito positivo, a instauração prescinde de manifestação explícita dos conflitantes atestando 
sua competência, bastando a prática de atos por ambos os juízos em relação à mesma causa, como se 
competentes fossem. 
Observe-se ainda que, de acordo com a Súmula 59 do STJ, “não há conflito de competência se já 
existe sentença com transito em julgado, proferida por um dos juízos conflitantes”. 
 
6.3.2 Natureza jurídica 
O conflito de competência não é uma ação, muito menos um recurso. Trata-se de um episódio 
processual, interno ao processo em curso, destinado a coordenação da atuação de diferentes órgãos 
judiciais, a fim de que dois ou mais deles não atuem ao mesmo tempo sobre o mesmo objeto, ou que todos 
eles simultaneamente se abstenham de atuar. 
 
6.3.3. Legitimidade 
Têm legitimidade para suscitar o conflito as partes, o Ministério Público e o juiz (art. 951 do 
CPC/2015). A jurisprudência do STJ, reconhece também a legitimidade do terceiro, desde que revestido de 
interesse jurídico. 
Conforme dispõe o art. 952, o conflito não pode ser suscitado pela parte que já alegou incompetência 
relativa no processo. Como a arguição da incompetência relativa no processo opera a preclusão 
consumativa, a parte que a arguiu carece de interesse para suscitar o conflito. 
Nada impede, por outro lado, que, estando pendente o conflito, o réu que não o suscitou aduza a 
incompetência relativa em contestação (art. 952, parágrafo único). 
 
6.3.4. Competência 
A regra de competência para o julgamento do conflito é bastante simples. Em geral, é competente o 
tribunal hierarquicamente superior aos juízos conflitantes. 
Assim, se o conflito se instalar entre juízos de primeiro grau que exerçam a jurisdição em um mesmo 
Estado, será competente o respetivo Tribunal de Justiça (v.g., se a divergência ocorrer entre o juízo da 
comarca de Santa Fé do Sul e o juízo da comarca de Ilha Solteira, julgará o conflito o Tribunal de Justiça do 
Estado de São Paulo). 
Será do STJ a competência, conforme dispõe o art. 105,I, d, da CF/1988, quando o conflito surgir 
entre tribunais, entre um tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a diferentes 
tribunais. 
Se o conflito se der entre o STJ e outro tribunal, entre tribunais superiores (STJ, TSE, TST e STM) 
ou entre estes e qualquer outro tribunal, a competência será do STF, nos termos do art. 102, I, o, da CF/1988. 
 
Amicus curiae ou amigo da corte ou também amigo do tribunal (amici curiae, no plural) é uma expressão 
em Latim utilizada para designar uma instituição que tem por finalidade fornecer subsídios às decisões dos 
tribunais, oferecendo-lhes melhor base para questões relevantes e de grande impacto. 
É importante destacar que o Amicus Curiae é amigo da corte e não das partes 
Ex: Perito, policial, investigador, médico, veterinário, etc. 
6.3.5. Procedimento 
 O conflito é instaurado por petição dirigida ao tribunal competente para apreciá-lo, nos casos em 
que a iniciativa for da parte, de terceiro interessado ou do Ministério Público (art. 953, II), ou através de 
ofício, quando suscitado pelo juiz (inciso I). 
Distribuído o conflito suscitado pelas partes ou pelo Ministério Público, o relator determinará a oitiva 
dos conflitantes, que deverão prestar informações no prazo por ele designado. Se o conflito for instaurado 
por um dos juízos, o relator determinará a oitiva apenas do suscitado. 
O parágrafo único do art. 955 autoriza o relator a decidi-lo monocraticamente quando houver respaldo 
em súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal, ou em tese fixada em recursos repetitivos ou em incidente 
de assunção de competência. 
Ao final do prazo designado para a prestação de informações (sendo elas prestadas ou não), nos 
casos em que atuar como custos legis, previstos no art. 178, deverá o Ministério Público ser intimado para 
que, no prazo de cinco dias, manifeste-se sobre o conflito. 
Encerrado esse prazo, o conflito é levado a julgamento pelo órgão colegiado (excetuadas as 
hipóteses de julgamento monocrático acima citadas), que declarará qual o juízo competente, remetendo-se 
a ele os autos do processo. Nos conflitos envolvendo órgãos fracionários dos tribunais, desembargadores e 
juízes do tribunal, observam-se as disposições dos regimentos internos dos tribunais. 
Contra a decisão que resolve o conflito, podem caber embargos de declaração, recurso especial ou 
recurso extraordinário, conforme o caso. 
Caso o conflito se instale entre autoridade judiciária e autoridade administrativa (e aqui não se está 
diante de um conflito de competência, mas de um "conflito de atribuições"), observar-se-á o regimento 
interno do tribunal competente para dirimir o conflito (art. 959). 
 
6.3.6. Efeitos 
Não ocorrendo nenhuma das hipóteses de julgamento monocrático, e sendo positivo o conflito, 
poderá o relator, de ofício ou a requerimento da parte, determinar o sobrestamento do processo, designando 
um dos juízos conflitantes para apreciar, provisoriamente, as questões urgentes. 
Se houver conflito negativo, a paralisação já lhe será consequência natural, pois ambos os juízos, 
porque não se consideram competentes, abstêm-se de praticar atos no processo. Mas também nesse caso, 
o relator deverá designar um deles para a resolução das medidas urgentes que porventura sobrevenham. 
Ao declarar qual é o juízo competente, cabe ao tribunal dizer quais atos eventualmente praticados 
pelo juízo incompetente serão considerados válidos e quais não o serão. Para tanto, deverá ter sempre em 
mente o princípio do aproveitamento dos atos processuais defeituosos, dispostos no § 1.º do art. 282 do 
CPC/2015. 
A invalidade somente deverá ser decretada quando houver, concomitantemente, defeito no ato 
processual e prejuízo, entendido esse último como a capacidade de o defeito impedir que a finalidade do 
ato seja alcançada, em respeito ao princípio de que "não há nulidade sem prejuízo". 
 
6.4. Homologação de Decisão Estrangeira e Concessão de Exequatur à Carta Rogatória 
 
 
Homologação: 
• É ato ou efeito por autoridade judicial que confirma atos particulares, a fim de instituir validade 
jurídica. 
• Na sentença estrangeira tem como finalidade que a confirmação da mesma seja aplicada no brasil 
 
 Exequatur 
• Será o documento autorizador para o cumprimento de cartas rogatórias no brasil, elaborado 
presidente do superior tribunal de justiça, para que validamente determine diligências ou atos 
processuais requisitados pelas autoridades estrangeiras para que possam ser executados na 
jurisdição do juiz competente. 
• Uma vez concedido o exequatur, a carta rogatória será remetida ao juiz federal do estado para ser 
cumprida e, depois disso, devolvida ao superior tribunal de justiça para que seja remetida ao país 
de origem. 
 
 
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, 
salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado. 
 
