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INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO SANTA CATARINA – BRASIL PROFESSOR RAFAEL BRUGNERA ALCÂNTARA APOSTILA DE AULAS REMOTAS DE 2020 ENSINO FUNDAMENTAL II – CIÊNCIAS (9° ANO) Florianópolis 2020 PROFESSOR RAFAEL BRUGNERA ALCÂNTARA APOSTILA DE AULAS REMOTAS DE 2020 ENSINO FUNDAMENTAL II – CIÊNCIAS (9° ANO) Esta apostila é um compilado de textos e atividades desenvolvidas na disciplina de Ciências – curso do Ensino Fundamental II do Instituto Estadual de Educação - turmas 914 e 915. Florianópolis 2020 Dedicatória Este material é dedicado especialmente para as turmas 914 e 915 que mesmo em meio as dificuldades de 2020 encontraram formas e caminhos de continuar sua trajetória de aprendizagem Sumário INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 8 CAPÍTULO 1: DO QUE SÃO FEITAS TODAS AS COISAS? ................................................................ 10 NA ANTIGUIDADE – HIPÓTESE ELEMENTAR .............................................................................. 10 NA ANTIGUIDADE – HIPÓTESE ATÔMICA .................................................................................... 10 TEORIA CINÉTICA MOLECULAR ..................................................................................................... 13 TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS ........................................................................................................... 14 ALTERAÇÕES NO ESTADO FÍSICO DA MATÉRIA ........................................................................ 15 TRANSFORMAÇÕES ENDOTÉRMICAS E EXOTÉRMICAS .......................................................... 17 CAPÍTULO 2: A HISTÓRIA DA ELETRICIDADE ................................................................................. 18 A ELETRICIDADE ................................................................................................................................ 19 Os condensadores de energia ................................................................................................................. 20 O PARA-RAIOS (1752) ......................................................................................................................... 20 ALEXANDRE VOLTA (1745-1827) ..................................................................................................... 21 ELETRÓLISE (1802) ............................................................................................................................. 21 BATERIAS ............................................................................................................................................. 21 O ELETROMAGNETISMO E A BÚSSOLA ........................................................................................ 22 “ENGRENAGENS” ENERGÉTICAS ................................................................................................... 22 SURGIMENTO DAS HIDRELÉTRICAS ............................................................................................. 22 DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA........................................................................................ 23 DUALIDADE DA LUZ .......................................................................................................................... 23 FREQUÊNCIA ....................................................................................................................................... 23 O TELÉGRAFO ...................................................................................................................................... 24 A LÂMPADA ELÉTRICA ..................................................................................................................... 24 THOMAS EDISON ................................................................................................................................ 24 GUERRA DAS CORRENTES ............................................................................................................... 25 CAPÍTULO 3: MODELOS CIENTÍFICOS - ÁTOMOS, SUBSTÂNCIAS E TABELA PERIÓDICA. .. 26 EFEITO FOTOELÉTRICO .................................................................................................................... 29 ÓRBITAS ESTACIONÁRIAS DE BOHR ............................................................................................. 29 PERIODICIDADE .................................................................................................................................. 31 CAMADA DE VALÊNCIA ................................................................................................................... 32 CAMADAS DA ELETROSFERA ......................................................................................................... 32 COMO DETERMINAR A CAMADA DE VALÊNCIA? ...................................................................... 32 Distribuição Eletrônica ................................................................................................................ 32 TABELA PERIÓDICA ........................................................................................................................... 34 CAMADA DE VALÊNCIA NA TABELA ................................................................................. 34 Lavoisier e Proust: as transformações químicas – Séc. XVIII ..................................................... 36 IONIZAÇÃO ............................................................................................................................... 38 CAPÍTULO 4: CRISTAIS, MOLÉCULAS E METAIS ............................................................................. 38 CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS ........................................................................... 39 A diferença entre Cristais, Moléculas e Metais............................................................................ 40 LIGAÇÕES QUÍMICAS ............................................................................................................................... 42 LIGAÇÃO IÔNICA ..................................................................................................................... 43 LIGAÇÃO METÁLICA .............................................................................................................. 44 LIGAÇÃO COVALENTE ................................................................................................................... 44 A ENERGIA DE UMA LIGAÇÃO COVALENTE .................................................................... 46 FÓRMULAS QUÍMICAS ........................................................................................................... 46 POLARIDADE DA LIGAÇÃO COVALENTE ....................................................................................... 47 ALOTROPIA ............................................................................................................................... 49 Forças intermoleculares – ocorre em substâncias moleculares .................................................... 49 METAIS? ................................................................................................................................................ 51 CAPÍTULO 5: REAÇÕES QUÍMICAS ..................................................................................................... 53 TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA ...................................................................................... 53 PROPRIEDADES QUÍMICAS .............................................................................................................. 53 POR QUE OS ÁTOMOSFORMAM MOLÉCULAS E COMPOSTOS QUÍMICOS? .............. 55 COMO ESCREVER UMA FÓRMULA QUÍMICA? ............................................................................ 56 EQUAÇÕES QUÍMICAS ............................................................................................................ 56 CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO ............................................................................................ 57 Exemplos de cálculo estequiométrico: ......................................................................................... 57 FATORES QUE INFLUENCIAM NA RAPIDEZ DAS REAÇÕES ............................................... 58 CLASSIFICAÇÃO DAS REAÇÕES QUÍMICAS ................................................................................. 58 ATIVIDADES COMENTADAS – PRIMEIRO SEMESTRE .............................................................. 60 ATIVIDADES 1 ..................................................................................................................................... 60 ATIVIDADES 2 ..................................................................................................................................... 61 ATIVIDADES 3 ..................................................................................................................................... 62 ATIVIDADES 4 ..................................................................................................................................... 64 ATIVIDADES 5 ..................................................................................................................................... 67 CAPÍTULO 6: ENERGIA POTENCIAL E ENERGIA CINÉTICA .......................................................... 71 TIPOS DE ENERGIA ............................................................................................................................. 71 A ANTIMATÉRIA ................................................................................................................................. 