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Trabalho sobre A possibilidade de criação de título executivo extrajudicial por meio de convenções processuais.

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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE DIREITO
DANIELLE LAÍS DA SILVA
A POSSIBILIDADE DE CRIAÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL POR MEIO DE CONVENÇÕES PROCESSUAIS
São Leopoldo
2017�
Danielle Laís da Silva
A POSSIBILIDADE DE CRIAÇÃO DE TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL POR MEIO DE CONVENÇÕES PROCESSUAIS
Trabalho apresentado para a disciplina Direito processual civil III, pelo Curso de Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, ministrado pelo professor Gilberto Koenig.
São Leopoldo
2017�
SUMÁRIO
31 INTRODUÇÃO	�
42 tITULO EXTRAJUDICIAL	�
63 CRIAÇÃO DE TÍTUTO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAl	�
94 CONSIDERAÇÕES FINAIS	�
10REFERÊNCIAS	�
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1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tratará sobre a possibilidade de criação de título executivo extrajudicial por meio de convenções processuais. Inicialmente trataremos de especificar o que significa titulo executivo extrajudicial, além de citamos os exemplos inseridos no rol taxativo do art. 784 do CPC. 
Após efetuaremos uma analise do art. 785 do CPC em conjunto com o art. 190 do mesmo código para estudo das convenções processuais. 
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2 tITULO EXTRAJUDICIAL
No processo civil existem algumas fases processuais, iniciando no momento em que se promove a ação, a formação das provas, até a decisão do juiz, o que decide quem, neste caso concreto, tem o direito sobre àquele bem, sobre aquela propriedade e assim por diante, variando de acordo com o objeto principal e acessório da demanda processual em analise. 
O processo de tramite referenciado acima é chamado de processo de conhecimento, pois é nesse momento que se entra no mundo jurídico processual, a justiça. Após verificar quem é o pertencente ou quem tem o direito é necessário que o mesmo seja posto em prática, ou seja, este será o momento chamado de execução, pois se executará a divida. 
A parte exercerá este direito quando o ato jurisdicionado for o de expedir um título executivo, definido pelo autor Dinamarco “título executivo é um ato ou fato jurídico indicado em lei como portador do efeito de tornar adequada a tutela executiva em relação ao preciso direito a que se refere.”� Podendo este ser judicial ou extrajudicial. Entretanto neste trabalho o objetivo é falarmos sobre do extrajudicial o qual esta referido no CPC. 
Art. 784.  São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.�
Este artigo traz diversos exemplos de títulos executivos extrajudiciais e ainda salientam que há possibilidade de haver outros títulos no qual também se aplicará o art. 784 do CPC. 
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3 CRIAÇÃO DE TÍTUTO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAl
É possível criar-se um título executivo extrajudicial fora daquele rol do art. 784 do CPC, visto que o seu último inciso salienta a possibilidade de haver outros. Entretanto na doutrina existem posicionamentos de autores contra e a favor dessa possibilidade. 
O novo CPC trouxe uma inovação quando se inseriu em seus artigos e incisos a possibilidade de criação de um título executivo extrajudicial além daqueles já estipulados pelo art. 874. A partir de 2015 poder-se-ia por meio de convenções processuais terem outros títulos extrajudiciais, de acordo com Rodrigues. 
O título executivo extrajudicial surgiu como uma técnica processual alternativa que valorizaria a economia processual, a duração razoável do processo e o respeito à vontade das partes na celebração de seus negócios jurídicos atribuindo-lhes uma eficácia executiva que só era conferida pela sentença judicial.�
O objetivo do processo civil é que sejam respeitadas as vontades das partes, assim é que nascem os negócios jurídicos. Para dar uma celeridade para esta relação é que foram criados os títulos executivos extrajudiciais, atrás de uma decisão judicial. 
Aplicará o artigo em analise quando houve a possibilidade com relação ao título executivo, conforme Rodrigues.
Nem nesta hipótese justifica-se a adoção do artigo 785 que dá a entender que realmente possa optar o credor, o que não parece ser exatamente o exemplo desta terceira situação em que o credor tem dúvida se o documento que possui é realmente um título executivo extrajudicial. Neste caso, então, basta à sentença de improcedência do eventual embargo do executado para que tenha a confirmação de que o título executivo contém todos os elementos da obrigação que o tornam hábil a promover a execução.� 
Quando estamos diante de um negócio jurídico é complicado avaliar como se dera a homologação nas condições tratadas entre as partes, visto que o novo código trás uma nova possibilidade, aquém das já estipuladas pelo art. 784. Conforme o autor Cabral, seria plausível ocorrer desta forma. 
