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QUÍMICA GERAL 1 Dr. Jesús Lázaro Romero Recasens UEA 2010 Introdução A Química Geral contém os conceitos, princípios, regras e leis básicas da Química. A comprención dos conteúdos da Química Geral é fundamental para a aprendizagem de outras partes específicas da Química como a Química Orgânica, a Química Biológica, a Química Física, a Análise Química, etc. O objectivo deste texto é que contribua à formação geral de um futuro especialista que aprenda a aplicar os conceitos teóricos fundamentais da ciência Química. O conteúdo deste texto apresenta-se em 14 Capítulos divididos em dois livros: Química Geral 1 e Química Geral 2. Os aspectos teóricos ilustram-se mediante fotografias, figuras e exemplos. As capítulos que contêm o livro de Química Geral 1 são os siguentes: Capítulo 1: A Química e sua historia. Capítulo 2: Conceitos fundamentais. Capítulo 3: Estrutura dos átomos. Capítulo 4: Tabela Periódica. Propriedades periódicas. Capítulo 5: Ligação química. Capítulo 6: Nomenclatura dos compostos inorgánicos. As capítulos que contêm o livro de Química Geral 2 são os siguentes: Capítulo 7: Estequiometría. Capítulo 8: Soluções. Capítulo 9: Termoquímica. Capítulo 10: Cinética Química. Capítulo 11: Equilíbrio Químico. Capítulo 12: Eletroquímica. Capítulo 1 A Química e sua historia. 1.1 Conceito de Quimica Química (do egípcio kēme (chem), significando "terra") é a ciência que trata das substâncias da natureza, dos elementos que a constituem, de suas características, propriedades combinatórias, processos de obtenção, suas aplicações e sua identificação. Estuda a maneira que os elementos ou as substâncias se ligam e reagem entre si, as causas que provocam estas transformações, as energias que as acompanham e as leis que as governam. 1.2 Desenvolvimento histórico da Química O princípio do domínio da química (que para alguns antropólogos coincide com o princípio do homem moderno) é o domínio do fogo. Há indícios de que faz mais de 500.000 anos, em tempos do Homo erectus, algumas tribos conseguiram este sucesso que ainda hoje é uma das tecnologias mais importantes. Não só dava luz e calor na noite, como ajudava a proteger-se contra os animais selvagens. Também permitia a preparação de comida cozida. Esta continha menos microorganismos patogênicos e era mais facilmente digerida. Assim, baixava-se a mortalidade e melhoravam as condições gerais de vida. O fogo também permitia conservar melhor a comida e especialmente a carne e os peixes secando-os e defumando-os. Desde este momento teve uma relação intensa entre as cozinhas e os primeiros laboratórios químicos até o ponto que a pólvora negra foi descoberta por uns cozinheiros chineses. Na antiguedade Entre os séculos III a.C. e o século XVI d.C a química estava dominada pela alquimia. O objetivo de investigação mais conhecido da alquimia era a procura da pedra filosofal, um método hipotético capaz de transformar os metais em ouro. Na investigação alquímica desenvolveram-se novos produtos químicos e métodos para a separação de elementos químicos. Deste modo foram-se assentando os pilares básicos para o desenvolvimento de uma futura química experimental. gases HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Antoine_lavoisier.jpg" \o "Ampliar" ��A química, como é concebida actualmente, começa a desenvolver-se entre os séculos XVI e XVII. Nesta época estudou-se o comportamento e propriedades dos estabelecendo-se técnicas de medição. Pouco a pouco foi-se desenvolvendo e refinando o conceito de elemento como uma substância elementar que não podia ser descomposto em outras. A ciência química surge no século XVII a partir dos estudos de alquimia populares entre muitos dos cientistas da época. Considera-se que os princípios básicos da química se recolhem pela primeira vez na obra do cientista britânico Robert Boyle: The Sceptical Chymist (1661). Por volta do século XVIII a química adquire definitivamente as características de uma ciência experimental. Desenvolvem-se métodos de medição cuidadosos que permitem um melhor conhecimento de alguns fenômenos, como o da combustão da matéria, descobrindo Antoine Lavoisier o oxigênio e assentando finalmente os pilares fundamentais da química moderna. Um ponto crucial no desenvolvimento da química como ciência foi a racionalização dos conhecimentos empíricos obtidos, procurando criar leis racionais e simplificar de forma coerente as informações obtidas. O principio de conservação da massa e o entendimento da influência da composição da atmosfera nos experimentos, ambos amplamente disseminados a partir dos trabalhos de A. Lavoisier no final do século XVIII, permitiram que os experimentos se tornassem cada vez mais rigorosos e precisos, em oposição ao caráter qualitativo das experimentações alquimistas. A partir desse momento, a medição de massas assume um caráter fundamental na história da química, tendo sido esse o principal impulsor para o desenvolvimento da balança a partir da época de Lavoisier, tendo ele próprio construído os equipamentos mais precisos desse período. Uma das maiores vitórias da Química, devido ao uso de balanças nos experimentos, foi sem dúvida devida a John Dalton. Esse cientista inglês ficou intrigado com o fato de que, ao decompor qualquer substância em seus constituintes mais simples, as razões entre as massas das diversas substâncias obtidas poderem ser sempre escritas a partir de números inteiros de pequeno valor, ocorrendo freqüentemente razões do tipo 1:2, 2:3, 5:2, etc. Com base nesse curioso dado experimental, Dalton propôs, em 1881, um modelo para a constituição da matéria: tais dados seriam facilmente explicados se toda a matéria fosse constituída de unidades indivisíveis, nomeadas de átomo (do grego "indivisível"). Tal conceito, cuja primeira descrição provinha do filósofo grego Demócrito, agora surgia, naturalmente, de medidas quantitativas rigorosas. A teoria atomística de Dalton teve importantes repercussões. Baseado em dados experimentais, um cientista francês chamado Joseph Proust já tinha proposto formalmente o conceito de que toda substância tinha uma composição constante e homogênea. Assim, a água, por exemplo, independente de sua origem, era sempre composta pela mesma proporção de dois gases: oxigênio e hidrogênio. Juntando esse conceito e seus postulados atomísticos, Dalton organizou de forma racional as diversas substâncias conhecidas, criando uma tabela de substâncias que seriam formadas por apenas um tipo de átomo, e substâncias que eram formadas por uma combinação característica de átomos. Assim, tanto a grafite como os gases hidrogênio e oxigênio, por exemplo, eram formados apenas por um tipo de átomo, enquanto que outras substâncias, como a água, eram formadas pela combinação de dois ou mais átomos, nesse caso, dos elementos hidrogênio e oxigênio (as dificuldades de obter certos dados com uma precisão razoável levaram Dalton a propor erroneamente para a água à fórmula HO, em vez de H2O). Apesar das dificuldades experimentais, Dalton propôs formulas certas para diversos compostos conhecidos na época, tendo seu trabalho revolucionado de forma definitiva o entendimento da matéria. O vitalismo e o começo da química orgânica ureia HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Friedrich_woehler.jpg" \o "Ampliar" ��Tão cedo se compreendessem os princípios da combustão, outro debate de grande importância apoderou-se da química: o vitalismo e a distinção essencial entre a matéria orgânica e inorgânica. Esta teoria assumia que a matéria orgânica só podia ser produzida pelos seres vivos atribuindo este facto a uma vis vitalis (força ou energia vital) inerente na própria vida. A base desta teoria era a dificuldade de obter matéria orgânica a partir de precursores inorgânicos. Este debate foi revolucionado quando Friedrich Wöhler descobriu acidentalmente como se podia sintetizar a a partir do cianato de amónio, em 1828,mostrando que a matéria orgânica podia criar-se de maneira química. No entanto, ainda hoje se mantém a classificação em química orgânica e inorgânica, ocupando-se a primeira essencialmente dos compostos do carbono e a segunda dos compostos dos demais elementos. Os motores para o desenvolvimento da química orgânica eram, no princípio, a curiosidade sobre os produtos presentes nos seres vivos (provavelmente com a esperança de encontrar novos fármacos) e a síntese dos corantes ou tinturas. A última surgiu depois da descoberta da anilina por Runge e a primeira síntese de um corante artificial por Perkin. Depois adicionaram-se os novos materiais como os plásticos, os adesivos, os cristais líquidos, os fitossanitários, etc. Até à Segunda Guerra Mundial a principal matéria-prima da indústria química orgânica era o carvão, dada a grande importância da Europa no desenvolvimento desta parte da ciência e o facto de que em Europa não há grandes jazigos de alternativas como o petróleo. Com o final da segunda guerra mundial e o crescente peso dos Estados Unidos no sector químico, a química orgânica clássica se converte cada vez mais na petroquímica que conhecemos hoje. Uma das principais razões era a maior facilidade de transformação e a grande variedade de produtos derivados do petróleo. A tabela periódica e a descoberta dos elementos químicos massa atômica HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Medeleeff_by_repin.jpg" \o "Ampliar" ��Em 1860, os cientistas já tinham descoberto mais de 60 elementos químicos diferentes e tinham determinado sua . Notaram que alguns elementos tinham propriedades químicas similares pelo que deram um nome a cada grupo de elementos