Buscar

Estética e História da Arte Contemporânea - Resumo

Prévia do material em texto

A reflexão filosófica sobre a arte nasceu na 
Grécia, no século VI a.C. No século V a.C. 
Sócrates foi o primeiro a indagar a 
respeito do que seria uma pintura. 
Livro República – Platão: Platão 
problematizou em seu livro A república, a 
existência e a finalidade das artes, ligando-
as ao problema mais geral da realidade e do 
conhecimento, do sentido da beleza e da 
vida psicológica e moral. 
Aristóteles – Poética: desenvolveu em seu 
livro Poética ideias relativas à origem da 
poesia e à conceituação dos gêneros 
poéticos, representando uma primeira teoria 
da arte. 
 
A doutrina de Platão condensou a 
experiência do Belo, alcançada pela cultura 
antiga: O princípio da imitação, para definir 
a natureza da arte, o estético para 
estabelecer as condições necessárias de 
sua existência e o moral para julgar seu 
valor. Princípios da Beleza Clássica: 
1. Equilibrio 
2. Respeito às proporções 
3. Harmonia 
4. Simetria 
 
Para Platão: 
Ideia = conhecimento verdadeiro 
Imagem (obra de arte) = não devia 
pretender alcançar uma categoria mais 
elevada do que a da “imagem” por se opor 
ao conceito de “ideia”. 
 
Linha do Tempo Histórica 
Idade Média: Com a queda do Império 
Romano e com a dispersão do pensamento, 
não se discutiu a questão estética. O belo 
era considerado pertencente a Deus e não 
era considerado nas discussões sobre as 
artes, que tinham por função transmitir a 
doutrina cristã para os que não sabiam ler. 
 
Renascimento: Surgiu com o fim da “Idade 
Média” conjuntamente à filosofia 
denominada Humanismo. Nesse período, o 
belo retorna à esfera das artes por meio do 
conceito de natureza. Passa a ser tarefa do 
artista, identificar e destacar da natureza os 
belos aspectos da criação divina. 
 
Conceito de Estética: O conceito de 
estética surge como uma disciplina filosófica 
com A. G. Baumgarten, no século XVIII, 
conceituada como ciência do belo e da arte, 
mas vai ganhar importância com a 
contribuição de Kant. 
 
Evolução da Estética 
Estética Kantiana: A reflexão sobre a 
beleza assume a forma de uma descrição 
da consciência estética, da impressão 
produzida pela obra. O entendimento 
estético passa a ser considerado ligado à 
imaginação e contrasta agora o belo com o 
sublime. A ideia do sublime funda uma 
estética nova, que supera a definição 
clássica do belo. A obra de arte em vez de 
imitar a natureza, passa a tornar visível 
um mundo desconhecido. 
 
Pensamento Pós-Kantiano: Categorização 
da estética como uma ciência, substituindo 
a palavra “belo” por “estético”, passando a 
incluir todas as categorias pelas quais os 
artistas e pensadores haviam refletido, 
assim como o trágico, o sublime, o gracioso, 
o risível e o humorístico, reservando para a 
denominação de belo aquele modelo 
clássico definido pela harmonia e pelo 
senso de proporção. 
 
Idealismo Hegeliano: O conceito de 
estética passou a considerar o belo da arte 
como sendo superior ao belo da natureza, 
nascido duas vezes do espírito. E, como 
consequência, a arte passou a ser 
percebida como uma forma de 
manifestação do pensamento visual. 
 
Pop Art: Representou um tratamento de 
choque que indicou a onipotência da atitude 
"criadora pura". O vulgar, o medíocre e o 
cotidiano são retratados. Ex. Andy Wahrol. 
 
 
 
Antiguidade 
A Grécia produziu os conceitos de história, 
filosofia, arte e tentou explicar o conceito da 
vida, por meio dos mitos e do destino. No 
campo da arte surgiu o teatro e há um 
notável desenvolvimento técnico da 
arquitetura, da pintura - segundo os textos - 
e da escultura. 
Cultura Greco-romana: Após Roma ter 
invadido a Grécia, os romanos adotaram 
seus hábitos e costumes criando a cultura 
Greco-romana. A Roma Imperial “importou” 
os artistas gregos e desenvolveu a arte dos 
retratos. Se na Grécia os deuses recebiam 
a forma de homens ideais, em Roma os 
homens eram idealizados para se tornarem 
deuses na figura dos governantes. 
 
