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Políticas Macroeconômicas - Revisão AV2 FUNDAMENTOS DE ECONOMIA POLÍTICA FISCAL • Gestão estratégica das receita e das despesas do governo (R-D). • O R-D (resultado) é uma variável de fluxo, pois é constantemente alterada no tempo. • O resultado pode ser de natureza fiscal, pública ou orçamentária. • A política fiscal tem a maior carga de envolvimento político na sua gestão. As políticas monetária e cambial dependem apenas do Banco Central. • Formas básicas de Estado: - Unitário: Estado onde não existe divisão de poder política em função do território. - Federação: Estado onde existe divisão de poder político em função do território. ❖ Na Federação, todos os Entes possuem poder legislativo. A União, os estados, o DF e os municípios. • Setor público consolidado: a soma de todos os resultados dos Entes do país, com a exceção dos bancos públicos. • Processo orçamentário no Brasil: - O poder executivo de cada Ente federativo elabora um orçamento e encaminha para o poder legislativo. Este, então, discute e propõe emendas ao orçamento. Depois, a lei é devolvida para o executivo para sanção. - Pedaladas: Os bancos são utilizados como braços operacionais do governo. • Peças orçamentárias no Brasil: - Plano Plurianual (PPA): plano estratégico de investimentos públicos para os próximos 4 anos. Estabelece gastos, objetivos e medidas a serem seguidos pelo Ente. Todo prefeito, presidente e governador precisa do seu próprio PPA. - Lei das diretrizes orçamentárias (LDO): orientações (regras, metas, objetivos) para elaboração dos orçamentos, válido por 1 ano. É subordinada ao PPA. - Lei orçamentária anual (LOA): o orçamento final, que estatele a previsão de receitas e a estimativa de gastos, válida por 1 ano. É subordinada à LDO. • Classificação econômica das receitas e despesas: - Podem ser correntes ou de capital. - Despesas correntes: gastos para manter a máquina pública funcionando (ex.: salários de funcionários públicos, custeio de máquinas, bolsas, aposentadorias e pensões, juros da dívida pública, etc.) - Despesas de capital: gastos para aumentar a capacidade de prestação de serviços (ex.: investimentos públicos, amortização, empréstimos pelo governo para Entes internacionais, etc.) - Receitas correntes: tudo que o governo arrecada usualmente (ex.: tributação, receitas de empresas estatais, juros recebidos, etc.) - Receitas de capital: endividamento e venda de ativos (ex.: operações de crédito, etc.) • Diferença entre déficit e dívida: - Déficit: é uma variável de fluxo – seu valor varia de forma dinâmica constantemente. - Dívida: é uma variável de estoque – seu valor se altera lentamente ao longo do tempo. • Dívida pública em função do tipo de contratação: �1 - Dívida mobiliária: constituída com base de títulos públicos. ❖ A emissão de títulos é de alto custo. ❖ Os títulos podem ser negociados entre terceiros (daí vem o nome “mobiliária”). - Dívida contratual: constituída com base em contratos. ❖ Dívida adquirida com prestadores de serviço, empresas fornecedoras, etc., mediante assinatura de contrato. • Dívida em função da origem do credor: - Dívida interna: dívida que os governos devem a credores domiciliados internamente no país. - Dívida externa: dívida contraído pelo país (governos, empresas privadas e famílias), junto a credores domiciliados no exterior. Pode ser pública ou privada. • Dívida pública em função do emitente: - Secretaria do Tesouro Nacional (STN): dívida captada pelo governo ao financiar o déficit. O STN é competente para obter os recursos, mediante a emissão de títulos do Tesouro. É possível, também, o STN buscar o dinheiro com credores no exterior. - Banco Central (BC): dívida com o objetivo é controlar o volume da moeda que circula no mercado bancário (política monetária). O