parecidos. Em 1829, o químico J. W. Döbenreiner organizou um sistema de classificação de elementos no qual estes agrupavam-se em grupos de três denominados tríades. As propriedades químicas dos elementos de uma tríade eram similares e suas propriedades físicas variavam de maneira ordenada com sua massa atômica. Alguns anos mais tarde, o químico russo Dmitri Ivanovich Mendeleyev desenvolveu uma tabela periódica dos elementos segundo a ordem crescente das suas massas atômicas. Dispôs os elementos em colunas verticais começando pelos mais levianos e, quando chegava a um elemento que tinha propriedades semelhantes às de outro elemento, começava outra coluna. Em pouco tempo Mendeleiev aperfeiçoou a sua tabela acomodando os elementos em filas horizontais. O seu sistema permitiu-lhe predizer com bastante exatidão as propriedades de elementos não descobertos até o momento. A grande semelhança do germânio com o elemento previsto por Mendeleyev conseguiu finalmente a aceitação geral deste sistema de ordenação que ainda hoje segue-se aplicando. Desenvolvimento da teoria atômica Ao longo do século XIX a química estava dividida entre os seguidores da teoria atómica e aqueles que não a subscreviam, como Wilhelm Ostwald e Ernst Mach. Os impulsores mais decididos da teoria atômica foram Amedeo Avogadro, Ludwig Boltzmann e outros, que conseguiram grandes avanços no entendimento do comportamento dos gases. A disputa foi finalizada com a explicação do efeito Browniano por Albert Einstein em 1905 e pelos experimentos de Jean Perrin a respeito. Muito antes que a disputa tivesse sido resolvida muitos pesquisadores tinham trabalhado sob a hipótese atômica. Svante Arrhenius tinha pesquisado a estrutura interna dos átomos propondo a sua teoria da ionização. O seu trabalho foi seguido por Ernest Rutherford, quem abriu as portas ao desenvolvimento dos primeiros modelos de átomos que desembocariam no modelo atômico de Niels Bohr. Na actualidade o estudo da estrutura do átomo considera-se um ramo da física e não da química. Breve cronología na Química Antiguidade Egipto Extração do ferro. Fabricação do vidro. Os egípcios conhecem a fermentação que permite-lhes produzir cerveja. Eles fabricam corantes utilizados sobretudo para maquiagens. China Fabricação da porcelana. Utilização da Pólvora. Grécia Para Empédocles existem quatro elementos: a água, o ar, o fogo e a terra, que se atraem ou se repelem. Platão retoma mais tarde esta teoria associando estes quatro elementos a formas geométricas. O filósofo Anaxágoras vê o mundo em mudança perpétua, sem criação nem destruição de matéria mas com reordenações das partículas elementares. Leucipo, e depois Demócrito, acham que a matéria está composta de partículas elementares, os átomos. Nascimento da alquimia A alquimia nasce em Alexandria por volta do século IX a.C. Os alquimistas tentam conseguir ouro a partir de diversos metais. Seu objectivo é a fabricação da pedra filosofal, que transmuta os metais em ouro e permite a preparação do elixir da panacéia ou remédio universal. Os corpos classificam-se em sólidos, líquidos e vapores e segundo a sua cor. Eles interagem segundo leis de simpatia e de antipatia. Idade Média Civilização árabe A civilização árabe conta alquimistas brilhantes. Procurando ouro, trabalham sobre outras matérias como por exemplo o ácido nítrico e aperfeiçoam a destilação. Ocidente A alquimia aparece no Europa com raiz em traduções de textos árabes. Além disso, adotam-se os numerosos termos árabes (por exemplo, álcali) que ainda hoje se usam. Século XVI Paracelso, através da sua prática da medicina e suas investigações sobre os medicamentos, é considerado como o precursor da química moderna. Século XVII Newton, que é alquimista além de físico, acha que existem forças entre as partículas, comparáveis às forças de gravitação. Século XVIII Descoberta do oxigênio por Scheele e Priestley. Síntese da água por Cavendish. Descoberta do princípio da conservação da massa por Mikhail Lomonosov (sem divulgação na Europa Ocidental). Teorias de Lavoisier. Século XIX 1828: Síntese da ureia por Wöhler, demonstrando a unidade da química mineral e da química orgânica, anteriormente consideradas dois campos independentes (refutação do «princípio de vida»). 1869: Mendeleiev publica a sua classificação periódica dos elementos. Século XX 1913: Bohr publica o seu modelo da estrutura do átomo. 1926: Schrödinger publica o seu modelo da estrutura do átomo, modelo que se utiliza hoje. 1953: Descoberta da estrutura do DNA por Watson e Crick. Capítulo 2 Conceitos fundamentais 2.1 Estados físicos da matéria Fases ou estados da matéria são conjuntos de configurações que objetos macroscópicos podem apresentar. São três os estados ou fases considerados: sólido, líquido e gasoso. Outros tipos de fases da matéria, como o estado pastoso ou o plasma são estudados em níveis mais avançados de física. As características de estado físico são diferentes em cada substância e depende da temperatura e pressão na qual ela se encontra. Há muitas discussões sobre quantos estados da matéria existem, porém as versões mais populares atualmente são de que a matéria somente tem três estados: sólido, líquido e gasoso. Mas há também outros que, ou são intermediários ou pouco conhecidos. Por exemplo: os vapores, que nada mais são uma passagem do estado líquido para o gasoso na mesma fase em que o gás, porém quando está em estado gasoso, não há mais possibilidade de voltar diretamente ao estado líquido; já quando em forma de vapor, pode ir ao estado líquido, desde que exista as trocas de energia necessárias para tal fato. Por isto que diz-se comumente "vapor d´água". Condensado de Bose-Einstein→ Sólido → Líquido → Gasoso → Plasma No estado sólido considera-se que a matéria do corpo mantém a forma macroscópica e a posição relativa de sua partícula. É particularmente estudado nas áreas da estática e da dinâmica. No estado líquido, o corpo mantém a quantidade de matéria e aproximadamente o volume; a forma e posição relativa da partículas não se mantém. É particularmente estudado nas áreas da hidrostática e da hidrodinâmica. No estado gasoso, o corpo mantém apenas a quantidade de matéria, podendo variaramplamente a forma e o volume. É particularmente estudado nas áreas da aerostática e da aerodinâmica. O estado pastoso ou condensado esta entre o estado sólido e o estado liquido apresentando caracteristicas dos dois. O Plasma (ou quarto estado da matéria) é o estado em que a maioria da matéria se encontra no universo. Neste estado há uma certa "pastosidade" da substância, que permite uma maior e melhor resposta quando recebe informações decodificadas pelos feixes de luz emitidos pelos componentes da TV. Sabe-se que qualquer substância pode existir em três estados: sólido, líquido e gasoso, cujo exemplo clássico é a água que pode ser gelo, água em estado líquido e vapor de água. Todavia há muito poucas substâncias que se encontram nestes estados, que se consideram indiscutíveis a difundidos, mesmo tomando o Universo no seu conjunto. É pouco provável que superem o que em química se considera como restos infinitamente pequenos. Toda a substância restante do universo subsiste no estado denominado plasma. O Condensado de Bose-Einstein é o quinto estado da matéria, e é obtido quando a temperatura chega a ser tão baixa que as moléculas entram em colapso. O sexto estado da matéria, o Condensado Fermiônico , acontece quando certa materia é aquecida a ponto de suas moléculas ficarem completamente livres. Já existe também o sétimo estado da matéria o Superfluido de Polaritons. Existem outros possíveis estados da matéria; alguns destes só existem sob condições extremas, como no interior de estrelas mortas, ou no começo do universo depois do Big Bang: Fluidos supercríticos Colóide Superfluido Supersólido Matéria degenerada Neutrônio Matéria fortemente simétrica Matéria debilmente simétrica Condensado fermiônico Plasma de quarks-glúons Matéria estranha ou materia de quark Mudanças de fase Como a cada uma destas fases de uma substância corresponde determinado tipo de estrutura corpuscular, há vários tipos de mudanças de estruturas dos corpos quando muda a fase, ou de estado de aglomeração, da substância que são feitos. A mudança de fases ocorre conforme o diagrama de fases da substância. Mudando a pressão ou a temperatura do ambiente onde um objeto se encontra, esse objeto pode sofrer mudança de fase. Fusão - mudança do estado sólido para o líquido.Existem dois tipos de fusão: Gelatinosa - derrete todo por igual; por exemplo o plástico. Cristalina - derrete de fora para dentro; por exemplo o gelo. Vaporização - mudança do estado líquido para o gasoso. Existem três tipos de vaporização: Evaporação - as moléculas da superfície do líquido tornam-se gás em qualquer temperatura. Ebulição - o líquido está na temperatura de ebulição e fica borbulhando, recebendo calor e tornando-se gás. Calefação - o líquido recebe uma grande quantidade de calor em período curto e se torna gás rapidamente. Condensação - mudança de estado gasoso para líquido (inverso da Vaporização). Solidificação - mudança de estado líquido para o estado sólido (inverso da Fusão). Sublimação - um corpo pode ainda passar diretamente do estado sólido para o gasoso. Re-sublimação - mudança direta do estado gasoso para o sólido (inverso da Sublimação). Ionização - mudança de estado gasoso para o estado plasma. Desionização - mudança de estado plasma para estado gasoso (inverso de Ionização). 