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DA ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................3
2. DA ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS.......................................4
2.1. Disposições gerais.......................................................................................4
2.2. Da ordem dos processos nos tribunais........................................................5
2.3. Da regra de observância dos precedentes judiciais....................................6
2.4. Função e poderes atribuídos ao relator.......................................................7
2.5. Dos procedimentos para o julgamento do colegiado...................................8
2.6. A técnica de revisão de resultado da apelação não unânime....................10
3. DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS...12
3.1. Do incidente de assunção de competência................................................12
3.2. Do incidente de arguição de inconstitucionalidade.....................................12
3.3. Do conflito de competência.........................................................................14
3.4. Da homologação de decisão estrangeira e da concessão do exequatur...15
3.5. Da ação rescisória......................................................................................16
3.6. Do incidente de resolução de demandas repetitivas..................................18
3.7. Da reclamação............................................................................................20
4. CONCLUSÃO................................................................................................22
5. BIBLIOGRAFIA..............................................................................................23
1. INTRODUÇÃO
	No presente trabalho avaliativo foi utilizada a metodologia de pesquisa e teve por objetivo a análise da ordem dos processos nos tribunais e seus desdobramentos, como também dos processos de competência originária dos tribunais e seus desdobramentos também.
2. DA ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS
2.1. DISPOSIÇÕES GERAIS
	As disposições gerais da ordem dos processos e dos processos de competência originária dos tribunais (título 1), do livro III que trata dos processos nos tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais, estão elencadas no Código de Processo Civil/2015 dos artigos 926 ao 928.
	No artigo 926 está disposto que incumbe aos Tribunais uniformizar sua jurisprudência, mantendo-a íntegra, coerente e estável para que as ações e os recursos a serem julgados tenham um sistema de precedentes consolidados respeitados, o que evita que cada órgão colegiado do Tribunal decida com entendimentos diferentes em situações análogas, assim confere-se mais solidez à ordem jurídica e previsibilidade de condutas. Reforçando a ideia de que os Tribunais devem seguir os precedentes que significam, segundo Diddier Jr, Braga e Oliveira (2015, p. 441) “[...] em sentido lato, o precedente é a decisão judicial tomada à luz de um caso concreto, cujo elemento normativo pode servir como diretriz para o julgamento posterior de casos análogos".
	Ademais, para que a jurisprudência se mantenha estável, coerente e íntegra deve haver aprovações de súmulas, pois elas demonstram que os entendimentos do tribunal em relação a determinadas matérias já discutidas foram predominantemente pacificadas nos julgamentos. Embora isso não impeça que o entendimento seja revisto e modificado, o Tribunal deve respeitar aos precedentes consolidados em primeiro lugar antes mesmo de revisar e modificar esse entendimento.
	Quanto ao art. 927, CPC, ele tem a seguinte redação:
 Art. 927.  Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
§ 1o Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2o A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
§ 3o Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.
§ 4o A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5o Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial de computadores.
(BRASIL, 2015)
	Dessa forma, nota-se que os juízes e os tribunais devem observar esse sistema de precedentes judiciais e enunciados de súmulas, de maneira impositiva.
	E por fim, o artigo 928, CPC, esclarece o que considera como julgamento de casos repetitivos, com objeto de direito material ou processual, quando a decisão for proferida em incidente de resolução de demandas repetitivas e em recursos especial e extraordinário repetitivos
2.2. DA ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS
	A regulamentação do andamento dos processos nos tribunais está disposta nos artigos 929 ao 946 do CPC, que, de modo geral, são regras aplicáveis aos processos de competência originária e aos recursos.
	Do art. 929 ao 931 dispõem que os autos de qualquer ação ou recurso devem ser registrados no protocolo do tribunal na data da entrada, distribuídos pela secretaria observando os critérios da alternatividade, do sorteio eletrônico e da publicidade, e após serem conclusos, no prazo de 48 horas, ao relator da turma colegiada, que terá 30 dias para restituí-los com relatório para a secretaria, após a elaboração do voto.
2.3. DA REGRA DE OBSERVÂNCIA DOS PRECEDENTES JUDICIAIS
	De acordo com o art. 5º, II, CF/1988 “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, a partir disso surge o princípio da legalidade que quer dizer que devem ser respeitadas as leis previamente estabelecidas no ordenamento, servindo como uma orientação da atividade jurisdicional.