Idade Média 
Arte Cristã Primitiva - a arte dos povos 
romanos convertidos ao cristianismo, junto 
com o Imperador Constantino. 
 
O estilo gótico: Esse estilo desenvolveu-se 
pelos séculos seguintes e culminou na 
construção de igrejas altíssimas como a de 
Notre Dame, em Paris. É cheia de 
arcobotantes e contrafortes, que 
caracterizam a arquitetura desse período. 
 
O Renascimento - ou Renascença - é 
marcado por uma corrente de pensamento 
chamada de Humanismo, que traz uma 
valorização do ser humano e da natureza, 
em oposição ao sobrenatural cultuado na 
Idade Média. 
 
Idade Média – Economia: artesanal, agrária 
e urbana. – Arte: formas góticas 
Idade Moderna – Economia: manufatureira 
mercantilista e nacional. – Arte: formas 
renascentistas. 
 
No século XVII inicia-se o período 
conhecido como Barroco. Ocorreram então 
grandes mudanças na estrutura do 
pensamento ocidental com a revolução 
científica. O mais influente filósofo foi René 
Descartes. Com esse espírito os 
pensadores passaram a aceitar apenas 
aquilo que podia ser experimentado ou 
compreendido racionalmente. Há então uma 
mudança da concepção aristotélica - 
defendida pela Igreja - de um mundo 
ordenado, limitado e imóvel, para a de um 
mundo em constante movimento. 
Arte Barroca: É caracterizada por 
suntuosidades, exageros ornamentais, 
efeitos de claro/escuro, de movimento, de 
contrastes e de cores. A origem da palavra 
barroco é irregular, contorcido e grotesco. 
 
A arte barroca no Brasil: A arte populariza-
se por meio das Igrejas, principalmente em 
Minas Gerais, com destaque para Antonio 
Francisco Lisboa, o “Aleijadinho”. Em 
oposição ao estilo oficial que seria trazido 
pela Corte, o Barroco brasileiro apresenta 
traços de arte ingênua, destacando-se a 
liberdade de representação. Com a 
despreocupação das relações de 
proporções corretas das obras 
neoclássicas, criam-se trabalhos de forte 
apelo emocional e de grande expressão. 
 
Período Rococó – A predileção por cores e 
decorações delicadas que sucederam ao 
gosto mais robusto do período barroco e se 
expressou em alegre frivolidade. 
 
A Arte Neoclássica - O Neoclássico foi o 
estilo oficial do Absolutismo, mas novas 
condições surgiram durante o seu 
predomínio: 
 Durante a Revolução Industrial: 
Destruiu a tradição do artesanato e 
progressivamente vai 
transformando a vida, 
principalmente nas grandes 
cidades. 
 Na Revolução Francesa: A França 
vivia o Absolutismo, mas a 
burguesia já era fundamental para a 
economia. Filósofos como 
Rousseau e Voltaire pediam 
liberdade e respeito à vontade do 
povo. 
 Na Independência Americana: 
Serviu como modelo para as 
independências das colônias da 
Europa e para o fim da escravidão. 
 
O Iluminismo - A era da razão: 
desenvolve-se na França, há uma inerente 
ideia de progresso, e foi um movimento 
intelectual do século XVIII, com base nas 
ideias de progresso, liberdade e valorização 
do homem. As ciências desenvolviam-se 
dando continuidade ao racionalismo 
proposto por Descartes. 
 
O Romantismo - Foi uma reação contra a 
Idade da Razão; os artistas confiavam no 
instinto, opondo-se ao racionalismo. 
Perseguiam a paixão e cultuavam a 
natureza e a imaginação. 
 