É possível que as partes voluntariamente levem a convenção à homologação, seja para os fins de formar um título executivo judicial, seja porque estabeleceram a homologação como condição para a produção de efeitos do negócio jurídico. �
Mesmo aquelas autores que são a favor a utilização do art. 190 do CPC alegam que o Brasil encontra-se atrasado em relação aos outros países. A base dessa premissa seria o fato de que para que seja realizado o título, primeiro a lei tem que estipula-ló, tipificar sobre ela. Segundo Cabral esta é justificativa que o Brasil oferta.
[...] No Brasil, vivemos o dogma da legalidade para os títulos executivos, normalmente justificado na falsa premissa de que não há título senão quando a lei assim o disser. No entanto, a lógica de que não haverá execução sem título (nulla executio sine titolo, forte no art. 783 do CPC/2015) nada diz a respeitos da proveniência deste título, se de fonte legal ou negocial.� 
Conforme dito existe a possibilidade com o CPC, entretanto na realidade, na prática isso se torna bem diferente, visto que por algumas vezes os juízes não aceitam esta nova possibilidade, de acordo com Cabral. 
[...] Não obstante, embora em tese seja admissível o acordo processual para dar força executiva a um documento, a amplitude do nosso rol de títulos executivos torna esta opção improvável na prática. É mais fácil buscar duas testemunhas para assinar um contrato (e assim preencher os requisitos do art. 784, III do CPC para torná-lo título executivo, do que correr o risco de acreditar na autonomia da vontade e quiçá ver o judiciário no futuro, resistente às convenções processuais para criação de título executivo, pronunciar a invalidade do acordo.� 
Conformeo autor alegou, é mais fácil fazer da forma como esta estipulado do CPC, visto que com isso fica garantido título, apesar de estamos diante de um direito garantido, mas na grande maioria eles não aceitam esta versão de que poderia haver outros títulos. 
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em conclusão pode-se salientar que existe a possibilidade de criar-se novos títulos executivos extrajudiciais a partir a entrada em vigor do Código de Processo Civil de 2015, no qual podemos analisar em três artigos, 190, 784 e 785, a fim de coexistirem outras formas de títulos.
Entretanto por ser um assunto relativamente novo a ser debatido no âmbito jurídico há uma divergência entre os autores, não tendo ainda prevalência do que se consideraria correto. 
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 3. set. 2017.
CABRAL, Antonio do Passo. Convenções processuais. O juiz e as convenções processuais. Ed. Salvador: Juspodivm. 2016.
DINAMARCO, Cândido Rangel. Execução Civil. 5. Ed. São Paulo: Malheiros. 1997. 
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Porque o 785 do CPC ? Disponível em:< http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI220810,21048-Por+que+o+785+do+CPC>. Acesso em: 01.set.2017.
� DINAMARCO, Cândido Rangel. Execução Civil. 5. Ed. São Paulo: Malheiros. 1997. p.208.
� BRASIL. � HYPERLINK "http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.105-2015?OpenDocument" �Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015.� Institui o Código de Processo Civil Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 3. set. 2017. 
� RODRIGUES, Marcelo Abelha. Porque o 785 do CPC ? Disponível em:< http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI220810,21048-Por+que+o+785+do+CPC>. Acesso em: 01.set.2017.
� RODRIGUES, Marcelo Abelha. Porque o 785 do CPC ? Disponível em:< http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI220810,21048-Por+que+o+785+do+CPC>. Acesso em: 01.set.2017. 
� CABRAL, Antonio do Passo. Convenções processuais. O juiz e as convenções processuais. Ed. Salvador: Juspodivm. 2016. Pag. 247.
� CABRAL, Antonio do Passo. Convenções processuais. O juiz e as convenções processuais. Ed. Salvador: Juspodivm. 2016. Pag. 316 e 317.
� CABRAL, Antonio do Passo. Convenções processuais. O juiz e as convenções processuais. Ed. Salvador: Juspodivm. 2016. Pag. 317.

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