§ 1o A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória. 
§ 2o A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o Regimento Interno do Superior 
Tribunal de Justiça. 
§ 3o A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se, 
subsidiariamente, as disposições deste Capítulo. 
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a 
concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. 
§ 1o É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não judicial que, pela lei brasileira, 
teria natureza jurisdicional. 
§ 2o A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente. 
§ 3o A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução provisória no 
processo de homologação de decisão estrangeira. 
§ 4o Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em tratado ou em 
promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira. 
§ 5o A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação 
pelo Superior Tribunal de Justiça. 
§ 6o Na hipótese do § 5o, competirá a qualquer juiz examinar a validade da decisão, em caráter principal ou incidental, 
quando essa questão for suscitada em processo de sua competência. 
Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de urgência. 
§ 1o A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva de medida de urgência dar-se-á por carta 
rogatória. 
§ 2o A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, desde que garantido o contraditório 
em momento posterior. 
§ 3o O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à autoridade jurisdicional prolatora da decisão 
estrangeira. 
§ 4o Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil, a decisão 
concessiva de medida de urgência dependerá, para produzir efeitos, de ter sua validade expressamente reconhecida 
pelo juiz competente para dar-lhe cumprimento, dispensada a homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. 
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão: 
I - ser proferida por autoridade competente; 
II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia; 
III - ser eficaz no país em que foi proferida; 
IV - não ofender a coisa julgada brasileira; 
V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado; 
VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública. 
Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, observar-se-ão os pressupostos previstos 
no caput deste artigo e no art. 962, § 2o. 
Art. 964. Não seráhomologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da autoridade judiciária 
brasileira. 
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória. 
Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo federal competente, a requerimento da parte, 
conforme as normas estabelecidas para o cumprimento de decisão nacional. 
Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser instruído com cópia autenticada da decisão homologatória ou 
do exequatur, conforme o caso. 
6.5. AÇÃO RESCISÓRIA 
Chama-se ação rescisória à demanda através do qual se busca desconstituir decisão coberta pela 
coisa julgada, com eventual rejulgamento da causa original. Em outros termos, já se tendo formado a coisa 
julgada (formal ou material), o meio adequado para – nos casos expressamente previstos em lei – 
desconstituir-se a decisão que já tenha sido alcançada por tal autoridade é a propositura de ação rescisória. 
Esta, ao ser julgada (originariamente por tribunais, não sendo possível sua propositura perante juízos de 
primeira instância), pode levar à desconstituição da coisa julgada já formada e, eventualmente (mas nem 
sempre), levará também a que se rejulgue, no próprio processo da ação rescisória, a causa original. 
 
Tem sua fundamentação no Art. 966. 
 
 
 
6.6. INCIDENTE DE DEMANDAS REPETITIVAS: 
É o pedido de uniformização quando houver um grande número de ações iguais. Ex: alíquota de energia 
*Cada pessoa que usa energia elétrica pode entrar com ação 
Entende-se, então, por demandas repetitivas aquelas demandas idênticas, seriais, que, em grandes 
quantidades, são propostas perante o Judiciário. Diz-se que elas são idênticas por terem objeto e causa de 
pedir idênticas, ainda que mudem as partes. 
Este é um incidente processual destinado a, através do julgamento de um caso piloto, estabelecer 
um precedente dotado de eficácia vinculante capaz de fazer com que casos idênticos recebam (dentro dos 
limites da competência territorial do tribunal) soluções idênticas, sem com isso esbarrar-se nos entraves 
típicos do processo coletivo, a que já se fez referência. Através deste incidente, então, produz-se uma 
decisão que, dotada de eficácia vinculante, assegura isonomia (já que casos iguais serão tratados 
igualmente) e segurança jurídica (uma vez que, estabelecido o padrão decisório a ser observado, de forma 
vinculativa, pelos órgãos jurisdicionais em casos idênticos, será possível 
falar-se em previsibilidade do resultado do processo). 
 
6.6.2. Requisitos: 
 
-Efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito 
 
-Existência de risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica 
 
- Haja pelo menos um processo pendente perante o tribunal 
 
- Não se admite a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas se algum tribunal superior, 
ou o Supremo Tribunal Federal, já tiver, no âmbito de sua competência, afetado recurso (de revista, especial 
ou extraordinário) para definição da tese sobre a mesma questão repetitiva. 
 
6.6. Reclamação 
A reclamação é um processo de competência originária de tribunais, que pode ter por finalidade a 
preservação de sua competência ou a garantia da autoridade de suas decisões. 
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: 
I - Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; 
II - For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; 
III - Resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação 
ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; 
IV - Ofender a coisa julgada; 
V - Violar manifestamente norma jurídica; 
VI - For fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser 
demonstrada na própria ação rescisória; 
VII - Obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que 
não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; 
VIII - For fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
 
Prevista na Constituição da República (e, por isso, tradicionalmente chamada de reclamação 
constitucional), ali se afirma seu cabimento, perante o STF (art. 102, I, l, e art. 103-A, § 3o) e perante o STJ 
(art. 105, I, f). Pois o CPC ampliou o cabimento da reclamação, que passa a poder ser ajuizada perante 
qualquer tribunal (art. 988, § 1o, primeira parte). 
 
 
7. RECURSO 
Recurso é um dos remédios utilizados para impugnar decisões judiciais, ou seja, o ato que através 
do qual se pode pedir o reexame da questão decidida, ou seja, é o meio voluntário de impugnação de 
decisões, antes de precluir e na mesma relação jurídica processual, propiciando a reforma total ou parcial, 
a invalidação, o esclarecimento ou a integração da decisão. Também pode ser considerado o instrumento 
processual voluntariamente utilizado pelo legitimado que sofreu prejuízo decorrente da decisão judicial, para 
obter a sua reforma, a sua invalidação, o seu esclarecimento ou a sua integração, com a expressa solicitação 
de que nova decisão seja proferida, podendo ou não substituir o procedimento hostilizado. 
 
“Recurso é o meio voluntário de impugnação de decisões judiciais capaz de produzir, no mesmo processo, 
a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração do pronunciamento impugnado.” 
 
É que o julgamento de um recurso (como, de resto, de qualquer ato processual postulatório) se 
desdobra em duas fases: juízo de admissibilidade e juízo de mérito. 
 
Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: 
I - Preservar a competência do tribunal; 
II - Garantir a autoridade das decisões do tribunal; 
III – Garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em 
controle concentrado de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 
2016) (Vigência) 
IV – Garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 
2016) (Vigência) 
§ 1o A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu julgamento compete ao órgão 
jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir. 
§ 2o A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal. 
§ 3o Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal, sempre que 
possível. 
§ 4o As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação 
aos casos que a ela correspondam. 
§ 5º É inadmissível a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
I – Proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 
2016) (Vigência) 
II –Proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral 
reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não 
esgotadas as instâncias ordinárias. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
§ 6o A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão 
reclamado não prejudica a reclamação. 
Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator: 
I - Requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no 
prazo de 10 (dez) dias; 
II - Se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado paraevitar dano irreparável; 
III - Determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para 
apresentar a sua contestação. 
Art. 990. Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante. 
Art. 991. Na reclamação que não houver formulado, o Ministério Público terá vista do processo por 5 (cinco) 
dias, após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da contestação pelo beneficiário do ato 
impugnado. 
Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou 
determinará medida adequada à solução da controvérsia. 
Art. 993. O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão 
posteriormente. 
• No juízo de admissibilidade deve-se promover a verificação da presença dos requisitos de 
admissibilidade do recurso, pressupostos necessários para que se possa passar ao exame do mérito. 
É o caso, por exemplo, da tempestividade do recurso (ou seja, da verificação de ter sido o recurso 
interposto dentro do prazo). 
 
• O juízo de mérito do recurso, caso em que se examinará o pedido (de reforma, invalidação, 
esclarecimento ou integração da decisão judicial) formulado pelo recorrente.Caberá, então, ao órgão 
julgador dar provimento (ou seja, acolher o pedido formulado pelo recorrente) ou negar provimento 
(isto é, rejeitar a pretensão recursal) ao recurso (expressões que o CPC só emprega nos incisos IV 
e V do art. 932, mas são de uso corrente na prática dos tribunais). 
 