 Theodore Géricault: pintava 
corpos em luta e realidades 
contemporâneas suas, mas sua 
ênfase na emoção o leva a ser 
considerado um dos precursores do 
movimento. 
 Eugène Delacroix: tornou-se o 
líder do movimento romântico 
depois da morte de Géricault. 
Caracteriza-se por cores 
voluptuosas, curvas exuberantes, 
tons intensos, contrastes vívidos, 
formas turbulentas e amplas 
pinceladas. 
 
O impressionismo – Paris, entre 1860 e 
1870. A primeira apresentação ao público 
incluiu artistas “independentes” em 1874, no 
estúdio do fotógrafo Nadar. 
 
Conceitos estéticos do impressionismo: 
Necessidadede redefinir a essência 
pictórica diante da fotografia como novo 
modo de apreensão da realidade. 
A fotografia era, até então, uma das formas 
privilegiadas para se reproduzir (captar) a 
realidade através do olhar do artista visual. 
 
O impressionismo, mesmo estando 
estreitamente vinculado à divulgação social 
da fotografia, tendeu a competir com ela em 
três aspectos: 
 Na compreensão da tomada de 
imagem; 
 Na instantaneidade da imagem; 
 Na vantagem da cor. 
Descobriu-se que a fotografia, que era mais 
exata na reprodução da imagem, não 
utilizava a linha, base de toda a arte desde 
o Renascimento. Os impressionistas 
passaram a formar suas imagens através de 
manchas. 
 
O simbolismo, séc XIX – Os simbolistas, 
ao contrário, recusaram qualquer relação 
com a fotografia, reconhecendo que esta 
superava a pintura quanto à apreensão e 
representação das aparências da realidade. 
Procuraram apelar para a imaginação, 
argumentando que o pintor podia imaginar e 
criar o que a câmera fotográfica não poderia 
registrar. 
 
O pós-impressionismo – nome dado hoje 
às diversas tendências que buscaram 
superar o Impressionismo, ou seja, 
encontrar outros caminhos possíveis para o 
desenvolvimento da arte, após a 
compreensão e aceitação do 
Impressionismo. Os artistas pós-
impressionistas não queriam destruir os 
efeitos impressionistas, mas sim levá-los 
mais adiante, no sentido de uma 
intervenção estética-política na realidade 
burguesa. 
 
Principais tendências do final do século XIX: 
 Pontilhismo – Técnica foi 
desenvolvida por Serrat e buscava 
estrutura e forma. Fragmentou a 
pincelada impressionista em pontos 
coloridos, transformando manchas 
em pequenos pontinhos com 
intensidade graduada para criar 
profundidade, assim buscando a 
mistura de cores pelo cérebro. 
Substituiu os resquícios românticos 
dos impressionistas por termos 
científicos. 
 Simbolismo – Os simbolistas 
queriam trazer à realidade algo que 
pertence ao espírito, valorizando a 
imaginação, pintando o sensível, 
sem ter necessariamente uma 
correspondência com o real. 
 
Alguns artistas importantes: 
 Gauguin: Inicialmente era um 
simbolista. Defendia que se 
pintasse de memória, com isso, 
favorecendo a sensação, a 
dimensão da imaginação. 
 Cézanne: Deu importância à 
estrutura, à essência. Modulou pela 
cor pura e expôs com os 
impressionistas. 
 Van Gogh: Por influência de 
Gauguin, alguns dos seus quadros 
do início da carreira tinham cores 
lisas. Posteriormente foi assumindo 
suas pinceladas que foram ficando 
mais marcadas, densas e vibrantes, 
tornando-se sua marca pelo frêmito 
que transmitem. 
 
 
O expressionismo – No início do século 
XX, o expressionismo presente em diversas 
tendências do período pós-impressionista 
vai se desenvolver como uma das primeiras 
vanguardas de modos distintos em países 
distintos. A valorização da expressão em 
detrimento do belo clássico vai ressaltar o 
grotesco, o primitivo e o espontâneo e 
acelerar o desenvolvimento do modernismo. 
 