72 COMBUSTÍVEIS E CONVERSORES DE ENERGIA ......................................................................... 75 PROPAGAÇÃO DA ENERGIA ............................................................................................................ 76 ENERGIA DO NÚCLEO ATOMICO .................................................................................................... 77 RADIAÇÕES ............................................................................................................................... 78 Aplicações das radiações.............................................................................................................. 80 Tipos de radiação ......................................................................................................................... 81 Radiações não ionizantes ............................................................................................................. 81 Radiações ionizantes .................................................................................................................... 81 EFICIENCIA ENERGÉTICA ................................................................................................................. 82 Eficiência energética nas lâmpadas ............................................................................................. 83 Energia renovável e não renovável .............................................................................................. 85 CAPÍTULO 7: PERCEPÇÃO DA IMAGEM E SOM ............................................................................... 87 SISTEMA DE CORES RGB ................................................................................................................ 88 O que é o som? ....................................................................................................................................... 89 NOTAS MUSICAIS E A FREQUÊNCIA ENERGÉTICA ......................................................... 90 Decibels ........................................................................................................................................ 90 Como nosso cérebro processa a imagem? ................................................................................ 91 Resolução da visão ....................................................................................................................... 92 Como ocorre o processamento do som? .......................................................................................... 93 O que é a natureza mental humana? ................................................................................................ 93 APARELHO INTEGRADO DE PERCEPÇÃO DE IMAGEM E SOM............................................ 93 CÉLULAS SENSORIAIS ................................................................................................................... 94 PRINCIPAIS HÔRMONIOS ENVOLVIDOS NA PERCEPÇÃO DA IMAGEM E SOM ........ 95 Como nosso cérebro aprende a aprender? ..................................................................................... 95 Neurônios ..................................................................................................................................... 96 PRESERVAÇÃO DA CONSCIÊNCIA EM CORPOS SINTÉTICOS ............................................ 98 Nossa realidade e o futuro tecnológico ....................................................................................... 99 CAPÍTULO 8: EVOLUÇÃO BIOLÓGICA E EVOLUÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES ............ 100 Sistemas orgânicos e sintéticos ............................................................................................................. 101 A Inteligência Artificial pode de rebelar contra a humanidade? ................................................ 102 Evolução Biológica ............................................................................................................................... 103 Teorias evolutivas ...................................................................................................................... 103 Vida extraterrestre ...................................................................................................................... 104 CAPÍTULO 9: GENÉTICA E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE .......................................... 106 LEIS DE MENDEL .............................................................................................................................. 107 Primera Lei de Mendel .............................................................................................................. 108 Segunda Lei de Mendel .............................................................................................................. 109 CALCULOS DE PROBABILIDADE GENÉTICA ............................................................................ 110 HEREDOGRAMA ................................................................................................................................ 111 Como Interpretar esse Heredograma? ...................................................................................... 112 ENGENHARIA GENÉTICA ................................................................................................................ 114 Clonagem ................................................................................................................................... 115 Células-tronco ............................................................................................................................ 116 Transgênicos .............................................................................................................................. 116 Projeto Genoma Humano ........................................................................................................... 117 CAPÍTULO 10: ASTRONOMIA............................................................................................................ 120 Surgimento do Universo ..................................................................................................................... 120 Teoria do Big Bang .................................................................................................................... 121 Como funciona o espaço-tempo? ....................................................................................................... 124 Teoria da Relatividade Restrita .................................................................................................. 124 Teoria da Relatividade Geral ..................................................................................................... 125 Galáxias ................................................................................................................................................. 127 Rochas Celestes .................................................................................................................................... 129 Comenta Halley .......................................................................................................................... 130 Estrelas ............................................................................................................................................... 130 Ciclo evolutivo das estrelas ........................................................................................................ 131 Nosso Sol ................................................................................................................................... 132 Regiões solares ........................................................................................................................... 134 Sol entrou no seu 25º ciclo: por que isso é importante? ............................................................. 134 Sistema Solar.............................................................................................................................. 135 Planetas do sistema solar ........................................................................................................... 136 Principais Constelações .............................................................................................................. 139 Exploração espacial ........................................................................................................................ 140 Colonização espacial .................................................................................................................. 142 Terraformação ............................................................................................................................ 144 Astrobiologia .............................................................................................................................. 145 CONCLUSÃO DO ANO DE 2020 ........................................................................................................... 146 ATIVIDADES COMENTADAS – SEGUNDO SEMESTRE ................................................................. 147 ATIVIDADES 1 ................................................................................................................................... 147 ATIVIDADES 2 ................................................................................................................................... 151 ATIVIDADES 3 - RECUPERAÇÃO ESPECIAL PRIMEIRO SEMESTRE .......................................................... 154 ATIVIDADE 4 - RECUPERAÇÃO ESPECIAL SEGUNDO SEMESTRE ............................................................ 