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PORTUGUÊS
INSTRUMENTAL I I
2016
SECRETARIA DE ESTADO DE ADMINISTRAÇÃO E
DESBUROCRATIZAÇÃO
FUNDAÇÃO ESCOLA DE GOVERNO DE MATO GROSSO DO
SUL
Av. Mato Grosso, 5.778, Bloco 2, Parque dos Poderes
CEP: 79.031-001 • Campo Grande-MS
Fone/fax: (67) 3321- 6100
REINALDO AZAMBUJA SILVA
Governador do Estado de Mato Grosso do Sul
CARLOS ALBERTO DE ASSIS
Secretária de Estado de Administração e Desburocratização
WILTON PAULINO JUNIOR
Diretor-Presidente da Fundação Escola de Governo de Mato Grosso do
Sul
Maysa Ferreira da Silva
Gerente de Qualificação e Formação de Recursos Humanos da
Fundação Escola de Governo de Mato Grosso do Sul
ELABORAÇÃO DESTA COLETÂNEA
Georgina De Fátima Lopes Caldeira
Permitida a reprodução total ou parcial desde que não se destine para
fins
comerciais e que seja citada a fonte.
ORIENTAÇÕES PARA OS(AS) PARTICIPANTES
Prezado(a) participante,
É com satisfação que oferecemos a você mais um curso da Fundação Escola
de Governo de Mato Grosso do Sul (ESCOLAGOV-MS).
A seguir apresentaremos algumas informações básicas a respeito de como
proceder em determinadas situações.
Nossa equipe está à disposição para qualquer outro esclarecimento quanto às
ações disponíveis na instituição.
Sucesso a todos!
1.1. Quem pode fazer os cursos da Escola de Governo?
Os cursos do catálogo da Escolagov-MS são destinados prioritariamente aos(às)
servidores(as) públicos(as) estaduais, podendo, no entanto, caso a atividade
esteja prevista em algum programa de parceria, ter suas vagas destinadas
também aos(às) servidores(as) municipais e aos(às) federais ou a indicações da
sociedade civil.
1.2. Qual é o custo dos cursos do Catálogo da ESCOLAGOV-MS para os(as)
servidores(as)?
Os cursos geralmente são gratuitos, tanto para servidores(as) efetivos(as) e
comissionados(as), podendo, no entanto, ocorrer algum tipo de cobrança caso
se verifique a necessidade de complementação de seus custos devido à
insuficiência orçamentária.
1.3. Qual é a carga horária dos cursos?
A carga horária dos cursos será de acordo com a área (turmas abertas) e a
demanda das instituições (turmas fechadas). Os(As) instrutores(as)
convocados(as) serão comunicados(as) com antecedência para adequar a carga
horária de acordo com a demanda.
1.4. Onde encontrar informações sobre a programação de cursos e
inscrições?
No site da Escola de Governo www.escolagov.ms.gov.br clique no banner
Cursos Escolagov, ao abrir a nova janela aparecerá uma lista com os cursos e
respectivas turmas disponíveis. Para ter acesso às informações e inscrição crie
um cadastro, caso ainda não possua, preencha com as informações de
identificação e dados funcionais, então faça a inscrição no curso pretendido com
a devida justificativa.
1.5. Quais são as regras para a participação nos cursos?
Para a participação nos cursos, devem ser observadas as seguintes regras:
- A frequência mínima exigida para certificação é de 75% da carga horária total
dos cursos.
- Somente as faltas nas disciplinas transversais podem ser justificadas e o(a)
servidor(a) será orientado(a) para fazer a disciplina em outro curso. O
cumprimento da carga horária destinada aos temas transversais é obrigatório
para a certificação.
- Caso o(a) servidor(a) já tenha participado da disciplina transversal no ano
corrente, deverá informar a coordenação do curso, por escrito, quando e em qual
curso cumpriu a carga horária.
- Em caso de desistência do curso, o(a) servidor(a) deverá imprimir o Formulário
de Justificativa da Desistência, encontrado no site www.escolagov.ms.gov.br,
preenchê-lo, solicitar a assinatura da chefia imediata e entregar na Fundação
Escola de Governo. Sem esse procedimento o(a) servidor(a) só será
selecionado quando houver vagas não preenchidas.
- Em caso de desistência em até 03(três) dias antes do início do curso, o(a)
servidor(a) NÃO precisa apresentar uma justificativa formal, MAS deverá entrar
em contato com a coordenação do curso para informar a desistência. Caso não
faça a comunicação, incidirá as penalidades de desistente sem justificativa.
- O certificado será expedido em até 30 dias após a conclusão do curso e o(a)
servidor(a) poderá retirá-lo na sede da ESCOLAGOV-MS.
- A avaliação da aprendizagem será processual e definida pelo(a) instrutor(a) no
plano de curso. Em alguns cursos o aproveitamento dos(as) participantes será
avaliado mediante uma média final.
- Os dirigentes dos órgãos públicos serão informados a respeito do
aproveitamento que seus respectivos servidores obtiverem nos cursos.
1.6. Como obter o material didático (apostilas, livros, textos) utilizados nos
cursos?
As apostilas e textos ficam disponibilizados no site www.escolagov.ms.gov.br,
acessando seu cadastro, clique no banner Cursos Escolagov, faça o login com
o seu CPF e senha, na guia Cursos, acesse o link Visualizar Matrícula, onde
encontrará o link para baixar o material do curso.
Em alguns casos, o instrutor poderá indicar o material didático que deverá ser
adquirido pelo aluno.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
PARTE I
1.Introdução a Teoria da Linguagem
1.1. O que é Linguagem?
1.2. Linguagem Verbal e Linguagem Visual
1.3. Língua e Linguagem Verbal
1.4. Os Componentes da Comunicação Humana
1.5. Funções da Linguagem
1.6. Linguagem Literária e Linguagem Referencial
1.7. Vícios de Linguagem
PARTE II
2.Relações de Significado entre as Palavras e Construção de Texto
2.1. Sinonímia e Antonímia
2.2. Parônimos e Homônimos
2.3. Denotação e Conotação
2.4. Palavras e Expressões que Oferecem Dificuldades
PARTE III
3. Coordenação e Subordinação no Discurso: Valores Semânticos das
Conjunções
3.1. Causalidade
3.2. Condicionalidade
3.3. Temporalidade
3.4. Finalidade
3.5. Alternância
3.6. Conformidade
3.7. Complementação
3.8. Delimitação ou Restrição
3.9. Adição
3.10. Oposição
3.11. Justificação ou Explicação
3.12. Conclusão
3.13. Comparação
PARTE IV
4. A Redação Técnica e Administrativa
4.1. Trabalhando as Ideias
4.2. O Período
4.2.1. Qualidades de um Bom Período
4.3. Qualidades de um Parágrafo
4.4. Defeitos do Texto
PARTE V
5. Dissertação
5.1. Dicas para a Produção de um Texto Argumentativo
PARTE VI
6. Redação Técnica e Administrativa
6.1. Escrevendo Relatórios
6.1.1. A Estrutura
6.1.2. Tipos de Planos para Relatórios
6.1.3. O Relatório
6.2. A Ata
6.3. Aviso ou Comunicado
6.4. Convocação
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
O objetivo do Curso Português Institucional II é desenvolver a habilidade
de expressar com competência suas ideias em redações organizadas, objetivas,
claras e corretas gramaticalmente.
Um bom texto expressa uma relação entre as ideias. Uma boa
comunicação é aquela em que o receptor reconhece com facilidade o assunto
tratado e o posicionamento do emissor. Para tal objetivo ser alcançado o primeiro
passo é entender a importância da unidade entre as ideias e que estas devemestar relacionadas a um foco principal, a uma intenção do comunicador.
A informatização elevou a palavra escrita à condição de responsável por
um dos mais importantes efeitos da globalização: a comunicação mundial via
Internet.
Por isso, mais do que nunca, é preciso saber usar a linguagem de forma
adequada, comunicando o que se deseja, evitando mal–entendidos e
expressando-se sem incorrer em erros gramaticais.