7.1 REQUISITOS DO RECURSO 
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: 
I - os nomes e a qualificação das partes; 
II - a exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; 
IV - o pedido de nova decisão. 
 
7.2. EFEITOS 
-Devolutivo: 
O juiz entrega o direito, o advogado discorda e manda reanalisar o mérito/direito. 
A interposição do recurso produz o efeito de transferir para outro órgão jurisdicional, distinto daquele 
que proferiu a decisão recorrida, a competência para decidir a matéria que tenha sido objeto da impugnação 
por ela deduzida. Aqueles recursos cujo julgamento de mérito cabe ao próprio órgão prolator da decisão 
recorrida não produzem efeito devolutivo. É que só há devolução, na linguagem processual, quando há 
transferência da competência para conhecer da matéria para órgão jurisdicional distinto daquele que 
prolatou a decisão recorrida, chamado juízo ad quem. 
O recurso só devolve ao juízo ad quem o conhecimento daquilo que tenha sido expressamente 
impugnado (tantum devolutum quantum appellatum). Assim, por exemplo, se foi emitido um pronunciamento 
judicial em capítulos (por exemplo, uma sentença que contém mais de uma decisão), o recurso só devolve 
ao tribunal o conhecimento daqueles capítulos que tenham sido expressamente impugnados (e o art. 1.002 
é expresso em afirmar que o recurso pode impugnar a decisão no todo ou em parte). 
 
- Suspensivo 
O recurso não tem efeito suspensivo. No entanto, em situações excepcionais, quando o juiz verificar 
que do cumprimento imediato da sentença pode resultar perigo de prejuízo irreparável ou de difícil 
reparação, pode concedê-lo excepcionalmente. Afora isso, o autor poderá promover a execução provisória 
da condenação. 
 
-Translativo (Teoria da causa madura) 
Entende-se por efeito translativo a capacidade que tem o tribunal de avaliar matérias que não tenham 
sido objeto do conteúdo do recurso, por se tratar de assunto que se encontra superior à vontade das partes. 
Em outras palavras, o efeito translativo independe da manifestação da parte, eis que a matéria tratada vai 
além da vontade do particular, por ser de ordem pública. Enquanto o efeito devolutivo dos recursos encontra 
amparo no princípio dispositivo, também conhecido como da inércia ou da demanda, o efeito translativo é 
decorrência do princípio inquisitivo, permitindo que o magistrado avance na análise das questões que lhe 
são postas além do estritamente apresentado pelas partes. 
Trata-se de permissão a que se julgue além do pedido sem que se considere que houve violação 
aos Arts. 128 e 460 do CPC, respectivamente, Arts. 141 e 492 do NCPC, ou seja, sem que haja julgamento 
extra, ultra ou infra petita. As principais permissões processuais para a aplicação do efeito translativo 
referem-se ao reconhecimento de matérias de ordem pública. 
Existe controvérsia acerca da autonomia desse efeito, havendo doutrinadores, que identificam o efeito 
translativo como somente o aprofundamento, a extensão do efeito devolutivo. 
 
8. PRINCÍPIOS RECURSAIS 
 
 
 
8.1. Princípio da voluntariedade recursal 
Da mesma forma que o ajuizamento de uma ação depende de ato voluntário do autor, também para 
interpor um recurso, a parte que tiver interesse e legitimidade para recorrer não está obrigada a interpô-lo e 
mesmo quando interposto, continua atuando ao permitir que o recorrente somente traga à apreciação dos 
julgadores a matéria que lhe interessa ser reapreciada. Vencido o réu numa ação de indenização dos danos 
materiais e morais, poderá este escolher se deseja apelar da sentença ou não. Mesmo que escolha apelar, 
poderá colocar às mãos dos eminentes desembargadores apenas a matéria pertinente aos danos materiais 
ou apenas aquela pertinente aos danos morais. 
 
8.2. Princípio da substitutividade, anulação ou integração da decisão recorrida 
Percebe-se, pela epígrafe deste tópico, que estamos tratando, a um só tempo, de três princípios. 
Serão tratados em um tópico único pois verificam-se em situação comum, a saber: o recurso resultará em: 
 
a) a substituição da decisão anterior, isto é, da decisão recorrida: 
Ocorre quando a decisão prolatada no recurso substitui completamente a decisão anterior. Exemplo: 
a sentença que condenou o réu ao pagamento de danos materiais, danos morais, honorários advocatícios 
e custas processuais. O réu apela de todos os capítulos da sentença e consegue obter total provimento da 
apelação. Esta decisão da apelação substituirá a sentença, passando a valer a redação dada pelo acórdão 
da Câmara que julgou a apelação. 
Ressalte-se que teríamos a substituição mesmo que somente um dos capítulos tivesse sido objeto 
de apelação ou se apenas um dos itens do dispositivo tivesse recebido provimento na apelação. 
 
b) anulação da decisão recorrida: 
Partindo do exemplo da sentença que extinguiu o processo por inépcia da petição inicial. O autor, 
em sede de apelação, comprova a inexistência da inépcia sendo que o argumento é aceito pelos eminentes 
Desembargadores que julgaram o recurso. Ao dar provimento à apelação, portanto, anulam a sentença, 
determinando que os autos retornem ao Juízo a quo para que seja processada a ação. Assim, o processo 
que antes tinha uma sentença, pelo princípio da anulação da decisão recorrida, deixa de tê-lo. 
 
c) efeito integrativo: 
Consideremos uma decisão interlocutória que nega a antecipação dos efeitos da tutela 
(Indefere pedido liminar) onde se requereu o bloqueio de valores existentes em conta corrente e ainda, a 
busca e apreensão de veículo. Ao prolatar a decisão o juízo incorre em omissão deixando de mencionar 
qual dos pedidos foram deferidos ou se ambos o foram. Assim, importante que seja explicitado em quais 
termos ocorreu a antecipação dos efeitos da tutela para seu correto cumprimento. O requerido interpõe 
embargos de declaração para que o prolator da liminar promova o saneamento da decisão suprindo a 
omissão. A decisão resultante dos embargos de declaração, portanto, integrarão a que defere a liminar. Eis 
o efeito integrativo: uma decisão integra-se à anterior, que lhe condiz. 
 
8.3. Princípio da devolutividade 
Consiste o princípio da devolutividade no retorno da questão sob recurso ao Estado-Juiz. Podemos 
avaliar melhortal princípio quando analisamos o que ocorre quando alguém busca a tutela jurisdicional do 
Estado, propondo a ação em primeira instância: como não mais é possível a autotutela, uma pretensão 
resistida, para ser dirimida, deverá ser remetida ao Poder Judiciário. O Estado, desta forma, recebe a 
questão para exarar a decisão. Assim, enquanto tramita a ação, dizemos que a lide está às mãos do Estado. 
Exarada a decisão, podemos dizer que o Estado devolve às partes a questão com a solução da lide. Mas, 
estando as partes inconformadas com a decisão, ou parte dela, podem interpor o cabível recurso. Com este 
ato, isto é, interposição do recurso, a lide retorna ao estado – em parte ou no todo – constituindo o efeito 
devolutivo do recurso. Exemplificando, podemos partir de uma ação de cobrança: o credor afirmou que 
tentou em vão receber do devedor; este, por sua vez, alega que nada deve ao credor. O credor ajuíza uma 
ação de cobrança desejando receber o valor principal, juros e correção monetária. O MM. Juiz decide a lide 
e prolata a sentença após ouvir as partes e apreciar todas as provas. Sua sentença encerra a fase em que 
o Estado estaria cuidando da questão e decide em Sentença – a título de exemplo – pela inexistência do 
crédito e ainda condena o mesmo em honorários advocatícios e custas processuais. O credor, que foi autor 
da ação de cobrança, resolve apelar da sentença, já que não se conforma com o teor desta. Ao assim agir, 
devolve ao Estado, por meio do Poder Judiciário, a discussão sobre a existência da dívida e todos os seus 
acréscimos. 
O princípio da devolutividade estabelece os contornos, ou limites, do que deverá ser apreciado. 
Assim, se a sentença teve cinco capítulos e apenas o autor apela, insurgindo-se de dois capítulos, somente 
estes é que podem ser apreciados pelo Tribunal que decide o recurso. 
 