2.2 Substâncias e misturas Uma substância possui uma composição característica, determinada e um conjunto definido de propriedades. Uns dos exemplos de substâncias são o cloreto de sódio (NaCl), a sacarose (C12H22O11) e o oxigênio (O2), entre outros. Uma substância pode ser composta por um único elemento químico, como por exemplo, o oxigênio (O2), o ouro (Au), ferro (Fé) ou o cobre (Cu), ou pode ser também composto por dois ou mais elementos numa proporção definida, como é o caso do cloreto de sódio (39,34% de sua massa é de sódio e 60,66%,de cloro). Duas ou mais substâncias agrupadas constituem uma mistura, cuja composição e propriedade são variáveis. O leite, por exemplo, é uma mistura. Uma substância é formada por átomos de elementos específicos em proporções específicas. Cada substância possui um conjunto definido de propriedades e uma composição química. Classificação Uma substância composta por átomos de um único elemento químico (denomina-se elemento químico todos os átomos que possuem o mesmo número atômico (Z), ou seja, o mesmo número de prótons) é denominada substância simples. Exemplos: Ouro: Au Ferro: Fe Cobre: Cu Gás Hidrogênio: H2 Uma substância composta por mais de um elemento químico, numa proporção determinada de átomos, é denominada substância composta. Exemplos: Cloreto de Sódio: NaCl Água: H2O Metano: CH4 Sacarose: C12H22O11 Duas ou mais substâncias agrupadas constituem uma mistura. O leite e o soro caseiro são exemplos de misturas. Sistema Sistema é uma porção limitada do universo, considerada como um todo para efeito de estudo. Sistema homogêneo, material homogêneo ou matéria homogênea é aquele que apresenta as mesmas propriedades em qualquer parte de sua extensão em que seja examinado. Sistema heterogêneo, material heterogêneo ou matéria heterogênea é aquele que não apresenta as mesmas propriedades em qualquer parte de sua extensão em que seja examinado. Fases são as diferentes porções homogêneas, limitadas por superfícies de separação, que constituem um sistema heterogêneo. Os sistemas homogêneos são monofásicos ou unifásicos. Os sistemas heterogêneos são polifásicos, podendo ser bifásicos, trifásicos, etc. Sistemas com n componentes sólidos, como regra têm n fases. Sistemas com n gases sempre têm uma única fase. Não existe sistema heterogêneo de dois ou mais gases. Um sistema heterogêneo ou é uma mistura (heterogênea) ou é uma substância pura em mudança de estado físico. Um sistema homogêneo ou é uma mistura (homogênea) ou é uma substância pura num único estado físico. Mistura e substância pura Mistura é qualquer sistema formado de duas ou mais substâncias puras, denominadas componentes. Pode ser homogênea ou heterogênea, conforme apresente ou não as mesmas propriedades em qualquer parte de sua extensão em que seja examinada. Toda mistura homogênea é uma solução, por definição. Substância pura é todo material com as seguintes características: Unidades estruturais(moléculas, conjuntos iônicos) quimicamente iguais entre si. Composição fixa, do que decorrem propriedades fixas, como densidade, ponto de fusão e de ebulição, etc. A temperatura se mantém inalterada desde o início até o fim de todas as suas mudanças de estado físico (fusão, ebulição, solidificação, etc.). Pode ser representada por uma fórmula porque tem composição fixa. Não conserva as propriedades de seus elementos constituintes, no caso de ser substância pura composta. As misturas não apresentam nenhuma das características acima. Essas são as diferenças entre as misturas e as combinações químicas (substâncias puras compostas). Mistura eutética e mistura azeotrópica Existem misturas que, como exceção, se comportam como se fossem substâncias puras no processo de fusão, isto é, a temperatura mantém-se inalterada do início ao fim da fusão. Essas são chamadas misturas eutéticas. Existem misturas que, como exceção, se comportam como se fossem substâncias puras em relação à ebulição, isto é, a temperatura mantém-se inalterada do início ao fim da ebulição. Essas são chamadas misturas azeotrópicas. Não é conhecida nenhuma mistura que seja eutética e azeotrópica simultaneamente. Substância simples e alotropia Substância simples é toda substância pura formada de um único elemento químico. Alotropia é o fenômeno em que um mesmo elemento químico (átomos de mesmo Z) forma duas ou mais substâncias simples diferentes. Variedades alotrópicas: Carbono (C): Diamante (Cn) Grafite (Cn) Oxigênio (O): Oxigênio (O2) Ozônio (O3) Fósforo (P): Fósforobranco (P4) Fósforo vermelho (Pn) Enxofre (S): Enxofre rômbico (S8) Enxofre monoclínico (S8) Diamante Grafite Grandeza molecular: Substância simples moléculas monoatômicas: gases nobres moléculas biatômicas: H2, N2, O2, F2, Cl2, Br2, I2 moléculas triatômicas: O3 moléculas tetratômicas: P4 moléculas octatômicas: S8 moléculas gigantes (macromoléculas): Pn,Cn, todos os metais (Nan,Can,Agn) 2.3 Átomo Um átomo é a menor porção em que pode ser dividido um elemento químico, mantendo ainda as suas propriedades físico-químicas mínimas. O átomo é a menor partícula que ainda caracteriza um elemento químico. Ele apresenta um núcleo com carga positiva (Z é a quantidade de prótons e "e" a carga elementar) que apresenta quase toda sua massa (mais que 99,9%) e Z elétrons determinando o seu tamanho. Até fins do século XIX, era considerado a menor porção em que se poderia dividir a matéria. Mas nas duas últimas décadas daquele século, as descobertas do próton e do elétron revelaram o equívoco dessa idéia. Posteriormente, o reconhecimento do nêutron e de outras partículas subatômicas reforçou a necessidade de revisão do conceito de átomo. 2.4 Elementos Denomina-se elemento químico todos os átomos que possuem o mesmo número de prótons em seu núcleo, ou seja, o mesmo número atômico (Z). O termo elemento químico pode se referir também a uma substância química pura composta por átomos com o mesmo número de prótons em seu núcleo. Este último conceito algumas vezes é chamado de substância elementar, diferindo da primeira definição, mas muitas vezes, o conceito de elemento químico é usado em ambos os casos. Exemplo: Oxigênio é o elemento químico constituído por todos os átomos que possuem número atômico 8, ou seja, com 8 prótons. Cálcio é o elemento químico constituído por todos os átomos que possuem número atômico 20, ou seja, com 20 prótons. Dessa forma, o número atômico é característica de cada elemento químico, sendo como seu número de identificação. Elementos naturais: São os elementos químicos encontrados na natureza. São conhecidos 92 elementos naturais, sendo o de maior número atômico o urânio (Z = 92). Elementos sintéticos São os elementos cujos átomos são produzidos artificialmente. Os elementos com número atômico superior ao do urânio (Z > 92) são todos artificiais (elementos transurânicos). Ocorrência Alguns elementos químicos como ouro, platina, cobre, gases nobres e outros, existem em estado natural. Entretanto, a maioria ocorre combinado com outros elementos constituindo os compostos químicos como, por exemplo, hidrogênio e oxigênio constituindo a água. Simbologia Cada elemento químico, natural ou sintetizado, é representado por um símbolo que o identifica graficamente. Desde o tempo dos alquimistas os elementos químicos conhecidos já eram representados por símbolos. Por exemplo: o ouro era identificado pelo símbolo do Sol e a prata pelo símbolo da Lua. Atualmente adota-se o método de J. J. Berzelius sugerido em 1811: Os símbolos são adotados internacionalmente. Qualquer que seja a língua ou alfabeto o símbolo é o mesmo. O símbolo é a letra inicial, maiúscula, do seu nome latino seguida, quando necessário, de uma segunda letra minúscula do seu nome. Elementos transférmios Terminando com 30 anos de controvérsias, a IUPAC através do CNIC (Committee en Nomenclature of Inorganic Chemistry) comunicou, em 30 de agosto de 1997, que os nomes e os símbolos dos elementos transférmios (número atômico maior que o do férmio) seriam: 101 - Mendelevium (Mendelévio) - Md 102 - Nobelium (Nobélio) - No 103 - Lawrencium (Laurêncio) - Lr 104 - Rutherfordium (Rutherfórdio) - Rf 105 - Dubnium (Dúbnio) - Db 106 - Seaborgium (Seabórgio) - Sg 107 - Bhorium (Bóhrio) - Bh 108 - Hassium (Hássio) - h 109 - Meitnerium (Meitnério) - Mt 110 - Darmstádio (Darmstádio) - Ds 111 - Roentgênio - (Roentgênio) - Rg Os isótopos com números atômicos superiores a 111 ainda não foram nomeados. Lista de elementos químicos por número atômico Número atômico (Z) Nome Símbolo Massa atômica (g/mol) Ponto de fusão (°C) Ponto de ebulição (°C) 1 Hidrogênio H 1.00794 -259.1 -252.9 2 Hélio He 4.002602 -272.2 -268.9 3 Lítio Li 6.941 180.5 1317 4 Berílio Be 9.012182 1278 2970 5 Boro B 10.811 2300 2550 6 Carbono C 12.011 3550 4827 7 Nitrogênio / Azoto N 14.00674 -209.9 -195.8 8 Oxigênio O 15.9994 -218.4 -182.9 9 Flúor F 18.9984032 -219.6 -188.1 10 Néon Ne 20.1797 -248.7 -246.1 11 Sódio Na 22,989768 97,8 892 12 Magnésio Mg 24,305 648,8 1107 13 Alumínio Al 26,981539 660,5 2467 14 Silício Si 28,0855 1410 2355 15 Fósforo P 30,973762 44 (P4) 280 (P4) 16 Enxofre S 32,066 113 444,7 17 Cloro Cl 35,4527 -34,6 -101 18 Árgon / Argônio Ar 39,948 -189,4 -185,9 19 Potássio K 39,0983 63,7 774 20 Cálcio Ca 40,078 839 1487 21 Escândio Sc 44,95591 1539 2832 22 Titânio Ti 47,88 1660 3260 23 Vanádio V 50,9415 1890 3380 24 Cromo Cr 51,9961 1857 2482 25 Manganês Mn 54,93805 1244 2097 26 Ferro Fe 55,847 1535 2750 27 Cobalto Co 58,9332 1495 2870 28 Níquel Ni 58,69 1453 2732 29 Cobre Cu 63,546 1083,5 2595 30 Zinco Zn 65,39 419,6 907 31 Gálio Ga 69,723 29,8 2403 32 Germânio Ge 72,61 937,4 2830 33 Arsênio As 74,92159 613 613 (sublimiert) 34 Selênio Se 78,96 217 685 35 Bromo Br 79,904 -7,3 58,8 36 Crípton/Criptônio Kr 83,8 -156,6 -152,3 37 Rubídio