155 INTRODUÇÃO Olá, nesta apostila você encontrará os textos e atividades trabalhados ao longo do ano letivo de 2020. Dentre os principais assuntos trabalhados temos: 1 – Matéria e suas transformações; 2- Manipulações de energia; 3- Eficiência e funcionamento das máquinas térmicas; 4- Uso das Radiações; 5- Evolução Biológica; 6- Telecomunicações; 7 – Disruptura Tecnológica; 8- Genética; 9 – Preservação do meio ambiente; 10 – Astronomia. Os capítulos 1 ao 5 referem-se aos textos e atividades trabalhadas no primeiro semestre, já os capítulos 6 ao 10 referem-se aos textos e atividades trabalhados no segundo semestre. As habilidades e competências estimuladas neste ano estão de acordo com a BNCC. Dentre as habilidades podemos destacar: 1- Investigar as mudanças de estado físico da matéria e explicar essas transformações com base no modelo de constituição submicroscópica. 2- Comparar quantidades de reagentes e produtos envolvidos em transformações químicas, estabelecendo a proporção entre as suas massas. 3- Identificar modelos que descrevem a estrutura da matéria (constituição do átomo e composição de moléculas simples) e reconhecer sua evolução histórica. 4- Planejar e executar experimentos que evidenciem que todas as cores de luz podem ser formadas pela composição das três cores primárias da luz e que a cor de um objeto está relacionada também à cor da luz que o ilumina. 5- Investigar os principais mecanismos envolvidos na transmissão e recepção de imagem e som que revolucionaram os sistemas de comunicação humana. 6- Classificar as radiações eletromagnéticas por suas frequências, fontes e aplicações, discutindo e avaliando as implicações de seu uso em controle remoto, telefone celular, raio X, forno de micro-ondas, fotocélulas etc. 7- Discutir o papel do avanço tecnológico na aplicação das radiações na medicina diagnóstica (raio X, ultrassom, ressonância nuclear magnética) e no tratamento de doenças (radioterapia, cirurgia ótica a laser, infravermelho, ultravioleta etc.). 8 - Associar os gametas à transmissão das características hereditárias, estabelecendo relações entre ancestrais e descendentes. 9 - Discutir as ideias de Mendel sobre hereditariedade (fatores hereditários, segregação, gametas, fecundação), considerando-as para resolver problemas envolvendo a transmissão de características hereditárias em diferentes organismos. 10 -Comparar as ideias evolucionistas de Lamarck e Darwin apresentadas em textos científicos e históricos, identificando semelhanças e diferenças entre essas ideias e sua importância para explicar a diversidade biológica. 11- Discutir a evolução e a diversidade das espécies com base na atuação da seleção natural sobre as variantes de uma mesma espécie, resultantes de processo reprodutivo. 12- Justificar a importância das unidades de conservação para a preservação da biodiversidade e do patrimônio nacional, considerando os diferentes tipos de unidades (parques, reservas e florestas nacionais), as populações humanas e as atividades a eles relacionados. 13 - Propor iniciativas individuais e coletivas para a solução de problemas ambientais da cidade ou da comunidade, com base na análise de ações de consumo consciente e de sustentabilidade bem-sucedidas. 14- Descrever a composição e a estrutura do Sistema Solar (Sol, planetas rochosos, planetas gigantes gasosos e corpos menores), assim como a localização do Sistema Solar na nossa Galáxia (a Via Láctea) e dela no Universo (apenas uma galáxia dentre bilhões). Leia e revise quantas vezes necessário, esta apostila é sua, faça bom uso! CAPÍTULO 1: DO QUE SÃO FEITAS TODAS AS COISAS? Em nossas aulas presenciais conversamos bastante a respeito de como o nosso Universo surgiu, se expandiu e formou a nossa realidade - falamos inclusive sobre a possibilidade de viagens espaço- temporal. A gente conheceu um pouco sobre as quatro forças da natureza (gravidade, eletromagnetismo, força forte nuclear e força fraca nuclear). Vimos que o átomo mais leve (Hidrogênio) surgiu no Big Bang, enquanto os demais átomos (Hélio, Carbono, Nitrogênio e etc.) surgiram no interior das estrelase quando falamos dos elementos químicos que existem na Terra, sabemos que provavelmente são frutos dos átomos fabricados em nosso Sol. Daí, antes da pandemia começamos a descrever como surgiram os modelos atômicos, ou seja, como os filósofos e cientistas da antiguidade e da era moderna passaram a descrever a natureza de todas as coisas. Deste modo, iniciarei nossas aulas não presenciais fazendo um “remember” de tudo que vimos até o momento para que depois possamos avançar em nossas descobertas pelo mundo da Ciência. Venham, sintam-se à vontade e bora começar nossas aulas não presenciais. Um bom retorno a todos! O QUE ESTUDAREMOS NESTA AULA? - Teoria elementar VS. Teoria Atomística; - Modelo atômico de Dalton; - Teoria cinética molecular. OBSERVE E SE QUESTIONE Observe ao seu redor: livros, televisão, geladeira, sabão, álcool gel, vento, areia, mar, fogo e assim por diante. Será que todas as coisas são construídas por algo em comum? O que seria este algo em comum? NA ANTIGUIDADE – HIPÓTESE ELEMENTAR As deduções (hipótese) de uma resposta absoluta para estas questões começaram a ecoar desde a Antiguidade quando Aristóteles tentou explicar que todas as coisas eram feitas através da combinação de quatro elementos (água, fogo, terra e ar). Para o filósofo, as combinações destes elementos eram reguladas por duas forças: gravidade (tendência da terra e da água de afundar) e a leveza (tendência do ar e do fogo de subir). E a matéria, produto destes quatro elementos, era infinitamente divisível. NA ANTIGUIDADE – HIPÓTESE ATÔMICA Houve aqueles que discordaram da hipótese elementar de Aristóteles. Um grande ícone da oposição foi Demócrito, também filosofo. Para Demócrito a matéria (todas as coisas) era feita de pequenos grânulos. Cada material carregava quantidades e variedades distintas destes grânulos. Caso dividíssemos os grânulos de Demócrito, chegaríamos em um ponto onde não poderíamos mais dividir, este ponto era chamado de átomo (do grego, não divisível). E para Demócrito, os átomos eram os “blocos construtores” de todas as coisas. TURMA, CHEGAMOS A DUAS HIPÓTESES: ELEMENTAR E ATÔMICA. QUAL DAS DUAS SERÁ QUE ESTÁ CERTA? A Teoria elementar de Aristóteles considera que a matéria é continua e linear, isto quer dizer que, é como se a matéria fosse feita de caixas que são colocadas em caixas outras caixas e assim se mantem em um processo infinito. Já para Demócrito a matéria era descontinua e não linear, ou seja, para este filósofo a matéria era como se fosse uma caixa, mas dentro desta caixa existem vários itens minúsculos, indivisíveis e diferentes em tamanho e forma entre si. Tal como nas ilustrações hipotéticas abaixo: EXPERIMENTE Passo 1: Pegue uma folha de papel-rascunho. Passo 2: Rasgue até chegar um minúsculo pedacinho de papel. Passo 3: Tente dividir este minúsculo pedacinho de papel. Você conseguiu dividi-lo? Então, segundo o que você aprendeu, qual hipótese está mais certa? Atomística ou elementar? Agora pense! Você consegue dividir o fogo, o ar, a terra e a água? Para descartar uma hipótese temos que testar se a outra hipótese se aplica a tudo! Foi por isso, que esta discussão em torno da hipótese elementar e atomística perdurou por muito tempo! Mas, como isso foi resolvido? Vejamos! Primeiro precisaremos esclarecer que antes do método científico ser difundido pelo mundo, as Ciências da Natureza pertenciam a um “pacote” dentro da filosofia hermética, tais como alquimia e astrologia. A alquimia tornou-se a química moderna e a astrologia tornou-se a astronomia. Esta transição entre o que era filosofia e ciência começou após a publicação da obra “o Discurso do Método” de René Descartes (1596 – 1650). O resumo da obra pode ser exprimido nas cinco etapas do método científico: observação, problematização, formulação de hipóteses, experimentação e análise de resultados para criação de modelos. A partir do estabelecimento do método científico tivemos então, uma avalanche de experimentações e proposições de modelos para tentar explicar do que é feito todas as coisas! Em 1803 o químico e físico britânico John Dalton chamou a atenção para o fato de que compostos químicos que sempre se combinavam em determinadas proporções podiam ser explicados pelo agrupamento de átomos para formar unidades chamadas moléculas. O debate entre as duas escolas de pensamento (elementar e atomístico) foi decidido em favor dos atomistas apenas nos primeiros anos do século XX. Uma das evidencias físicas importantes foi fornecida por Einstein. Em um artigo escrito em 1905, poucas semanas antes do famoso artigo sobre a relatividade restrita, Einstein observou que o chamamos movimento browniano – movimento irregular e aleatório de pequenas partículas de poeira suspensas em um líquido que podia ser descrito como efeito dos átomos do líquido colidindo com as partículas de poeira. Nesta época, já se desconfiava que estes átomos fossem afinal, indivisíveis. MAS O QUE PODEMOS DESTACAR DO MODELOS ATÔMICO DE DALTON? - O átomo é invisível e indestrutível, pois átomos antes das reações eram os mesmos átomos após as reações. - Diferente dos gregos atomistas Dalton propôs que a forma do átomo deveria ser a mesma (esférica) e a propriedade fundamental dos átomos era sua massa. - Assim, se os átomos nos reagentes eram os mesmos nos produtos, a massa deveria obrigatoriamente ser conservada. Além disso... Por que os reagentes eram diferentes dos produtos? Para Dalton era uma questão de arranjo, átomos dos reagentes estavam arranjados de uma maneira e, nos produtos, estariam de outra, por isso, reagentes e produtos apresentavam propriedades diferentes. Veja no esquema ao lado, reagentes (esquerda) e