 
 
 
8.4. Princípio da suspensão dos efeitos da decisão 
As decisões jurisdicionais, em regra, não produzem efeitos enquanto não julgado o recurso a ela 
interposto. 
 
8.5. Princípio da unicorribilidade (singularidade ou unicidade) 
Por meio de tal princípio, para cada situação decisória, somente um recurso pode ser manejado, ou 
seja, existe apenas um recurso adequado para para cada ato judicial, não podendo ser interposto mais de 
um recurso para que se obtenha a reforma de uma mesma decisão. Partindo de uma sentença que 
apresenta uma contradição, pode-se interpor a apelação, mas necessário, antes, sanar tal contradição. 
Não é possível interpor os embargos e, ao mesmo tempo, a apelação. Repetimos, para frisar: 
somente um recurso poderá ser manejado em cada situação: ou os embargos de declaração ou a apelação. 
 
8.6. Princípio da proibição da reformatio in pejus 
Reformatio in pejus, significa reformar para piorar, ou seja, quando o juízo ad quem profere uma 
decisão que seja mais gravosa para a parte recorrente. Pode se concluir desta forma que, pelo princípio da 
proibição do reformatio in pejus, o órgão hierarquicamente superior não poderá reformar a sentença para 
prejudicar a parte recorrente, ou seja, não poderá haver, para a parte que recorre, uma condenação mais 
severa ou maior do que a recorrida. Se o réu foi condenado a indenizar, por danos morais, o valor de R$ 
20.000,00 ao autor, quando apela, não poderá ver sua condenação ser elevada para R$ 30.000,00 (caso 
apenas ele, réu, tenha apelado). A base para tal é para não que o apelante não tenha receio de ver piorada 
sua situação. O cuidado que devemos tomar é com relação a recursos oferecidos por ambas as partes, e 
que devolvam ao Tribunal toda a matéria, cada parte no que foi vencido ou condenado. Assim, não haverá 
limites a nenhuma das partes. 
 
8.7. Princípio do duplo grau de jurisdição 
É um princípio implícito decorrente do devido processo legal, esculpido no art. 5º, LV da Constituição 
Federal. Consiste na possibilidade de se provocar um reexame, através de novo julgamento da matéria 
decidida pelo juízo a quo. Essa reapreciação se justifica na medida em que se reconhece a falibilidade 
humana e, portanto, a possibilidade de equívoco do julgador originário. Revela-se, ainda, temerário atribuir 
a um único juiz a capacidade de decidir de forma permanente, possibilitando que sejam perpetuadas as 
decisões proferidas com abuso, parcialidade ou arbitrariedade. 
 
8.8. Princípio da taxatividade 
A existência dos recursos está vinculada a sua expressa previsão e regulamentação em lei federal, 
em rol taxativo. De fato, a criação, modificação ou extinção de espécies recursais são de competência 
privativa da União, assim, serão cabíveis apenas os recursos arrolados no art. 496 do CPC, ou em outro 
dispositivo deste mesmo diploma ou na legislação federal extravagante, tal qual o recurso inominado nos 
juizados especiais e o recurso de embargos infringentes em execução fiscal. 
 
8.9. Princípio da fungibilidade 
É o princípio pelo qual se admite a conversão de um recurso em outro, no caso de engano da parte, 
contanto que não haja erro crasso ou não tenha havido preclusão do prazo de impugnação. 
Constitui-se num emprego específico do princípio da instrumentalidade das formas. Presta-se o 
princípio da fungibilidade a não prejudicar a parte recorrente que, diante de dúvida objetiva, interpõe recurso 
que pode não ser considerado cabível, no mais das vezes, decorrente de impropriedades do ordenamento 
jurídico ou de divergências jurisprudenciais ou doutrinárias. No entanto, alguns pressupostos são 
necessários para a aplicação do princípio, tendendo a demonstrar a ausência de má-fé e de erro grosseiro. 
 
8.10. Princípio da dialeticidade (motivação) 
Pressupõe que o conhecimento do recurso está vinculado à apresentação das razões do recurso, 
bem como à fixação dos limites de análise da matéria, ou seja, a motivação que levou o recorrente a se 
insurgir contra a decisão recorrida. Todo recurso deve ser discursivo, argumentativo, dialético. Quer dizer, 
não basta a parte recorrente manifestar o inconformismo e a vontade de recorrer, ela precisa impugnar todos 
os fundamentos suficientes para sustentar o julgado recorrido, demonstrando de maneira discursiva por que 
o julgamento merece ser modificado. Apenas desta forma a parte contrária poderá emitir as suas 
contrarrazões, formando-se o necessário contraditório em sede de recurso. 
 
 
8.11. Princípio da complementariedade 
A decisão recursal pode agregar-se à decisão recorrida que a ela se anexa de maneira 
intransponível, porquanto, analisando-se um recurso, a eventual decisão recursal deve ser posta no 
conjunto. Apesar de se constituir uma exceção, invoca-se o princípio em pauta, quando se concebe que os 
embargos de declaração obrigatoriamente devem ser considerados para analisar a respectiva sentença ou 
decisão interlocutória, o que possibilita ao recorrente complementar suas razões recursais. 
 
8.12. Princípio da consumação (preclusão consumativa) 
O recurso depois de impetrado consome o prazo previsto em lei para sua interposição, gerando 
preclusão consumativa com a consequente impossibilidade de posterior acréscimo ou alteração do recurso 
apresentado, bem como nova oposição à mesma decisão. Em regra, o princípio da consumação 
compreende o pronunciamento recorrido, bem assim a complementação, o aditamento ou a correção do 
recurso anteriormente interposto. 
 
9. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSO 
 
9.1. Legitimidade 
De acordo com o art. 499 do CPC, caput “o recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo 
terceiro prejudicado e pelo Ministério Público”. Há outros legitimados, como o chamado amicus curiae. Logo, 
o artigo 499 do CPC não apresenta rol exaustivo. 
A parte vencida mencionada na lei não se refere apenas ao autor ou réu, mas também ao assistente, 
ao denunciado, ao chamado e outros, como é o caso do juiz, na exceção de suspeição. 
O terceiro prejudicado é aquele queaté então não tinha participado do processo, passando a fazer 
parte deste a partir da interposição do recurso. Ele há de ser juridicamente prejudicado para que seu recurso 
seja admitido (art. 499, §1º, do CPC). 
No que diz respeito ao Ministério Público, ele tem legitimidade para recorrer, seja na qualidade de 
parte, ou como custos legis ou fiscal da lei (art. 499, § 2.°, do CPC). A Súmula 99 do STJ é bem elucidativa 
a este respeito: “O ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que oficiou como fiscal 
da lei, ainda que haja recurso da parte”. 
 