BC não financia o déficit do STN e tem possibilidade, também, de buscar dinheiro com credores no exterior. - A soma das atividades do STN e do BC é o estoque de dívida mobiliária federal. • Tipos (ou Impactos) da Política Fiscal: - Política fiscal expansionista: o governo arrecada menos e/ou gasta mais. ❖ Tem tendência ao déficit. ❖ Aumenta o consumo. ❖ Aumenta o PIB. ❖ Aumenta o nível de emprego. ❖ Aumenta a taxa de juros. ❖ Provável inflação de demanda (1º quadrante da Curva de Philips). - Política fiscal contracionista: o governo arrecada mais e/ou gasta menos. ❖ Tem tendência ao superávit. ❖ Desestimula o consumo. ❖ Diminui o PIB. ❖ Diminui o nível de emprego. ❖ Diminui a taxa de juros. ❖ Não há motivo para a inflação de demanda (3º quadrante da Curva de Philips). • Doutrinas para tributação: - Neutralidade: ❖ Forma ideal de tributação. ❖ Não deve haver distorção do preço de bens e serviços. ❖ Tributos direitos. ❖ Não deve haver alteração na distribuição de rendas da sociedade. - Equidade: ❖ Deve distorcer a tributação, visando a justiça social por ela. ❖ Capacidade de pagamento: quem tem mais renda, deve pagar mais tributos. ❖ Capacidade do benefício: quem mais se beneficia dos serviços públicos, deve pagar mais tributos. • Tipos de cargas tributárias: - Neutra: gráfico constante. Utópico. - Progressivo: gráfico linear crescente. Aplicação da equidade pela capacidade de pagamento. Tem predominância de tributos diretos. - Regressivo: gráfico linear decrescente. Aplicação da equidade pela capacidade de benefícios. Tem predominância de tributos indiretos. A razão para a regressividade está associada ao fato de ser mais simples tributar pelo consumo, pela dificuldade de fiscalizar os tributos diretos. (BR). �2 • Curva de Lafer: - Alíquota: Percentual que incide a base de cálculo do fato gerador (situação abstrata que quando ocorre, gera a obrigação de pagar o tributo) do tributo, produzindo o quantum a pagar. - A Curva de Lafer mostra que aumentos nas alíquotas médias dos tributos levam a mais arrecadação de tributos (normal). Contudo, haveria uma determinada alíquota média que produziria uma arrecadação tributária máxima. Ou seja, a partir desse alíquota, incrementos de tributos seriam ineficientes. O governo arrecadaria menos, pois a sociedade reagiria de forma negativa (tanto de forma ilegal quanto de forma legal) à pressão tributária. ❖ Ilegal: sonegação de impostos. ❖ Legal: perca do ânimo de trabalho e mudança de domicílio fiscal. - Lógica de David Ricardo – o tributo atrapalha a economia. - Supply Side Economics (economia ao lado da oferta): Defendem que a redução de impostos estimularia as empresas a produzirem mais e faria com que os indivíduos ganhassem mais. • Efeito Tanzi: tem a ver com o impacto de uma elevada taxa de inflação sobre o equilíbrio das contas públicas (R-D). Só existe em momentos de alta inflação. - Pela ótica da Receita: perda de arrecadação tributária do governo em decorrência de elevada taxa de inflação associada à defasagem de tempo entre a ocorrência do fato gerador do tributo e seu efetivo recolhimento. O governo brasileiro, nos anos 80, criou os indexadores para fugir do efeito Tanzi. - Pela ótica da Despesa: em momento de alta inflação, o governo, forma proposital, atrasa pagamentos aos devedores, mas ao fazê-lo, não aplica nenhuma espécie de correção. Isso corresponde a um ganho para o governo. • Critérios para a mensuração do Resultado Final: - Resultado Nominal das Contas Públicas: R-N. Toda a receita e despesa, sem nenhum ajuste. Todo o número nominal está impregnado com inflação. Nominal com inflação alta está podre. - Resultado Operacional: RN - INFLAÇÃO. Operacional com inflação alta não está podre. - Resultado primário: RO - JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA. O resultado