Movimentos de caráter expressionista: 
Os expressionistas são deformadores 
sistemáticos da realidade, fugindo às regras 
tradicionais de equilíbrio, regularidade e 
harmonia da estética clássica, com objetivo 
de expressar emoções. 
No início do século XX, a tendência a 
valorizar a expressividade vai dominar com 
o desenvolvimento dos movimentos do 
Fauvismo na França e do Expressionismo 
na Alemanha. 
 
O Fauvismo – começou em Paris. O nome 
fauve - fera em francês - foi utilizado como 
referência ao modo como esses artistas 
liderados por Matisse “atiravam” as cores 
sobre as telas. Ou seja, como feras, como 
selvagens. A ideia de cores não 
convencionadas vai ser desenvolvida por 
esse grupo que faz da cor seu principal 
veículo de expressão. O fauvismo é o 
principal responsável pelo desenvolvimento 
do gosto pelas cores puras. 
Os artistas fauvistas e seus trabalhos 
caracterizavam-se, de maneira geral, pela 
liberdade de expressão, através do uso de 
cores puras e pelo exagero do desenho e 
da perspectiva. Não havia uma doutrina ou 
programa. 
 
Técnicas da Arte Expressionista: 
 Cores resplandecentes, vibrantes, 
fundidas ou separadas; 
 Textura áspera, devido à grande 
quantidade de tinta empregada nas 
telas. 
 Técnica violenta provocando 
inesperadas “explosões". 
 Uso do empaste ou empasto, 
formado por uma massa grossa de 
pintura a óleo, a qual era martelada 
e áspera. 
 
O expressionismo vs. O Impressionismo: 
Embora sendo movimentos antitéticos, 
foram movimentos realistas que exigiam a 
dedicação total do artista à questão da 
realidade. 
Expressionismo – do interior para o exterior; 
é o sujeito que, por si, se imprime ao 
objetivo. Precursor: Vincent Van Gogh; 
atitude: volitiva/ agressiva; se resolveu no 
plano da ação. 
 
Impressionismo – do exterior para o interior; 
é a realidade (objeto) que se imprime na 
consciência (sujeito). Precursor: Edouárd 
Manet; atitude: sensitiva; se resolveu no 
plano do conhecimento. 
 
 
Pablo Picasso, pintor e escultor espanhol, 
é considerado um dos artistas mais 
importantes do século XX. Artista 
multifacetado foi único e genial em todas as 
atividades que exerceu: 
 
 Inventor de formas; 
 Criador de técnicas e estilos; 
 Artista gráfico; 
 Escultor. 
Foi o artista mais produtivo e mais 
constante revolucionário do século passado. 
Do tratamento clássico e representacional 
dos temas evoluiu ele para as abstrações 
do Cubismo, e do Cubismo para as técnicas 
de colagem mais tarde utilizadas no 
dadaísmo. Picasso empregou igualmente 
elementos de fantasia e imaginação, em 
suas cerâmicas e esculturas. 
 
O Cubismo – era uma arte formalista 
preocupada com a reavaliação e reinvenção 
de procedimentos e valores pictóricos. Era 
uma arte de conteúdo intelectual elevado e, 
em geral, calmo e reflexivo. Exemplo de 
artistas: Georges Braque, Picasso, 
Fernand Léger; Robert Delauney, Juan 
Gris. 
 
Seus principais focos de resistência foram 
as artes decorativas e a arquitetura do 
século XX. Considerado como um ato de 
percepção individual, o movimento inspirou-
se na arte africana e na geometrização das 
figuras iniciada por Cézanne, que resultou 
em uma arte intuitiva e bastante abstrata, 
derivada da experiência visual baseada na 
luz e na sombra. 
Em 1907, começa o cubismo; em 1914, 
termina o cubismo, como movimento, com a 
eclosão da 1ª Guerra Mundial, tendo boa 
parte dos artistas sido recrutada e partido 
para o campo de batalha; em 1925, 
persistiu como parte das discussões e 
pesquisas. 
O Cubismo rompeu com o conceito de arte 
como “imitação da natureza”, que vinha 
desde o Renascimento, bem como com os 
principais cânones clássicos de pintura 
tradicional: 
 A perspectiva, consistindo na ilusão 
de profundidade em uma superfície 
plana, base da pintura europeia por 
mais de 500 anos seguintes à 
Renascença. 
 O chiaroscuro ou luz-e-sombra, 
indicando uma nova técnica criada 
no Renascimento para criar a ilusão 
de relevo escultural no plano. 
 A pirâmide ou configuração 
piramidal e tridimensional do 
espaço da tela, tendo como clímax 
uma imagem central que substituiu 
os retratos em perfil e o 
agrupamento de figuras em grade 
horizontal. 
 