9.2. Interesse recursal 
É necessário que o interessado na impugnação da decisão possa almejar alguma utilidade na 
interposição do recurso, ao esperar do julgamento do recurso resultado mais vantajoso que o posto na 
decisão impugnada. Outrossim, o recurso só será admissível se houver necessidade de sua proposição para 
que o objetivo específico seja alcançado. 
Explicitando de outra forma, o interessado deve vislumbrar, na veiculação do recurso, alguma 
utilidade que somente pode ser obtida através de via recursal, fazendo-se necessário para tanto que a parte 
interessada em recorrer tenha sofrido algum prejuízo jurídico em decorrência da decisão judicial a ser 
atacada ou tenha ficado insatisfeita com tal decisão. 
Deve-se considerar o interesse recursal pelo Ministério Público, que também pode ser titular do 
direito de recorrer, mesmo quando atue como custos legis, em situações nas quais tenha havido ofensa ao 
direito objetivo, ao interesse público e ao regime democrático, conforme o art. 127, caput, da CF. 
 
9.3. Tempestividade 
Pelo requisito da tempestividade, o prazo para a interposição do recurso cabível deve obedecer ao 
previsto em lei, já que os prazos são em regra peremptórios, sob pena de a não obediência de tal 
pressuposto ensejar a preclusão temporal. 
Suspende-se o prazo recursal nos casos de: superveniência de férias (art. 179 do CPC), no âmbito 
dos tribunais superiores; obstáculo criado pela parte (art. 180) ou pelo juiz; perda de capacidade processual 
de qualquer das partes ou do seu procurador. Já a interrupção do prazo recursal ocorre com a proposição 
de embargos de declaração. 
Ressalta-se que o Ministério Público e a Fazenda Pública têm prazo recursal dobrado, de acordo 
com o art. 188 do CPC. Tal prazo se aplica às autarquias e fundações públicas. Não se aplicando este favor 
ao prazo das contrarrazões. Os defensores públicos detêm prazo dobrado para recorrer e responder ao 
recurso, conforme disposição da Lei Complementar n. 
80, arts. 44, I, e 128, I, e da Lei n. 1.060/50, art. 5º, § 5º. 
 
 
9.4. Preparo 
O preparo consiste no adiantamento dos valores necessários à tramitação do recurso, inclusive à 
baixa dos autos. O art. 511 do CPC estabelece que: “No ato de interposição do recurso, o recorrente 
comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e 
de retorno, sob pena de deserção. ” A deserção é uma sanção que significa o perecimento ou não 
seguimento do recurso, por falta de preparo. Em outras palavras, a deserção denota que o recurso fica 
impedido de ir adiante, enquanto não forem pagas as custas respectivas. Trata-se de causa de 
inadmissibilidade que independe de qualquer inquirição quanto à vontade do omisso. Assim, para a 
interposição do recurso, é necessário que o interessado deposite o preparo já na interposição do recurso, 
anexando à peça recursal a guia de recolhimento. 
Nesse sentido, a Súmula 19 do TJDFT: “O não preparo do recurso há de ser comprovado no 
momento de sua interposição, ainda que remanesça parte do prazo para seu exercitamento, sob pena de 
deserção”. 
Deve-se lembrar que a insuficiência do valor do preparo é tratado no § 2º, do art. 511 do CPC, 
implicando deserção caso o recorrente intimado não o supra no prazo de cinco dias. 
Tal intimação pode ser realizada pelo juízo a quo ou pelo ad quem. 
 Há possibilidade de mitigação da deserção, com base no art. 519 do CPC, quando o recorrente 
provar justo impedimento, como em caso de greve bancária, enchente ou dúvida escusável do preparo. 
Conforme preleciona Fredie Didier e Leonardo da Cunha, embora o referido artigo se refira à apelação, sua 
aplicação é de caráter geral. 
 
Observação: 
O recurso é interposto ao juiz da causa, porque o julgador que proferiu a decisão é quem analisa a 
admissibilidade do recurso. 
 
 
10. Atos do juiz 
 
10.1 Despachos de mero expediente 
São os pronunciamentos judiciais que não têm conteúdo decisório e não geram prejuízo a nenhuma 
das partes e por isso são irrecorríveis, pois servem apenas para dar andamento ao processo. 
 
10.2 Decisões interlocutórias 
São os pronunciamentos judiciais que tem conteúdo decisório mas não são sentença, ou seja, 
resolvem questão incidente ou de urgência. Assim são decisões interlocutórias os pronunciamentos judiciais 
que: deferem ou indeferem prova, deferem ou indeferem liminares, rejeitam as preliminares ou as 
prejudiciais de mérito, defere ou indefere o ingresso de terceiro, resolve questão incidente mesmo que em 
autos em apenso como é o caso da impugnação ao valor da causa, exceção de incompetência, etc, ou seja, 
o conteúdo é variável e diverso daquele contido nas sentenças. Das decisões interlocutórias cabem recurso 
de agravo. 
 
• Cada ato do juiz se usa um tipo de recurso diferente 
• A média positiva de recurso em 1ª Instância é de 53% 
• Recurso de apelação tem efeito devolutivo e suspensivo 
 
 
10.3. Sentença 
Ato do juiz que coloca fim a primeira fase do processo, ou seja, é o pronunciamento judicial que tem 
por conteúdo as matérias enumeradas nos incisos dos arts. 267 e 269 do Código de Processo Civil, sendo 
que quando se tratar de sentença com o conteúdo do art. 267 do Código de Processo Civil, deve também 
ter por finalidade extinguir o processo sem julgamento de mérito. As sentenças que têm o conteúdo do art. 
269, são de mérito ou definitivas, e as sentenças do art. 267, são ditas processuais ou terminativas. A 
sentença pode ser atacada por recurso de apelação. 
 
10.4. Acórdão 
É a decisão do órgão colegiado de um tribunal (câmara, turma, secção, órgão especial, plenário 
etc.), que se diferencia da sentença, da decisão interlocutória e do despacho, que emanam de um órgão 
monocrático, seja este um juiz de primeiro grau, seja um desembargador ou ministro de tribunais — estes, 
normalmente, na qualidade de relator, de presidente ou vice-presidente, quanto os atos de sua 
competência. Contra os acórdãos cabem vários recursos. 
 
11. DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS 
 
 
 
11.1. Recurso 
Recurso é um dos remédios utilizados para impugnar decisões judiciais, ou seja, o ato que através 
do qual se pode pedir o reexame da questão decidida, ou seja, é o meio voluntário de impugnação de 
decisões, antes de precluir e na mesma relação jurídica processual, propiciando a reforma total ou parcial, 
a invalidação, o esclarecimento ou a integração da decisão. Também pode ser considerado o instrumento 
processual voluntariamente utilizado pelo legitimado que sofreu prejuízo decorrente da decisão judicial, para 
obter a sua reforma, a sua invalidação, o seu esclarecimento ou a sua integração, com a expressa solicitação 
de que nova decisão seja proferida, podendo ou não substituir o procedimento hostilizado. 
 