	Embora haja segurança jurídica na estrutura jurídica do Civil Law em que a base primordial é a aplicação da lei, também se deve observar o sistema de precedentes judiciais alicerçado na doutrina do stare decisis. Essa doutrina vem da expressão em latim “stare decisis et non quieta movere” que significa que o que foi decidido deve ser respeitado, por isso as decisões de um órgão judicial que criam um precedente devem ser vinculadas a futuras decisões, garantindo confiabilidade e segurança jurídica. Portanto, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal têm o poder de criar a norma (atividade constitutiva), enquanto que os juízos inferiores têm o dever de utilizar o precedente criado por tais Cortes (atividade declaratória), ou seja, o entendimento como precedente de respeito obrigatório, equivale a norma criada por uma decisão judicial e que, em razão do órgão que a criou, deve ser acatada pelos órgãos de grau inferior.
	Marinoni (2011, p. 216) contribui com a conceituação de precedente que para constituí-lo a decisão originada do Poder Judiciário deverá enfrentar todos os argumentos principais no que tange o direito do caso concreto, como também pode precisar várias decisões para ser efetivamente delineado.
	Diantedisso, como bem explicado pelo autor, subentende-se que não são todas as decisões que se tornam precedentes, apenas as que compreendem potencial para orientar os magistrados na aplicação do caso concreto.
	Por conseguinte, a observância de precedentes judiciais tem por objetivo garantir isonomia e segurança jurídica aos processos que versam sobre a mesma matéria, como corrobora Ataíde Jr. (2012, p. 363) “[...] essa nova perspectiva se volta a solucionar com maior segurança jurídica, coerência, celeridade e isonomia as demandas de massa, as causas repetitivas, ou melhor, as causas cuja relevância ultrapassa os interesses subjetivos das partes”.
2.4. FUNÇÃO E PODERES ATRIBUÍDOS AO RELATOR
	No artigo 932, CPC, compete ao relator tomar uma série de providências:
a) dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive no que concerne a produção de provas, como também homologar eventual autocomposição das partes;
b) apreciar os pedidos de tutela provisória;
c) fazer o juízo de admissibilidade do recurso, não conhecendo, em decisão monocrática, aqueles recursos que forem inadmissíveis, prejudicados ou que não tenham impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida. Ressalta-se que deverá conceder prazo de 5 dias para sanar o vício ou para a complementação da documentação exigível; 
d) pode negar provimento ao recurso diverso à súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal, também aos que contrariarem acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos e, por fim, aos que forem contrários a entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
e) após facultada, se for o caso, a apresentação de contrarrazões, pode dar provimento ao recurso se a decisão recorrida contrariar as súmulas do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal, do acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos e do entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
	A súmula 568 do STJ estabelece que o relator em decisão monocrática e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar provimento ou não ao recurso quando dispuser de entendimento dominante no que tange o tema.
f) decidir pedido de desconsideração da personalidade jurídica que tiver sido instaurado originariamente perante o tribunal;
g) nos casos em que o Ministério Público intervenha, determinar a sua intimação;
h) exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
	Ressalta-se que a decisão monocraticamente proferida pelo relator poderá ser atacada pelo recurso de agravo interno com o prazo de 15 dias.
2.5. DOS PROCEDIMENTOS PARA O JULGAMENTO DO COLEGIADO
	Após o relator devolver os autos para a secretaria, eles devem ser apresentados ao Presidente que fará a designação do dia do julgamento, observando uma ordem, primeiramente aqueles que tiverem sustentação oral (observada a ordem dos requerimentos), após os requerimentos de preferência que tiverem sido apresentados até o início da sessão de julgamento, em seguida aqueles que já tenha sido iniciado o julgamento em sessão anterior, e por fim, os demais casos.
	Na sessão de julgamento o relator fará uma exposição da causa através da leitura do relatório, após o presidente permitirá o uso da palavra ao recorrente, ao recorrido e ao representante do Ministério Público, respectivamente, pelo prazo de 15 minutos para que sustentem suas razões, nas hipóteses a seguir:
a) no recurso de apelação;
b) no recurso ordinário;
c) no recurso especial;
d) no recurso extraordinário;
e) nos embargos de divergência;
f) na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação, cabendo sustentação oral no agravo interno interposto contra decisão do relator que o extinga;
g) no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
h) em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.