Elementos formais do Cubismo: 
 
 Abandono da iluminação 
“naturalista” de suas telas e das 
relações moduladas entre 
elementos formais; 
 Ênfase nas formas planas de 
contornos bem marcados; 
 Ênfase em relações espaciais 
condicionadas por relações de cor - 
e não no desenho; 
 Ênfase no contexto de uma 
composição, que permite a leitura 
de um espaço consistente ou 
fechado; 
 Ênfase no espaço inteiramente 
ocupado por formas e planos- 
como, principalmente, em Gris e 
Léger; 
 Ênfase em umespaço real 
semelhante a uma caixa - como em 
Picasso, Gris ou Braque; 
 Ênfase em um espaço identificado 
com a própria superfície da tela, 
através da aplicação de uma base 
completamente pintada, suave e/ou 
opaca. 
 
O futurismo – Foi influenciado e 
retroalimentou o Cubismo. Iniciado na Itália, 
a partir da concepção de civilização e 
expressou-se inicialmente em palavras. 
Logo, partiu de uma ideia geral. Rejeitou 
todas as tradições, instituições e os valores 
consagrados pelo tempo. Propagou suas 
ideias muito rapidamente pela Europa e 
embora tenha durado pouco, teve longa 
influência. (Marinetti escreveu o primeiro 
manifesto futurista.) 
 
A arte no inicio do século XX no Brasil 
Nas exposições da Semana de Arte 
Moderna, além dos trabalhos de Anita 
Malfatti, de Vitor Brecheret, de Di Cavalcanti 
e de Rego Monteiro, pouca coisa havia de 
moderno no Saguão de entrada do Teatro 
Municipal de São Paulo. Contudo, a 
polêmica pública predominou, 
principalmente pela publicação de 
manifestos que se seguiram: o Manifesto 
Pau Brasil e Antropofágico. 
O manifesto Pau Brasil apoiava-se nas 
pinturas de Tarsila do Amaral. 
O segundo manifesto, chamado 
Antropofágico, foi publicado na primeira 
Revista de Antropofagia. Irônico, 
provocativo, destruidor e cheio de novas 
propostas, tal os manifestos europeus, 
principalmente o futurista. 
 
Se entre 1917 e 1922, a preocupação 
modernista era afirmar à arte moderna no 
Brasil, a partir de 1923 a preocupação 
passa a ser uma postura nacionalista. Na 
visão antropofágica, será devorado o pai 
Totêmico –a cultura europeia – para 
incorporar suas virtudes reforçando o 
próprio organismo – a cultura brasileira. 
 
Dadaísmo, Surrealismo e 
Anti-arte 
 
O Dadaísmo e o Surrealismo representam 
respostas culturais, articuladas de modos 
diversos, mas tendo em vista uma mesma 
situação: a falência de valores estéticos, 
filosóficos, morais do século XIX e o 
confronto com a nova realidade que 
superou os limites do racionalismo no 
século XX, evidenciada com a guerra. 
 
Marcel Duchamp é chamado de “pré-
dadaísta”, afirmando seu aspecto precursor 
e não totalmente redutível aos conceitos 
estético-filosóficos do movimento dadá. Por 
meio de seus ready-mades, Duchamp 
pretendeu iniciar o debate em torno da 
relação obra/artista, ao enfatizar um repúdio 
à “criação artística”, ao afirmar não acreditar 
na função criativa do artista. 
 