Este curso ensina como saber se o texto está redigido com clareza,
facilitando o trabalho de elaboração das mensagens informativas e respondendo
algumas dúvidas que vão surgindo no desenvolver das atividades.
Uma vez que as empresas públicas ou privadas têm orientado seu quadro
de pessoal a se aperfeiçoar constantemente o Curso Português Instrumental II
vem contemplar todos aqueles que se propõem a uma comunicação eficaz.
Bom curso!
PARTE I
1. Introdução à Teoria da Linguagem
Todas as conquistas que o homem alcançou no curso de sua história
estão de alguma forma relacionadas à linguagem. Sem ela, não haveria cultura
– conjunto de crenças, valores e comportamentos próprios de uma comunidade
- , pois os conhecimentos de cada indivíduo não seriam transmitidos e assim
desapareceriam com a sua morte.
1.1. O que é Linguagem?
Linguagem é todo sistema formado por símbolos que permite a
comunicação entre os indivíduos.
A partir desse sentido amplo de linguagem, podemos falar de várias
linguagens: a linguagem verbal, modelo de todas as outras, e as linguagens não
- verbais. A linguagem verbal é aquela que tem por unidade a palavra; as
linguagens não verbais têm outros tipos de unidade, como o gesto, o movimento,
a imagem, a nota musical, etc.
Exemplos de atividades em que predomina a linguagem não verbal são:
a mímica, a dança, a pintura.
1.2. Linguagem verbal e Linguagem visual
Leia as fíguras e procure observar qual delas é capaz
de veicular a mesma informação com maior
rapidez:
Comparando as linguagens utilizadas nos exemplos, percebemos que a
linguagem verbal é a mais eficaz, porque é mais clara, enquanto a linguagem
visual é a mais econômica, porque veicula a informação com maior rapidez.
A linguagem verbal permite transmitir de forma mais objetiva e completa
o que pensamos, sentimos ou desejamos, por isso é mais eficaz. É também a
NÃO FUME
única linguagem capaz de traduzir as outras linguagens. Já a linguagem visual
é altamente econômica porque sua base é um ícone, isto é, uma figura ou uma
imagem, cuja percepção se dá de forma imediata e global.
Linguagem verbal: é o uso da escrita ou da fala como meio de
comunicação.
“Aprendi que são os pequenos acontecimentos diários que
tornam a vida espetacular”. William Shakespeare
A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal simultaneamente, usando
palavras escritas e figuras ao mesmo tempo, como nos casos das charges,
cartoons e anúncios publicitários.
1.3. Língua e Linguagem Verbal
A língua se organiza a partir de certas unidades – as palavras – e de
algumas regras – as regras gramaticais. Assim, a língua é um sistema simbólico,
formado por palavras e por leis combinatórias, que permite o exercício da
linguagem verbal.
Linguagem verbal, portanto, nesse sentido, é a realização concreta da
língua por meio de sons vocais; ou seja, é a fala humana.
A língua é a parte social da linguagem, isto é, pertence a todos os membros de
uma comunidade, sendo exterior ao indivíduo, que não pode criá-la nem
modificá-la; a fala é sempre individual e seu uso depende da vontade do falante.
EXERCÍCIO
1. Cite dois tipos de linguagem mista, isto é, verbal e não-verbal ao mesmo
tempo.
1.4. Os Componentes da comunicação Humana
Em todo ato de fala é obrigatória à atuação conjunta dos seguintes elementos
da comunicação:
Emissor: emite, codifica a mensagem;
Receptor: recebe, decodifica a mensagem;
Mensagem: conteúdo transmitido pelo emissor;
Código: conjunto de signos usado na transmissão e recepção da
mensagem (ex.: a língua portuguesa é o nosso código)
Referente: contexto relacionado a emissor e receptor (o assunto
da mensagem);
Canal: meio pelo qual circula a mensagem.
1.5. Funções da Linguagem
.
Função emotiva (ou expressiva): centralizada no emissor, revelando sua
opinião, sua emoção. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições
e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas
e cartas de amor.
Função referencial ( ou denotativa): centralizada no referente, quando o
emissor procura oferecer informações da realidade. objetiva, direta,
denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. Linguagem usada nas
notícias de jornal e livros científicos.
Função apelativa (ou conativa): centraliza-se no receptor; o emissor
procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se
dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa,
além dos vocativos e imperativos. Usada nos discursos, sermões e
propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.
Função fática: centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou
não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem
das falas telefônicas, saudações e similares.
Função poética: centralizada na mensagem, revelando recursos
imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é
metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem
figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas
propagandas, etc.
Função metalinguística: centralizada no código, usando a linguagem
para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do
poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários
são repositórios de metalinguagem.
Importante salientar que um mesmo texto pode conter várias funções da
linguagem. Procure saber qual a função predominante no texto, para
então defini-lo.
EXERCÍCIOS
1. Reconheça a função de linguagem predominante nos atos de fala abaixo:
a)
Se eu quiser falar com Deus
Tenho que ficar a sós
Tenho que apagar a luz,
Tenho que calar a voz,
Tenho que encontrar a paz
Tenho que folgar os nós
Dos sapatos,
Da gravata,
Dos desejos,
Dos receios,
Tenho que esquecer a data,
Tenho que perder a conta,
Tenho que ter mãos vazias,
Ter a alma e o corpo nus. (Gilberto Gil)
b)
c)
Alô! Alô! Marciano,
Aqui quem fala é da terra ...
(Rita Lee)
Touro 21/4 a 20/5
É possível que surja algum tipo de tensão entre você e a
pessoa com a qual convive. Trata-se de uma tensão
necessária e oportuna para que ambos consigam, juntos,
aprimorar o relacionamento e se livrar de mal- entendidos.
Dialogue, expresse suas ideias e evitará problemas
futuros. {...} Se você pretende investir em imóveis ou
reformar a sua casa, aproveite a presente fase. (Val
Benedetti)
d)
A língua é um sistema de signos que exprimem ideias, e é
comparável, por isso, à escrita, ao alfabeto dos surdos-mudos, aos
ritos simbólicos, à formas de polidez, aos sinais militares, etc., etc.
Ela é apenas o principal desses sistemas.
(Linguista Ferdinand de Saussure)
1.6. Linguagem Literária e Linguagem Referencial
Por que alguns textos são chamados de literários e outros não? Será que
um texto literário precisa ter versos e palavras bonitas? Precisater rimas e
metáforas?
Não, não é nada disso. O texto, para ser literário precisa ter uma
linguagem literária, isto é, uma linguagem que saia do comum, da mera função
referencial.
Observe, no quadro, as diferenças entre esses dois tipos de linguagem:
Linguagem Literária Linguagem Referencial
Linguagem pessoal Linguagem impessoal, científica
Linguagem figurada, rica em
significados, conotativa
Linguagem objetiva, denotativa
Linguagem contaminada
emocionalmente pelos sentimentos
de seu emissor
Linguagem racional, informativa
Função poética da linguagem Função referencial da linguagem
Pode-se concluir que, enquanto a linguagem referencial tem como finalidade
principal veicular, de modo objetivo, informações sobre a realidade, a linguagem
literária não se preocupa tanto com a precisão da informação. As informações
sobre o mundo também existem na linguagem literária, porém ela está mais
preocupada com a forma como é construída, com sua capacidade de provocar
sensações e emoções artísticas em seu leitor.
Leia estes textos, observando a diferença de linguagem.
Texto 1
Descuidar do lixo é sujeira
Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a
gerência [de uma das filiais do McDonald’s] deposita na calçada dezenas de
sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba
propiciando um lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar
o material e acabam deixando os retos espalhados pelo calçadão.
(Veja São Paulo, 23-29/12/92)
Texto 2
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
(Manuel Bandeira)
1. Os dois textos apresentam semelhança quanto ao conteúdo.
2. Apesar da semelhança de ideias identifique qual tipo de linguagem cada
um dos textos utiliza.
1.7. Vícios de Linguagem
Os vícios podem ser considerados falhas para uma perfeita comunicação.