produto (direita). Dalton não detém o título do “descobridor” do átomo ou algo parecido, mas foi ele quem aproximou, pela primeira vez, de forma significativa a teoria e a realidade através do método científico. Foi Dalton quem oportunizou para ciência a abertura investigativa a respeito das coisas tão pequenas, mais tão pequenas, que nossos olhos sãos, não teriam capacidade biológica de enxergar. Dalton simplesmente nos “disse”: sejam bem-vindos ao mundo microscópico dos átomos – não sabíamos que eles nos levariam até o mundo quântico! ALGUMAS APLICAÇÕES DO MODELO DE DALTON Obviamente que na realidade não foi esta poesia que estou tentando fazer parecer ser, pois o modelo atômico de Dalton não foi aceito de início, recebendo várias críticas da sociedade cientifica até que finalmente ganhou sua devida credibilidade. Quando isto de fato aconteceu, a ciência pode afirmar: “todas as coisas são feitas de matéria”, “matéria é tudo aquilo que possuí massa e volume” e “a unidade da matéria é o átomo esférico e indestrutível”. Com isso, estávamos prontos para explicar o que era o fogo, o ar, o vento, os mares, os raios e assim por diante, pois pensávamos que tínhamos descoberto os blocos construtores de todas as coisas. Assim, tendo como base o modelo atômico de Dalton, desenvolveu-se no século XIX a teoria cinética molecular. TEORIA CINÉTICA MOLECULAR Esta teoria nos fala sobre os estados físicos da matéria e os estágios de vibração molecular. Com ela podemos explicar algumas transformações físicas que ocorrem na natureza. TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS Existem variadas transformações físicas que estão presentes em nosso cotidiano: um mero papel amaçado. O papel é produto da transformação industrial da celulose que é um açúcar responsável pela estrutura das partes de uma planta. Sua fórmula molecular quando liso é (C6H12O6)n quando amassado permanece (C6H12O6)n O CICLO DA ÁGUA A água em seu estado líquido é aquecida pelos fótons solares e então evapora. Suas partículas sobem gasosas até as nuvens, onde se aglutiname condensam ou solidificam de acordo com a temperatura provenientes das massa de ar quente ou fria. Logo podemos descrever: H2O(s) + Calor = H2O(l); H2O(l) + Calor = H2O(g) H2O(g) - Calor = H2O(l); H2O(l) - Calor = H2O(s) ALTERAÇÕES NO ESTADO FÍSICO DA MATÉRIA A matéria apresenta estágios de agregação de partículas. Quando as partículas estão unidas, isto é, muito próximas umas das outras dizemos que a matéria está em seu estado sólido E(s), quando as partículas estão levemente separadas e linearmente ajustadas, temos o estado líquido E(l) e quando as partículas estão dispersas e organizadas aleatoriamente devido ao alto grau de agitação molecular, temos então o estado gasoso E(g). Mas por que o calor separa estas partículas e fazem elas ficarem praticamente estáticas ou em constante agitação? Primeiramente vamos diferenciar onda e partícula para entendermos a analogia empregada para resolver esta questão. Partícula: é como uma carta que transporta massa e informação. Onda: é como um e-mail que transporta somente a informação. E a luz (onda eletromagnética) é uma dualidade entre partícula e onda, ou seja, pode ser as duas coisas ao mesmo tempo! Vamos considerar um sistema fechado onde os reagentes serão a água liquida e a energia solar e os produtos serão a água gasosa e calor. H2O(l) + 0-1𝜷 → H2O (g) + calor. Primeiramente dissemos que o calor tende a se dispersar do meio mais concentrado para o meio menos concentrado. A molécula de água é composta por átomos de 1H (g) + 1O2(g), perceba que os dois átomos constituintes da molécula H2O são, em estado elementar gasosos, ou seja, possuem um alto nível de dispersão e vibração molecular. Mas quando se unem através de ligações covalentes ambos liberam energia e dão origem a H2O(l) ou H2O(s). O produto resultante dos reagentes (1H (g) + 1O2(g)) possuí temperatura inferior aos átomos que o deram origem. TRANSFORMAÇÕES ENDOTÉRMICAS E EXOTÉRMICAS A primeira lei da termodinâmica nos diz que a energia não pode ser criada nem destruída, apenas transformada. Neste sentido, parte do calor “liberado” pelo sistema foi convertido para energia ordenada na forma de entalpia que é a energia que fica condicionada nas ligações químicas estabelecidas entre os átomos. E a entropia restante foi processada por outras comunicações moleculares ou até mesmo biológicas. Quando um sistema como a molécula de água, é bombardeado por fótons eletromagnéticos ocorre uma perturbação molecular e faz com que as ligações químicas que contém uma energia de ligação (entalpia) absorvam a energia do meio e aumentem sua energia de ligação, até que esta energia de ligação, devido a vibração molecular, começa aos poucos a “desfigurar”, formando assim partículas dispersas denominadas gás. Lembrando que os fótons transportam informação e massa (onda e partícula). Endo = significa para dentro; Exo = significa para fora. A entalpia é a forma de energia ordenada e a entropia é a forma de energia desordenada. Dentro dos sistemas biológicos podemos entender a entalpia como o alimento que animais e plantas ingerem e a entropia como o calor resultante do seu metabolismo. Quando um avião supersônico passa perto de zonas prediais, as janelas revestidas com vidros mais frágeis tendem a quebrar. Os cacos de vidro (SiO2) sofreram alteração molecular ou somente em seu corpo estrutural? Isto é uma transformação química ou física? Se você pensou em uma transformação física, está CORRETO. O avião supersônico atinge a velocidade do som (340,29 m/s), as ondas sonoras são na verdade ondas mecânicas que, ao arremessarem partículas atmosféricas contra a superfície do vidro desequilibra o arranjo atômico que compõem o vidro, assim o material é reduzido em partículas que contém a mesma informação de como era o corpo inicial. Então o que aconteceu foi uma transformação física que implicou no estado de agregação da matéria da molécula que compõem o vidro, mas não houve mudanças estruturais e organizacionais nos átomos que compõem a molécula e nem na própria molécula. RESUMINDO, - Para Dalton, todas as coisas são feitas por átomos, maciços e indestrutíveis! - Na natureza ocorrem transformações físicas e transformações químicas. - O calor tende a ir do meio mais concentrado para o meio menos concentrado; - Os materiais podem mudar de estado físico sem alterar sua estrutura molecular; - Partícula: contém massa e volume. - Onda: contém somente frequência ou informação. REFERÊNCIAS BOSQUILHA, Alessandra; BOSQUILHA, Gláucia Elaine. Manual compacto de Ciências Naturais. São Paulo: Rideel, 2010. 359 p. CHALTON, Nicola; MACARDLE, Meredith. História da Ciência para quem tem pressa. 4. ed. Rio de Janeiro: Valentina, 2018. 200 p. DAWKINS, Richard. A magia da realidade: Como sabemos o que é verdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 272 p. LOPES, Sônia; AUDINO, Jorge. Inovar Ciências da Natureza 9° ano: Ensino Fundamental – Anos Finais. São Paulo: Saraiva, 2018. 256 p. CAPÍTULO 2: A HISTÓRIA DA ELETRICIDADE Segundo um famoso historiador contemporâneo chamado Yuval Harari, a história da humanidade está marcada por quatro grandes revoluções, a saber: cognitiva, agrícola, científica e industrial. A revolução cognitiva ocorreu há 70 mil anos atrás quando surgiu a linguagem ficcional e os sapiens se espalharam pelo globo a partir do continente africano. A revolução agrícola ocorreu há 12 mil anos atrás e foi marcada pela domesticação de plantas e animais. Os sapiens deixaram de serem nômades viajantes e passaram a viver em assentamentos permanentes. Há 500 anos atrás ocorreu a revolução científica, onde a humanidade admite sua ignorância e começa a conquistar a América e os oceanos, o planeta inteiro se torna um só palco histórico, é marcada pela ascensão do capitalismo. E por fim, a revolução industrial que foi marcada pelo surgimento do primeiro motor a vapor, depois a lâmpada elétrica, o computador e agora a automação de carros e equipamentos gerais. Neste sentido, na aula de hoje entraremos em uma máquina do tempo e iremos explorar o passado, para entender como ocorreu a descoberta da eletricidade, a manipulação da energia e a distribuição até as casas. Bora lá? “Mas professor, e o modelo atômico de Dalton?” Calma! Deixa-me explicar: na aula passada falamos um pouco sobre os átomos e modelos atômicos que consideravam a matéria e a massa. Agora, antes de prosseguir com nossa viagem histórica a respeito dos modelos atômicos, veremos um pouco de como foi a história do homem com a luz. E depois, retomaremos o assunto sobre os modelos atômicos fazendo correlações do avanço dos modelos atômicos de Thomson e Rutherford-Bohr com a descoberta das propriedades da matéria e da energia. Agora posso acionar a máquina do tempo? Então foi! A ELETRICIDADE Foi descoberta por um filósofo grego chamado Tales de Mileto que, ao esfregar um âmbar a um pedaço de pele de carneiro, observou que pedaços de palhas e fragmentos de madeira começaram a ser atraídas pelo próprio âmbar. O TERMO ELETRICIDADE Do âmbar (gr. élektron) surgiu o nome eletricidade. No século XVII foram iniciados estudos sistemáticos sobre a eletrificação por atrito, graças a Otto von Guericke. Em 1672, Otto inventou uma máquina geradora de cargas elétricas onde uma esfera de enxofre gira constantemente atritando-se em terra seca. Meio século depois, Stephen Gray fez a primeira distinção entre condutores e isolantes elétricos. Os condensadores de energia Durante o século XVIII as máquinas elétricas evoluem até chegar a um disco rotativo de vidro que é atritado a um isolante adequado. Uma descoberta importante foi o condensador, descoberto independentemente por Ewald Georg von Kleist e por Petrus van Musschenbroek. O condensador