11.2. Reexame necessário 
O reexame necessário constitui exigência da lei para dar eficácia a determinadas sentenças. 
Consiste na necessidade de que determinadas sentenças sejam confirmadas pelo 
Tribunal ainda que não tenha havido nenhum recurso interposto pelas partes. Assim, enquanto não sujeito 
ao reexame necessário, tais sentenças não poderão ser executadas. 
O reexame necessário sofreu algumas alterações pelo NCPC. A remessa necessária é disposta pelo 
substitutivo da seguinte maneira:12. Composição dos tribunais 
Os Tribunais compõem-se de, no mínimo, sete juízes. E terão: 
a) Presidente; 
b) Vice-presidente; e 
c) Corregedor. 
 
Os tribunais de segunda instância (TJs, TRFs, TRTs, TREs e STM) possuem corregedorias, com a 
função de orientar, acompanhar e, se for o caso, aplicar punições disciplinares a juízes e servidores. As 
corregedorias dos Tribunais de Justiça também têm a função de supervisionar e realizar concursos para as 
serventias extrajudiciais, que são os serviços de registro e de notas (conhecidos como cartórios). 
A quantidade de membros dos tribunais estaduais varia de acordo com sua população, já nos 
tribunais superiores a quantidade de membros é determinada pela Constituição Federal da seguinte forma: 
a) STF - Supremo Tribunal Federal 
Art. 483. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, 
a sentença: 
I - Proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as respectivas autarquias e fundações 
de direito público; 
II - Que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública; 
III - Que, proferida contra os entes elencados no inciso I, não puder indicar, desde logo, o valor da condenação 
§ 1º. Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o 
fazendo, deverá o presidente do respectivo tribunal avocá-los. 
§ 2º. Não se aplica o disposto neste artigo sempre que o valor da condenação, do proveito, do benefício ou da 
vantagem econômica em discussão for de valor certo inferior a: 
I - Mil salários mínimos para União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; 
II - Quinhentos salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal e as respectivas autarquias e fundações de 
direito público, bem assim para as capitais dos Estados; 
III - Cem salários mínimos para todos os demais municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. 
§ 3º. Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: 
I - Súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior 
Tribunal de Justiça em julgamento de casos repetitivos; 
III - Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência. 
 
A atual composição do STF, regida pelo artigo 101 da Constituição Federal, de 11 Ministros, escolhidos 
dentre cidadãos com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notório saber jurídico e reputação ilibada, 
nomeados pelo Presidente da República depois de sabatinados pelo Senado Federal e aprovados pela 
maioria absoluta dos membros deste. O STF está dividido em duas Turmas, no mesmo plano hierárquico, 
com cinco membros cada, além de seu Presidente, que apenas participa das sessões plenárias. A 
composição do STF não pode ser alterada por emenda ou qualquer outra manobra jurídica, salvo nova 
constituinte originária, conforme inteligência dos artigos 60, §4º, III c/c 85, II da CF/88. A composição não 
pode ser diminuída ou ampliada por motivos políticos. 
Macete: STF (Somos Time de Futebol), um time de futebol possui 11 titulares. 
 
b) STJ - Superior Tribunal de Justiça 
O Superior Tribunal de Justiça, criado pelo Constituinte de 1988, é composto de 33 membros, 
denominados Ministros, escolhidos pelo Presidente da República, mas de forma vinculada, obrigatoriamente 
na seguinte divisão: 
 
- 1/3 de juízes oriundos dos Tribunais Regionais Federais (juízes federais); 
- 1/3 de desembargadores dos Tribunais de Justiça Estaduais (juízes estaduais); 
- 1/3 divididos em 1/6 para advogados e 1/6 para membros do Ministério Público Federal, Estadual e Distrital. 
Os Tribunais Regionais Federais e os Tribunais de Justiça Estaduais elaborarão lista tríplice, 
livremente, enviando-as ao Presidente da República, que escolherá um nome. 
Macete: STJ (Somos Todos de Jesus), Jesus morreu com 33 anos. 
 
c) TSE - Tribunal Superior Eleitoral 
O Tribunal Superior Eleitoral é composto por 07 Juízes, todos sob a denominação Ministros, 
obrigatoriamente escolhidos dentre: 
 
- 03 Juízes dentre os Ministros do STF, escolhidos dentro do próprio Supremo, mediante voto secreto dos 
seus pares; 
- 02 Juízes dentre os Ministros do STJ, escolhidos dentro do próprio Superior de Justiça, mediante voto 
secreto dos seus pares; 
- 02 Juízes dentre os advogados, onde cabe ao STF elaborar lista sêxtupla de advogados com notável saber 
jurídico e reputação ilibada, encaminha-la ao Presidente da República, que deverá nomear dois, não 
havendo sabatina e aprovação pelo Senado Federal. 
 
Macete: TSE ao ser embaralhado fica SET ministros. 
 
d) TST - Tribunal Superior do Trabalho 
O Tribunal Superior do Trabalho é formado por 27 ministros, nomeados pelo 
Presidente da República, após aprovação do Senado Federal. Contudo, essa nomeação não é feita de forma 
livre, pois a lei estipula alguns critérios. 
Assim, pelo menos 1/5 das vagas existentes, devem ser distribuídas entre os advogados com mais 
de 10 anos de efetiva prática profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos 
do efetivo exercício; os demais membros são escolhidos entre os juízes dos Tribunais Regionais do 
Trabalho. 
Lembre-se: TST (Trinta Sem Três), 27 ministros. 
 
e) STM - Superior Tribunal Militar 
O Superior Tribunal Militar também possui regras especiais para a escolha de seus membros, não 
vigendo aqui também a regra do 1/5 constitucional. O STM deverá ser composto por 15 Ministros, dentre 
eles 05 civis, sendo o restante todos oriundos das Forças Armadas Brasileira. 
Dentre os 10 militares que comporão o STM, 03 deverão ser oficiais-generais da Marinha, da ativa e 
do posto mais elevado da carreira, já que desempenhará função importante regrada por mandamento 
constitucional. 04 dos membros deverão pertencer ao Exército, sendo oficiais-generais, da ativa e 
igualmente do mais alto posto da carreira. 03 membros deverão ser oriundos da Aeronáutica, todos oficiais-
generais, da ativa e também de mais alto posto. 
Dentre os 05 civis que comporão o STM, 03 deverão pertencer a carreira de advogado, 01 juiz auditor 
e 01 membro do Ministério Público Militar. Os Ministros civis deverão ter entre 35 e 65 anos de idade, ser 
brasileiro nato ou naturalizado, possuir notório saber jurídico e reputação ilibada (para o caso dos 
advogados, que também deverão possui, no mínimo, 10 anos de efetiva atividade profissional). 
Não há elaboração de lista, pois o Presidente da República pode escolher o membro de forma livre, 
que será sabatinado pelo Senado Federal, devendo ser aprovado por maioria simples, sendo, após, 
nomeado pelo Presidente da República. 
Macete: STM (São Todas Mocinhas), 15 é idade importante para elas. 
 
13. Câmara especializada 
Os tribunais são divididos em Câmaras, Turmas ou Sessões, na distribuição dos processos, leva-se 
em consideração a especialização de cada câmara. 
 
14. Uniformização de jurisprudência 
A uniformização de jurisprudência "é um expediente cujo objeto é evitar a desarmonia de 
interpretação de teses jurídicas, uniformizando, assim, a jurisprudência interna dos tribunais". 
Para Arruda Alvim, “a orientação divergente decorrente de turmas e câmaras, dentro de um mesmo 
tribunal, no mesmo momento histórico e a respeito da aplicação de uma mesma lei, representa grave 
inconveniente, gerador da incerteza do direito, que é o inverso do que se objetiva com o comando contido 
numa lei, nascida para ter um só entendimento. 
O incidente consiste em pronunciamento prévio sobre a interpretação do direito, por órgão de 
Tribunal de Segunda Instância, quando se verificar que a seu respeito existem entendimentos antagônicos. 
 