Muitos são usados como recursos estilísticos, principalmente na literatura. São
alterações defeituosas que sofre a língua em sua pronúncia e escrita devidas à
ignorância do povo ou ao descaso de alguns escritores.
Vejamos alguns vícios de linguagem:
Barbarismo: consiste em usar uma palavra errada quanto à grafia,
pronúncia, significação, flexão ou formação.
Ambiguidade ou anfibologia: consiste em usar diversas palavras na
frase de maneira a causar duplo sentido na interpretação. Ex.: Vi seu
irmão sair com sua namorada.
Cacófato: consiste no mau som produzido pela junção de palavras. Você
notou a boca dela.
Arcaísmo: uso de termos em desuso.
Estrangeirismo: uso de palavras estrangeiras em nosso idioma.
Solecismo: erros que atentam contra as normas de concordância, de
regência ou de colocação: “a gente vamos...”.
Neologismo: consiste na criação desnecessária de palavras novas: o
ministro se considera imexível. {...} apagão aéreo. Não é considerado
vício de linguagem, nem desnecessário, quando a nova palavra é criada
para designar algo igualmente novo, ou para obter efeito estilístico.
Prolixidade: repetição de ideias sem necessidade.
Pleonasmo: redundância de ideias ou termos sem necessidade: “a mim
me parece”.
Preciosismo: construção rebuscada.
PARTE II
2. Relações de Significado entre as Palavras e
Construção de Texto
2.1. Sinonímia e Antonímia
Sinonímia: relação de significados iguais ou semelhantes entre os termos
de nosso idioma: próximo e perto; bonito e lindo; cômico e engraçado. Dentro de
um contexto, deve-se observar se a alteração de vocábulos altera ou não o
sentido do texto original.
Antonímia: relação de significados opostos, contrários: perto e longe,
bonito e feio; bom e ruim.
2.2. Parônimos e Homônimos
Parônimos são palavras parecidas na grafia ou na pronúncia, mas com
significados diferentes. Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia,
mas significados diferentes.
Parônimos:
Absolver (perdoar, inocentar) Absorver (sorver, aspirar)
Arrear (pôr arreios) Arriar (descer, cair)
Cavaleiro (que cavalga) Cavalheiro (homem cortês)
Descrição (ato de descrever) Discrição (reserva, prudência)
Descriminar (tirar a culpa, inocentar) Discriminar (distinguir)
Despensa (onde se guardam
mantimentos)
Dispensa ( ato de dispensar)
Emigrar (deixar um país) Imigrar (entrar num país)
Flagrante (evidente) Fragrante (perfumado)
Inflação (alta dos preços) Infração ( violação)
Infligir ( aplicar pena) Infringir (violar desrespeitar)
Homônimos:
Acender (pôr fogo) Ascender (subir)
Apreçar (ajustar o preço) Apressar (tornar rápido)
Censo (recenseamento) Senso (entendimento, juízo)
Concertar (ajustar, combinar) Consertar (corrigir, reparar)
Coser (costurar) Cozer (preparar alimentos)
Espiar (observar, espionar) Expiar (reparar falta, cumprindo pena)
Incerto (impreciso) Inserto (introduzido, inserido)
Incipiente (principiante) Insipiente (ignorante)
Tachar (atribuir defeito a ) Taxar ( fixar taxa)
Acento (símbolo gráfico) Assento ( lugar onde se senta)
2.3. Denotação e Conotação
As diferenças fundamentais entre denotação e conotação podem ser
assim sintetizadas:
DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO
Palavra com significação restrita Palavra com significação ampla
Palavra com sentido comum do
dicionário
Palavra cujos sentidos extrapolam o
sentido comum
Palavra utilizada de modo objetivo Palavra utilizada de modo artístico
Linguagem exata e precisa Linguagem rica e expressiva
ATIVIDADES:
1. Os textos a seguir apresentam linguagem conotativa. Procure
compreender as ideias fundamentais de cada um deles e reescreva-os
em linguagem denotativa.
a) Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração (Milton Nascimento e Fernando Brandt)
b) Meu coração e meus passos
Andam em círculos atrás do seu rastro
Meus pés e meu peito
E no meu pulso direito
Bate o seu atraso
Será que você, meu bem
Será que você não vem? (Adriana Calcanhoto)
2. Escreva se as palavras sublinhadas nas frases abaixo estão na linguagem
DENOTATIVA ou CONOTATIVA:
a) Os bombeiros chegaram antes que o fogo se alastrasse.
b) Naquela noite, o fogo da felicidade queimava em seus olhos.
c) Mariana admirava o vestido novo diante do espelho.
d) Os olhos são o espelho da alma.
e) A bomba destruiu totalmente o quarteirão.
f) Foi uma bomba a demissão do técnico.
g) Para as mães, todo filho é um santo.
h) Toda noite rezava preces para o santo de sua devoção.
i) O mapa do tesouro estava perdido.
j) Cultivai o tesouro que a traça não corrói.
3. Analise as frases abaixo e diga se estão em sentido Denotativo ou Conotativo,
explicando qual a palavra que deixa a frase com sentido literal ou figurado:
a. Você é o meu sol!
b. Corrija o texto e imprima uma cópia para mim.
c. Você tem um coração de pedra!
d. Ana viajou ontem para Paris.
e. Minha vida é um mar de tristezas.
4.certos provérbios e expressões populares fazem uso da conotação. Procure
captar o sentido de cada um desses provérbios e reescreva –os em linguagem
denotativa.
a. Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
b. Não atire pérolas aos porcos.
c. Maisvale um pássaro na mão do que dois voando.
d. Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.
2.4. Palavras e Expressões que Oferecem Dificuldades
A cerca de / acerca de/ há cerca de
A cerca de significa a uma distância de:
Belo Horizonte fica a cerca de setecentos quilômetros de Brasília.
Acerca de significa sobre, a respeito de:
Falavam acerca do processo.
Há cerca de significa faz aproximadamente:
Há cerca de duas semanas, o processo foi protocolado.
A fim de / afim de
A fim de é locução prepositiva. Indica finalidade e equivale a para:
Estamos aqui a fim de trabalhar.
Afim / afins são adjetivos e referem-se ao que apresenta
afinidade, parentesco:
Ele se tornou inelegível por ser parente afim do prefeito.
À medida que / na medida em que
À medida que é locução proporcional e significa à proporção que,
ao passo que, conforme:
A opinião popular mandava à medida que se aproximava a eleição.
Na medida em que é locução causal e significa porque,
porquanto, uma vez que, pelo fato de que:
Na medida em que foi constatada a sua inconstitucionalidade, o projeto
foi arquivado.
A princípio / em princípio
A princípio tem o sentido de “inicialmente”, “no começo”.
Em princípio tem o sentido de “em tese”, “teoricamente”.
A princípio não gostei da cidade, porém com o tempo passei a me adaptar
muito bem.
Ela a princípio não gostava do namorado.
O campeonato ainda não terminou. Em princípio o São Paulo será
campeão novamente.
A princípio, ele agiu sem maldade. (= No início, ele agiu sem maldade.)
Em princípio, ele agiu sem maldade.(= Teoricamente, ele agiu sem
maldade).
Abaixo-assinado / Abaixo assinado
Abaixo-assinado refere-se a documento particular assinado por
várias pessoas, contendo reivindicação, pedido, manifestação de
protesto ou de solidariedade: Sugeriu um abaixo-assinado para
solicitar a permanência no cargo.
Abaixo assinado refere-se a pessoa que assina abaixo: O
candidato abaixo assinado, requer...
Ao encontro de / de encontro a
Ao encontro de significa em busca de, em favor de, encontrar-se
com, corresponder ao desejo de: Houve entendimento, pois a
opinião da maior parte dos estudantes ia ao encontro das
propostas da direção.
De encontro a significa oposição, contra, em contradição: Houve
divergência, pois a opinião da maior parte dos estudantes ia de
encontro às propostas da direção.
Há / a
Há (verbo haver) significa existir, fazer (= tempo decorrido),
realizar-se, acontecer: Voto em Brasília há (faz) dois anos. Há
(existem) muitos eleitores nesta seção eleitoral. Há (realizam-se)
reuniões semanais.