Rb 85,4678 39 688 38 Estrôncio Sr 87,62 769 1384 39 Ítrio Y 88,90585 1523 3337 40 Zircônio Zr 91,224 1852 4377 41 Nióbio Nb 92,90638 2468 4927 42 Molibdênio Mo 95,94 2617 5560 43 Tecnécio Tc 98,9063 2172 5030 44 Rutênio Ru 101,07 2310 3900 45 Ródio Rh 102,9055 1966 3727 46 Paládio Pd 106,42 1552 3140 47 Prata Ag 107,8682 961,9 2212 48 Cádmio Cd 112,411 321 765 49 Índio In 114,82 156,2 2080 50 Estanho Sn 118,71 232 2270 51 Antimônio Sb 121,75 630,7 1750 52 Telúrio Te 127,6 449,6 990 53 Iodo I 126,90447 113,5 184,4 54 Xénon/Xenônio Xe 131,29 -111,9 -107 55 Césio Cs 132,90543 28,4 690 56 Bário Ba 137,327 725 1640 57 Lantânio La 138,9055 920 3454 58 Cério Ce 140,115 798 3257 59 Praseodímio Pr 140,90765 931 3212 60 Neodímio Nd 144,24 1010 3127 61 Promécio Pm 146,9151 1080 2730 62 Samário Sm 150,36 1072 1778 63 Európio Eu 151,965 822 1597 64 Gadolínio Gd 157,25 1311 3233 65 Térbio Tb 158,92534 1360 3041 66 Disprósio Dy 162,5 1409 2335 67 Hólmio Ho 164,93032 1470 2720 68 Érbio Er 167,26 1522 2510 69 Túlio Tm 168,93421 1545 1727 70 Itérbio Yb 173,04 824 1193 71 Lutécio Lu 174,967 1656 3315 72 Háfnio Hf 178,49 2150 5400 73 Tântalo Ta 180,9479 2996 5425 74 Tungstênio W 183,85 3407 5927 75 Rênio Re 186,207 3180 5627 76 Ósmio Os 190,23045 5027 77 Irídio Ir 192,22 2410 4130 78 Platina Pt 195,08 1772 3827 79 Ouro Au 196,96654 1064,4 2940 80 Mercúrio Hg 200,59 -38,9 356,6 81 Tálio Tl 204,3833 303,6 1457 82 Chumbo Pb 207,2 327,5 1740 83 Bismuto Bi 208,98037 271,4 1560 84 Polônio Po 208,9824 254 962 85 Astato At 209,9871 302 337 86 Rádon/Radônio Rn 222,0176 -71 -61,8 87 Frâncio Fr 223,0197 27 677 88 Rádio Ra 226,0254 700 1140 89 Actínio Ac 227,0278 1047 3197 90 Tório Th 232,0381 1750 4787 91 Protactínio Pa 231,0359 1554 4030 92 Urânio U 238,0289 1132,4 3818 93 Neptúnio Np 237,0482 640 3902 94 Plutônio Pu 244,0642 641 3327 95 Amerício Am 243,0614 994 2607 96 Cúrio Cm 247,0703 1340 3110 97 Berquélio Bk 247,0703 986 98 Califórnio Cf 251,0796 900 99 Einstênio Es 252,0829 860 100 Férmio Fm 257,0951 1527 101 Mendelévio Md 258,0986 102 Nobélio No 259,1009 103 Laurêncio Lr 260,1053 104 Rutherfórdio Rf 261,1087 105 Dúbnio Db 262,1138 106 Seabórgio Sg 263,1182 107 Bório Bh 262,1229 108 Hássio Hs 265 109 Meitnerio Mt 266 110 Darmstádio Ds 269 111 Roentgênio Rg 272 112 Unúnbio Uub 277 113 Ununtrio Uut 114 Ununquádio Uuq 115 Ununpentio Uup 116 Ununhexio Uuh 117 Ununséptio Uus 118 Ununóctio Uuo 2.5 Compostos Um composto químico é uma substância química constituída por moléculas ou cristais de dois ou mais átomos ou íons ligados entre si numa proporção fixa e definida, isto é, as proporções entre elementos de uma substância não podem ser alterados por processos físicos. Por exemplo, a água é um composto formado por hidrogênio e oxigênio na proporção de dois para um. Em geral, esta razão fixa deve-se a uma propriedade física (formada por moléculas com ligações químicas estáveis) e não a uma seleção humana arbitrária. Por este motivo o bronze ou o chocolate são misturas ou ligas metálicas e não compostos. Os compostos são identificados através de representações gráficas denominadas fórmulas químicas. As formulas descrevem a proporção dos átomos de cada elemento na formação da molécula ou, do conjunto iônico, da substância. Por exemplo, a formula H2O (água) indica que a molécula desta substância é constituida de dois átomos de hidrogênio para cada átomo de oxigênio, e a formula do sal de cozinha (NaCl) indica que na sua estrutura cristalina existe uma proporção fixa de um íon de sódio para cada um íon de cloro. Os elementos de um composto não podem ser divididos ou separados por métodos de separação físicos (decantação, filtração, destilação, etc.), somente mediante reações químicas. Todos os compostos poderão ser quebrados em compostos menores ou em átomos individuais quando convenientemente aquecidos. Esta temperatura, diferente para cada composto, é denominada temperatura de decomposição. Tipos de compostos, dependendo se apresentam ou não o carbono como elemento químico principal: Compostos inorgânicos ou minerais Compostos orgânicos Tipos de compostos, dependendo das ligações que os átomos efetuam: Compostos iônicos Compostos moleculares Existem três tipos de ligações químicas: covalentes, iônicas e metálicas. 2.6 Moléculas Uma molécula é um conjunto eletricamente neutro de dois ou mais átomos unidos por pares compartilhados de elétrons (ligações covalentes) que se comportam como uma única partícula. Uma substância que apresente somente ligações covalentes e seja formada por moléculas discretas é chamada de substância molecular cuja ligação suficientemente forte caracteriza como uma identidade estável (Água: H2O, Metano: CH4, Sacarose: C12H22O11, Hidrogênio: H2). Um antigo conceito diz que a molécula é a menor parte de uma substância que mantém suas características de composição e propriedades químicas, entretanto tem-se conhecimento atualmente que as propriedades químicas de uma substância não são determinadas por uma molécula isolada, mas por um conjunto mínimo destas. Muitas substâncias familiares são feitas de moléculas (por exemplo açúcar, água, e a maioria dos gases) enquanto muitas outras substâncias igualmente familiares não são moleculares em sua estrutura (por exemplo sais, metais, e os gases nobres). Quando iniciou-se o estudo e formulação da teoria atômica, era dado o nome de átomo a qualquer entidade química que poderia ser considerada fundamental e indivisível. As observações no comportamento dos gases levaram ao conceito de átomo como unidade básica da matéria e relacionada ao elemento químico, desta forma, houve uma distinção da molécula como "porção fundamental de todo composto", obtida pela união de vários átomos por ligações de natureza diferente. Basicamente, o átomo abriga em seu núcleo partículas elementares de carga elétrica positiva (prótons) e neutra (nêutrons), este núcleo atômico é rodeado por uma nuvem de elétrons em movimento contínuo (eletrosfera). A maioria dos elementos não são estáveis, por isso, quando dois átomos se aproximam, há uma interação das núvens eletrônicas entre si. Esta interação se dá também com os núcleos dos respectivos átomo, isto acaba por torná-los estáveis. Os átomos se ligam e formam agregados de moléculas. A natureza das moléculas determina as propriedades químicas das substâncias, se caracterizam pela natureza dos átomos que as integram, pela relação de proporção entre esses átomos e pelo seu arranjo dentro de si. Uma ligação entre dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio (H2O), forma uma molécula de água; dois átomos de cada um desses mesmos elementos produz peróxido de hidrogênio (H2O2), vulgarmente chamado de água oxigenada, cujas propriedades são diferentes da água. Os átomos também se ligam em proporções idênticas, mas podem formar isômeros, que são moléculas diferentes. No álcool etílico (CH3CH2OH) e o éter metílico (CH3OCH3), é a diferença de arrumação dos átomos que estabelece ligações diferentes dentro da molécula. A distribuição espacial dos átomos que formam uma molécula depende das propriedades químicas e do tamanho destes. Quando muito eletronegativos os átomos formam ligações classificadas como covalentes, pois apresentam aspecto equilibrado e simétrico. No caso das substâncias iônicas, é nítida a diferença no que se refere à força de atração entre os elétrons, estes se deslocam de um átomo para outro. No caso do sal de cozinha, (cloreto de sódio - NaCl), no estado sólido, consiste de íons positivos de sódio e íons negativos de cloro. As forças elétricas existentes entre esses íons formam os seus cristais. 2.7 Íons Um íon é uma espécie química eletricamente carregada, geralmente um átomo ou molécula que perdeu ou ganhou elétrons. Íons carregados negativamente são conhecidos como ânions, ou aniões (que são atraídos para ânodos), enquanto íons carregados positivamente são conhecidos como cátions, ou catiões (que são atraídos por cátodos). Na química, um íon é uma molécula ou átomo que ganhou ou perdeu elétrons num processo conhecido como ionização. Os íons foram pela primeira vez teorizados por Michael Faraday por volta de 1830, para descrever as porções de moléculas que viajavam, quer na direção do ânodo, quer na direção do cátodo. No entanto, o mecanismo através do qual o fenômeno se processa só foi descrito em 1884 por Svante August Arrhenius na sua tese de doutoramento na Universidade de Uppsala. A teoria de Arrhenius a princípio não foi aceita (ele conseguiuo doutoramento com a nota mais baixa possível), mas acabou por ganhar o Prêmio Nobel de Química em 1903 pela mesma dissertação. 