	Caso a ação de competência originária do tribunal ou recurso não admitir sustentação oral, o julgamento poderá ser feito por meio eletrônico, devendo as partes serem comunicadas pelo Diário da Justiça e, no prazo de 5 dias, apresentar memoriais ou discordância no que se refere ao julgamento por meio eletrônico. Ademais, caso o advogado queira fazer sua sustentação oral deverá requerer até o início da sessão que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferências legais. Também será consentido ao procurador que tenha domicílio profissional noutra cidade que não a do tribunal, fazer a sua sustentação oral por videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, devendo solicitar até o dia anterior ao da sessão.
	O artigo 938, CPC, ordena que deve ser decidida antes do mérito a questão preliminar suscitada no julgamento, não conhecendo caso seja incompatível com a decisão. Se houver vício sanável, inclusive ex officio, o relator deve determinar a realização ou a renovação do ato processual, seja no tribunal ou no primeiro grau, como também intimará as partes. Após cumprida tal solicitude, o julgamento do recurso deverá prosseguir se for possível. Também se houver necessidade de produzir provas o relator converterá o julgamento em diligência, que poderá ser realizada no tribunal ou no primeiro grau e, após a instrução pode decidir o recurso. Se o relator não determinar tais diligências, então o órgão competente para julgamento do recurso poderá determiná-las. Por fim, caso a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for compatível com a preliminar, deve-se seguir com a discussão a o julgamento da matéria principal, e os juízes vencidos na preliminar deverão se pronunciar. Mesmo que a preliminar esteja vencida, pode, durante o julgamento do mérito, que um dos julgadores modifique o seu voto quanto a ela, determinando a extinção do processo sem resolução do mérito ou não conhecer do recurso. 
	Caso o relator ou outro juiz não se considerar habilitado a julgar, poderá solicitar vista dos autos no prazo máximo de dez dias, sem demora, o julgamento do recurso será incluído em pauta na sessão seguinte à data da devolução, não havendo a devolução dos autos tempestivamente ou se o juiz não requisitar a prorrogação de mais dez dias, então o presidente do órgão fracionário solicitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, publicando-se na pauta que for incluso. Salienta-se que se o relator ou juiz que solicitou vista dos autos ainda não estiver se sentindo apto a votar, o presidente convocará um substituto.
	Após proferidos os votos, o resultado será anunciado pelo presidente e o acórdão redigido pelo relator, porém, se ele for vencido, o acórdão será lavrado pelo juiz que preferiu o primeiro voto vencedor. Quanto ao voto vencido, ele será declarado e considerado parte integrante do acórdão, inclusive de prequestionamento. 
	Por fim, o art. 943, CPC, dispõe que os votos, acórdãos e outros atos processuais podem ser lançados em documento eletrônico inviolável com assinatura eletrônica e, se o processo não for eletrônico, devem ser impressos e juntados aos autos do processo. No que tange à ementa, ela deve ser publicada em órgão oficial no prazo de dez dias. Se o acórdão não for publicado em 30 dias, a partir da data da sessão de julgamento, então as notas taquigráficas o substituirão. Salienta-se que o agravo de instrumento deve ser julgado antes da apelação interposta no mesmo processo, se julgados na mesma sessão, inicia-se com o agravo de instrumento.
2.6. A TÉCNICA DE REVISÃO DE RESULTADO DA APELAÇÃO NÃO UNÂNIME
	O artigo 942, CPC, prevê que caso o resultado da apelação não for unânime, o julgamento será realizado em outra sessão com a presença de novos julgadores, convocados em número suficiente para assegurar a mudançado resultado inicial do julgamento, devendo ser garantido às partes e eventuais terceiro que sustentem oralmente suas razões diante dos novos julgadores. Se possível, o prosseguimento do julgamento será na mesma sessão e será possível que os julgadores que já tiverem votado, revejam os seus votos.
	A técnica supramencionada, também será aplicada ao julgamento não unânime proferido em ação rescisória quando for a rescisão da sentença, e em agravo de instrumento quando for reformada a decisão que julgar parcialmente o mérito.
	Por outro lado, não será aplicada tal técnica no julgamento do incidente de assunção de competência, de resolução de demandas repetitivas, na remessa necessária e no julgamento não unânime proferido pelo plenário ou pela corte especial dos tribunais.
3. DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS
3.1. DO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA
	O incidente de assunção de competência disciplinado pelo artigo 947, CPC, é um dispositivo utilizado quando da constatação da existência de processo, de recurso ou de remessa necessária isolada com relevantes questões do direito, com grande repercussão sociais, porém sem repetição em múltiplos processos, diante disso o julgamento não será feito pelo órgão fracionário a quem se atribui tal competência, mas sim pelo órgão colegiado indicado pelo Regimento Interno, com força vinculante sobre os juízes, órgãos fracionários e tribunais subordinados, os quais não poderão proferir decisões distintas ao que foi decidido no julgamento do incidente.
	Inicialmente, o órgão colegiado fará o reconhecimento ou não do interesse público na assunção de competência, caso reconheça julgará o processo de competência originária do tribunal, o recurso ou a remessa necessária, mas caso não reconheça, então devolverá os autos ao relator para que decida de maneira monocrática ou pelo órgão que compõe. 
3.2. DO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
	O incidente de arguição de inconstitucionalidade está disposto nos artigos 948, 949 e 950 do CPC, que tratam da declaração de inconstitucionalidade e fazem parte do controle difuso que é feito no caso concreto por qualquer órgão jurisdicional. Demanda-se do posicionamento do tribunal sobre a questão, com voto da maioria dos membros, ocorrendo de forma incidental. Ressalta-se que o triunfo da pretensão do autor depende do reconhecimento da inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo, diretamente atacado na ação.
	O art. 948 tem a seguinte redação:
Art. 948.  Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo. (BRASIL, 2015).
	Após a distribuição, o relator deverá examinar se no recurso ou na ação encaminhada a ele, foi formulado o pedido para reconhecer a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo público. Em caso positivo, os autos serão encaminhados ao Ministério Público que dará seu parecer, após a questão relacionada à arguição da inconstitucionalidade será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial para conhecer do recurso ou da ação. Diante disso, o órgão competente irá deliberar sobre a questão podendo dar ou não seguimento ao incidente instaurado pelo relator, se acolher a arguição será lavrado o acórdão, mas sem julgar o recurso ou a ação, somente sobre a arguição, depois os autos serão remetidos ao tribunal pleno ou ao seu órgão especial. Caso rejeite-a o órgão prosseguirá no julgamento da ação ou do recurso que estava suspenso. 
Salienta-se que não é preciso submeter a questão ao plenário ou ao órgão especial se eles ou o plenário do STF já tiverem se pronunciado a respeito.
Por fim, o artigo 950 tem a seguinte redação:
Art. 950.  Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de julgamento.
§ 1o As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requererem, observados os prazos e as condições previstos no regimento interno do tribunal.
§ 2o  A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimento interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos.
§ 3o Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o relator poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades.
Portanto, o tribunal pleno ou seu órgão especial fará a deliberação sobre a arguição que reconhecerá ou não a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo do poder público, respeitando os requisitos do art. 97 da CF/1988. Após a apreciação da questão prejudicial da inconstitucionalidade, o julgamento é restituído ao órgão fracionário, dando prosseguimento ao julgamento.
3.3. DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA
	Primeiramente, deve-se explicar quando ocorre conflito de competência, haverá conflito positivo quando dois ou mais juízes afirmam a sua competência para o julgamento de uma ou mais ações, haverá conflito negativo dois ou mais juízes se julgam incompetentes, e haverá conflito negativo ou positivo quando surgir controvérsia quanto à reunião ou separação de processos entre dois ou mais juízes.
	O conflito de competência, disposto nos artigos 951 ao 959 do CPC, tem natureza jurídica incidental no processo e pode ser suscitado de ofício pelo Juiz, por petição por qualquer das partes ou pelo Ministério Público, que somente será ouvido nos conflitos de competência relativos aos processos elencados no art. 178, CPC, que é quando houver interesse público ou social, interesse de incapaz ou em lides coletivas pela posse rural ou urbana, mas terá qualidade de parte nos conflitos que suscitar. Vale lembrar que a parte que arguir incompetência relativa não poderá suscitar conflito de competência.