A (preposição): Daqui a dois meses encerra-se o prazo para as
inscrições.
Mesmo(s) / Mesma(s)
Mesmo pode ser empregado como:
a) Pronome demonstrativo, quando tem o sentido de idêntico, em pessoa:
Tinha o mesmo jeito de sempre. Ela mesma foi à delegacia.
b) Substantivo, apenas no sentido de a mesma coisa: Ele disse o mesmo ao
juiz.
c) Advérbio, equivalendo a exatamente, justamente, até, ainda, realmente,
verdadeiramente: Mesmo os advogados discordaram da sentença.
Trabalhou muito mesmo.
Constitui erro o uso do demonstrativo mesmo em substituição a outro tipo de
pronome ou a um substantivo:
a) O ministro pediu vista do processo, pois o mesmo precisava analisar
melhor a questão (neste caso, omita o mesmo).
b) Vou ao gabinete do chefe e com o mesmo tratarei desse assunto. (neste
caso, substitua o mesmo por ele).
c) O processo foi analisado por dois juristas e os mesmos conhecem
profundamente o assunto (neste caso, substitua e os mesmos por que).
Por que / por quê / porque / porquê
Por que: usado nas interrogativas diretas e indiretas. É usado também
quando puder ser substituído por pelo qual. Por que você não veio? Quero
saber por que você não veio. Essa é a rua por que (pela qual) passamos.
Porque: usado para explicar ou indicar uma causa. Venha porque preciso
de você. (conjunção coordenativa explicativa)
Falei porque estava doente. (conjunção adverbial causal)
Por quê: usado no final de frase ou quando estiver isolado.
Ele não veio, por quê? Hoje não tem aula. Por quê?
Porquê: tem o sentido de causa, motivo, razão. É um substantivo. Quero
saber o porquê da sua falta. Quebrei o braço. Eis o porquê da minha falta.
Mau / Mal
Mau: é um adjetivo e tem como antônimo a palavra bom. Você não é um
mau aluno.
Mal: é um advérbio e antônimo de bem. Estou passando mal.
Ao nível de / a nível de
Ao nível de – significa “à mesma altura”. A cidade de Santos fica ao nível
do mar.
A nível de – expressão da moda, completamente desnecessária e vazia
de significado. Participou de uma reunião a nível de diretoria, bastaria
dizer: Participou de uma reunião de diretoria.
Para mim / para eu
O pronome “mim” anda sempre de mão dada com a preposição. Todos
se lembram delas. São poucas: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em,
entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
Veja alguns exemplos de “mim” acompanhado:
Gosta de mim.
Telefonou para mim.
Falou sobre mim.
Dirigiu-se a mim.
Luta contra mim.
Chegou até a mim.
Confirmou tudo perante mim.
Faz tudo por mim.
O “eu” é autossuficiente, tem a função do sujeito. Lembre-se, sempre, de que
o “eu” – só o “eu” mesmo – pode funcionar como sujeito.
Veja:
Este livro é para eu ler. (quem lê? Eu, sujeito).
Pediu para eu responder à carta (quem responde? Eu, sujeito)
Dica infalível. Se o pronome estiver seguido de verbo, não tenha dúvidas. Use
“eu”. Se não, é vez do “mim”.
Mandou uma carta para mim.
Mandou uma carta para eu responder.
Sugeriu um trabalho para mim.
Sugeriu um trabalho para eu fazer.
Mandou a conta para mim.
Mandou a conta para eu pagar.
Há construções que enganam. O “mim” dá a impressão de funcionar como
sujeito. “Para mim, falar em público é pra lá de fácil.” A inversão dos termos da
oração deixa clara a armadilha: “Falar em público é pra lá de fácil para mim.”
Entre mim e você
“Nada existia entre mim e você. O caso de amor era entre mim e o Adalberto.”
“Entre” é preposição, acompanha sempre o pronome “mim”, que nunca
funciona como sujeito.
PARTE III
3. Coordenação e Subordinação no Discurso: Valores
Semânticos das Conjunções
O período composto por coordenação é formado por orações
independentes, ou seja, coordenadas entre si. Já o período composto por
subordinação é formado por duas orações: uma oração que não exerce
nenhuma função sintática com a segunda, chamada de oração principal; e uma
outra oração, que depende sintaticamente da principal, chamada de oração
subordinada.
Lembre-se de que você sempre pode (e deve!) consultar uma
gramática... O que pretendemos, neste curso é aperfeiçoar nossa capacidade
textual que, certamente, envolve a gramática normativa.
Nós, os falantes do português, temos um certo conhecimento
internalizado de nossa gramática e precisamos apenas aprimorá-lo, utilizá-lo
para que possamos desenvolver nossa competência textual, o que resulta na
elaboração de textos.
No primeiro curso de Português Institucional observamos a importância
da relação textual da conexão como mecanismo de coesão textual e para melhor
compreensão vamos rever a importância desses conectivos
A conjunção é um dos principais conectores, na relação textual da
conexão como mecanismo de coesão textual, e, por isso, serve para ligar e
promover a sequencialização das diferentes partes de um texto. Éimportante
ressaltar que os conectores não servem somente para isso, eles indicam a
orientação discursivo-argumentativa que o autor emprega no texto. Dessa forma,
neste tópico, daremos ênfase às relações semânticas sinalizadas pelas
conjunções, conforme apresentada por Irandé Antunes no livro Lutar com
palavras: coesão e coerência (ANTUNES, 2005, p. 140-163):
3.1. Causalidade
A relação de causalidade é estabelecida sempre que, em um segmento,
se expressa a causa da consequência indicada em um outro. São exemplos de
conectores que indicam causalidade: porque, uma vez que, visto que, já que,
dado que. Vejamos alguns exemplos:
a) Como a chuva não deu trégua, o cinema foi a melhor opção.
b) A linguística não é sensível às preocupações com o suposto risco de
“descaracterização” do idioma, visto que, por sua natureza, a língua só assimila
as transformações que lhe são úteis e necessárias.
3.2. Condicionalidade
A relação de condicionalidade é estabelecida quando um segmento
expressa a condição para o conteúdo de um outro; desse modo, se um for
verdadeiro, o outro também será. Essa relação é normalmente sinalizada pelos
seguintes conectores: se, caso, desde que, contanto que, a menos que, sem
que, salvo se, exceto se.
Vejamos os seguintes exemplos:
a) Acho que as escolas terão realizado sua missão se forem capazes de
desenvolver nos alunos o prazer da leitura. (Rubem Alves).
b) O índice de criminalidade diminuirá desde que tenhamos uma polícia
limpa.
3.3. Temporalidade
A relação de temporalidade expressa o tempo, a partir do qual são
localizados os eventos em foco ou as ações. São exemplos de conectores que
indicam essa relação: quando, enquanto, apenas, mal, antes que, depois que,
logo que, assim que, sempre que, até que, desde que, todas as vezes que, cada
vez que.
Vamos aos exemplos:
a) Muito nunca é demais quando o preço é de menos.
b) Desde que foi eleita a melhor atriz de teatro do ano passado, ela foi
assunto de capa da Veja três vezes.
3.4. Finalidade
A relação de finalidade ocorre quando um dos segmentos expõe o
propósito ou o objetivo pretendido e expresso pelo outro. Os seguintes
conectores sinalizam essa relação: para que, a fim de que.
Vejamos:
a) Estes cartões abrem portas para você fechar negócios. (para que você
possa)
b) A matança criminosa de focas é conhecida no mundo inteiro.
Atualmente, já existem medidas de proteção à fauna para que tais caçadas não
se repitam.
3.5. Alternância
A relação de alternância ocorre de duas maneiras: de forma inclusiva ou
exclusiva, em ambos os casos se utiliza o conector ou:
a)Todo escritor é útil ou nocivo, um dos dois.
b) Sejam palavras bonitas ou sejam palavras feias; sejam mentira ou
verdade, ou sejam verdades meias; são sempre muito importantes as coisas que
a gente fala.