2.8 Energia química Energia química é a energia potencial das ligações químicas entre os átomos. Sua liberação é percebida mais claramente, por exemplo, numa combustão. A energia química é liberada ou absorvida em qualquer reação química. C(s) + O2(g) → CO2(g) + Q 2.9 Reações químicas Uma reação química é uma transformação da matéria na qual ocorrem mudanças qualitativas na composição química de uma ou mais substâncias reagentes, resultando em um ou mais produtos. Envolve mudanças relacionadas à mudança nas conectividades entre os átomos ou íons, na geometria das moléculas das espécies reagentes ou ainda na interconversão entre dois tipos de isômeros. Resumidamente, pode-se afirmar que uma reacção química é uma transformação da matéria em que pelo menos uma ligação química é criada ou desfeita. Um aspecto importante sobre uma reação química é a conservação da massa e o número de espécies químicas microscópicas (átomos e íons) presentes antes e depois da ocorrência da reação. Essas leis de conservação se manifestam macroscopicamente sob a forma das leis de Lavoisier, de Proust e de Dalton. De fato, essas leis, no modelo atômico de Dalton, se justificariam pelas leis de conservação acima explicitadas e pelo fato de os átomos apresentarem valências bem definidas. Ao conjunto das características e relações quantitativas dos números de espécies químicas presentes numa reação dá-se o nome de estequiometria. Deve-se salientar que uma ligação química ocorre devido a interações entre as núvens eletrônicas dos átomos, e que então reação química apenas envolve mudanças nas eletrosferas. No caso de ocorrer mudanças nos núcleos atômicos teremos uma reação nuclear. Ao passo que nas reações químicas a quantidade e os tipos de átomos sejam os mesmos nos reagentes e produtos, na reação nuclear, as partículas subatômicas são liberadas, o que causa redução de sua massa, sendo este um fato relacionado à existência de elementos isóbaros, isótonos e isótopos entre si. Um exemplo de uma reação química é (ambos os regentes em solução aquosa): Na2SiO3(aq) + NiCl2(aq) → 2NaCl(aq) + NiSiO3(s) Nesta reação química, ao passo que o NaCl permanece em solução, formou-se uma ligação entre os ions Ni2+(aq) e os ions SiO32-(aq) o que resultou em um produto sólido de cor verde (Silicato de Niquel, NiSiO3(s)), pode-se então dizer que houve uma reação química. Tipos de reações químicas Tradicionalmente, as reações químicas podem ser classificadas de acordo com o número de reagentes e produtos em cada lado da equação química que representa a reação: reações de síntese, composição ou adição: H2(g) + Cl2(g) → 2HCl(g) reações de análise ou decomposição: CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g) reações de simples troca ou deslocamento: 2HCl(aq) + Zn(s) → ZnCl2(aq) + H2(g) reações de dupla troca: NaCl(aq) + AgNO3(aq) → NaNO3(aq) + AgCl(s) Outra classificação categoriza as reações em dois tipos: reações de oxirredução ou reações redox: 2Mg0 + O20 → 2 Mg2+ O2- as demais reações, Algumas reações de síntese, algumas de análise, todas de simples troca e nenhuma de dupla troca são reações de oxirredução. Um tipo de reação que não encontra paralelo nas classificações acima é a chamada reação de isomerização. Ainda existem uma série de reações que são estudadas em Química Orgânica, ou seja, sub-classes de reações, tais como : Reações de Halogenação, Reações de Hidrogenação, Reações de Substituição Nucleofílica, etc. 2.10 Leis da química As reações químicas são governadas por certas leis, as quais trazem conceitos fundamentais em química. Algumas delas são: Lei da conservação das massas, que de acordo com alguns físicos modernos considera que a energia é conservada, e que massa e energia são relacionadas; um conceito que se torna importante em química e física nuclear. Lei da conservação da energia que conduz aos importantes conceitos de equilíbrio, termodinâmica, e cinética. Lei de Proust ou "lei das proporções constantes", embora em muitos sistemas (notavelmente macromoléculas bioquímicas e minerais) as variedades possíveis tendem a requerer vastos números, e são freqüentemente representados como frações. Lei das proporções múltiplas Lei de Hess Lei de Beer-Lambert Lei da difusão de Fick Lei de Raoult Lei de Henry Lei de Boyle (1662, relacionando pressão e volume) Lei de Charles (1787, relacionando volume e temperatura) Lei de Gay-Lussac (1809, relacionando pressão e temperatura) Lei de Avogadro 2.11 Ligações químicas As ligações químicas são uniões estabelecidas entre átomos para formarem as moléculas, que constituem a estrutura básica de uma substância ou composto. Na Natureza existem aproximadamente uma centena de elementos químicos. Os átomos destes elementos químicos ao se unirem formam a grande diversidade de substâncias químicas. Para exemplificar podemos citar o alfabeto em que podemos juntar as letras para formar as palavras. Os átomos, comparando, seriam as letras e, as moléculas seriam as palavras. Na escrita não podemos simplesmente ir juntando as letras para a formação de palavras: aasc em português não tem significado (salvo se corresponder a uma sigla); porém se organizarmos essas letras teremos casa que já tem o seu significado. Assim como na escrita a união estabelecida entre átomos não ocorre de qualquer forma, deve haver condições apropriadas para que a ligação entre os átomos ocorra, tais como: afinidade, contato, energia etc. As ligações químicas podem ocorrer através da doação e recepção de elétrons entre os átomos (ligação iônica). Como exemplo NaCl (cloreto de sódio). Compostos iônicos conduzem electricidade no estado líquido ou dissolvido. Eles normalmente têm um alto ponto de fusão e alto ponto de ebulição. Outro tipo de ligações químicas ocorre através do compartilhamento de elétrons: a ligação covalente. Como exemplo H2O (água). Existe também a ligação metálica onde os elétrons das últimas camadas dos átomos do metal saltam e passam a se movimentar livremente entre os átomos criando uma força de atração entre os átomos do metal, neste caso, não há perda de elétrons. 2.12 Áreas de estudo e algumas de suas subdivisões A divisão da química pode ser feita de diversas maneiras. Por exemplo, a IUPAC divide a química em: Química física e biofísica Química inorgânica Química orgânica e química biométrica Polímeros Química analítica Química e meio ambiente Química e saúde humana Nomenclatura química e representação estrutural Mais tradicionalmente, a química pode, também, ser dividida em diversas modalidades: Química orgânica É a ciência da estrutura, das propriedades, da composição e das reações químicas dos compostos orgânicos que, em principio, são os compostos cujo elemento principal é o carbono. O limite entre a química orgânica e a química inorgânica, que segue, não é sempre nítido; por exemplo, o óxido de carbono (CO) e o anidrido carbônico (CO2) não fazem parte da química orgânica. Química inorgânica É o ramo da química que trata das propriedades e das reações dos compostos inorgânicos. Neste é incluída a geoquímica Físico-Química ou Química Física É o estudo dos fundamentos físicos dos sistemas químicos e dos processos físicos. Em particular, a descrição energética das diversas transformações faz, por exemplo, parte deste ramo da química. Nela encontram-se disciplinas importantes como a termodinâmica química e a termoquímica, a cinética química, a mecânica estatística, a espectroscopia e a eletroquímica. Bioquímica É o estudo dos compostos químicos, das reações químicas e das interações químicas que nos acontecem organismos vivos. Química analítica É o estudo de amostras de material para conhecer a sua composição química e sua estrutura. Química nuclear É o estudodos fenômenos materiais e energéticos que aparecem no nível do núcleo dos átomos. Química dos polímeros Alguns elementos como o carbono e o silício têm a propriedade de poder formar cadeias repetindo numerosas vezes a mesma estrutura. Estas macromoléculas tem propriedades químicas e físicas exploradas pela indústria. Literatura em Química Além dos livros didáticos ou específicos sobre tópicos da Química no mundo, são publicados diariamente centenas de artigos técnicos e científicos. Há milhares de jornais e revistas periódicas de Química. A principal fonte de referência para uma pesquisa bibliográfica sobre os assuntos tratados na área química é o Chemical Abstracts, publicado pela American Chemical Society, o qual contém resumos dos principais artigos publicados mundialmente. Capítulo 3 Estructura dos átomos O átomo é a menor partícula que ainda caracteriza um elemento químico. Ele apresenta um núcleo com carga positiva (Z é a quantidade de prótons e "e" a carga elementar) que apresenta quase toda sua massa (mais que 99,9%) e Z elétrons determinando o seu tamanho. Até fins do século XIX, era considerado a menor porção em que se poderia dividir a matéria. Mas nas duas últimas décadas daquele século, as descobertas do próton e do elétron revelaram o equívoco dessa idéia. Posteriormente, o reconhecimento do nêutron e de outras partículas subatômicas reforçou a necessidade de revisão do conceito de átomo. 3.1 Evolução Histórica da Idéia de Átomo Os atomistas na antiga Grécia Por volta de 400 a.C. os gregos propuseram as primeiras idéias a respeito da constituição da matéria. Demócrito (460 a.C.