	Ademais, o art. 954 prevê a exigência da oitiva dos juízes em conflito ou de apenas um deles, caso tenha sido suscitado por outro, devendo prestar as informações no prazo designado pelo relator. Ainda o relato poderá, de ofício ou a requerimento, designar um dos juízes para solucionar as medidas urgentes, em caráter provisório. Também será permitido ao relator julgar de plano e monocraticamente o conflito de competência, quando sua decisão estiver baseada em súmula do Superior Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal, em tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência.
	Após o prazo que o relator designou, o Ministério Público será ouvido no prazo de 5 dias, nas hipóteses em que ele atue como fiscal da ordem jurídica obrigatoriamente e que não tenha sido o suscitante, por fim, o conflito irá a julgamento, mesmo que não possua as informações dos juízes.
	Decidido o conflito, o tribunal irá declarar a competência do juízo remetendo os autos do processo ao juiz declarado competente, e se pronunciará sobre a validade dos atos do juízo incompetente.
	Salienta-se que os conflitos que envolvam órgãos fracionários dos tribunais, desembargadores e juízes em exercício no tribunal, deverão observar as regras do regimento interno do tribunal, e também esse regulará o processo e o julgamento do conflito de atribuições entre autoridade judiciária e autoridade administrativa.
3.4. DA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA E DA CONCESSÃO DE EXEQUATUR
	Os artigos 960 ao 965 do CPC tratam sobre a homologação de decisão estrangeira e da concessão de exequatur. É de conhecimento geral que a decisão estrangeira só produzirá efeitos no Brasil após a homologação pelo Superior Tribunal de Justiça, podendo inclusive ser homologada parcialmente. Também poderá ser admitida a execução de decisão estrangeira no Brasil através de carta rogatória, mas é necessário o exequatur dado peloSuperior Tribunal de Justiça. Ressalta-se apenas que a sentença de divórcio consensual produzirá efeitos no território nacional independente da homologação do Superior Tribunal de Justiça, mas se essa questão for suscitada, em caráter incidental ou principal, o juiz competente poderá examinar a validade da decisão. Também, é possível que a autoridade judiciária brasileira defira pedidos de urgência e realize atos de execução provisória durante a tramitação da homologação.
	Ademais, é passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de urgência, seja cautelar ou antecipada, mas será vedado ao juiz brasileiro que discuta o acerto ou não da decisão. Quando a medida de urgência for concedida por decisão interlocutória estrangeira, a execução no Brasil será feita por meio de carta rogatória. Ainda, se a homologação pelo Superior Tribunal de Justiça for dispensada, para que produza efeitos no Brasil, o juiz competente precisará, para o seu cumprimento, reconhecer a sua validade expressa.
	Existem alguns requisitos indispensáveis para a homologação da decisão e para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, quais sejam:
a) ser proferida por autoridade competente;
b) ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;
c) ser eficaz no país em que foi proferida;
d) não ofender a coisa julgada brasileira;
e) estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado;
f) não conter manifesta ofensa à ordem pública.
	A homologação a decisão estrangeira e a concessão do exequatur à carta rogatória, não poderá ocorrer em caso de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira, conforme dispõe o art. 964 e seu p. único, do CPC. 
	Por fim, o artigo 965, CPC, dispõe que compete aos juízes federais processar e julgar a execução da carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após sua homologação, sendo títulos executivos judiciais.
3.5. DA AÇÃO RESCISÓRIA
	A ação rescisória é a ação autônoma que objetiva a impugnação da decisão de mérito já transitada em julgado. 
	Caso a parte se sinta prejudicada poderá interpor o recurso adequado, devendo solicitar a sua reforma, modificação ou integração. Se a parte praticou esse ato, precisará aguardar que todos os julgamentos dos recursos transitem em julgado. A partir de dois anos, contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo, que será possível ajuizar a ação rescisória, que é uma ação constitutiva negativa que objetiva o desfazimento da coisa julgada material formada em outro processo, a qual ataca exclusivamente decisão de mérito, não pronunciamento terminativo, que poderá ser proposta por qualquer das partes do processo originário ou por seus sucessos a título universal ou singular, também pelo terceiro juridicamente interessado que tenha sofrido os efeitos de tal decisão, pelo Ministério Público ou por alguém que não tenha sido ouvido no processo e que a sua intervenção seria obrigatória.
	No que tange o disposto do artigo 966, o seu caput trata da rescisão que tem por objeto a decisão de mérito transitada em julgado, enquanto os incisos tratam das causas de pedir da ação rescisória, conforme a seguir:
Art. 966.  A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 1o Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
§ 2o Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
§ 3o A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.