O Dadaísmo: 
 Contestava o conceito do que seja 
obra-prima, expressando que o 
objetivo da atividade artística não 
era a arte, mas a “antiarte” como 
postura revolucionária contra um 
esteticismo gasto, propondo 
atividades de “destruição” das 
noções de bom gosto e de 
libertação da arte dos projetos de 
racionalização; 
 Destacava o papel do sujeito-artista 
como crítico, como sujeito que 
reflete sobre a experiência do 
mundo e expõe, pela sua ação 
crítica, o sentido de crise e de 
falência dos valores estéticos, 
filosóficos e morais. 
 
O Surrealismo – movimento artístico que 
se baseava no inconsciente, ou seja, além 
dos limites racionais do ser humano, fora de 
toda a preocupação estética e moral. 
 Reconheceu o poder do “ato de 
criação espontânea"; 
 Aboliu o veto que o Dadá havia 
aplicado à arte e eliminou a 
necessidade da posição irônica 
dadaísta; 
 Devolveu ao artista a sua razão de 
ser sem impor, ao mesmo tempo, 
um novo conjunto de regras 
estéticas. 
Exemplos de artistas surrealistas: 
Salvador Dalí, Joan Miró, Pablo Picasso. 
 
Surrealismo Heroico – 1924: O tema do 
sonho foi representado, pelos surrealistas, 
por obras de natureza simbólica obtida pelo 
método do automatismo, as quais 
revelavam ainda um certo figurativismo. 
 
Fase Política – 1928: Seus líderes filiaram-
se ao Partido Comunista, vinculando a arte 
surrealista a uma postura estético-
ideológica de vanguarda. 
 
Fase de Difusão – 1930-1950: O 
Surrealismo expandiu-se internacionalmente 
com grupos de surrealistas, tendo mesmo 
se formado no Brasil. 
 
André Breton – 1924 e o Manifesto 
Surrealista: Defendeu a ideia de que os 
artistas e escritores deveriam expressar seu 
pensamento de maneira totalmente livre, 
espontânea e irracional, sem qualquer 
controle de ordem estética, racional ou 
moral. 
Técnicas surrealistas: Automatismo, 
associações livres, fotomontagem, jogos de 
criação coletiva, assemblagem, colagem. 
 
O Construtivismo não estava ligado a arte 
política, mas a socialização da arte, 
incluindo satisfazer as necessidades 
materiais, expressar as aspirações, 
organizar e sistematizar os sentimentos do 
proletariado revolucionário. Exemplo de 
artista: El Lissitzky, Naum Gabo, Anton 
Pevsner, Wassilly Kandinsky, Alexander 
Rodchenko. 
 
 O Construtivismo repudia o conceito 
de gênio - intuição, inspiração e 
autoexpressão; 
 É didático, tem intimidade com a 
ciência e a tecnologia, é concreto; 
 A ideia construtiva não pretende 
unir arte e ciência, explorar as 
condições do mundo físico, mas 
captar sua verdade. 
 
 
Artistas do movimento: Jackson Pollock, 
Willem De Kooning, Clyfford Still, Barnett 
Newman e Mark Rothko. 
 
O expressionismo abstrato – Movimento 
de pintura norte-americana afirmado no final 
da década de 1940, em Nova York, 
consistindo em uma das mais 
extraordinárias conjunções de radicalismo 
técnico (“action painting” e automatismo na 
pintura) e de radicalismo ideológico. 
Técnicas da arte expressionista abstrata: 
 Pintura de caráter violento; 
 A adoção da técnica de tinta 
respingada e jogada, e de pincéis 
completamente secos, varetas e 
colheres de pedreiro como 
ferramentas; 
 O ritmo natural tornou-se 
inevitavelmente mais expansivo, 
envolveu movimentos mais amplos 
e mais demorados da mão que 
controla a aplicação da tinta; 
 A noção de “ação no caos” 
impregna a ideologia abstrato-
expressionista; 
 