3.6. Conformidade
A relação de conformidade se estabelece quando um segmento expressa
que algo foi realizado de acordo como que foi pontuado em um outro. Essa
relação é sinalizada pelos conectores: conforme, consoante, segundo, como.
Observe:
a) O brasileiro está mais consciente dos seus direitos, conforme mostram
as reclamações registradas nos Procons.
b) Segundo revelou o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), o
desmatamento na Amazônia voltou a crescer.
3.7. Complementação
A relação de complementação ocorre quando um segmento funciona
como complementar de outro. Nessa classificação, encontram-se todas as
orações subordinadas substantivas (subjetiva, objetiva, direta, objetiva indireta
etc.); tais orações podem funcionar como sujeito, complemento ou aposto de
outra. Essa relação vem sinalizada pelos conectores que, se, como. Neste
exemplo, o termo destacado funciona como complemento da oração anterior:
a) Inúmeros exemplos comprovam como a extinção indiscriminada das
espécies só traz prejuízos ao homem.
Já no seguinte exemplo, a oração destacada funciona como um aposto
da primeira oração:
b) Durante anos, os brasileiros cresceram ouvindo três afirmações de que
Deus nasceu por aqui: o Brasil não tem furacões ou terremotos, o brasileiro é
um homem cordial e nesta terra não existe racismo.
3.8. Delimitação ou Restrição
A relação de delimitação ou restrição ocorre quando uma oração delimita
ou restringe o conteúdo da outra. Essa relação é sinalizada pelo pronome
relativo. Observe que no seguinte exemplo, não se trata de qualquer doença e,
sim, da doença que foge ao controle:
a) O saldo deixado por uma doença que foge ao controle é quase sempre
catastrófico.
3.9. Adição
A relação de adição se estabelece quando mais um item é introduzido
num conjunto ou, do ponto de vista argumentativo, quando mais um argumento
é acrescentado a favor de uma determinada conclusão. São exemplos de
conectores dessa relação: e, ainda, também, não só...mas também, além de,
nem.
Observe o seguinte exemplo:
a) Os benefícios de um bom café da manhã vão além de um corpo mais
esbelto. Alimentar-se de forma saudável nas primeiras horas do dia também
protege contra diabetes e evita a formação de pólipos intestinais.
3.10. Oposição
As relações de oposição se manifestam pelas expressões que, na
gramática tradicional, são conhecidas como adversativas e concessivas. Em
textos dissertativo-argumentativos existem grande possibilidade desse tipo de
relação aparecer com certa frequência. São exemplos de conectores de
oposição: mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, embora, se bem que,
ainda que, apesar de, por um lado, por outro lado.
Neste exemplo, a oposição se dá por uma oração adversativa e, por isso,
a direção argumentativa é contra o vizinho: Paulo é um bom vizinho, mas faz
muito barulho de madrugada.
Já neste exemplo, a oposição se dá por uma oração concessiva, e a
direção do argumento é a favor do vizinho. Paulo é um bom vizinho, embora faça
barulho de madrugada.
3.11. Justificação ou Explicação
A relação de justificação ou explicação se dá quando um segmento tem a
finalidade de justificar ou esclarecer um outro anterior, expressando-se por meio
dos seguintes conectores: isto é, quer dizer, ou seja, pois. Observe que no
segundo exemplo, o pronome relativo que desempenha a função de explicação:
a) Não existem animais inúteis. Isto é, todo animal, para sobreviver,
alimenta-se necessariamente de outros seres, sejam eles animais ou vegetais.
b) Há muito tempo, a ciência destruiu o mito da raça pura, que é um
conceito absurdo, sem nenhuma possibilidade de verificação na realidade de
nenhum povo, por mais isolado que seja.
3.12. Conclusão
A relação de conclusão ocorre sempre que, em um segmento, se
expressa uma conclusão que se obteve a partir de fatos ou conceitos expressos
no segmento anterior, sendo sinalizada pelos seguintes conectores: logo,
portanto, pois, por conseguinte, então, assim, por isso.
Observe o exemplo:
a) NOSSA GRANDE VANTAGEM: todos já sabemos falar o português!
Não precisamos, portanto, partir do zero
3.13. Comparação
A relação de comparação ocorre quando, em segmentos distintos, pomos
em confronto dois ou mais elementos com a finalidade de identificar
semelhanças ou diferenças entre eles. São normalmente utilizados os seguintes
conectores: como, mais...do que, menos...do que, tanto...quanto, entre outras.
Vejamos o seguinte exemplo:
a) Achar que a mudança da língua é um perigo é como achar que o bebê
está “em perigo” de crescer
Sob a ótica de uma perspectiva sociointeracionista, afirmamos que o
aprendizado de uma língua se dá pela interação e não pelo domíniomeramente
classificativo de regras descontextualizadas. Os conectores, principalmente as
conjunções, são elementos presentes nos textos e saber utilizá-los é um
importante recurso para manter a coesão textual desempenho comunicativo.
PARTE IV
4. A Redação Técnica e Administrativa
4.1. Trabalhando as Ideias
O que desenvolveremos nesse capitulo importa a todos os que escrevem:
de memorandos a relatórios, de cartas a contratos. Trataremos do assunto
comum a todos os textos – como expressar as ideias – como encontrar as
ideias nucleares, como concatená-las, como expressá-las de maneira eficaz.
O que mais traz prejuízo ao texto é o acumulo e a desordenação das
ideias que retiram a força da mensagem nuclear.
Vejamos algumas técnicas para à exposição mais clara e ordenada do
pensamento:
Primeira técnica: fixação do objetivo – fixar o objetivo para orientar o que
se vai escrever sobre o assunto delimitado é selecionar a linha de pensamento
que estará presente em todo o texto.
Simulando uma situação: escrever um texto sobre os meios de
comunicação de massa. Podemos estabelecer como objetivos:
A) uma comparação entre o rádio e a televisão; ou
B ) o amplo apelo popular dos dois meios e as suas consequências; ou
C) a ampla difusão de informações que esses dois meios promovem, etc.
Observe que para cada um dos objetivos haverá um texto completamente
diferente. É por meio da fixação do objetivo que serão selecionadas as ideias
afins ao assunto em pauta, assim como será possível um controle de
pensamento, que deverá manter-se dentro dos limites da linha escolhida.
Leia o exemplo de um trecho de relatório financeiro:
Senhores Acionistas:
A companhia, esforçando-se por corresponder às demandas para os
investimentos programados pelo PLANASA – Plano Nacional de Saneamento,
produziu e expediu neste ano 88.947 toneladas, refletindo um acréscimo de 19%
sobre o ano anterior, sem aumento do contingente de trabalho. O faturamento
líquido foi de R$ 564.987,00.
Para o ano de 1997, está sendo previsto um aumento na produção e nas
vendas de aproximadamente 7% (em peso), na expectativa de que o mercado
permita atingir esse objetivo. Estima-se que o faturamento líquido projetado
possa atingir aproximadamente R$ 680.000,00.
Embora o texto contenha informações estritamente financeiras, observa-
se o objetivo de impressionar acionistas atuais e de atrair outros em potencial
nas passagens que falam do aumento de faturamento previsto.
Segunda técnica: Identificação da ideia-núcleo
Para escrever bem qualquer tipo de texto é preciso saber definir com
muita precisão as ideias. A mistura de ideias tem sido a causa da ineficácia de
muitos textos.
Compare os dois textos:
Texto 1
Ensino primário eficiente e abrangente é fator decisivo do progresso
na Tailândia. Apesar das deficiências na infraestrutura básica, como as
carências em saneamento e transporte, as autoridades que ocuparam o poder
nos últimos anos não descuidaram da educação. Os gastos com ensino somam
19% do orçamento do governo. A taxa de alfabetização é de 91%, uma das mais
altas em países em desenvolvimento.
Texto 2
O carro, violento e poluidor, capaz de conduzir a sentimentos baixos,
como o egoísmo, quando não a pecados capitais, como a soberba, apresenta,
não só ao Brasil, mas às sociedades contemporâneas em geral, um desafio tão
grande quanto o desemprego, tão complexo quanto o comércio internacional.
