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26/05/2018 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.
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CONTEÚDO 6
DIREITO CIVIL
 
Dando continuidade ao nosso estudo, você vai estudar o Direito Civil, ramo do direito privado que
regula as relações das pessoas. Dower (2005: 175), ensina:
 
“O Direito Civil é ramo do Direito Privado. É o direito dos particulares. É
o conjunto de princípios e normas concernentes às atividades dos
particulares e às suas relações, disciplinando as relações jurídicas das
pessoas, dos bens etc. Preponderam as normas jurídicas das atividades dos
particulares. Trata da personalidade, da posição do indivíduo dentro da
sociedade; como ele adquire e perde a propriedade; como ele deve cumprir
as suas obrigações; qual a posição das pessoas dentro da família; qual a
destinação de seus bens após a morte etc.”
 
3.1. Da validade dos atos jurídicos
 
Quando apresentado os ramos do direito, deve-se entender que a divisão é feita para fins didáticos e por
óbvio para facilitar a vida dos estudiosos. O direito é único e frequentemente vale-se de institutos de um
ramo do direito para compreender outro ramo.
 
De fundamental importância para o estudo, de agora em diante, é compreender a validade dos atos
jurídicos, prevista no Código Civil Brasileiro. Deixa-se claro que os atos jurídicos são anuláveis se
forem praticados com dolo, coação, erro ou fraude contra credores.
 
Texto elaborado em co-autoria com Eduardo Gutierrez sobre o assunto, será elucidativo para
compreender o assunto em estudo. Mello e Gutierrez (2004: 84 – 86):
 
“... sendo assim o presente artigo vai considerar a validade dos atos
jurídicos prevista no Código Civil Brasileiro, posteriormente serão
examinados o Código Tributário Nacional e a Constituição da República
Federativa do Brasil.
O antigo Código Civil Brasileiro (Lei 3071 de 1° de janeiro de 1916)
relacionava os requisitos de validade dos atos jurídicos, determinando em
seu artigo 145 os casos em que é nulo o ato jurídico, do seguinte modo:
Art. 145. É nulo o ato jurídico:
I - quando praticado por pessoa absolutamente incapaz (art. 5o);
II - quando for ilícito, ou impossível, o seu objeto;
III - quando não revestir a forma prescrita em lei (arts. 82 e 130);
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IV - quando for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial
para a sua validade;
V - quando a lei taxativamente o declarar nulo ou lhe negar efeito.
Art. 146. As nulidades do artigo antecedente podem ser alegadas por
qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber
intervir.
Parágrafo único. Devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do
ato ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido
supri-las ainda a requerimento das partes.
No artigo 147 determinava as situações onde era possível tornar o ato
jurídico anulável, do seguinte modo:
Art. 147. É anulável o ato jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente (art. 6o);
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, simulação, ou fraude (arts.
86 a 113).
Seguindo a mesma orientação com algumas alterações, que são
irrelevantes para nosso estudo, o novo Código Civil Brasileiro (Lei 10.406
de 10 de janeiro de 2002) que entrou em vigor em 10 de janeiro de 2003,
disciplina os atos jurídicos nulos, assim:
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
 I – celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II – for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III – o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV – não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei consiste essencial pra a sua
validade;
VI – tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII – a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem
cominar sanção.
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas substituirá o que se
dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I – aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas
às quais realmente se conferem, ou transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III – os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
§ 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos
contraentes do negócio jurídico simulado.
Adiante disciplina os atos jurídicos anuláveis, assim:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o
negócio jurídico:
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I – por incapacidade relativa do agente;
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou
fraude contra credores. 
Verifica-se que a legislação civil determina de modo absolutamente claro
quais são as situações passíveis de anular ou de tornar um ato nulo.”
 
Assim, as normas sempre deverão ser interpretadas considerando as hipóteses de anulação ou nulidade
dos atos jurídicos, disciplinada no direito civil.
 