-370 a.C.) admitiu que qualquer tipo de matéria seria formado por pequenas partículas. As partículas às quais Demócrito se referia receberam o nome de átomo (do grego átomo = indivisível). Várias considerações foram feitas a respeito dos átomos, formulando-se assim uma teoria que pretendia explicar o que era observado apoiada apenas em especulações. De acordo com essas preposições, os átomos de Demócrito deveriam atender às seguintes condições: Os átomos constituíram toda e qualquer matéria; Os átomos seriam qualitativamente iguais, diferindo, apenas, na forma, no tamanho e na massa. Para Demócrito, a grande variedade de materiais na natureza provinha dos movimentos dos diferentes tipos de átomos, que, ao se chocarem, formavam conjuntos maiores, gerando diferentes corpos, com características próprias. Os fundamentos de Demócrito para os átomos foram tomando corpo com o passar do tempo. Epicuro (241 a.C. - 270 a.C.) complementou suas idéias ao sugerir que haveria um limite para o tamanho dos átomos, justificando assim a razão de serem invisíveis. Acreditava-se que a matéria seria constituída de elementos da natureza como fogo, água, terra e ar, que misturados em diferentes proporções resultariam em propriedades físico-químicas diferentes. Leucipo e Demócrito imaginaram que a matéria não poderia ser dividida infinitamente, mas partindo-a várias vezes, chegaríamos a uma partícula muito pequena: uma esfera indivisível, impenetrável e invisível. Com a ajuda de Lucrécio, a idéia dos filósofos teve rápida propagação. Naquele tempo (430 a.C.), caminhando pelas areias próximas ao mar Egeu, o filósofo grego Leucipo disse a seu discípulo Demócrito: "Esta areia, vista de longe, parece ser um material contínuo, mas de perto é formada de grãos, sendo um material descontínuo. Assim ocorre com todos os materiais do Universo". "Mas, mestre", interrompeu Demócrito, "como posso acreditar nisso se a água que vemos aqui aparenta continuidade tanto de longe como de perto?" Respondeu-lhe Leucipo: "Muitos vêem e não enxergam; use os 'olhos da mente', pois estes nunca o deixaram na escuridão do conhecimento. Em verdade, em verdade lhe digo: todos os materiais são feitos de partículas com espaços vazios ou vácuo entre elas. Essas partículas são tão pequenas que mesmo de perto não podem ser vistas. Muitos séculos passarão até que essa verdade seja aceita. Chegará o dia em que essas partículas serão até 'vistas' pelo homem. Ide e ensinai a todos e aqueles que nela acreditarem encontrarão respostas para as suas perguntas sobre o Universo." O modelo atômico de Dalton O cientista inglês John Dalton, em 1807, criou um modelo que retomava o antigo conceito dos gregos. Ele imaginou o átomo como uma pequena esfera, com massa definida e propriedades características. Dessa forma, todas as transformações químicas podiam ser explicadas pelo arranjo de átomos. Dalton concebeu a existência de átomos com propriedades diferentes. E, dessa forma, definiu elemento químico. Os átomos que possuem a mesma massa, tamanho e forma constituem um elemento químico. Dalton formalizou seu modelo nos seguintes postulados: Toda matéria é constituída por átomos. Esses são as menores partículas que a constituem; são indivisíveis e indestrutíveis, e não podem ser transformados em outros, nem mesmo durante os fenômenos químicos. Átomos de elementos químicos diferentes têm massas diferentes e se comportam desigualmente em transformações químicas. Os átomos de um mesmo elemento químico são idênticos em massa e se comportam igualmente em transformações químicas. As transformações químicas ocorrem por separação e união de átomos. Isto é, os átomos de uma substância que estão combinados de um certo modo, separam-se, unindo-se novamente de uma outra maneira, formando outras substâncias. Cinco pontos principais de Dalton's Atomic Theory Elementos são feitas de partículas minúsculas chamados átomos. Todos os átomos de um dado elemento são idênticos. Os átomos de um dado elemento são diferentes das de qualquer outro elemento; os átomos de diferentes elementos podem ser distinguidos uns dos outros por seus respectivos pesos relativos. Átomos de um elemento pode combinar com átomos de outros elementos para formar compostos; um determinado composto tem sempre a mesma relação do número de tipos de átomos. Átomos não podem ser criados, divididos em pequenas partículas, nem destruídos no processo químico; uma reação química simplesmente muda a forma como átomos são agrupados. Dalton propôs mais uma "regra da maior simplicidade", que criaram controvérsia, uma vez que não pôde ser confirmado independentemente. Quando átomos combinam em um único ratio ", que deve ser .. presume ser um binário um, a menos que alguns parecem causar ao contrário" Isso foi apenas uma suposição, derivados de fé na simplicidade da natureza. Nenhuma evidência foi, em seguida, à disposição dos cientistas para deduzir quantos átomos de cada elemento combinam para formar compostos moléculas. Mas este ou algum outro tal regra era absolutamente necessária para qualquer incipiente teoria, uma vez que um precisava de um assumiu a fórmula molecular, a fim de calcular relativa pesos atômicos. Em qualquer caso, Dalton da "regra da maior simplicidade" causou-lhe supor que a fórmula de água foi OH e amoníaco foi NH, muito diferente da nossa compreensão moderna. Apesar da incerteza no coração de Dalton da teoria atómica, os princípios da teoria sobreviveu. Para ter a certeza, a convicção de que átomos não podem ser subdivididos, criados ou destruídos em pequenas partículas quando são combinadas, separados, ou reorganizadas em reacções químicas é incompatível com a existência de fusão e cisão nuclear, mas tais processos são reações nucleares e não reações químicas. Além disso, a ideia de que todos os átomos de um dado elemento são idênticos em suas propriedades físicas e químicas não é exactamente verdade, como sabemos agora que os diferentes isótopos de um elemento tem um pouco diferentes pesos. No entanto, Dalton tinha criado uma teoria do imenso poder e importância. na verdade, Dalton da inovação foi totalmente tão importante para o futuro da ciência como Antoine Lavoisier Laurent's à base de oxigénio químico. O modelo atômico de ThomsonEntre 1813 e 1834, um cientista chamado Michael Faraday estudou a relação entre as quantidades de materiais em transformações químicas e de eletricidade necessária para realizar essas transformações. Esses estudos evoluíram até que, em 1891, a unidade mais simples de eletricidade foi determinada e denominada elétron. A descoberta de partículas com carga elétrica fez com que o modelo atômico de Dalton ficasse superado. Em 1897, Thomson idealizou um experimento para medir a carga elétrica do elétron. Com base em seu experimento, e considerando o átomo eletricamente neutro (com quantidades iguais de partículas positivas e negativas), ele representou o átomo como uma esfera uniforme, de carga positiva, incrustada de elétrons (partículas negativas). Daí vem o nome do modelo:"pudim de passas". O modelo atômico de Thompson é uma teoria sobre a estrutura atômica proposta por Joseph John Thomson, descobridor do elétron e da relaçāo entre a carga e a massa do elétron, antes do descobrimento do próton ou do neutron. Neste modelo, o átomo é composto de elétrons embebidos numa sopa de carga positiva, como as passas num pudim. Acreditava-se que os elétrons distribuiam-se uniformemente no átomo. Em outras oportunidades, postulava-se que no lugar de uma sopa de carga positiva seria uma núvem de carga positiva. O modelo de Thompson foi superado após a experiência de Rutherford, quando foi descoberto o núcleo do átomo, originando um novo modelo, o modelo atômico de Rutherford. O modelo atômico de Rutherford Em 1908, realizando experiências de bombardeio de lâminas de ouro com partículas alfa (partículas de carga positiva, liberadas por elementos radioativos), Rutherford fez uma importante constatação: a grande maioria das partículas atravessava diretamente a lâmina, algumas sofriam pequenos desvios e outras, em número muito pequeno (uma em cem mil), sofriam grandes desvios em sentido contrário. A partir dessas observações, Rutherford chegou às seguintes conclusões: No átomo existem grandes espaços vazios; a maioria das partículas o atravessava sem sofrer nenhum desvio. No centro do átomo existe um núcleo muito pequeno e denso; algumas partículas alfa colidiam com esse núcleo e voltavam, sem atravessar a lâmina. O núcleo tem carga elétrica positiva; as partículas alfa que passavam perto dele eram repelidas e, por isso, sofriam desvio em sua trajetória. Pelo modelo atômico de Rutherford, o átomo é constituído por um núcleo central, dotado de cargas elétricas positivas (prótons), envolvido por uma nuvem de cargas elétricas negativas (elétrons). Rutherford demonstrou, ainda, que praticamente toda a massa do átomo fica concentrada na pequena região do núcleo. Dois anos depois de Rutherford ter criado o seu modelo, o cientista dinamarquês Niels Bohr o completou, criando o que hoje é chamado modelo planetário. Para Bohr, os elétrons giravam em órbitas circulares, ao redor do núcleo. Depois desses, novos estudos foram feitos e novos modelos atômicos foram criados. O modelo que representa o átomo como tendo uma parte central chamado núcleo, contendo prótons e nêutrons, serve para explicar um grande número de observações sobre os materiais. O modelo atômico de Niels Bohr e a mecânica quântica O modelo planetário de Niels Bohr foi um grande avanço para a comunidade científica, provando que o átomo não era maciço. Segundo a Teoria Eletromagnética, toda carga elétrica em movimento em torno de outra, perde energia em forma de ondas eletromagnéticas. E justamente por isso tal modelo gerou certo desconforto, pois os elétrons perderiam energia em forma de ondas eletromagnéticas, confinando-se no núcleo, tornando a matéria algo instável. Bohr, que trabalhava com Rutherford, propôs o seguinte modelo: o núcleo contendo os prótons e nêutrons e definiu as órbitas estacionárias, onde o elétron orbitaria o núcleo, sem que perdesse energia. Entre duas órbitas, temos as zonas proibidas de energia, pois só é permitido que o elétron esteja em uma das órbitas. Ao receber um quantum, o elétron salta de órbita, não num movimento contínuo, passando pela área entre as órbitas (daí o nome zona proibida), mas simplesmente desaparecendo de uma órbita e reaparecendo com a quantidade exata de energia. Se um pacote com energia insuficiente para mandar o elétron para órbitas superiores encontrar o elétron, nada ocorre. Mas se um fóton com a energia exata para que o elétron salte para órbitas superiores, ele certamente o fará, depois, devolvendo a energia absorvida em forma de ondas eletromagnéticas. Em 1913, Bohr , estudando o átomo de hidrogênio, conseguiu formular um novo modelo atômico. Bohr concluiu que o eletrón do átomo não emitia radiações enquanto permanecesse na mesma órbita, emitindo-as apenas quando se desloca de um nível de maior energia (órbita mais distante do núcleo, onde a sua - do elétron - energia cinética tende a diminuir enquanto que sua energia potencial tende a aumentar; mas, sua energia total aumenta) para outro de menor energia (órbita menos distante, onde sua energia cinemática tende a aumentar e sua energia potencial tende a diminuir; mas, sua energia total diminui). A teoria quântica permitiu-lhe formular essa concepção de modo mais preciso: as órbitas não se localizariam a quaisquer distâncias do núcleo, pelo contrário, apenas algumas órbitas seriam possíveis, cada uma delas correspondendo a um nível bem definido de energia do eletrón. A transição de uma órbita para a outra seria feita por saltos pois, ao absorver energia, o eletrón saltaria para uma órbita mais externa(conceito quantum) e, ao emiti-la, passaria para outra mais interna (conceito fóton). Cada uma dessas emissões aparece no espectro como uma linha luminosa bem localizada. 