No texto 1, todas as ideias apresentam uma relação, direcionadas pela
primeira frase.
Já no texto 2, o entendimento fica prejudicado pela intercalação de várias
ideias que prejudicam a clareza da ideia-núcleo, encarregada de organizar e
orientar o desenvolvimento do parágrafo.
Em um parágrafo em que não esteja clara a ideia-núcleo, sua mensagem
dificilmente será entendida.
Observe o trecho de um parecer:
A Lei nº 5.772/74, que instituiu o Código de Propriedade Industrial, trata
do assunto ora discutido, dando nova redação ao já aludido art. 454 da CLT
(revogado), ressaltando que a invenção pertence exclusivamente ao empregado,
pois foi este que forneceu o equipamento e deu condições à descoberta, ou que
esta esteja prevista na atuação profissional, na atividade de rotina poderá ocorrer
uma descoberta ou invenção patenteável.
Assim como não nos foi possível entender o que determina a Lei nº
5.772/71, não será possível ao destinatário obter a informação de que precisava
para fundamentar a sua decisão.
Poderíamos dizer que a falta de identificação da ideia-núcleo é a razão
fundamental de tantos mal-entendidos, tanto desperdício de tempo e tanto
retrabalho. Portanto para que o parágrafo esteja bem escrito, é necessário que
ele transmita claramente a sua ideia-núcleo.
Cada parágrafo deve girar em torno de uma ideia-núcleo.
Com a ideia núcleo de cada parágrafo definida, você poderá até conferir
se as informações que você deseja estão presentes.
4.2. O Período
Para construir um período adequado procure sempre frases curtas. Uma,
duas, no máximo, três orações por período sintático. A frase curta tem várias
vantagens: A primeira é diminuir o número de erros, principalmente em
pontuação; A segunda é tornar o texto mais claro; A terceira é apresentar as
ideias de forma mais objetiva. Períodos longos geralmente estão associados as
ideias incertas e facilitam falhas na compreensão.
4.2.1. Qualidades de um Bom Período
Vejamos algumas qualidades de um bom período:
Seja direto ao apresentar a ideia;
Busque ser claro;
Procure usar a ordem direta (sujeito-verbo-complemento);
Dê preferência à voz ativa;
Construa seu texto com afirmativas;
Evite gerúndio;
Use até três verbos para formar seu período.
Seja direto ao apresentar a ideia – o texto abaixo apresenta a primeira
falha de um período: falta objetividade.
“É indispensável que se conheça o critério que se adotou para que sejam
corrigidas as provas que se realizaram ontem, a fim de que se tomem as
providências que forem julgadas necessárias, onde procuraremos solucionar os
problemas que podem decorrer daquilo que for considerado obscuro, desde que
de difícil solução, no entanto, duvidosos”.
O autor escreveu de tal forma que o leitor tem dificuldade para entender
o sentido exato.
Busque ser claro – observe a falta de clareza nos exemplos a seguir:
“Para todos os que tenham filhos e não o saibam, temos na paróquia uma
área especial para crianças.”
“Quinta-feira, às cinco da tarde, haverá uma reunião do grupo das mães.
As senhoras que desejam formar parte das mães, devem dirigir-se ao escritório
do pároco.”
“Prezadas senhoras, não esqueçam a próxima venda para beneficência.
É uma boa ocasião para se livrar das coisas inúteis que há na sua casa. Tragam
seus maridos.”
Procure usar a ordem direta (sujeito-verbo-predicado) – a ordem direta
facilita o entendimento. Com certeza você não a usará em todos os períodos. É
importante, também, intercalar uma ideia ou antecipar um adjunto adverbial, por
exemplo. No entanto, procure escrever em ordem direta, principalmente no início
do parágrafo.
Dê preferência à voz ativa – as construções em voz ativa demonstram
que o sujeito é o agente da ação e dão firmeza ao pensamento.
O cidadão deve combater a violência. (Adequado)
A violência deve ser combatida pelo cidadão. (Inadequado)
Usaremos a voz passiva quando o sujeito paciente é mais importante do
que o agente da passiva.
O Congresso foi invadido por manifestantes. (Adequado)
Manifestantes invadiram o Congresso. (Inadequado)
O Supremo decidiu o assunto.(Adequado)
O assunto foi decidido pelo Supremo. (Inadequado)
Construa seu texto com afirmativas – apresente sua ideia com
afirmativas sobre o tema. Diga o que é, não o que não é.
Ele duvida que o ministro chegue a tempo. (Adequado)
Ele não acredita que o ministro chegue a tempo. (Inadequada)
O presidente nega alterações na política econômica. (Adequada)
O presidente diz que não fará alterações na política econômica.
(Inadequada)
Evite gerúndio – é possível substituir o gerúndio por ponto em quase
todas as situações. Observe o exemplo:
Funcionários contratados pela empresa poderão cursar universidade no
segundo semestre podendo, se forem estudiosos, concluir o curso em quatro
anos, fazendo em seguida um curso de pós-graduação.
Observe como fica melhor:
A empresa contratou funcionários que poderão cursar universidade no
segundo semestre do ano. Se forem estudiosos, concluirão o curso em quatro
anos e, em seguida, fazer uma pós-graduação.
Use até três verbos para formar seu período – o período longo é o
principal erro em qualquer texto.
Bom texto é objetivo e claro. O período curto facilita o entendimento rápido
por parte do leitor. O texto a seguir foi editorial do jornal “Correio Braziliense”.
Observe a separação das ideias nos períodos:
“A União Europeia completa 50 anos hoje como a mais bem-sucedida
experiência de integração regional do planeta. Quando a Guerra Fria começava
a mergulhar Estados Unidos e União Soviética numa era de autossuficiência e
competição, os europeus concretizavam sua aposta na cooperação como
diferencial para enfrentar desafios do século 21. Os problemas do bloco são
vários, mas os benefícios inegáveis dão a outros países duas importantes lições
sobre desenvolvimento.”
4.3. Qualidades de um Parágrafo
Acima das palavras e das orações, o que dá sustentação ao texto [é a
organização das ideias em parágrafos. A estrutura dos blocos tem a mesma
função dos trilhos dos trens. Por eles passam os comboios das orações e
períodos. As frases precisam ser conduzidas de forma harmoniosa, sem isso,
um texto pode se transformar num amontoado de ideias sem rumo. A redação
dos parágrafos constitui recurso fundamental do texto.
Na era da comunicação digital, o parágrafo parece relegado a segundo
plano. As letrinhas passaram a ser tratadas como elementos gráficos em
páginas eletrônicas. Não precisam ser lidas, mas vistas. Na busca da beleza,
cortam-se frases e separam-se ideias sem preocupação com o sentido lógico do
enunciado.
Profissionais que dependem da escrita para sobreviver não podem se
entregar a tal luxo. Advogados, jornalistas, administradores, secretários,
assessores, estudantes têm de comunicar ideias. Para atingir o objetivo
precisam organizar a mensagem. A estrutura de um texto depende de muitas
variáveis como conteúdo, objetivo, complexidade do tema e o próprio talento de
quem escreve.
Não há nada mais clássico do que a regrinha de ouro que recomenda
utilizar um parágrafo para cada ideia. E, como regrinha de prata, que se dê vez
a parágrafos curtos.
Existem maneiras e maneiras de redigir parágrafos, o mais seguro é o
padrão. Ele tem duas partes: A introdução, chamada tópico frasal – anuncia a
ideia núcleo. O desenvolvimento sustenta o tópico, cita exemplos, apresenta
causas ou consequências, faz comparações, analogias, confrontos.
EXEMPLO 1:
“Gonzaga Negreiros está zangado. Pela primeira vez, ele, a mulher e a
filha não vão passar o Dia das Mães com a família em São Raimundo Nonato,
no Piauí. O pagamento não saiu. Sem dinheiro, adeus, viagem.”
O parágrafo tem unidade, trata de um só assunto: a zanga de Gonzaga
Negreiros. No tópico frasal (1º período) , diz que ele está zangado; nos outros
períodos, o porquê da zanga.