 
Responsabilidade Civil e Ato Ilícito
 
Dando continuidade ao Direito Civil você vai estudar a Responsabilidade Civil.
 
Conceito e requisitos.
 
Responsabilidade Civil é a consequência que recai sobre aquele que causar dano a outro. Esta
afirmação pode ser comprovada pela leitura do artigo 927 do Código Civil Brasileiro:
 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.”
 
Fundamental é conhecer o conceito de ato ilícito previsto no Código Civil Brasileiro:
 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”
 
Führer e Milaré (2009: 220), ensinam:
 
“Ato ilícito é o ato contrário ao direito, do qual resulta o dano para outrem.
A conseqüência do ato ilícito, na esfera civil, é a obrigação de reparar o
dano (responsabilidade civil).”
 
O código civil faz ressalvas aos atos que não podem ser caracterizados como ilícitos, senão vejamos: 
 
“Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
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I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim
de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando
as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os
limites do indispensável para a remoção do perigo.”
 
Verifique a questão a seguir para avaliar sua compreensão do texto:
 
José trafegava na Avenida Tancredo Neves, quando percebeu que a motorista que se encontrava com um
veículo parado no semáforo sofreria um roubo. Para evitar o crime José abalroou o veículo de Maria
que estava preste a ser vítima do delito. Maria deve promover uma ação de reparação de danos contra
José?
Resposta: Não, pois o ato praticado por José não é ilícito, uma vez que, foi praticado em legítima defesa
de terceiro, no caso: Maria.
 
Ainda no estudo do Direito Civil, vou apresentar-lhe os tipos de responsabilidade e falar sobre a
reparação de danos.
 
Responsabilidade objetiva e subjetiva
 
Verifica-se do dispositivo legal que deve haver um nexo de causalidade entre a ação ou a omissão e aocorrência do dano é o que se dá o nome de responsabilidade subjetiva. Nesta responsabilidade deve ser
comprovado o nexo de causalidade, o liame que une a conduta ao resultado. Há casos, entretanto, que a
responsabilidade decorre de determinação legal independentemente de comprovação de culpa é a
chamada responsabilidade objetiva.
 
Responsabilidade civil e penal
 
A principal distinção entre a responsabilidade civil e a penal é que a primeira tem como sanção a
reparação do dano e a segunda a privação da liberdade. A responsabilidade penal é decorrente de um
fato típico (é aquele fato minuciosamente descrito na lei) e antijurídico. Já a responsabilidade civil
independe de tipicidade.
 
Reparação do dano
 
Reparar o dono significa restabelecer uma situação modificada por um ato ilícito, retornar as partes à
situação anterior ao dano ocorrido. Um exemplo bastante elucidativo da reparação de danos é a
indenização.
 
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Dano material e moral
 
O dano material é aquele que se caracteriza pela lesão ao patrimônio do ofendido. Já o dano moral afeta
a pessoa, mas não diretamente o seu patrimônio é o caso do dano físico por exemplo.
Führer e Milaré (2009: 220), comentam:
 
O dano pode ser material ou moral. Dano material é o que afeta o
patrimônio. Dano Moral é o dano não econômico, que afeta diretamente a
pessoa, física ou moralmente (em vez de “dano moral”, melhor seria dizer
”dano pessoal”).
 
Destes conceitos é que surge a reparação do dano no âmbito do direito civil, trabalhista, ambiental etc.
A seguir os dispositivos do Código Civil Brasileiro do capítulo referente a responsabilidade civil:
 