consistia em uma máquina armazenadorade cargas elétricas. Eram dois corpos condutores separados por um isolante delgado. O PARA-RAIOS (1752) Mas uma invenção importante, de uso prático foi o para-raios, feito por Benjamin Franklin. Ele disse que a eletrização de dois corpos atritados era a falta de um dos dois tipos de eletricidade em um dos corpos. esses dois tipos de eletricidade eram chamadas de eletricidade resinosa e vítrea. ALEXANDRE VOLTA (1745-1827) No século XVIII foi feita a famosa experiência de Luigi Aloisio Galvani em que potenciais elétricos produziam contrações na perna de uma rã morta. Essa diferença foi atribuída por Alessandro Volta ao fazer contato entre dois metais a perna de uma outra rã morta. Essa experiência foi atribuída a sua invenção chamada de pilha voltaica. Ela consistia em um serie de discos de cobre e zinco alterados, separados por pedaços de papelão embebidos por água salgada. ELETRÓLISE (1802) Com essa invenção, obteve-se pela primeira vez uma fonte de corrente elétrica estável. Por isso, as investigações sobre a corrente elétrica aumentaram cada vez mais. Depois de um tempo, são feitas as experiências de decomposição da água. Em 1802, Humphrey Dava separa eletronicamente o sódio e potássio (eletrólise). BATERIAS Mesmo com a fama das pilhas de Volta, foram criadas pilhas mais eficientes. John Frederic Daniel inventou-as em 1836 na mesma época das pilhas de Georges Deslanche e a bateria recarregável de Raymond-Louis-Gaston Plante. O ELETROMAGNETISMO E A BÚSSOLA O físico Hans Christian Oraste observa que um fio de corrente elétrica age sobre a agulha de uma bússola. Com isso, percebe-se que há uma ligação entre magnetismo e eletricidade. “ENGRENAGENS” ENERGÉTICAS Em 1831, Michael Faraday descobre que a variação na intensidade da corrente elétrica que percorre um circuito fechado induz uma corrente em uma bobina próxima. Uma corrente induzida também é observada ao se introduzir um ímã nessa bobina. Essa indução magnética teve uma imediata aplicação na geração de correntes elétricas. Uma bobina próxima a um imã que gira é um exemplo de um gerador de corrente elétrica alternada. SURGIMENTO DAS HIDRELÉTRICAS Os geradores foram se aperfeiçoando até se tornarem as principais fontes de suprimento de eletricidade empregada principalmente na iluminação. Em 1875 é instalado um gerador em Gare do Nórd., Paris, para ligar as lâmpadas de arco da estação. Foram feitas máquinas a vapor para movimentar os geradores, e estimulando a invenção de turbinas a vapor e turbinas para utilização de energia hidrelétrica. A primeira hidrelétrica foi instalada em 1886 junto as cataratas do Niágara. DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Para ocorrer a distribuição de energia, foram criados inicialmente condutores de ferro, depois os de cobre e finalmente, em 1850, já se fabricavam os fios cobertos por uma camada isolante de guta-percha vulcanizada, ou uma camada de pano. DUALIDADE DA LUZ A Publicação do tratado sobre eletricidade e magnetismo, de James Clero Maxwell, em 1873, representa um enorme avanço no estudo do eletromagnetismo. A luz passa a ser estendida como onda eletromagnética, uma onda que consiste de campos elétricos e magnéticos perpendiculares à direção de sua propagação. Lembrando: Partícula: é como uma carta que transporta massa e informação. Onda: é como um e-mail que transporta somente a informação. E a luz (onda eletromagnética) é uma dualidade entre partícula e onda, ou seja, pode ser as duas coisas ao mesmo tempo! FREQUÊNCIA Heinrich Hertz, em suas experiências realizadas a partir de 1885, estuda as propriedades das ondas eletromagnéticas geradas por uma bobina de indução; Nestas experiências observa que se refletidas, refratadas e polarizadas, do mesmo modo que a luz. Com o trabalho de Hertz fica demonstrado que as ondas de radio e as de luz são ambas ondas eletromagnéticas, desse modo confirmando as teorias de Maxwell; as ondas de rádio e as ondas luminosas diferem apenas na sua frequência. O TELÉGRAFO Hertz não explorou as possibilidades práticas abertas por suas experiências; mais de dez anos se passam, até Guleimo Marconi utilizar as ondas de radio no seu telegrafo sem fio. A primeira mensagem de radio é transmitida através do Atlântico em 1901. Todas essas experiências vieram abrir novos caminhos para a progressiva utilização dos fenômenos elétricos sem praticamente todas as atividades do homem. A LÂMPADA ELÉTRICA Desde o início do século XIX, vários inventores tentaram construir fontes de luz à base de energia elétrica. Humphrey Dava, em 1802, construiu a primeira fonte luminosa com um filamento de platina, utilizando-se do efeito Joule, observado quando um resistor é aquecido pela passagem de uma corrente elétrica a ponto de emitir luz visível. Outros vinte e um inventores construíram lâmpadas incandescentes antes de Thomas Edison. THOMAS EDISON Thomas Edison, que foi o primeiro a construir a primeira lâmpada incandescente comercializável em 1879, utilizando uma haste de carvão (carbono) muito fina que, aquecida acima de aproximadamente 900 K (626,85 °C), passa a emitir luz, inicialmente bastante avermelhada e fraca, passando ao alaranjado e alcançando o amarelo, com uma intensidade luminosa bem maior, ao atingir sua temperatura final, próximo do ponto de fusão do carbono, que é de aproximadamente 3 800 K (3526,85 °C). GUERRA DAS CORRENTES A Guerra das Correntes (ou Batalha das Correntes) foi uma disputa entre Nikola Tesla e Thomas Edison que ocorreu nas duas últimas décadas do século XIX. Os dois tornaram-se adversários devido à campanha publicitária de Edison pela utilização da corrente contínua para distribuição de eletricidade, em contraposição à corrente alternada, defendida por Westinghouse e Nikola Tesla. Durante os primeiros anos de fornecimento de eletricidade, a corrente continua foi determinada como padrão nos Estados Unidos e Edison não estava disposto a perder os rendimentos de sua patente. A corrente contínua funciona bem com lâmpadas incandescentes, responsáveis pela maior parte do consumo diário de energia, e com motores. Tal corrente podia ser diretamente utilizada em baterias de armazenamento, promovendo valiosos níveis de carregamento e reservas energéticas durante possíveis interrupções do funcionamento dos geradores. Os geradores de corrente contínua podiam ser facilmente associados em paralelo, permitindo a economia de energia através do uso de dispositivos menores durante períodos de alto consumo elétrico, além de melhorar a confiabilidade. O sistema de Edison inviabilizava qualquer motor a corrente alternada. Edison havia inventado um medidor para permitir que a energia fosse cobrada proporcionalmente ao consumo, mas o medidor funcionava apenas com corrente contínua. Até 1882, estas eram as únicas vantagens técnicas significantes do sistema de corrente contínua. A partir de um trabalho com campos magnéticos rotacionais, Tesla desenvolveu um sistema de geração, transmissão e uso da energia elétrica proveniente de corrente alternada. Tesla fez uma parceria com George Westinghouse para comercializar esse sistema. Westinghouse comprou com antecedência os direitos das patentes do sistema polifásico de Tesla, além de outras patentes de transformadores de corrente alternada, de Lucien Gaulard e John Dixon Gibbs, dessa forma driblando o monopólio de patentes reivindicado por Thomas Edison. Thomas Edison, inventor e homem de negócios estadunidense, era conhecido como "O mago de Menlo Park". Entre outros feitos, desenvolveu um sistema de transmissão de energia por corrente contínua. George Westinghouse, empresário e engenheiro estadunidense, apoiou financeiramente o desenvolvimento de um sistema de transmissão elétrica através de corrente alternada. Nikola Tesla, inventor, físico e engenheiroeletro-mecânico sérvio, era conhecido como "O mago do oeste", inventou a transmissão de energia elétrica por corrente alternada. Havia diversas explicações para essa rivalidade. Edison era um experimentador voraz, mas não era matemático. A corrente alternada não pode ser devidamente entendida ou aproveitada sem um conhecimento substancial de matemática e física, o que Tesla possuía. Tesla havia trabalhado para Edison, mas foi subestimado (por exemplo, quando soube das ideias de Tesla da transmissão de energia por corrente alternada, Edison recusou-as: "As ideias (de Tesla) são magníficas, mas não são nada práticas"). Maus sentimentos foram exacerbados quando Tesla foi enganado por Edison, que prometeu-lhe uma recompensa por seu trabalho. Edison, mais tarde, teria se arrependido, por não ter ouvido Tesla e utilizado corrente alternada REFERÊNCIAS "História da Eletricidade" em Só Física. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2020. Consultado em 13/04/2020 às 08:45. Disponível na Internet em http://www.sofisica.com.br/conteudos/HistoriaDaFisica/historiadaeletricidade.php JúNIOR, Joab Silas da Silva. "O que são fótons?