3.2 Teoría de Planck Em 1900 Planck explicou as propriedades da distribuição de energia nos espectros dos corpos incandescentes, supondo que a energia não é emitida pelos átomos destes corpos de maneira contínua, senão que se emite em forma de pequeñísimas porções separadas e indivisibles telefonemas quantos, cuja energia depende da frequência da luz emitida, isto é: E=h.ν onde: E = energia do fóton, denominada quantum; h = constante de Planck; ν = frequência da radiação. Letra do alfabeto grego, que tem som de "ni". A constante de Planck, representada por h, é uma das constantes fundamentais da Física, usada para descrever o tamanho dos quanta. Tem um papel fundamental na teoria de Mecânica Quântica, aparecendo sempre que fenômenos em que a mecânica quântica se torna influente são estudados. Tem o seu nome em homenagem a Max Planck, um dos fundadores da Teoria Quântica. Seu valor é de aproximadamente: h = 6,625.10-34 J.s A equação de Planck expressa uma das mais importantes leis da natureza, e a constante de Planck, ao igual que a velocidade da luz e a carga do electrón, são constantes fundamentais. A freqüência da onda é proporcional à magnitude da energia da partícula. Como os fótons são emitidos e absorvidos por partículas, eles atuam como transportadores de energia. Se um fóton for absorvido por um átomo, ele excita um elétron, elevando-o a um alto nível de energia. Se o nível de energia é suficiente, ele pula para outro nível maior de energia, ele pode escapar da atração do núcleo e ser liberado em um processo conhecido como fotoionização. Um elétron que descer ao nível de energia menor emite um fóton de luz igual a diferença de energia, como os níveis de energia em um átomo são discretos, cada elemento tem suas próprias características de emissão e absorção. 3.3 Dualidade onda-partícula As ondas eletromagnéticas são uma combinação de um campo elétrico e de um campo magnético que se propagam através do espaço transportando energia. A luz visível é cobre apenas uma pequena parte do espectro de radiação eletromagnética possível. O conceito de ondas eletromagnéticas foi postulado por James Clerk Maxwell e confirmado experimentalmente por Heinrich Hertz. Uma de suas principais aplicações éa radiotransmissão. Radiação eletromagnética A radiação eletromagnética são ondas que se auto-propagam pelo espaço, as quais podem ser percebidas pelo olho humano como luz. A radiação eletromagnética compõe-se de um campo elétrico e um magnético, que oscilam perpendicularmente um ao outro e à direção da propagação de energia. A radiação eletromagnética é classificada de acordo com a freqüência da onda, que em ordem crescente da duração da onda são: ondas de rádios, microondas, radiação terahertz (Raios T), radiação infravermelha, luz visível, radiação ultravioleta, Raios-X e Radiação Gama. Ondas Eletromagnéticas As ondas eletromagnéticas primeiramente foram “vistas” por James Clerk Maxwell e depois confirmadas por Heinrich Hertz. Maxwell notou as ondas a partir equações de eletricidade e magnetismo, revelando sua natureza e sua simetria. Como a equação da velocidade da radiação eletromagnética combinava com a equação da velocidade da luz, Maxwell concluiu que a luz em si é uma onda eletromagnética. De acordo com as equações de Maxwell, a variação de um campo elétrico gera um campo magnético e vice-versa. Então, como uma oscilação no campo elétrico gera uma oscilação no campo magnético, o campo magnético também gera uma oscilação no campo elétrico, essa forma de oscilação de campos gera a onda eletromagnética. Propriedades Os campos elétrico e magnético obedecem aos princípios da superposição, sendo assim, seus vetores se cruzam e criam os fenômenos da refração e da difração. Uma onda eletromagnética pode interagir com a matéria e, em particular, perturbar átomos e moléculas que as absorvem, podendo os mesmos emitir ondas em outra parte do espectro. Também, como qualquer fenômeno ondulatório, as ondas eletromagnéticas podem interferir entre si. Sendo a luz uma oscilação, ela não é afetada pela estática elétrica ou campos magnéticos de uma outra onda eletromagnética no vácuo. Em um meio não linear como um cristal, por exemplo, interferências podem acontecer e causar o efeito Faraday, em que a onda pode ser dividida em duas partes com velocidades diferentes. Na refração, uma onda transitando de um meio para outro de densidade diferente, tem alteradas sua velocidade e direção (caso essa não seja perpendicular à superfície) ao entrar no novo meio. A relação entre os índices de refração dos dois meios determina a escala de refração medida pela lei de Snell (n1.sen i = n2.sen r , i = incidência, r = refração). A luz se dispersa em um espectro visível porque a luz é refletida por um prisma por causa da refração. As características das ondas eletromagnéticas demonstram as propriedades de partículas e da onda ao mesmo tempo, e se destacam mais quando a onda é mais prolongada. 3.4 Principio da incerteza de Heisenberg Pode-se exprimir o princípio da incerteza nos seguintes termos: O produto da incerteza associada ao valor de uma coordenada xi e a incerteza associada ao seu correspondente momento linear pi não pode ser inferior, em grandeza, à constante de Planck normalizada. Em termos matemáticos, exprime-se assim: Δxi . Δxp ≥ ћ/2 Onde ћ é a Constante de Planck (h) dividida por 2π. A explicação disso é fácil de se entender, e fala mesmo em favor da intuição, embora o raciocínio clássico e os aspectos formais da análise matemática tenham levado os cientistas a pensarem diferentemente por muito tempo. Quando se quer encontrar a posição de um elétron, por exemplo, é necessário fazê-lo interagir com algum instrumento de medida, direta ou indiretamente. Por exemplo, faz-se incidir sobre ele algum tipo de radiação. Tanto faz aqui que se considere a radiação do modo clássico - constituída por ondas eletromagnéticas - ou do modo quântico - constituída por fótons. Se se quer determinar a posição do elétron, é necessário que a radiação tenha comprimento de onda da ordem da incerteza com que se quer determinar a posição. Neste caso, quanto menor for o comprimento de onda (maior freqüência) maior é a precisão. Contudo, maior será a energia cedida pela radiação (onda ou fóton) em virtude da relação de Planck entre energia e freqüência da radiação (E = h.v) e o elétron sofrerá um recuo tanto maior quanto maior for essa energia, em virtude do efeito Compton. Como conseqüência, a velocidade sofrerá uma alteração não de todo previsível, ao contrário do que afirmaria a mecânica clássica. Argumentos análogos poderiam ser usados para se demonstrar que ao se medir a velocidade com precisão, alterar-se-ia a posição de modo não totalmente previsível. Resumidamente, pode-se dizer que tudo se passa de forma que quanto mais precisamente se medir uma grandeza, forçosamente mais será imprecisa a medida da grandeza correspondente, chamada de canonicamente conjugada. Algumas pessoas consideram mais fácil o entendimento através da analogia. Para se descobrir a posição de uma bola de plástico dentro de um quarto escuro, podemos emitir algum tipo de radiação e deduzir a posição da bola através das ondas que "batem" na bola e voltam. Se quisermos calcular a velocidade de um automóvel, podemos fazer com que ele atravesse dois feixes de luz, e calcular o tempo que ele levou entre um feixe e outro. Nem radiação nem a luz conseguem interferir de modo significativo na posição da bola, nem alterar a velocidade do automóvel. Mas podem interferir muito tanto na posição quanto na velocidade de um elétron, pois aí a diferença de tamanho entre o fóton de luz e o elétron é pequena. Seria, mais ou menos, como fazer o automóvel ter de atravessar dois troncos de árvores (o que certamente alteraria sua velocidade), ou jogar água dentro do quarto escuro, para deduzir a localização da bola através das pequenas ondas que baterão no objeto e voltarão; mas a água pode empurrar a bola mais para a frente, alterando sua posição. Natureza da medida em mecânica quântica Como se pode depreender da argumentação acima exposta, a natureza de uma medida sofre sérias reformulações no contexto da mecânica quântica. De fato, na mecânica quântica uma propriedade leva o nome de observável, pois não existem propriedades inobserváveis nesse contexto. Para a determinação de um observável, é necessário que se tenha uma preparação conveniente do aparato de medida, a fim de que se possa obter uma coleção de valores do ensemble de entes do sistema. Se não puder montar, ao menos teoricamente (em um Gedankenexperiment) uma preparação