EXEMPLO 2:
“Cinco mil pessoas terão um Dia das Mães um pouco mais gordo. O
governador anunciou que o limite salarial para os funcionários que vão receber
abano passou de R$ 500,00 para R$ 600,00.”
No tópico frasal, o autor anuncia o assunto – cinco mil pessoas terão um
dia das Mães um pouco mais gordo. No desenvolvimento, diz o porquê: o
aumento do limite salarial para os funcionários que receberão o abono.
Escrever um bom parágrafo tem duas vantagens. A primeira: dá prova de
maturidade linguística. A segunda: ajuda a redigir textos de qualidade.
EXEMPLO 3 (citação de exemplos):
“As opiniões sobre o Programa de Avaliação Seriada (PAS) divergem.
Paulo da silva, diretor do Colégio Franco, achou o teste abrangente. Saulo dias,
professor de Geografia, considerou-o parcial. Fábio Duarte, professor de Inglês,
observou que a prova valorizou a decoreba.”
O tópico frasal define a ideia-núcleo do parágrafo: as diferentes opiniões
sobre o PAS. O desenvolvimento cita os três exemplos para sustenta-lo: a
opinião do diretor do Colégio, a do professor de Geografia e a do professor de
Inglês.
EXEMPLO 4 (apresentação de razões):
“Por que os estudantes têm dificuldades de escrever? Uma das razões é
a falta de leitura. Outra, a falta de treino. A escola deve sanar ambas as
deficiências.”
O tópico frasal pergunta por que os alunos acham difícil escrever. O
desenvolvimento responde. Apresenta duas razões: falta de leitura e falta de
treino.
EXEMPLO 5 (decomposição):
“Como de divide o sujeito em português? O sujeito pode ser simples,
composto e indeterminado. O simples tem um núcleo. O composto mais de um.
O indeterminado ninguém sabe. Há um sujeito, mas só Deus consegue aponta-
lo.”
O tópico frasal faz uma pergunta. O desenvolvimento, ao respondê-la,
recorre a decomposição. Divide o todo em partes. Depois retoma-as uma por
uma. Vale lembrar: a citação de exemplos não esgota o assunto. A
decomposição, ao contrário, vai até o fim.
Você deve ter percebido que o parágrafo tenderá ficar mais claro, objetivo
e bem escrito se a primeira frase expressar a ideia geral do que se pretende
desenvolver. A ideia central está totalmente relacionada com as ideias dos
demais períodos. É um parágrafo com unidade em que os períodos se
completam. Os períodos devem se auxiliar e, mesmo apresentando ideias
independentes, devem manter uma relação bem próxima.
EXERCÍCIOS
1. Leia o texto.
“Destruir a natureza é a forma mais fácil de o homem se aniquilar da face
da terra. Dizimando certas espécies de animais, por exemplo, interfere na cadeia
alimentar, causando desequilíbrios que produzirão a extinção de seres
essenciais à harmonia do planeta. Jogando diariamente toneladas de produtos
químicos poluentes, o ser humano causa a destruição do meio ambiente.”
a) Qual é a ideia principal?
b) Quais as ideias secundárias que dão suporte à ideia principal?
2. Com base nos temas abaixo, procure apresentar uma ideia
completa em apenas uma frase.
a) A corrupção no Brasil.
b) Brasil: país do futuro.
c) A importância da boa educação no desenvolvimento da nação.
d) Qualidade de vida e trabalho.
e) A felicidade está em pequenas coisas.
f) O governo atual do Brasil.
Você pode construir o parágrafo com uma estratégia, ou misturá-las, mas
primeiro precisa ter três cuidados.
O primeiro: amarre os períodos. Uma frase tem de conversar com a outra.
Se alguma ficar de fora, é porque há algo errado.
O segundo: evite a fragmentação – isolar ideias que deveriam estar juntas.
O último, mas não menos importante: fuja da acumulação. Não agrupe
ideias que têm de estar separadas.
Resumindo as qualidades de um parágrafo podem ser agrupadas em
quatro características:
a) Clareza na abordagem inicial;
b) Conteúdo argumentativo adequado;
c) Unidadecoerente e coesa entre as ideias;
d) Objetividade.
4.4. Defeitos do Texto
Para que um texto se qualifique como adequado, nos tempos atuais, é
fundamental que ele esteja desembaraçado de vários vícios presentes há até
bem pouco tempo. É sempre bom esclarecer que o vício é um hábito que se
tornou padrão, adquirindo um caráter negativo.
Trataremos agora de erros que prejudicam o bom texto.
Prolixidade – é importante que se eliminem as expressões supérfluas e
os pormenores excessivos. Muitas vezes você acredita que, escrevendo
bastante, utilizando frases de efeito, tornará o texto mais rico. Na verdade, isso
só atrapalha. Elimine as ideias sem importância, as repetições, os exemplos
demasiados, os adjetivos supérfluos. Observe exemplo de texto prolixo:
“Nada mais justo de que os milhões de jovens brasileiros não-adultos, de
norte a sul e leste a oeste, poderem exercer seu legítimo direito de cidadania,
tendo direito ao voto para todos os cargos políticos, de vereador, de prefeito, de
deputado e, inclusive, de presidente, influindo dessa maneira nos destinos tão
obscuros da nossa querida e amada Nação, chamada Brasil, nome recebido
justamente por causa de um produto da natureza também bonito.”
Reescreva o período eliminando as expressões e os pormenores
excessivos.
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...................................................................................................................
Verbosidade – é a característica de dizer de forma complexa o que
pode ser dito de maneira mais simples. A verbosidade se caracteriza pelo uso
do vocabulário tido como sofisticado, por parágrafos longos e construções
intercaladas ou invertidas.
Quadro ilustrativo de verbosidades:
Expressões evitáveis Substituir por
Supracitado – acima citado Citado
Encarecemos a V.Sª Solicitamos
Somo de opinião que Acreditamos, consideramos
Temos em nosso poder Recebemos
Temos a informar que Informamos
Tendo em vista o assunto em epígrafe Tendo em vista o assunto citado
Levamos a seu conhecimento Informamos
Causou-nos espécie a decisão Causou-nos estranheza,
estranhamos, fomos surpreendidos
Consternou-nos profundamente Lamentamos profundamente
Devido ao fato de que Devido a, por causa de, em virtude de
Para dirimir dúvidas Para esclarecer dúvidas
Precípua Principal
Destarte Dessa forma, dessa maneira
Referenciado Referido
Aprazada Dentro do prazo, limite
Desiderato, colimado Objetivo
Aproveitando o ensejo, anexamos Anexamos
As palestras já estão inseridas no
contexto da programação
As palestras já estão na programação
Via de regra, os procedimentos Geralmente os procedimentos
Devemos concluir, de acordo com o
que dissemos acima, que
Concluímos que
Antecipadamente, somos gratos Agradecemos
Frases Feitas – os lugares- comuns e os clichês demonstram falha
de estilo e linguagem limitada.
.
Falta de Paralelismo – quando se coordenam elementos
(substantivos, adjetivos, advérbios, orações) é necessário que eles apresentem
estrutura gramatical idêntica. Observe:
Adequado Inadequado
Porque o futuro é de todos nós.
Devemos unir nossos esforços.
A nível de ...
Chegar a um denominador comum.
Deixar a desejar.
Estourar como uma bomba.
Fortuna incalculável.
Inserido no contexto.
Levantar a cabeça e partir para outra.
A esperança é a última que morre.
Os jovens são o futuro da nação.
Procuravam-se soluções para
satisfazer os operários e agradar aos
empresários.
Procuravam-se soluções para satisfazer os
operários e que agradassem aos empresários.
As cidades paulistas e as paranaenses
apresentam muitas afinidades.
As cidades paulistas e as cidades do Paraná
apresentam muitas afinidades.
Ocorrem distúrbios devido à revolta
dos estudantes e ao não atendimento
de suas reivindicações.
Ocorrem distúrbios devido á revolta dos
estudantes e porque não atenderam suas
reivindicações.