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-sao-fotons.htm. Acesso em 12 de abril de 2020. ALCANTARA, Rafael Brugnera. “Energia e recursos naturais”; Conexão Universallis. Disponível em: https://conexaouniversallis.com.br/?p=286. Acesso em 12 de abril de 2020. GEWANDSZNAJDER e PACCA, 2018. Ciências- anos finais (9° ano). Unidade 2: “transformações da matéria e radiações”. Editora Teláris. Ed. 3 – 256p. CAPÍTULO 3: MODELOS CIENTÍFICOS - ÁTOMOS, SUBSTÂNCIAS E TABELA PERIÓDICA. Nas nossas últimas aulas não presenciais revisamos sobre a metodologia científica, os átomos e as quatro forças da natureza. Além disso, conhecemos um pouquinho melhor a história em torno da eletricidade, desde a sua descoberta na Antiguidade até a sua distribuição em usinas elétricas. Com isso, hoje aprofundaremos nosso conhecimento sobre o modelo atômico de Dalton, retomaremos conceitos essenciais sobre cátions, ânions, prótons, elétrons, atomicidade e nêutrons. Conheceremos outros modelos atômicos como de J.J Thompson, Rutherford e Bohr. Você irá conhecer como está organizada a tabela periódica e como podemos utilizar o diagrama de Linus Pauling para explicar o efeito fotoelétrico e a periodicidade dos elementos químicos representativos da Tabela Periódica, bora lá? Como vimos anteriormente, átomo é a unidade básica da matéria comum, composta de um núcleo minúsculo (constituindo em prótons e nêutrons) cercado por elétrons em sua órbita. Desde a antiguidade a humanidade procurou entender a natureza de todas as coisas, Aristóteles um filosofo icônico de sua época, expôs a singela suposição a respeito do assunto, para ele a realidade era uma alquimia perfeita elaborada com fogo, terra, água e ar. Daí surgiu a teoria elementar que se popularizou no mundo ocidental, tanto quanto a teoria opositora de Demócrito. Demócrito, outro filosofo da antiguidade contestava a hipótese elementar de Aristóteles dizendo que a matéria, ou seja, nossa realidade, era inerentemente granulosa e que tudo era feito de grandes quantidades de vários tipos diferentes de átomos – A palavra átomo significa indivisível em grego. Por séculos a discussão entorno da teoria elementar e atomística perdurou nos anseios da ciência sem respostas. Não sabiam se a matéria de fato tinha um início ou um fim. Então, no século XIX, um pouco antes da jornada ruma a industrialização cientifica, John Dalton (1803) abriu precedentes para vitória atomística após séculos em um placar inalterado. O químico e físico britânico John Dalton chamou a atenção para o fato de que compostos químicos que sempre se combinavam em determinadas proporções podiam ser explicados pelo agrupamento de átomos para formar unidades chamadas moléculas. Com isso, foi questão de tempo para o debate entorno das duas hipóteses filosóficas: elementar e atomística, enfim fossem cessadas. Este debate foi decidido a favor dos atomistas quando Einstein publicou um artigo em 1905, descrevendo o movimento browniano – movimento irregular e aleatório de pequenas partículas de poeira suspensas em um líquido – podia ser descrito como efeito dos átomos do líquido colidindo com as partículas de poeira. Nesta época, já se desconfiava que estes átomos fossem afinal, indivisíveis. O “jogo” parecia estar perdido para teoria elementar, mas sem perceber, em 1898 um membro da Trinity College de Cambriedge, J.J. Thomson, demonstrou a existência de uma partícula de matéria, chamada elétron, cuja massa equivalia a menos de um milésimo da massa do átomo mais leve. Ele usou uma instalação que mais parecia um tubo catódico de uma televisão moderna: um filamento de metal incandescente emitia os elétrons e como eles tinham carga elétrica negativa, podia-se usar um campo elétrico para acelerá-los em direção a uma tela revestida de fosforo. Quando os elétrons atingiam a tela, ocorriam clarões de luz. Logo percebeu-se que estes elétrons deviam estar vindo de dentro dos próprios átomos. Com a descoberta de J. J. Thomson, novamente as duas hipótese filosóficas foram postas em xeque. O átomo maciço de Dalton deixou de ser uma unidade provida só de massa e volume quando descobriu-se a continuidade dos elétrons. A continuidade da matéria é uma ideia embutida na hipótese elementar de Aristóteles, enquanto a descontinuidade foi exposta pela hipótese atomística desde o princípio pelo seu criador Demócrito. Afinal, o átomo é ou não é divisível? Em 1911, o físico neozelandês Ernest Rutherford enfim mostrou que os átomos de matéria de fato possuem estrutura interna: eles são feitos de um núcleo extremamente diminuto, de carga positiva, em torno da qual orbita uma quantidade de elétrons. Rutherford deduziu isto ao analisar o modo como as partículas alfa, que são partículas de carga positiva emitidas por átomos radioativos, são desviadas quando colidem com os átomos. No início, pensava-se que o núcleo do átomo fosse feito de elétrons e de quantidades variadas de uma partícula de carga positiva chamada próton – que significa “primeiro” em grego, porque se acreditava que essa era a unidade fundamental da qual toda matéria era feita. Entretanto, em 1932, um colega de Rutherford em Cambridge, James Chadwick, descobriu que o núcleo continha outra partícula, chamada nêutron, cuja massa era quase a mesma de um próton, mas sem carga elétrica. Há algumas décadas, pensava-se que os prótons e nêutrons fossem partículas “elementares”, mas experimentos em que os prótons colidiam a altas velocidades com outros prótons ou elétrons indicaram que, na verdade, eles eram feitos de partículas menores. Estas partículas foram chamadas de quark pelo físico Murray Gell-Mann, do Instituto de Tecnologia da California (Caltech). Quark em essência significa “quarto”, uma medida para líquidos em “diferentes degraus de abertura”. Há diferentes variedades de quarks: são seis “sabores” que chamamos de up, down, strange, charmed, bottom e top [respectivamente, cima, baixo, estranho, charme, base e topo]. Os primeiros três sabores são conhecidos desde a década de 1960, mas o quark charmed foi descoberto apenas em 1974; o buttom, em 1977; e o top em 1995. Cada sabor vem em três “cores”: vermelho, verde e azul. (Vale enfatizar que estes termos não passam de rótulos: quarks são muito menores do que um comprimento de onda da luz visível e desse modo não têm qualquer cor no sentido normal. É que os físicos modernos têm maneiras mais criativas de nomear partículas e fenômenos novos – eles não se restringem ao grego!) Um próton contém dois quarks up e um quark down; o nêutron, dois down e um up. Podemos criar partículas feitas de outros quarks (strange, charmed, bottom e top), mas elas têm massa muitomaior e decaem muito depressa em prótons e nêutrons. Hoje sabemos que nem os átomos nem prótons e muito menos os nêutrons dentro deles são indivisíveis. Assim, a questão é: quais são as partículas de fato elementares, os blocos constituintes básicos a partir dos quais tudo é feito? Do que s]ao feitas todas as coisas? Como o comprimento de onda da luz é muito maior do que o tamanho de um átomo, não podemos esperar “olhar” para as partes de um átomo de modo normal. Precisamos usar algo com um comprimento de onda muito menor. A mecânica quântica nos diz que, na verdade, todas as partículas são ondas e que, quanto mais elevada a energia de uma partícula, menor o comprimento de sua onda. Assim, a melhor resposta que podemos dar para esta pergunta depende de quão elevada é a energia da partícula à nossa disposição, pois isso determina quão pequena é a escala de comprimento que podemos observar. Em geral, essas energias de partícula são medidas em unidades chamadas elétrons-volt. Nos experimentos de Thomson, vimos que ele usou um campo elétrico para acelerar os elétrons. A energia que o elétron obtém de um campo elétrico de um volt é o que conhecemos por elétron-volt). No século XIX, quando as únicas energias de partículas que sabíamos usar eram as baixas energias de uns poucos elétrons-volt gerados por reações químicas como a combustão (tal como no início da revolução industrial com a construção do motor a vapor), acreditava-se que os átomos eram a menor unidade da matéria. No experimento de Rutherford, as partículas alfa tinham energias de milhões de elétrons-volt. Mais recentemente, descobrimos como usar campos eletromagnéticos para dar às partículas energias de milhões, e mais tarde bilhões, de elétrons-volt. E, desse modo, sabemos que as partículas que julgávamos “elementares” há algumas décadas são, na verdade, constituídas de partículas menores. Será que descobriremos, à medida que obtivermos energias ainda mais altas, que elas são feitas de partículas ainda menores? Sem dúvida isso é possível, porém temos algumas razões teóricas para acreditar que hoje dispomos de algum conhecimento dos blocos constituintes fundamentais da natureza, ou que estamos perto disso. Perceba que a natureza de todas as coisas consiste na convergência de hipóteses originalmente opostas que, com o passar do tempo percebemos, através de máquinas e experimentos, que a matéria é contínua assim como Aristóteles afirmou, provida de massa assim como propôs Dalton, de Elétron como J.J. Thomson descobriu e segundo Rutherford-Bohr, contém um minúsculo núcleo provido de prótons e nêutrons onde uma grande extensão de vazio o separa de uma eletrosfera, uma esfera de elétrons que orbitam o núcleo assim como os planetas desfilam em torno do Sol. O físico dinamarquês Niels Henry David Bohr (1885-1962) deu continuidade ao trabalho desenvolvido com Rutherford. Ele preencheu a lacuna que existia na teoria atômica proposta por Rutherford. Por esse motivo, o átomo de Bohr pode também ser chamado de Modelo Atômico de Rutherford – Bohr. Niels havia conhecido Rutherford no laboratório da Universidade de Cambridge e foi levado por ele à Universidade de Manchester onde passaram a trabalhar em conjunto. Bohr conseguiu explicar como se comportava o átomo de hidrogênio, o que não era possível mediante a teoria atômica de Rutherford. Mas, embora tenha aperfeiçoado o modelo atômico de Rutherford, o modelo de Bohr ainda não é perfeito, uma vez que continuam havendo lacunas por explicar. Como vimos a respeito dos quarks. Em 1913 Bohr promoveu experimentos que mostravam essas falhas e propunha um novo modelo. Se o modelo proposto de Rutherford estivesse correto, ao serem acelerados, os elétrons emitiriam ondas eletromagnéticas. Na sequência, essas partículas perderiam energia e consequentemente colidiriam com o núcleo atômico. O que acontece, na verdade, é que o elétron emite energia. E quanto maior a