§ 4o Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.
§ 5º  Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento.                          (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)        (Vigência)
§ 6º  Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica.                           (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016)          (Vigência) 
(BRASIL, 2015)
	Adicionalmente a isso, a petição precisará conter os requisitos do artigo 319 do CPC, e deverá cumular o pedido de rescisão, se for o caso, com o de novo julgamento e depositar o valor referente a cinco por cento do valor da causa, que não pode ser superior a mil salários mínimos, caso o depósito não seja efetuado, a petição será indeferida, sendo que não se aplica tal disposto para a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações, o Ministério Público, a Defensoria Pública e aqueles que tiverem obtido o benefício da gratuidade de justiça. 
	Em relação a competência para o julgamento da ação rescisória, será atribuída ao tribunal hierarquicamente superior à autoridade que proferiu a decisão combatida.
	Após essa fase inicial do processo, o relator determinará a citação do réu para a apresentação da sua resposta no prazo de, no mínimo, 15 dias e, no máximo, 30 dias, contado em dobro se os réus forem a Fazenda Pública, o beneficiário da gratuidade judiciária, o Ministério Público e quando houver litisconsórcio com diferentes procuradores representados. Após a contestação, se houver necessidade de produção de provas o relator delegará a competência ao órgão que proferiu a decisão originária, fixando prazo de um a três meses para a devolução dos autos. Depois de conclusa a fase de instrução, o autor e o réu poderão apresentar as suas razões finais, sucessivamente, pelo prazo de 10 dias.
	Por conseguinte, o pedido poderá ser julgado procedente, caso em que o tribunal rescindirá a decisão e proferirá novo julgamento e determinará a restituição do depósito efetuado na interposição da ação. Porém, se for considerado improcedente ou inadmissível, por unanimidade de votos, deverá ser revertido o valor pago a título de depósito em favor do réu.
3.6. DO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
	O incidente de resolução de demandas repetitivas foi inserido pelo CPC/2015, sendo um mecanismo de julgamento dos recursos extraordinário e especial repetitivos, ou seja, resolução dos conflitos de massa, pelo qual se o presidente do Tribunal de origem observar a existência de múltiplos recursos sobre a mesma questão de direito, selecionará um ou mais deles para representar a controvérsia e os remeterá para os Tribunais superiores, também deverá determinar a suspensão dos recursos que envolvama mesma matéria. 
	Esse novo mecanismo, está disciplinado pelos artigos 976 a 987, CPC, o qual não possui natureza jurídica de recurso, apenas incide no processo e tem por objetivo assegurar um julgamento único da questão jurídica de demandas repetitivas, com efeito vinculante sobre os processos em curso. Com esse incidente, percebe-se uma maior segurança jurídica assegurando o princípio da isonomia num julgamento uniforme que é objeto de processos distintos. 
	A instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas é cabível quando houver ao mesmo tempo repetidos processos que possuam controvérsia sobre a mesma questão de direito e que ofereça risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica, ele deverá ser dirigido ao presidente do tribunal de ofício pelo juiz ou relator, por petição pelas partes e pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública. Mesmo que houver desistência ou abandono do processo, ainda será examinado o mérito do incidente. Outros pontos previstos nos parágrafos do art. 976, CPC, são que o Ministério Público, em caso de não ser o requerente, deverá intervir e assumir sua titularidade se houver desistência ou abandono, também se não for admitido o incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de um dos requisitos de admissibilidade, isso não impede que o incidente seja suscitado novamente em caso de suprimento do requisito, ademais caso um dos tribunais superiores já tiver afetado recurso para definir tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva, então o incidente de resolução de demandas repetitivas será incabível, por fim, não é exigido o pagamento de custas processuais no referido incidente.
	O julgamento do incidente de resolução de demandas repetitivas cabe ao órgão indicado pelo regimento interno dos tribunais, caso o processo esteja em grau de recurso, remessa necessária ou for de competência originária, então o órgão julgador do incidente também julgará o recurso, remessa necessária ou a causa de competência originária. 
	Como já mencionado, o processo que esteja em primeiro grau ficará suspenso enquanto o incidente não seja solucionado, que após sua admissão terá o prazo de um ano para ser julgado, suspendendo todos os processos que envolvam a mesma questão jurídica, após um ano cessará a suspensão.