15. Pleno ou "Órgão Especial" 
OPleno do Tribunal é a reunião de todos os membros de determinado tribunal, para dirimir questões 
constitucionais, no entanto, nos tribunais com mais de 25 membros o art. 93, XI, autoriza a criação de Órgão 
Especial. O Órgão Especial (OE) é criado devido às dificuldades de se deliberar com o pleno do tribunal 
quando ele fica com mais de 25 membros julgadores, assim, com a criação do órgão especial, ele absorverá 
funções básicas que antes pertenciam ao pleno do tribunal. O pleno não deixa de existir, porém ele deixa 
de exercer as funções primordiais do tribunal, as suas principais atribuições administrativas e jurisdicionais 
são delegadas para o Órgão Especial. 
 
16. Composição das Câmaras 
a) Relator; 
b) Votante; 
c) Votante. 
Juiz relator é o principal responsável pela análise de um processo, sendo de sua competência 
apresentar o relatório e o voto. Com base nesse relatório e voto, os demais membros do tribunal, geralmente 
restritos a turma ou câmara em que o processo está sendo analisado, apresentarão o seu voto, que pode 
se limitar a acompanhar o voto do relator. 
Havendo algum outro magistrado que discorde da posição do relator, poderá proferir seu voto em 
contrário, podendo antes disso solicitar vistas dos autos e, querendo, apresentar voto em separado. 
 
17. RECURSOS EM ESPÉCIE 
O direito processual civil brasileiro reconhece diversas espécies recursais. Só o art. 994 enumera 
nove (apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, recurso ordinário, recurso 
especial, recurso extraordinário, agravo em recurso especial ou extraordinário e embargos de divergência). 
E há outros, previstos em outros textos normativos (como é o caso dos embargos infringentes previstos no 
art. 34 da Lei de Execuções Fiscais). 
Os recursos em espécie podem ser divididos em dois grandes grupos: recursos ordinários e recursos 
excepcionais. 
• Chamam-se recursos ordinários aqueles em que pode haver controvérsia tanto sobre matéria 
fática como sobre questões de direito. 
• E são recursos excepcionais aqueles em que não se admite debate sobre matéria fática, 
vedado o reexame de provas, e apenas as questões de direito podem ser discutidas.São 
recursos excepcionais apenas três: o recurso extraordinário, o recurso especial e os 
embargos de divergência. 
 
17.1. RECURSO DE APELAÇÃO 
 
PI -> CIT-> AUD-> DEFESA-> RÉPLICA-> PROVAS-> ADF-> SENTENÇA-> REC. DE APELAÇÃO-> AC-> 
STF 
 
O recurso de apelação ataca a sentença e dá amplo e integral reexame da causa, ou seja, é o recurso 
que cabe de toda e qualquer sentença civil, independentemente do tipo de processo e procedimento, e 
representa de modo especialmente eficiente a adoção do princípio do duplo grau de jurisdição. 
Há, no NCPC decisões interlocutórias agraváveis (art. 1009, §1º), que se justifica pela supressão do 
agravo retido. 
Preclusão: o prazo para interposição do recurso de apelação é de 15 dias contados da publicação 
da decisão de que se quer recorrer, sob pena de preclusão. E deve ser dirigido ao órgão prolator da decisão 
(juízo a quo). O Novo Código, alterando corretamente o regime das preclusões, deixa claro no artigo 1.009, 
§1º que “as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo 
de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, 
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões”. O que era matéria de agravo retido 
terá o seu espaço nas preliminares do recurso de apelação ou das contrarrazões recursais, hipótese esta 
na qual o recorrente será intimado para se manifestar em 15 dias (§2º). 
Interlocutórias alegada em contrarrazões: O que era matéria de agravo retido terá o seu espaço nas 
preliminares do recurso de apelação ou das contrarrazões recursais, hipótese esta na qual o recorrente será 
intimado para se manifestar em 15 dias (§2º). 
 
17.2. RECURSO ADESIVO 
Não é uma espécie de recurso, mas uma forma de interposição de alguns recursos. 
Cabimento: apelação, recurso especial, recurso extraordinário e embargos infringentes. 
Requisitos: 
Que tenha sucumbência recíproca, isto é, nenhum dos litigantes tenha obtido no processo o melhor 
resultado possível; 
Que tenha havido recurso do adversário. Ex.: Marcelo é credor de Jayne em mil reais, razão pela 
qual move ação de cobrança em face dela. A sentença julgou parcialmente procedente condenando Jayne 
em R$800,00. Houve, portanto, sucumbência recíproca. No entanto, Marcelo pretende o trânsito em julgado 
o quanto antes e não recorre. Mas a devedora recorre e Marcelo toma conhecimento somente no 16 dia da 
sentença é que tornaria seu recurso intempestivo, resta então ao credor o recurso adesivo, que fica aderente 
ao recurso da devedora (recurso principal), ao qual fica vinculado. 
Nessa circunstância, a lei processual dá uma segunda oportunidade de recorrer sob a forma adesiva. 
O recurso adesivo "pega carona" no recurso adversário. 
 
Caráter acessório: 
Aquele que recorreu adesivamente, preferiria que a sentença transitasse logo em julgado, mas como 
houve recurso do adversário, ele aproveita para também recorrer. O recurso adesivo só será examinado 
com o principal. 
 
Processamento: 
-Peças distintas; 
-Prazo das contrarrazões; 
-Contrarrazões do recurso adesivo; 
-Admissibilidade (requisitos); 
-Recurso subordinado. 
 
17.3. AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Art. 1015, NCPC 
Objetivo: Levar ao conhecimento imediato do tribunal decisões sobre questões urgentes. 
Cabível contra decisões interlocutórias 
 
-Rol taxativo do artigo 1015 
a) Decisão sobre tutela provisória 
b) Decisão parcial de mérito 
c) Rejeição da alegação de existência de arbitragem 
d) Decisão de desconsideração de personalidade 
e) Decisão sobre concessão ou revogação da gratuidade da Justiça 
f) Exibição ou posse de documento ou coisa; 
g) Exclusão de litisconsorte; 
h) Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
i) Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
j) Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
k) Redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; 
l) Outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase 
de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de 
inventário 
 
Tutela provisória: 
-Evidência 
-Urgência 
Decisões sobre o mérito 
-Decisões interlocutórias de mérito 
-Decisões sobre fatos modificativos, impeditivos e extintivos 
 
Ex: rejeição da prescrição no saneamento 
Decisão sobre rejeição de cláusula arbitral 
Rol taxativo 
1-Urgência: 
Tutela antecipada (antecipação de mérito) 
Tutela cautelar (proteção de direito) 
 
2-Mérito da ação: 
Separação 
Divisão de bens 
Guarda 
Alimentos 
 
3- Tutela de Evidência: de má-fé quer “ganhar tempo” no processo 
 
-Audiência marcada 6 meses para certa data, porém 10 dias antes requer mudança de data. 
-A outra parte pede tutela de evidência 
-Pode agravar quem sofreu prejuízo 
 
4-Improcêdencia (não cita o réu) 
-Na PI gere alguma decisão 
-Ação improcedente = Recurso de Apelação 
-Improcedência de 1 pedido (parcial) – Recurso de Agravo 
 