sua energia, mais afastado ele fica do núcleo do átomo. Este afastamento do elétron em relação ao núcleo, chamamos de efeito fotoelétrico. EFEITO FOTOELÉTRICO O efeito fotoelétrico é a emissão de elétrons por um material, geralmente metálico, quando exposto a uma radiação eletromagnética de frequência suficientemente alta, que depende do material, como por exemplo a radiação ultravioleta. ÓRBITAS ESTACIONÁRIAS DE BOHR Um dos grandes questionamentos de Rutherford é que quando damos descarga elétrica num tubo contendo gás, ele emite uma luz característica, na física observamos este fenômeno no prisma (projeção de cores sem intervalo, ex.: arco-íris). Porém, nos átomos observa-se uma projeção de luz descontinua pois há cores separadas entre si. Neste sentido, Niels Bohr observou que os elétrons estariam organizados em órbitas estacionárias denominadas de níveis de energia ou camadas eletrônicas, isto ocasionou a atualização do modelo de Rutherford. Podemos usar este mesmo processo para explicar, de forma simplificada, como ocorre o ascendimento de uma lâmpada responsável pela iluminação pública. As lâmpadas de postes com luz amarela normalmente são feitas de sódio (Na), enquanto aquelas que emitem luz branca são feitas de mercúrio (Hg). Estas lâmpadas recebem elétrons transportados pelos fios de cobre (Cu) das usinas de energia até as casas. Quando os elétrons transportados pelos fios de cobre chegam nas lâmpadas, a eletrosfera dos elementos químicos de que são feitas as lâmpadas, seja sódio ou mercúrio, são afetadas pela presença daqueles vindos do cobre. Com isso, os elétrons começam a saltitar de uma camada orbital para outra e este movimento gera luz! Por fim, o modelo atômico de Rutherford-Bohr possibilitou a organização dos elementos químicos. PERIODICIDADE Químico russo, Dmitri Ivanovitch Mendeleev nasceu em Tobolsk, Sibéria, em 8 de fevereiro de 1834 e morreu em São Petersburgo a 2 de fevereiro de 1907. Estudou ciências em São Petersburgo, formando-se em química (1856). Trabalhou no laboratório Wurtz, em Paris. Esteve na Pensylvania e no Cáucaso, estudando a natureza e a origem do petróleo. Professor a partir de 1863, em 1866 assumiu a cátedra de química do Instituto Tecnológico de São Petersburgo. Na qualidade de conselheiro científico das forças armadas russas (1890) promoveu o estudo da nitrocelulose. Foi conservador do Museu de Pesos e Medidas (1893). Recebeu a medalha Davy (1882) e a medalha Copley (1905), da Royal Society de Londres. Mendeleev é autor da lei segundo a qual as propriedades físicas e químicas dos elementos são função periódica do peso atômico. Apesar de outros cientistas terem anteriormente traçado sequências numéricas entre os pesos atômicos de certos elementos e notado conexões entre estes e as propriedades das diversas substâncias, Mendeleev é o primeiro a enunciar a lei cientificamente. Estabelece a analogia dos elementos em bases numéricas seguras. Faz a classificação periódica dos elementos químicos conforme seu peso específico, dispondo os elementos em ordem crescente de acordo com seu peso atômico. Nota que as propriedades dos corpos simples se repetem periodicamente. Elabora quadros que, por apresentarem lacunas, o levam a prever a existência três elementos até então desconhecidos, previsão confirmada pela descoberta do gálio (1875), do escândio (1879) e do germânio (1886). Em diversos casos questiona os pesos atômicos aceitos por não corresponderem à lei periódica. Mendeleev empreende trabalhos sobre o isomorfismo, a compressão dos gases e as propriedades do ar rarefeito. Estuda a natureza das soluções, que considera sistemas líquidos homogêneos de compostos instáveis dissociáveis do solvente com a substância dissolvida. Investiga a expansão termal dos líquidos e elabora fórmula para expressá-la. Estudando os gases (1861) antecipa o conceito de Thomas Andrews (1869) da temperatura crítica dos gases,definindo o ponto absoluto de ebulição como a temperatura em que a coesão e o calor da vaporização equivalem a zero e o líquido se transforma em vapor independentemente da pressão e do volume. Contribui ainda para a preparação de uma pólvora sem fumaça, à base de pirocolódio. Sua obra mais importante é Osnovy chimii (1868 – 1870; Princípios de química). A classificação de Mendeleev é a base da teoria da estrutura eletrônica do átomo. Numerando- se em sequência os elementos de acordo com a sua classificação, verifica-se que o número de ordem de cada elemento é igual à carga positiva de seu núcleo atômico. Quanto às propriedades químicas, são sobretudo função da forma de agrupamento dos elétrons em torno do núcleo. Quando a carga do núcleo aumenta de uma unidade e o número de elétrons cresce respectivamente, os tipos de agrupamento de elétrons repetem-se, o que determina a periodicidade nas alterações das propriedades dos átomos. A lei de Mendeleev estipula que as propriedades dos elementos são função periódica do número de ordem ou da carga do núcleo atômico. A classificação periódica reflete não só as conexões, mas também as transformações reais dos elementos químicos e seus compostos. As reações nucleares e a desintegração radioativa dos átomos correspondem a deslocamentos na classificação periódica, a qual reflete ainda a evolução da matéria sideral e a repartição dos compostos químicos ao longo da evolução da Terra. Por exemplo, o Hidrogênio o átomo mais leve surgiu logo após o Big Bang, e o Hélio (He) segundo átomo mais leve é resultado da queima de combustível de hidrogênio no interior das estrelas, como ocorre com o nosso Sol. Quando mais pesado é o elemento químico, maior será o seu núcleo. Na natureza, com exceção dos Gases Nobres (He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn e Uuo), os elementos químicos encontram-se combinados com outros. Esta combinação se dá em decorrência da natureza eletrônica destes elementos. Por isso, é importante que a gente entenda a regra do Octeto e a camada de valência. CAMADA DE VALÊNCIA A Camada de Valência é a última camada de distribuição eletrônica de um átomo. Por ser a camada mais externa, também é a que fica mais distante do núcleo atômico. De acordo com a Regra do Octeto, a camada de valência precisa de oito elétrons para se estabilizar. Assim, os átomos adquirem estabilidade quando têm 8 elétrons na camada de valência. Isso acontece com os gases nobres, eles apresentam a camada de valência completa. A única exceção é o elemento Hélio que possui 2 elétrons. Os demais elementos precisam fazer ligações químicas para receber os elétrons faltantes e alcançar os oito elétrons na camada de valência. Os elétrons da camada de valência são os que participam das ligações, pois são os mais externos. CAMADAS DA ELETROSFERA Conforme o modelo atômico de Rutherford-Bohr, os elétrons giram ao redor do núcleo atômico, em diferentes camadas energéticas. Existem sete camadas designadas pelas letras K, L ,M, N, O, P e Q. Cada uma suporta um número máximo de elétrons. COMO DETERMINAR A CAMADA DE VALÊNCIA? A camada de valência pode ser determinada de duas formas: Distribuição Eletrônica e Tabela Periódica. Distribuição Eletrônica Para determinação da camada de valência através da distribuição eletrônica é usado o Diagrama de Linus Pauling. Lembre-se que o diagrama de Pauling segue a ordem crescente de energia. A última camada obtida na distribuição eletrônica é a camada de valência. 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d10 7p6 Assim, na camada de valência, o subnivel mais energético é a última camada. Exemplos: Nitrogênio - N Número Atômico: 7 Distribuição eletrônica: 1s2 2s2 2p3 Camada de Valência: 2s2 2p3, o N possui 5 elétrons na camada de valência. Ferro - Fe Número Atômico: 26 Distribuição eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6 Camada de Valência: 4s2, o Fe possui 2 elétrons na camada de valência. Cloro - Cl Número Atômico: 17 Distribuição eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 Camada de Valência: 3s2 3p5, o Cl possui 7 elétrons na camada de valência. Oxigênio - O Número atômico: 8 Distribuição eletrônica: 1s2 2s2 2p4 Camada de Valência: 2s2 2p4, o oxigênio possui 6 elétrons na camada de valência. Carbono - C Número atômico: 6 Distribuição eletrônica: 1s2 2s2 2p2 Camada de Valência: 2s2 2p2, o carbono possui 4 elétrons na camada de valência. Até agora, os exemplos usados foram com elementos em estado fundamental. Mas o mesmo princípio pode ser usado para os íons, cátions e ânions. Ânion Cloreto - Cl- O número atômico do Cloro é 17. Se estivesse em seu estado fundamental, o número de elétrons seria igual ao de prótons. Porém, nesse caso há o ganho de 1 elétron. Primeiramente, faça a distribuição eletrônica para o elemento Cloro: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 Com o ganho de um elétron a mais, acrescente na última camada: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6. Assim, existem 8 elétrons na camada de valência (3s2 3p6). TABELA PERIÓDICA Para determinar a camada de valência através da tabela periódica é preciso identificar o período e a família do elemento. Assim, enquanto a família 1A apresenta 1 elétron de valência, a 2A apresenta 2, e assim sucessivamente. Os elementos químicos constantes na mesma família da tabela periódica apresentam o mesmo número de elétrons na camada de valência. Porém, isso só é válido para os grupos 1, 2, 13, 14, 15, 16 e 17 que possuem os seguintes números de elétrons na camada de valência 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, respectivamente. Para os elementos em que não é possível essa relação, deve ser usada a distribuição eletrônica. Não esqueça! As ligações químicas surgem da necessidade de estabilizar os átomos e, assim, formar moléculas. Isso é feito mediante a doação de