	Salienta-se que a instauração e o julgamento do incidente devem ser sucedidos da mais ampla e específica divulgação, devendo os tribunais manter banco de dados atualizados com informações específicas sobre as questões submetidas ao incidente, com comunicação no registro eletrônico no Conselho Nacional de Justiça, nos termos do art. 979, CPC.
	A respeito do julgamento, o relator poderá ouvir as partes e demais interessados com interesse na controvérsia, poderá ouvir peritos com experiência na matéria, vale lembrar que o Ministério Público será sempre ouvido, devendo ser intimado para se manifestar em 15 dias. Na data designada, será exposto o objeto do incidente, terá prazo de 30 minutos cada para sustentação oral para o autor, réu, Ministério Público e demais interessados, respectivamente. Após, o acórdão deverá analisar todos os fundamentos suscitados na questão e o julgamento terá eficácia vinculante a todos os processos que permaneceram suspensos enquanto o julgamento do incidente. Por fim, ressalta-se que caberá recurso extraordinário ou especial, de acordo com o caso, desse julgamento do mérito do incidente.
3.7. DA RECLAMAÇÃO
	De acordo com Montenegro (2018, p.785) “A alínea l do inciso I do art. 102 da CF estabelece que o STF detém competência originária para processar e julgar “a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões”, enquanto que a alínea f do inciso I do art. 105 igualmente estabelece a competência originária do STJ para processar e julgar “a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões” [...]”
	O artigo 988 do CPC, estabelece que caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para preservar a competência do tribunal, para que seja assegurada a observância de enunciado de súmula vinculante, decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade e de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência, esses casos compreendem a aplicação indevida da tese jurídica ou então a sua não aplicação. A reclamação ser proposta perante qualquer tribunal e seu julgamento competirá ao órgão jurisdicional cuja competência se objetiva preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir. A reclamação deverá ser dirigida ao presidente do tribunal e instruída de prova documental, assim que for recebida a reclamação será autuada e distribuída ao relator do processo principal.
	Vale ressaltar que não será admitida a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão ou proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos em que não tenham sido esgotadas as instâncias ordinárias. Também se salienta que a inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão proferida pelo órgão reclamado não prejudicará a reclamação.
	Após despachada a reclamação o relator irá requisitar informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado que deverá prestar tais informações dentro de dez dias, também ordenará a suspensão do ato impugnado para se evitar danos irreparáveis e determinará a citação do beneficiário para que apresente a sua contestação em quinze dias. Após, caso não seja o reclamante, o Ministério Público será ouvido em cinco dias. Se a reclamação for julgada procedente, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada para a resolução da lide, de imediato, o presidente do tribunal determinará o cumprimento da decisão e após lavrar-se-á o acórdão. Por fim, ressalta-se que caberá embargos de declaração e eventual recurso especial ou extraordinário contra a decisão proferida na reclamação.
4. Conclusão
	Por conseguinte, esse trabalho possibilitou um amplo aprendizado sobre toda a questão de precedentes judiciais, observância a certas regras, diversos procedimentos de julgamentos, entre outros, como também dos processos de competência originária dos tribunais. 
5. Bibliografia
ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de; FARIA, Marcela Kohlbach de. Recursos no processo civil II. FGV. Rio de Janeiro.
ATAIDE JR, Jaldemiro Rodrigues de. Uma proposta de sistematização da eficácia temporal dos precedentes diante do projeto de novo CPC. O projeto do Novo Código de Processo Civil. Ed. JusPODIVM, Salvador, 2012.
BRASIL. LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm.> Acesso em: 20 nov. 2018.
CUNHA, Maurício Ferreira; FREIRE, Rodrigo da Cunha Lima. Código de Processo Civil para Concurso: Doutrina, Jurisprudência e questões de concursos. Ed. JusPODIVM, Salvador, 6ª ed., 2016.
DIDIER JR., Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de direito processual civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa julgada e antecipação dos efeitos da tutela. Ed. JusPODIVM, Salvador, v.2., 2015.
MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes Obrigatórios. Revista dos Tribunais, São Paulo, 2 ed., 2011.
MONTENEGRO FILHO, Misael. Direito Processual Civil. Ed. Atlas, São Paulo, 13ª ed., 2018.
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