CAPÍTULO I
Da Obrigação de Indenizar
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por
ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser
eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas
que dele dependem.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do
art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização
do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de
terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a
importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de
quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os
empresários individuais e as empresas respondem independentemente de
culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
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I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,
moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até
a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente,
ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados
pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o
que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se
podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o
seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este
causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja
necessidade fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar
indevido.
Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora
dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que
faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora
estipulados, e a pagar as custas em dobro.
Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte,
sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará
obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver
cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
prescrição.
Art. 941. As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão quando o
autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de
haver indenização por algum prejuízo que prove ter sofrido.
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Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de
outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver
mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-
autores e as pessoas designadas no art. 932.
Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la
transmitem-se com a herança.
CAPÍTULO II
Da Indenização
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso,
a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa
em confronto com a do autor do dano.
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no
contrato disposição fixando a indenização devida pelo inadimplente,
apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei processual
determinar.
Art. 947. Se o devedor não puder cumprir a prestação na espécie ajustada,
substituir-se-á pelo seu valor, em moeda corrente.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras
reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o
luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia,
levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o
ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da
convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver
sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de
trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros
cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensãocorrespondente à
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele
sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a
indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de
indenização devida por aquele que, no exercício de atividade profissional,
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por negligência, imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente,
agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho.
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da
coisa, a indenização consistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o
devido a título de lucros cessantes; faltando a coisa, dever-se-á reembolsar
o seu equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a
própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição,
contanto que este não se avantaje àquele.
Art. 953. A indenização por injúria, difamação ou calúnia consistirá na
reparação do dano que delas resulte ao ofendido.
Parágrafo único. Se o ofendido não puder provar prejuízo material, caberá
ao juiz fixar, eqüitativamente, o valor da indenização, na conformidade das
circunstâncias do caso.
Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no
pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido, e se este não
puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no parágrafo único do
artigo antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I - o cárcere privado;
II - a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III - a prisão ilegal.”
 
3.3.Contratos
 
Contrato é o acordo de vontades destinado a criar, manter, modificar, resguardar ou extinguir direitos.
Os contratos de qualquer natureza têm três pressupostos básicos de validade, a saber:
a) capacidade das partes e sua legitimação para o negócio;
b) objeto lícito;
c) obediência à forma quando prescrita em lei.
Seguindo este entendimento, são sábias as palavras de Führer e Milaré (2009: 228):
 
“Contrato é a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, para
constituir, regular ou extinguir entre elas uma relação jurídica patrimonial.
O contrato se forma pela proposta e pela aceitação. Considera-se celebrado
o contrato no lugar em que foi exposto.
A validade do contrato exige os requisitos do negócio jurídico: agente
capaz, objeto licito, possível, determinado ou indeterminável e forma
prescrita ou não proibida por lei”
 
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Não se deve confundir o contrato com o instrumento do contrato. É frequente mencionarem que não
existe contrato pela ausência de acordo escrito entre as partes. O direito reconhece o contrato verbal
como válido, ressalvado os casos nos quais há obrigatoriedade de contrato escrito.
Existem diversas espécies de contratos, solene quando suas formas estão determinadas na lei, do
contrário será não solene do contrário. Entre outras formas para a classificação dos contratos, pode-se
dizer que existem os onerosos e gratuitos, unilaterais e bilaterais, causais ou abstratos, consensuais e
reais, nominados ou inominados, principais e acessórios etc.
 
3.3.1.Garantias Contratuais
 
Embora não haja obrigatoriedade legal, a garantia contratual é importante para tornar efetivo o negócio
pactuado. Ao criar uma garantia contratual, se deve evitar obrigações desmedidas para uma das partes,
pois do contrário a parte mais frágil será beneficiada pelo poder judiciário com a exclusão da cláusula
excessivamente onerosa.
 
Sempre que falamos em garantia, pretendemos reforçar o direito de uma das partes. De tal sorte que, a
garantia para determinado negócio deve gozar de proporcionalidade com o negócio a ser realizado.
Entre as muitas garantias, normalmente utilizadas no mercado, podemos destacar os títulos de crédito,
as hipotecas, a fiança e o aval de uma terceira pessoa.
 