POP-ART – A arte pop colocou em questão 
a importância crescente no período pós-
Guerra dos meios de comunicação de 
massa e sua influência nas categorias mais 
elevadas da cultura ocidental, que pareciam 
questionar as distinções culturais 
tradicionais que pareceram subitamente 
superados por uma nova estética. 
O crítico britânico Lawrence Alloway 
defendia que uma área de cultura visual 
nova estava mudando o mundo moderno e 
desafiava as hierarquias tradicionais da 
expressão artística. As artes visuais 
precisavam então responder aos gostos do 
público ou se tornariam irrelevantes. Surgia 
uma estética do descartável, baseada no 
interesse em estimular o consumo por meio 
da mudança estilística e da obsolescência 
planejada. A arte moderna ligava-se então a 
complexas possibilidades de expressão 
visual. 
Principais artistas: Richard Hamilton, Peter 
Blake, David Hockney, Andy Warhol, Roy 
Lichtenstein, George Segal. 
 
 
A criação do SPAN – Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional - representou 
um esforço no sentido da restauração de 
nossas tradições, no mesmo momento em 
que se construía um sentido moderno de 
nação. Procurava, através da cultura, 
eclodir na população um sentido de 
patriotismo, lealdade e dever. Para Mário de 
Andrade, a tradição não se podia importar, 
mas cultura importava-se, ressalvando que 
se devia importar aqueles elementos em 
que a cultura estrangeira não fosse estragar 
a cultura nacional, e sim, ajudar no seu 
desenvolvimento estratégico. 
 
A questão da implantação de uma arte 
moderna no Brasil – a qual devia estar 
totalmente comprometida com a autonomia 
da arte, independente de quaisquer outros 
fatores ideológicos – esbarrou, desde o 
início, com a necessidade de tematização 
da realidade física e social do país como 
forma de afirmação da própria identidade 
nacional, a qual havia sido renegada pelos 
brasileiros devidoao seu passado colonial e 
escravagista. Movimentos artísticos do 
século XX, como a antropofagia modernista 
dos anos de 1920 e o Tropicalismo do final 
dos anos de 1960, abordaram criticamente 
a questão nacional refletida pela 
mestiçagem. 
 
As manifestações ambientais que Oiticica 
desenvolveu nos anos de 1960-1980 
supõem uma visão de mundo Parangolé, 
trabalho-síntese de sua obra. Tropicália 
(1967), Apocalipopótese (1967), Crelazer 
(1968) e Éden (1969) lidaram com uma 
reformulação do conceito de arte. 
Exploraram vivências que libertavam o 
indivíduo não só de uma rigidez estética, 
mas também de condicionamentos culturais. 
Nesse sentido, a Tropicália foi um emblema 
do questionamento de referências artísticas 
e culturais por meio da explosão do óbvio. 
 
 
Minimal Art – surgiu nos Estados Unidos, 
na década de 1960, e consistiu no trabalho 
que teve a especificidade de utilizar 
materiais reais, cores reais e espaço real, 
além de estetizar a tecnologia. Eram 
trabalhos que não eram esculpidos, nem 
construídos pelo artista, tampouco pareciam 
significar algo além de afirmar sua 
existência. 
Transmitiam uma noção de perfeito 
equilíbrio e produziam uma simetria visual 
que nunca se desvia de seu campo 
planejado, porém com unidades modulares 
cuja monotonia é, em certo sentido, o 
oposto da liberdade. Principais artistas 
minimalistas: Donald Judd, Dan Flavin, 
Carl Andre, Robert Morris, Frank Stella. 
 
Arte conceitual – foi a primeira brecha na 
infalibilidade abstrata. Ao lado de uma 
influência renovada da Pop Art, a Arte 
Conceitual ajudou a revitalizar o uso do 
humor e da ironia na arte, das imagens 
fotográficas, da figura humana, de temas e 
etc. 
Pós-Modernismo – é avesso à definição. 
Pode ser entendido como uma reação aos 
ideais do Modernismo; são ideias que dão 
uma sensação de instabilidade inerente à 
realidade. 
Grafite – 1980: diferencia-se da Pop Art e 
se contrapõe a movimentos intelectualistas 
da arte americana, como a Arte Conceitual 
e o Minimalismo. Os grafites representam 
uma das mais importantes contribuições dos 
representantes de uma subcultura às artes 
visuais. Artista importante: Jean Michael 
Basquiat.

Continue navegando