elétrons da camada de valência, os quais pelo fato de estarem mais longe do núcleo, têm a tendência para doação. CAMADA DE VALÊNCIA NA TABELA LEMBRANDO Elemento químico é um conjunto de átomos com características semelhantes; é representado por um símbolo formado por uma ou duas letras, sempre com a inicial em maiúscula. Lavoisier e Proust: as transformações químicas – Séc. XVIII “Na natureza, nada se perde, nada se cria. Tudo se transforma”. Séc. XVIII Lavoisier→ trabalhos sobre combustão→ descoberta: “Em um sistema fechado, a soma das massas dos reagentes é sempre igual à soma das massas dos produtos. Proust (cientista que trabalhava com Lavoisier) respondeu algumas incógnitas de Lavoisier, tais como: Por que isso acontece? Por que as massas não são iguais entre os reagentes? Proust percebeu que as proporções entre os reagentes e produtos são sempre as mesmas para cada reação. Esta lei foi validada pelo modelo atômico de Dalton. Linha do tempo: ➢ Início do séc. XIX: grandes descobertas sobre a eletricidade; ➢ Alessandro Volta descobriu a pilha elétrica; ➢ Thomson identificou o elétron; ➢ Goldstein descobriu o próton. ➢ Final do séc. .XIX: descoberta da radioatividade por Becquerel; ➢ Estudos sobre radioatividade de Marie Curie. ➢ Estudos sobre a radioatividade de Ernest Rutherford, ele identificou as radiações alfa (α), beta (β) e gama (γ). ➢ Rutherford manteve a ideia de Dalton que a matéria possui massa e forma, porém, para ele, o átomo não é mais invisível. O átomo agora seria um modelo de partículas subatômicas constituído por prótons (+), elétrons (-) e ele propôs a existência de nêutrons (partícula eletricamente neutra). ➢ No séc. XX já se falava na ideia de núcleo e energia nuclear. Isótopos são átomos de um elemento químico que possui o mesmo n° Z, com massa diferente. IONIZAÇÃO A ionização é um fenômeno que ocorre quando uma substância molecular entra em contato com a água, reagindo e formando íons. A perda ou ganho de elétrons. Ao aquecerum gás, num determinado momento ocorre a ionização, tendo-se então formado um gás ionizado, que apresenta propriedades especificas, principalmente eletromagnéticas, portanto, constitui-se um estado físico próprio: o plasma. REFERÊNCIAS Átomo [Internet]. Conexão Universallis. [citado 23 de abril de 2020]. Disponível em: https://conexaouniversallis.com.br/atomo/ GEWANDSZNAJDER e PACCA, 2018. Ciências- anos finais (9° ano). Unidade 2: “transformações da matéria e radiações”. Editora Teláris. Ed. 3 – 256p. TABELA PERIÓDICA: DEFINIÇÃO, NÚMEROS E PERÍODOS | QUÍMICA | QUER QUE DESENHE? [Internet]. [citado 23 de abril de 2020]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yv5168bi1X4 CAPÍTULO 4: CRISTAIS, MOLÉCULAS E METAIS Nas nossas últimas aulas não presenciais revisamos sobre a metodologia científica, os átomos e as quatro forças da natureza. Além disso, conhecemos um pouquinho melhor a história em torno da eletricidade, desde a sua descoberta na Antiguidade até a sua distribuição em usinas elétricas. Aprofundamos nosso conhecimento sobre o modelo atômico de Dalton, retomamos conceitos essenciais sobre cátions, ânions, prótons, elétrons, atomicidade e nêutrons. Conhecemos outros modelos atômicos como de J.J Thompson, Rutherford e Bohr. Você conheceu como está organizada a tabela periódica e como podemos utilizar o diagrama de Linus Pauling para explicar o efeito fotoelétrico e a periodicidade dos elementos químicos representativos da Tabela Periódica. Agora utilizaremos todos este conhecimento para explicar a formação de Cristais, Moléculas e Metais. https://conexaouniversallis.com.br/atomo/ https://www.youtube.com/watch?v=yv5168bi1X4 O QUE IREMOS ESTUDAR NESTA AULA? - Classificação dos elementos químicos da Tabela Periódica através do potencial de ionização. - Forças de atração e ligações químicas (iônica, metálica e covalente). Esta Tabela Periódica será utilizada para as explicações a seguir: A Camada de Valência (CV) corresponde a quantidade de elétrons presentes na camada mais distante do núcleo. Vimos que, com exceção dos Gases Nobres e Hidrogênio, os elementos químicos se combinam ao estabilizar na camada mais distante do núcleo com oito elétrons. Através destas pequenas observações quantitativas, podemos descrever quatro categorias de Elementos Químicos: Hidrogênio (atípico), Gases Nobre, Ametais, Metais (alcalinos e alcalinos terrosos). CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS Hidrogênio (atípico): Esse elemento não se enquadra em nenhum grupo da Tabela Periódica. Em algumas Tabelas ele aparece na família dos alcalinos, por possuir um elétron em sua camada de valência. Aliás, essa é sua única camada eletrônica. Porém, suas características não são semelhantes às dos elementos dessa família. Na tabela periódica temos 118 elementos químicos. Eles estão organizados verticalmente conforme sua periodicidade (raio da eletrosfera) e horizontalmente conforme a quantidade, em ordem crescente, de prótons (Z) presente no núcleo. Nas aulas anteriores fizemos a decomposição da eletrosfera de alguns elementos químicos utilizando o Diagrama de Linus Pauling. Com ele, pudemos descrever e mapear a posição do elétron inclusive aprendemos um conceito chamado Camada de Valência. A diferença entre Cristais, Moléculas e Metais. O hidrogênio é o elemento mais abundante no universo, pois pode se combinar com metais, ametais e semimetais. É um gás extremamente inflamável, em temperatura ambiente, e normalmente é encontrado nas altas camadas da atmosfera ou combinado com outros elementos. Gases Nobres: Representam os elementos da família 18 (0 ou VIII A), que são, respectivamente: hélio, neônio, argônio, criptônio, xenônio e radônio. Esses elementos são gasosos na temperatura ambiente e, normalmente, são encontrados na natureza em sua forma isolada, pois assim são mais estáveis. Além disso, eles não formam compostos com outros elementos espontaneamente. Como regra geral, podemos dizer que: Ametais: São os 11 elementos indicados na Tabela acima pela cor rosa: Carbono (C), Nitrogênio (N), Fósforo (P), Oxigênio (O), Enxofre (S), Selênio (Se), Flúor (F), Cloro (Cl), Bromo (Br), Iodo (I) e Astato (At). Esses elementos possuem as características opostas dos metais, ou seja, não são bons condutores de calor e eletricidade. Pelo contrário, a maioria funciona como isolante (apenas a grafita (Cn(s)) é boa condutora de calor e eletricidade). Eles não possuem brilho característico (com exceção do iodo (I2(s)) e da grafita, já mencionada), e fragmentam-se. Metais: Os metais constituem a maior parte dos elementos existentes (dois terços). Eles estão representados pela cor amarela na Tabela acima e correspondem a 87 elementos. No diagrama de Linus Pauling ao lado podemos detectar que o Hidrogênio (atípico), Sódio (Na) e Rubídio (Rb) possuem sua CV= s1, Isto significa que todos (as vezes com exceção do hidrogênio porque é atípico) estão na primeira fileira vertical à esquerda da Tabela Periódica. Em temperatura ambiente eles são duros, sólidos, com exceção apenas do mercúrio (Hg), que é líquido. São condutores de calor e eletricidade. O metal é caracterizado também por sua maleabilidade (capacidade de ser moldado) e pela sua ductilidade (capacidade de formar fios, como, por exemplo, os fios de cobre, usados em fios de transmissão de energia elétrica). Além disso, apresenta um “brilho metálico” característico. Os elementos das famílias ou grupos 1 (IA) e 2 (IIA), são, respectivamente, denominados metais alcalinos (do árabe álcali, “cinza de plantas”) e metais alcalino terrosos (com o sentido de “existir na terra”). Neste sentido sódio (Na) e Rubídio (Rb) correspondem a metais alcalinos e Berílio (Be), Magnésio (Mg) e Cálcio (Ca) correspondem a metais alcalinos terrosos. LIGAÇÕES QUÍMICAS As propriedades dos compostos iônicos refletem características associadas ao modelo de um arranjo tridimensional de partículas carregadas. As substâncias iônicas têm, normalmente, temperaturas de fusão e de ebulição elevadas. Dessa maneira, todas as substâncias iônicas são sólidas a temperatura e pressão ambientes. Vários são solúveis em água (solvente polar), mas essa não é uma característica universal dos sólidos iônicos (...). Eles são insolúveis em solventes orgânicos (solventes apolares), como aguarrás e benzeno (C6H6). Não conduzem corrente elétrica no estado sólido, mas o fazem em solução aquosa ou quando fundidos. Todas essas propriedades estão relacionadas à alta energia requerida para deslocar íons de suas posições muito estáveis no retículo cristalino e a mobilidade que os íons (partículas carregadas) adquirem em solução ou no estado líquido (MORTIMER e MACHADO, 2003). Na natureza os átomos se unem e, em função da eletronegatividade que eles apresentam, podem atrair elétrons mais ou menos para si. Esta capacidade de atrair mais ou menos para si os elétrons estão correlacionada com o seu potencial de ionização e com a afinidade eletrônica. Quando a transferência de elétrons pode ser considerada como uma aproximação válida face a diferença de eletronegatividade dos átomos, podemos tratar o sistema como sendo uma interação entre íons (...). No entanto, há sempre uma interação devida ao fato de que os elétrons sempre têm uma pequena probabilidade de ser encontrados nas vizinhanças do átomo menos eletronegativo; é o que chamamos de covalência. LIGAÇÃO IÔNICA LIGAÇÃO METÁLICA • Ocorre entre elementos químicos do grupo dos metais. • Nos átomos da maioria dos metais, a atração entre o núcleo e os elétrons mais distantes dele é fraca. Esses átomos podem transferir elétrons facilmente, tornando-se cátions. • Os elétrons livres formam uma “nuvem eletrônica”, que é responsável por manter os cátions fortemente aderidos entre si. • A abundância de elétrons livres