Os títulos de crédito têm sido bastante utilizados no mercado financeiro e nas relações com bancos. A
fiança e o aval têm sido bastante utilizados nas relações entre empresas comercias. O que diferencia a
fiança do aval é que na primeira o credor deverá iniciar o processo de cobrança contra o devedor
principal e esgotados os bens deste passará a cobrar do fiador. No aval a situação é diferente, pode o
credor optar pela cobrança dos valores dos avalistas ou do devedor principal independentemente de
qualquer ordem.
 
A hipoteca talvez seja a mais segura das garantias que se possa utilizar, porém, também é a mais
onerosa, face a necessidade de se fazer registros nos cartórios de registro de imóveis. Através da
hipoteca o devedor dá em garantia um determinado bem imóvel que somente poderá ser liberado
quando da execução do contrato.
 
3.3.2. Confissão de Dívida
 
As confissões de dívidas normalmente são um desdobramento de outros contratos que não foram
cumpridos. Através das confissões de dívidas o credor procura se assegurar de valores que não foram
pagos, entretanto, este não tem um documento capaz para dar a executoriedade desejada. Assim, as
partes dispostas a saldarem o débito existente, firmam um termo de confissão de dívida.
Dispõe o Código de Processo Civil em seu artigo 585, inciso II o seguinte:
 
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“Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais: (Redação dada pela Lei nº
5.925, de 1º.10.1973)
I - ...
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o
instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;(Redação dada pela
Lei nº 8.953, de 13.12.1994)”
 
Com o instrumento de confissão de dívida firmado as partes terão o documento capaz de ensejar o
processo executivo, que é um rápido procedimento processual, comparando-se com os outros
existentes.
 
3.3.3.Teoria da Imprevisão
 
Concluído o contrato este deve permanecer incólume, imutável, por vontade unilateral. É uma
decorrência do princípio tradicional “pacta sunt servanda”. O contrato estabelece uma lei entre as
partes, não podendo ser alterado unilateralmente.
 
No entanto, existem situações excepcionais em que o contrato passa a ser altamente oneroso para uma
das partes por um fato que não poderia ser previsto. A imprevisão para autorizar uma intervenção
judicial na vontade do contrato é somente aquela que refoge totalmente às possibilidades de
previsibilidade. Deste modo, questões meramente subjetivas não podem servir como pano de fundo
para pretender a revisão de determinado contrato.
 
Está claro que, para haver estas situações excepcionais quanto mais durador for o prazo de execução do
contrato maior será a possibilidade de se aplicar a teoria da imprevisão. Ao se imaginar, no mundo
moderno, um contrato com prazo de vinte anos, verifica-se que por mais cautelosas que sejam as partes
contratantes não podem prever todas as situações que poderão intervir naquele contrato.
 
Apesar de bastante utilizada nos contratos de adesão, a cláusula que exclui da revisão judicial, na
hipótese de uma situação absolutamente imprevisível, determinada disposição é nula não produzindo
nenhum efeito para as partes.
Seguindo este entendimento ao falar da resolução dos contratos Führer e Milaré (2009: 233):
 
 “Nos contratos de execução continuada, ou para cumprir depois de certo
tempo, pode o devedor pedir a resolução (rescisão) do mesmo, se a sua
prestação aumentardesmedidamente, por causa de fatos extraordinários e
imprevisíveis ) CC, art. 478).
A regra baseia-se na teoria da imprevisão, que se contém na cláusula rebus
sic stantibus (enquanto as coisas ficarem como estão), implícita em todos
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os contratos. Exemplo seria a eclosão de uma inflação repentina e
inesperada.”
 
Verifique a questão a seguir para avaliar sua compreensão do texto:
 
Luís combinou com Juraci a prestação de serviços para a realização de uma empreitada. O serviço
combinado foi a reforma de seu apartamento no Litoral do Estado de São Paulo. Ocorre que Juraci
assumiu outros compromissos e não quer terminar os serviços. Luís não tem contrato escrito. Pergunta-
se: pode promover uma ação em face de Juraci?
Resposta: Sim, pois existe um contrato verbal entre as partes. Não é requisito de validade o contrato ser
escrito. Os requisitos para que o contrato seja valido são:
a) capacidade das partes e sua legitimação para o negócio;
b) objeto lícito;
c) obediência à forma quando prescrita em lei.
 