Ex: 
 
Petição Inicial tem pedidos A, B e C, o juiz recebe e julga improcedente pedido C pois fere súmula do STF 
(ou qualquer outra lei), então segue ação com os pedidos A e B. 
Agravo não tem efeito suspensivo, mas pode mostrar que a decisão do juiz causará prejuízo. 
Será enviada diretamente ao tribunal com os seguintes Requisitos: 
- Nome das partes 
- Exposição de fatos e direito 
- Razão do pedido 
- Nome e endereço dos advogados 
• Para formar a peça necessita de: 
Cópias 
 
Obrigatório: PI + contestação + petição queensejou a decisão + decisão agravada + certidão 
de intimação + cópia procurações 
*Declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do 
agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal; 
Facultativo: outras peças que o agravante reputar úteis. 
17.4. AGRAVO INTERNO 
Chama-se agravo interno ao recurso cabível contra decisão monocrática proferida no tribunal pelo relator 
(art. 1.021) ou pelo Presidente (que, em alguns casos, é chamado a proferir decisões monocráticas, como 
se dá no caso do pedido de suspensão de segurança previsto no 
art. 15 da Lei no 12.016/2009). É recurso cabível no prazo de quinze dias (art. 1.003, § 5o), mesmo naqueles 
casos em que houvesse disposição legal ou regimental estabelecendo prazo distinto, já que o art. 1.070 
estabelece que “[é] de 15 (quinze) dias o prazo para a interposição de qualquer agravo, previsto em lei ou 
em regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tribunal” 
 
17.5. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
Embargos de declaração são o recurso cabível contra pronunciamentos judiciais obscuros, 
contraditórios ou omissos (art. 1.022). Recurso que pode ser oposto contra qualquer pronunciamento judicial 
decisório, seja ele monocrático ou colegiado, proferida por qualquer juízo ou tribunal, é o único recurso cujo 
prazo de interposição é de cinco dias (e não de quinze dias, como os demais), nos termos do art. 1.023. 
Os embargos de declaração podem ser opostos para “esclarecer obscuridade ou eliminar 
contradição” (art. 1.022, I); “suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de 
ofício ou a requerimento” (art. 1.022, II); ou “corrigir erro material” (art. 1.022, III). 
 
Finalidade 
Aclarar e integrar a decisão 
 
- Obscuridade: falta de clareza; 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, 
observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. 
§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. 
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 
(quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão 
em pauta. 
§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o 
agravo interno. 
§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o 
órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por 
cento do valor atualizado da causa. 
§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 
4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. 
 
- Contradição: falta de coerência; 
- Omissão: decisão incompleta. 
 
Erro material: não precisa de embargo 
Prazo: 5 dias 
Qualquer das partes pode apresentar 
Má-fé: multa 2% 
Reiteração: multa 10% 
Exceção: Fazenda Pública/Assistência 
 
Efeitos: 
-Efeito infringente (em razão do esclarecimento é possível a modificação da decisão) 
-Efeito devolutivo 
-Efeito suspensivo 
 
18. RECURSOS PARA O STF E PARA O STJ 
 
18.1. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
O nome é dado a um gênero de recursos (aqueles em que podem ser suscitadas tanto questões de fato 
como questões de direito), e tendo sido esta espécie recursal de que aqui se trata regulada diretamente na 
Constituição da República, tornou-se tradicional dar-se a este recurso o nome de recurso ordinário 
constitucional (o que permite, também, distinguir-se esta espécie de recurso de outro recurso ordinário, o 
trabalhista, que corresponde, naquele sistema processual, à apelação). 
 
Supremo Tribunal Federal: 
Incumbe ao Supremo Tribunal Federal julgar, nos termos do art. 1.027, I, mediante recurso ordinário, 
os mandados de segurança, habeas data e mandados de injunção de competência originária dos tribunais 
superiores (STJ, TST, TSE e STM), quando a decisão tiver sido denegatória (o que engloba tanto os casos 
de extinção do processo sem resolução do mérito quanto os de improcedência do pedido). Também se 
admite recurso ordinário para o STF em habeas corpus de competência originária dos tribunais superiores, 
e também aqui apenas se denegatória a decisão (art. 102, II, da Constituição da República). O CPC não faz 
alusão expressa ao habeas corpus, o que é provavelmente devido ao fato de que se trataria de um processo 
penal, e não civil, mas não se pode esquecer a possibilidade de se ter habeas corpus civil (nos casos de 
prisão civil, como a do devedor inescusável de alimentos). 
 
Superior Tribunal de Justiça 
Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar, mediante recurso ordinário constitucional, os 
processos de mandado de segurança de competência originária de Tribunal Regional Federal ou Tribunal 
de Justiça, quando denegatória a decisão (e, evidentemente, também aqui se incluem as decisões 
meramente terminativas, que não resolvem o mérito da causa, e as de improcedência do pedido), nos termos 
do art. 1.027, II, a. 
 
18.2. RECURSO ESPECIAL E EXTRAÓRDINÁRIO 
O recurso extraordinário e o recurso especial são, por excelência, recursos excepcionais, isto é, 
recursos em que apenas questões de direito podem ser suscitadas. Neles não se admite qualquer discussão 
sobre matéria fática (o que explica o conteúdo do enunciado 279 da súmula do STF e do enunciado 7 da 
súmula do STJ, ambos a afirmar o não cabimento desses recursos para simples reexame de prova). O RE 
e o REsp (abreviaturas tradicionalmente empregadas para fazer alusão a essas duas espécies recursais) 
são cabíveis nos casos previstos na Constituição Federal (art. 1.029; arts. 102, III, e 105, III, da Constituição 
da República), e têm por objetivo permitir que o STF e o STJ profiram decisões em causas que envolvem, 
respectivamente, questões constitucionais ou questões federais. 
O RE e o REsp só são admissíveis depois de esgotados os recursos admissíveis nas instâncias 
ordinárias (o que resulta da exigência de que a causa já tenha sido decidida em única ou última instância). 
 
STF - Supremo Tribunal Federal (recurso extraordinário) 
Só é admissível a interposição de recurso especial contra decisões proferidas pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos Tribunais de Justiça. É por esta razão que não se admite recurso especial 
contra decisões proferidas pelas Turmas Recursais dos Juizados Especiais (enunciado 
 
STJ - Superior Tribunal de Justiça (recurso especial) 
O recurso extraordinário pode ser interposto contra decisões proferidas por quaisquer órgãos 
jurisdicionais (inclusive contra decisões dos tribunais superiores, como o próprio STJ, e as Turmas Recursais 
dos Juizados Especiais). 
Admite-se até mesmo recurso extraordinário contra decisão proferida por juízo singular de primeira 
instância nos casos em que estes atuam como instância ordinária única (o que se dá, por exemplo, nas 
execuções fiscais de pequeno valor, nos termos do art. 34 da Lei de Execuções Fiscais). 
 
OBS: Se ferir as duas normas tenho direito de apresentar os 2 recursos, primeiro se julga o recurso especial, 
se for negado julga o Recurso Extraordinário 
 
Requisitos Específicos (deve preencher todos): 
 
1-Ferimento da norma, constitucional ou infraconstitucional 
 
2-Esgotamento das instâncias inferiores: deve usar todos os recursos possíveis, se deixar de apresentar um 
sequer, não haverá a possibilidade (mesmo perdendo prazo) -> usar todos os recursos previstos no CPC. 
 
3- Prequestionamento (Recurso Extraordinário) A lei

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