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Corrida para o Século XXI resenha

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Corrida para o Século XXI – No Loop da Montanha Russa
Introdução
Uma das sensações mais intensas do mundo atual é a montanha russa, por ela submeter às pessoas as experiências extremas relacionadas a aceleração do brinquedo e o deslocamento do nosso corpo quando ele é jogado de um lado a outro ou virado de cabeça pra baixo. Isso tudo altera a percepção do nosso corpo em relação com o mundo ao nosso redor.
Sevcenko faz uma analogia entre esse famoso brinquedo e o século XX, mostrando que as duas coisas relacionadas possuem semelhanças. O século XX passou por momentos de grandes avanços tecnológicos e períodos que não ocorrem avanços, como o subir e o descer de uma montanha russa.
A grande subida se deu em meados do século XVI até XIX e depois se tem a queda vertiginosa que começa a partir de 1870 com a revolução científica, em seguida a chegada da guerra que associados a montanha-russa tem o efeito desorientador de aceleração extrema. E depois a terceira fase que é igual ao loop, que significa a aceleração precipitada onde as coisas se tornam imprevisíveis e incompreensíveis.
O período que se inicia no século XX e que corresponde à revolução microeletrônica vale ressalvar que ainda podemos impedir ou pelo menos retardá-lo, uma vez que ainda não chegamos. Ele chama isso de “Síndrome do Loop”.
Na realidade nesse caso, o autor, fala do efeito que causa as precipitações das transformações tecnológicas que tendem a nos submeter a uma anuência cega e passiva.
Capítulo I – Aceleração tecnológica, mudanças econômicas e desequilíbrios
O século XX foi um período de tendência contínua e acelerada de mudanças na tecnologia. Foi nesse período que cerca de 80% das invenções foram lançadas, e é nesse período também onde ocorre a segunda guerra causando o marco divisório na história.
Antes da guerra prevaleceu o padrão industrial e pós ela tivemos a intensificação de mudanças ocasionadas pelas produções para a guerra e a melhoria dos equipamentos.
Com o fim da guerra, os Estados Unidos se tornaram a maior potência mundial na década de 70, iniciando o fenômeno da globalização. Com a liberação dos fluxos financeiros e a permissão das ampliações de investimentos pelo mundo todo, provocou-se uma separação entre as práticas financeiras e os empreendimentos econômicos.
Dessa forma os agentes financeiros se beneficiaram pela liberação dos controles cambiais, desregulamentação do mercado e pela conquista de novas tecnologias microeletrônicas.
Mas essas mudanças também aumentaram a desigualdade social, pois, desde a revolução científica até os anos 70, o Estado nacional controlava a economia e as grandes corporações com taxas para a transferência de parte dos lucros aos setores carentes da sociedade, ou seja, o chamado Estado de bem-estar social. Mas, com a globalização a população fica “refém” das multinacionais quando esse Estado de bem-estar se desmonta.
Nesse caso, as multinacionais se mudam muito de um país a outro caso elas encontrem salários mais baixos e melhores condições para ela.
Sevcenko cita o FMI e o Banco Mundial como instituições que tiveram a finalidade de apoiar as nações em desenvolvimento, mas quando essas precisaram, a única coisa que fizeram foi dar um pacote de medidas de “reajuste estrutural”, sufocando estes países de dívidas. Percebemos aqui que com essas ações, as atitudes não eram de promover o desenvolvimento, e sim fazer com que os países desenvolvidos obtivessem um lucro através dos juros.
Capítulo II – Máquinas, massas, percepções e mentes
Aqui, as transformações tecnológicas se tornaram decisivas na nossa visão de mundo. Elas alteravam as estruturas sociais, econômicas, políticas, as condições de vida das pessoas e suas rotinas do cotidiano ao terem de se adaptar ao ritmo das máquinas.
Sevcenko fala sobre o comportamento dos indivíduos quando trata da questão da tecnologia e do fluxo das informações. O homem tem que se adaptar a isso. Por causa dessas mudanças no comportamento humano, muda-se os valores da sociedade. Vire-se agora numa sociedade que se privilegia mais o ver do que o ouvir e o falar. Por consequência os sentidos foram-se readaptados com uma supervalorização do olhar, para uma assimilação visual das coisas do mundo.
O autor também cita a indústria do entretenimento no século XX. Com os trabalhadores e seus direitos trabalhistas em ordem, tem-se muito tempo livre e muitos recursos para gastar. É nessa hora que alguns empresários vislumbram a oportunidade de formas baratas para o lazer: o cinema e os parques de diversões. É aqui que se redefine o padrão cultural das sociedades urbanas do século XX que deixam a cultura popular tradicional de lado, e saem em troca de uma “cultura” vendida em lojinhas baratas de parque. Em resumo, a cultura nada mais é que uma mercadoria barata que causa empobrecimento social, cultural e emocional.
Capítulo III – Meio ambiente, corpos e comunidades
Aqui Sevcenko fala sobre sua preocupação para o impacto causado pelas tecnologias ao meio ambiente. Os produtos sintéticos são os mais poluentes. No entanto, é a falta de conhecimento dos indivíduos sobre esse assunto que pode ser o real impacto em longo prazo do que isto pode causar.
Enquanto cientistas fazem pesquisas para analisarem a nocividade desses produtos no meio ambiente, muitas empresas que possuem recursos para financiarem estudos em direção contrária não fazem absolutamente nada.
Para ele a sociedade do fim do século XX se tornou uma sociedade do espetáculo onde tudo se transformou numa dimensão de estética.
Aqui surgem grupos para repor tudo que foi excluído. No início lutavam por causas ecológicas, mas depois passam a sustentar uma ideologia mais envolvida com as denúncias das populações de países subdesenvolvidos e impactos da globalização. O livro acaba com uma certa ironia sobre o rumo da história do novo século, pois os debates políticos realizados nas praças antigamente voltariam a ter caráter.
Conclusão
Vários fatos que aconteceram no século XX influenciaram no século XXI, são eles: as duas grandes guerras mundiais e a guerra fria que causou a globalização. O aumento das descobertas e de novas invenções, as multinacionais, a falta de conscientização das pessoas sobre a natureza e a grande desigualdade mundial. Somando-se isso a várias outras mudanças teremos como resultado um mundo no qual as imagens são mais importantes do que o conteúdo, no qual o indivíduo é mais importante do que o coletivo. Temos que lutar pela retomada da ética da dignidade humana, dos animais e de toda a natureza. O primeiro capítulo significa a subida, o segundo a queda vertiginosa e o terceiro o loop, onde se perde toda a noção do tempo e espaço. Além disso, nós consumidores, nos tornamos mais do que o cidadão nessa nova sociedade.

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