AVISO IMPORTANTE
 
Prezado aluno,
 
Como sugestão de leitura para aprofundamento dos estudos ler a Parte III, I – Direito Civil, capítulo 1
(itens 11 a 14) e capítulo 3 do livro “Manual de Direito Público e Privado” S.P., Editora Revista dos
Tribunais Ltda., 17ª edição, 2009, de Maximilianus Cláudio Américo FÜHRER e Édis Milaré.
 
 
Exercício 1:
Um empregado de uma empresa, após ter seu contrato de trabalho rescindido, ajuizou reclamação
trabalhista contra o empregador pleiteando o dano material e moral. Verifique a afirmação correta:
 
A)
Receberá o dano moral se comprovar o nexo causalidade entre a ação do empregador e o dano.
 
B)
Receberá o dano material se comprovar o nexo causalidade entre a ação do empregador e o dano.
 
C)
Dano material é o que afeta o patrimônio.
 
D)
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 Dano Moral é o dano não econômico que afeta diretamente a pessoa, física ou moralmente.
 
E)
Todas as alternativas estão corretas.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 2:
O presidente de uma indústria assinou um contrato de empréstimo de dinheiro para um
funcionário, após ter sido ameaçado, pois seu filho havia sido sequestrado.
 
A)
O contrato é absolutamente nulo.
 
B)
O contrato é anulável.
 
C)
A empresa será obrigada a cumprir o contrato.
 
D)
O fato de o contrato ter sido assinado sob coação é irrelevante.
 
E)
O contrato jamais poderá ser ratificado pelas partes.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B)
Exercício 3:
Um empregado de uma empresa, após ter seu contrato de trabalho rescindido,
ajuizou reclamação trabalhista contra o empregador pleiteando, entre outros
direitos, o dano moral. Verifique a afirmação correta:
 
A)
Somente receberá o dano moral se comprovar o nexo causalidade entre a ação do
empregador e o dano.
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B)
tem direito ao dano moral mesmo sem a comprovação do nexo causalidade
entre a ação do empregador e o dano ocorrido.
 
C)
Somente é possível pleitear dano material na justiça do trabalho.
 
D)
Não existe a figura do dano moral para o direito.
 
E)
nenhuma alternativa está correta.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)
Exercício 4:
Quando apresentados os ramos do direito, deve-se entender que a divisão é feita para
fins didáticos e, por óbvio, para facilitar a vida dos estudiosos. O direito é único e
frequentemente vale-se de institutos de um ramo do direito para compreender outro
ramo. O Código Civil Brasileiro contempla a validade dos atos jurídicos. São anuláveis os
atos jurídicos se forem praticados: Assinale a alternativa INCORRETA:
 
A)
com dolo.
 
B)
com coação.
 
C)
com erro.
 
D)
com objetivo de cometer fraude contra credores.
 
E)
por absolutamente incapaz.
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O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E)
Exercício 5:
Um empregado de uma empresa, após ter seu contrato de trabalho
rescindido, ajuizou reclamação trabalhista contra o empregador
pleiteando, entre outros direitos, o dano moral. Verifique as
afirmativas e indique a resposta correta:
I) somente receberá o dano moral se comprovar o nexo causalidade
entre a ação do empregador e o dano.
II) tem direito ao dano moral mesmo sem a comprovação do nexo
causalidade entre a ação do empregador e o dano ocorrido.
III) desde que se comprove o nexo causal sempre é possível pleitear
dano moral e material.
 
A)
I e III estão corretas.
 
B)
I, e II estão corretas.
 
C)
II e III estão corretas.
 
D)
I, II e III estão corretas.
 
E)
nenhuma das alternativas.
 
O aluno respondeu e acertou. Alternativa(A)

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