que possa medir tal grandeza (observável), então é impossível determiná-la naquelas condições do experimento. Uma comparação tornará mais clara essa noção. No experimento de difração da dupla fenda, um feixe de elétrons atravessando uma fenda colimadora atinge mais adiante duas outras fendas paralelas traçadas numa parede opaca. Do lado oposto da parede opaca, a luz, atravessando as fendas simultaneamente, atinge um anteparo. Se se puser sobre este um filme fotográfico, obtém-se pela revelação do filme um padrão de interferência de zonas claras e escuras. Esse resultado indica uma natureza ondulatória dos elétrons, resultado esse que motivou o desenvolvimento da mecânica quântica. Entretanto, pode-se objetar e afirmar-se que a natureza dos elétrons seja corpuscular, ou seja, composta de fótons. Pode-se então perguntar por qual fenda o elétron atravessou para alcançar o anteparo. Para determinar isso, pode-se pôr, junto de cada fenda, uma pequena fonte luminosa que, ao menos em princípio, pode indicar a passagem dos elétrons por tal ou qual fenda. Entretanto, ao fazê-lo, o resultado do experimento é radicalmente mudado. A figura de interferência, antes presente, agora dá lugar a uma distribuição gaussiana bimodal de somente duas zonas claras em meio a uma zona escura, e cujos máximos se situam em frente às fendas. Isso acontece porque as naturezas ondulatória e corpuscular do elétron não podem ser simultaneamente determinadas. A tentativa de determinar uma inviabiliza a determinação da outra. Essa constatação da dupla natureza da matéria (e da luz) leva o nome de princípioda complementaridade. Essa analogia serve para mostrar como o mundo microfísico tem aspectos que diferem significativamente do que indica o senso comum. Para se entender perfeitamente o alcance e o real significado do princípio da incerteza, é necessário que se distingam três tipos reconhecidos de propriedades dinâmicas em mecânica quântica: Propriedades compatíveis: são aquelas para as quais a medida simultânea e arbitrariamente precisa de seus valores não sofre nenhum tipo de restrição básica. Exemplo: a medição simultânea das coordenadas x, y e z de uma partícula. A medição simultânea dos momentos px,py e pz de uma partícula. Propriedades mutuamente excludentes: são aquelas para as quais a medida simultânea é simplesmente impossível. Exemplo: se um elétron está numa posição xi, não pode estar simultaneamente na posição diferente xj. Propriedades incompatíveis: são aquelas correspondentes a grandezas canonicamente conjugadas, ou seja, aquelas cujas medidas não podem ser simultaneamente medidas com precisão arbitrária. Em outras palavras, são grandezas cujas medidas simultâneas não podem ser levadas a cabo em um conjunto de subsistemas identicamente preparados (ensemble) para este fim, porque tal preparo não pode ser realizado. Exemplos: as coordenadas x, y e z e seus correspondentes momentos px,py e pz, respectivamente. As coordenadas angulares θi e os correspondentes momentos angulares Ji. 3.5 Equação de Schrödinger Em Física, a Equação de Schrödinger, proposta pelo físico austríaco Erwin Schrödinger em 1925, descreve a evolução temporal de sistemas fisicos sujeitos à Mecânica Quântica. Essa equação tem uma importância capital na Teoria da Mecânica Quântica, e seu papel é similar ao da segunda Lei de Newton na Mecânica Clássica. Pela formulação matemática da mecânica quântica, todo sistema é associado a um espaço de Hilbert complexo, tal que cada estado instantâneo do sistema é descrito por um vetor unitário nesse espaço. Este vetor de estados guarda as probabilidades para os resultados de todas as possíveis medições aplicadas ao sistema. Em geral, o estado de um sistema varia no tempo e o vetor de estados é uma função do tempo. A equação de Schrödinger mais simples é: Ĥ Ψ = E Ψ Onde Ĥ é o operador Hamiltoniano, Ψ é a função de onda e E a energia total do sistema. 3.6 Orbital atómico Num átomo, os estados estacionários da função de onda de um elétron (funções próprias do Hamiltoniano (Ĥ) na equação de Schrödinger Ĥ Ψ = E Ψ, onde Ψ é a função de onda são denominados orbitais atômicos. Entretanto, os orbitais não representam a posição exata do elétron no espaço, que não pode ser determinada devido a sua natureza ondulatória; apenas delimitam uma região do espaço na qual a probabilidade de encontrar o elétron é elevada. No caso do átomo de hidrogênio, pode-se resolver a equação anterior de forma exata, determinando que as funções de ondas estão determinadas pelos valores de quatro números quânticos: n , l, m e s. De onde surgem os números quânticos? Na teoria de Bohr era necessário postular a existência de números quânticos. Contudo, na mecânica quântica, estes números surgem naturalmente da solução matemática da equação de Schrödinger. Os números quânticos descrevem as energias dos elétrons nos átomos e são de enorme relevância quando se trata de descrever a posição dos elétrons nos átomos. Existem quatro números quânticos: número quântico principal (n); número quântico de momento angular ou azimutal (l); número quântico magnético (m); número quântico de spin (s). Estes quatro números quânticos, além de se complementarem, nos permitem fazer uma descrição completa dos elétrons nos átomos, pois eles dizem o nível principal de energia do elétron, o subnível de energia, a orientação espacial da nuvem eletrônica e a orientação do próprio elétron na nuvem. Cada combinação dos quatro números quânticos é única para um elétron. Os primeiros três números quânticos são usados para descrever orbitais atômicos e a caracterização dos elétrons que neles se encontram. O quarto número quântico, número quântico de spin, é utilizado na descrição do comportamento específico de cada elétron. Assim, qualquer par de elétrons pode ter até três números quânticos iguais sendo que, neste caso, necessariamente, o quarto número quântico deverá ser diferente, ou seja, este par de elétrons estará ocupando o mesmo orbital sendo que os elétrons apresentam spins opostos. 3.5.1 Número quântico principal, n O número quântico principal pode tomar como valor qualquer número inteiro positivo. Como o próprio nome o sugere, este número quântico é o mais importante, pois o seu valor define a energia do átomo de hidrogénio (ou de qualquer outro átomo monoelectrónico de carga nuclear Z) por meio da equação: onde m e e são a massa e a carga do elétron, ε0 é a permissividade do vácuo, e h é a constante de Planck. Esta equação foi obtida como resultado da equação de Schrödinger e é igual a uma das equações obtidas por Bohr, utilizando os seus postulados incorrectos. O valor do número quântico n (número quântico principal ou primário, que apresenta os valores 1, 2, 3, 4, 5, 6 ou 7) define o tamanho do orbital. Quanto maior o número, maior o volume do orbital. Também é o número quântico que tem a maior influência na energia do orbital. Os elétrons, numa região em torno do núcleo de um átomo, orbitam em espaços com quantidades de energia características denominadas níveis eletrônicos, camadas eletrônicas ou camadas de electrões. Uma camada eletrônica é constituida por um grupo de orbitais atômicos com o mesmo valor de número quântico principal n. A existência de camadas eletrônicas foi observada pela primeira vez experimentalmente nos estudos de absorção de raio-x de Charles Barkla e Henry Moseley. Barkla nomeou-os então com as letras K, L, M, etc. (A terminologia original era alfabética. K e L eram originalmente chamados B e A, mas foram renomeados posteriormente para deixar espaço para linhas escpectrais hipotéticas que nunca foram descobertas. O nome do nível K foi escolhido em homenagem a Lord Kelvin, o criador da escala Kelvin de temperatura). Em 1913, Niels Bohr (1885-1962), fundamentado na teoria quântica da radiação formulada por Max Planck em 1900, propôs que os elétrons, em torno do núcleo atômico, giram em órbitas estacionárias denominadas de "níveis de energia", "camadas eletrônicas" (camadas de electrões). Nestes níveis energéticos os elétrons não emitem e não absorvem energia. Se receberem energia, na forma de luz ou calor, se afastam para níveis mais externos e, ao retornarem, emitem esta mesma quantidade de energia. Segundo a teoria quântica a energia envolvida na transição de um nível para outra é quantizada, ou seja, ocorre em "pacotes" inteiros, não divisíveis, denominados “quanta” (“quantum”, no singular ). Para os átomos conhecidos atualmente, os elétrons ocupam 7 níveis de energia (camadas de elétrons), representados por letras maiúsculas: K, L, M, N, O, P e Q , e identificados através de "números quânticos", denominados "principais" ou "primários", que são, respectivamente: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. A quantidade de elétrons que o átomo de número atômico 112 apresenta ocupando cada nível são, respectivamente: 2, 8, 18, 32, 32, 18 e 8. O átomo 118 possivelmente apresentará a mesma configuração eletrônica, apenas distribuindo 8 elétrons no nível Q. Camada de valência A camada de valência é a última camada do átomo ou o último nível de uma distribuição eletrônica, normalmente os elétrons pertencentes à camada de valência, são os que participam de alguma ligação química. 3.5.2 Número quântico de momento angular, l O número quântico de momento angular, ou azimutal, informa-nos sobre a forma das orbitais. Como o próprio nome indica, o valor de l define o momento angular do elétron, sendo que o aumento do seu valor implica o aumento correspondente do valor do momento angular. Deste modo, a energia cinética do elétron
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