primário, caso seja superavitário, significa o esforça governamental em poupar recursos para, no mínimo, quitar as dívidas públicas (sem inflaçãoe juros). - Juros Nominais: são os juros da dívida com inflação. POLÍTICA MONETÁRIA • Gestão estratégica do volume de moeda nacional circulando no mercado financeiro (liquidez). - Papel-moeda + moeda escritural. • O Banco Central é o responsável pela política monetária. • Tipos de política monetária: - Política monetária expansionista: ❖ Aumento da liquidez. ❖ Diminui da taxa de juros. ❖ Aumenta o consumo (parcelado e à vista). ❖ Aumenta o PIB. ❖ Aumenta o nível de emprego. ❖ Tendência a Inflação de demanda (1º quadrante da Curva de Philips). - Política monetária contracionista: ❖ Diminui a liquidez. ❖ Aumenta a taxa de juros. ❖ Diminui o PIB. ❖ Diminui o consumo (à vista). ❖ Armadilha da liquidez (diminui o investimento privado). �3 ❖ Tendência a inflação de custos ou de demanda (3º quadrante da Curva de Philips). • Pagamentos de Controle da Política Monetária: - Gestão da Taxa Básica de Juros: taxa pela qual o governo remunera aquele que emprestaram dinheiro nas operações pós-fixadas. Taxa de condução da política monetária. - Open Market: operações de mercado aberto (compra e venda de títulos no mercado para reduzir a liquidez). Refere-se ao mercado de títulos, onde atuam o banco central e os bancos comerciais do país, e são comprados e vendidos os títulos da dívida pública. ❖ Quantitative Easing: antecipação do resgate de títulos pelo BC para aumentar a liquidez do mercado. - Taxa de Redesconto: empréstimos realizados pelo BC para ajudar bancos com graves desequilíbrios patrimoniais e/ou de fluxo de caixa. A taxa de redesconto mais alta é a CDI (interbancário). ❖ Mercado Interbancário: um banco empresta para o outro, afim de cobrir o caixa negativo no final do dia. ❖ Taxa do CDI: Certificado de Depósito Interbancário. Define o custo do dinheiro na operação interbancária. Diferença entre o redesconto (BC) e o CDI (Mercado) ❖ Não faz sentido o BC aplicar taxa de redesconto menor que o CDI, pois iria estar interferindo no mercado interbancário. ❖ Operações de desconto salvam, momentaneamente, o banco. ➡ Regime de Administração Especial Temporário (RAET): ações são proibidas de serem negociadas na bolsa de valores. O BC assume o banco e os clientes são inafetados. ➡ Liquidação Extrajudicial (LEJ): ações são proibidas de serem negociadas na bolsa de valores. OC assume banco e os cliente são afetados pela indisponibilidade do dinheiro. ‣ Para proteger seus clientes, os bancos criam o Fundo de Garantia de Crédito (FGC), uma reserva que o banco tem para bancar até uma certa quantia de seus clientes, caso vá à falência. ➡ Programa de Restauração do Sistema Financeiro Nacional (PROER): programa criado pelo BC para incentivar os bancos sadios a comprar a parte boa dos bancos quebrados. (ex.: Unibanco foi comprado pelo Itaú). - Depósitos Compulsórios: ação do BC que obriga os bancos a recolherem de forma compulsória um percentual dos depósitos de seus clientes. ❖ Não é nenhum tipo de tributo. Porém, todo tributo é compulsório. ❖ Aumento no percentual compulsório representa política monetária contracionista, pois reduz a liquidez e aumenta as taxas de juros aos clientes. SELIC (sistema especial de liquidação e custódia) COPOM (Comitê de política monetária) Controla a compra e venda de títulos (no Brasil) Órgão do BC formado pelo presidente e pelos diretores do banco. Regime de Metas de Inflação Define a SELIC Aumento = Mais entusiasmo dos bancos para emprestar ao governo nas operações. Menos volume de crédito ofertado aos clientes. Aumento da taxa. – CONTRACIONISTA. Reúnem-se a cada 45 dias Diminuição = Menos entusiasmo. Mais volume de crédito. Menos taxa. – EXPANSIONISTA. Mínima (Expansionista) Máxima (Contracionista) Não coloca dificuldade para emprestar BC coloca dificuldade para emprestar Consequência: Os bancos relaxam em suas políticas de liberação de crédito aos seus clientes. Consequência: Os bancos se preocupam mais na seleção de clientes e na concessão de créditos. �4 ❖ Redução no percentual compulsório representa política monetária expansionista, pois o volume de crédito aumenta e as taxas de juros aos clientes é reduzida. ❖ Os compulsórios criam o Multiplicador da Política Monetária, ou seja, os bancos criam moedas endogenamente no processo de capitação e empréstimos. POLÍTICA CAMBIAL • Controle estratégico da taxa de câmbio, de competência do BC, que afeta diretamente o Balanço de Pagamentos. • Taxa de câmbio: relação de paridade entre duas moedas. • E = R$ / USD* *nada impede que a comparação seja entre o real e qualquer outra moeda que não o dólar. • Balanço de Pagamentos: documento contábil controlado pelo BC. Registra todas as entradas e saídas de moeda estrangeira no país, vindas de operações formais entre residentes e não residentes. - Estrutura do Balanço de Pagamentos: a soma entre o balanço de transações correntes e o balanço de capitais. - Balanço de transações correntes: corresponde aos balanços comercial, de serviços e rendas, e de transações unilaterais. ❖ Balanço comercial: (exportações) - (importações) de bens. Envolve qualquer tipo de produto. ❖ Balanço de serviços e rendas: (exportações) - (importações) de serviços e rendas//(entrada) - (saída) de moeda estrangeira. Os serviços são: fretes, alugueis, cartões de crédito (em viagens internacionais), projetos e consultorias, e royalties. E as rendas: salários de funcionários internacionais, lucros e dividendos das empresas, rendimentos de investimentos em carteira, e juros e refinanciamentos da dívida externa. ❖ Balanço de transações correntes: (exportações) - (saída) de fundo perdido//(entrada) - (saída) de doações (ONGs, remessas humanitárias, remessas entre familiares, heranças, remittanaces). Esse balanço é fundamental para países pequenos. *Se o país for deficitário no balanço de transações correntes, precisará equilibrar o déficit com superávit no balanço de capitais. - Balanço de capital: corresponde à (entrada) - (saída) de capitais que não se relacionam com o balanço de transações correntes. ❖ Investimento Estrangeiro Direito (IED): capital aplicado para criação, instalação ou ampliação de negócios empresariais. É “dinheiro gerador de empregos”. ❖ Aplicações financeiras: operações de renda fixa (qualquer aplicação baseada em taxa de juros) e operações de renda variável (qualquer aplicação em Bolsa de Valores). ❖ Amortizações da dívida externa. ❖ Novos empréstimos governamentais. ❖ Aplicações patrimoniais. ❖ Reservas internacionais: um ativo da União em moeda estrangeira conversível (moeda aceita pelo mundo, como o dólar ou o euro), administrado pelo BC, que funciona como uma poupança para proporcionar capacidade de solvência (capacidade de pagar dívidas) de um país. ❖ Risco soberano: Probabilidade que um país tem de dar calote no mercado internacional de crédito. Toda vez que o país estiver perdendo reservas, há um aumento no risco de dar calotes. • Impactos do câmbio: - Aumento na taxa de câmbio: a moeda está se desvalorizando. ❖ Nesse ambiente, a tendência é que o país exporte mais e importe menos, e que haja um superávit do balanço comercial. Aumento do PIB, do nível de emprego, e inflação de demanda com inflação de custo. - Diminuição na taxa de câmbio: a moeda está se valorizando. ❖ Nesse ambiente, a tendência é que o país importe mais e exporte menos, e que haja um déficit do balaço comercial. Queda do PIB, do nível de emprego, e controle pela inflação de demanda e inflação de custos. �5
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