EXERCÍCIOS
As frases a seguir apresentam erros por falta de paralelismo. Reescreva-as
corrigindo.
a) Segundo o FMI, os países devedores gastaram mais do que podiam, por
incompetência, porque eram irresponsáveis e por corrupção.
b) O relevo da América do Sul é muito semelhante ao norte-americano.
.
c) Nosso casamento depende do amor entre nós e em batalharmos juntos.
d) É importante trazer o trabalho completo e que cheguemos mais cedo.
Excesso de “quês” - o uso reiterado do que pode constituir erro
de estilo e prejudicar a clareza do texto.
Um empecilho sintático (extremamente comum) à concisão é o excesso
de “quês”. Ele é ocasionado pela transposição para a escrita de um fluxo
ininterrupto do pensamento, sem que haja o devido cuidado com a estrutura
frasal daquilo que é transmitido. Esse excesso causa péssimo efeito expressivo,
transmitindo a imagem de pobreza vocabular e de falta de organização sintática.
O excesso de “quês” pode ser facilmente corrigido com algumas
substituições de uso comum na língua. Exemplo:
Espero que me responda a fim de que se esclareçam as dúvidas que
dizem respeito ao assunto que foi discutido.
Espero sua resposta a fim de esclarecer as dúvidas a respeito do assunto
discutido.
O presidente do Sindicato dos Artistas, (que foi) famoso ator de teatro, pediu
demissão do cargo.
Marta recusou milionária proposta de trabalho, (que é) sonho de muitos médicos,
para ficar com os filhos.
A maior parte da população de Bogotá, (que é) capital da Colômbia, já se
acostumou com a insegurança nas ruas.
Troque oração adjetiva por nome:
Pessoa que se alimenta de carne = pessoa carnívora
Criança que não tem educação = criança mal-educada
Reduza orações:
Já que encomendei o bolo, esquecerei a dieta.
Encomendado o bolo, esquecerei a dieta.
Depois que tiver escrito o capítulo, farei os cortes.
Escrito o capítulo, farei os cortes.
Assim que tiver terminado o curso, viajarei para a Europa.
Terminado o curso, viajarei para a Europa.
Substitua a oração pelo termo nominal:
A sociedade exige que o parlamentar seja afastado.
A sociedade exige o afastamento do parlamentar.
Ninguém duvida de que a inflação esteja sob controle.
Ninguém duvida do controle da inflação.
EXERCÍCIOS
Reescreva as frases abaixo eliminando o “que”.
a) 0 jornalista que redigiu a reportagem que apareceu no jornal receberá o
prêmio que todos desejavam..
b) Você tem que ter uma letra que todos possam entender o que está escrito.
c) Um banqueiro, que detinha grande fortuna, foi preso. É necessário que se
obedeça às leis.
Ambiguidade –
Exemplo de frase de sentido ambíguo:
O Deputado discutiu com o presidente da Comissão o seu descontentamento
com a aprovação do projeto.
A ambiguidade dessa fraseestá no pronome possessivo seu: o
descontentamento é do Deputado ou do Presidente da Comissão? Para que no
sentido fique claro, o pronome deve ser eliminado.
O Deputado, descontente com a aprovação do projeto, discutiu o assunto
com o Presidente da Comissão.
OU
O Deputado discutiu com o presidente da Comissão o descontentamento
deste com a aprovação do projeto.
Agora é sua vez:
Ambíguo: O Líder comunicou ao Deputado que ele está liberado para
apoiar a matéria.
Claro: ...................................................................................................
OU
.................................................................................................................
Pleonasmo – é a redundância ou a repetição de um termo ou de
uma ideia. Seu emprego é legítimo quando, com fins de ênfase, o emissor quer
realçar uma ideia ou uma imagem. Entretanto, quando a redundância ou a
repetição é desnecessária, ou seja, quando não traz reforço algum à ideia, o
pleonasmo é antes um vício de linguagem que denota ignorância quanto ao
sentido das palavras e o desleixo para com a língua.
Exemplo:
A decisão de toda a diretoria foi unânime. (Não seria unânime se alguém
da diretoria tivesse discordado.)
É terminantemente proibido pichar a parede. (Proibir quer dizer proibido
em qualquer circunstância.)
Veja mais pleonasmos:
Abusar (demais);
Amanhecer (o dia);
Amigo (pessoal);
Certeza (absoluta);
Comparecer (pessoalmente);
Continua a (permanecer);
Criar (novo);
Descer (para baixo);
Detalhes (minuciosos);
Elo (de ligação);
Ganhar (de graça, grátis);
Gritar (bem alto);
Minha opinião (pessoal);
Monopólio (exclusivo);
Multidão (de pessoas);
Prevenir (antes que aconteça);
Retornar (de novo);
Sorriso (nos lábios);
Surpresa (inesperada);
Última versão (definitiva);
Vereador (da cidade).
Cacófato - é o som desagradável ou palavra obscena que resulta da
combinação de sílabas de palavras vizinhas. Deve, na medida do possível e do
razoável, ser evitado, sobretudo quando demasiado flagrante e grosseiro.
Exemplo de Cacófato:
Ele havia dado tudo de si à frente da Comissão. ( Ele tinha dado...)
APLICAÇÃO
1. Construa um pequeno texto com a tese abaixo, desenvolvendo os
argumentos abaixo e depois faça sua própria conclusão (não fugindo da ideia
central)
Tese: Os meios de comunicação de massa alteram o comportamento das
pessoas;
Desenvolvimento: 1º argumento: Condicionam os hábitos de consumo:
alimentos, moda, cosméticos, etc.; 2º argumento: Interferem na formação
ideológica das pessoas; 3º argumento: Limitam os espectadores ao espaço de
suas casas, perdendo-se o hábito de outros tipos de convívio social.
Conclusão: _______
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
....................................................................................................................
2. O texto a seguir é trecho de uma carta mal escrita. Ela apresenta uma série
de problemas em relação ao vocabulário e à construção das frases. Depois de
lê-la, reescreva.
Emissor: uma empresa de grande porte.
Destinatário: uma clinica credenciada que prestou um mau atendimento ao
empregado da empresa.
Reiteramos compartilhar e respeitar o juízo e a ética
profissional desta instituição, mas temos um papel a
cumprir: zelar para que o quadro de credenciados que
disponibilizamos aos nossos empregados prime pela
qualidade técnica, no atendimento, cordialidade e higiene.
Contactamos pessoalmente o empregado para obter
mais informações e nortear nossas ações, e podemos
afiançar que suas colocações não foram baseadas na
emoção, dentro das possibilidades, foi muito racional e
equilibrado em seu relato.
3.Vícios e suas correções:
1. Sob o nosso ponto de vista, a decisão do Departamento de Contas a
Pagar está correta.
2. Atendendo à reclamação desse departamento quanto aos serviços de
reparo, in formamos que eles, até agora, não foram executados por
causa que está chovendo sem parar há vários dias.
3. Encaminhamos a V. S.ª o Relatório Mensal de Custos, para vossa
decisão quanto aos novos procedimentos.
4. Informo que não poderei tomar parte da reunião marcada para o próximo
dia 15/9, pois, nesse dia, estarei participando de seminário em outra
cidade.
5. Estranhamos o motivo da cobrança da duplicata acima referenciada, uma
vez que ela já foi quitada a cinco dias.
6. Face ao novo decreto que versa sobre contratação de pessoal, não
poderemos mais utilizar funcionários contratados.
7. Após algumas entrevistas, pudemos constatar que, a nível
gerencial, não há nenhum tipo de problema. Quanto aos demais
empregados, a maioria desaprova as mudanças.
4. Observe o texto a seguir. Elimine todos os excessos. Depois reescreva-o
de forma correta.
Prezado Senhores,
Em resposta à sua gentil solicitação a nós enviada pelo digníssimo
representante de V.S.ª, Sr. Eduardo da Cunha, vimos, através desta, informar
que já se encontram à sua disposição nossos estúdios para a gravação do
disco em epígrafe.
Conforme contato pessoal com o representante supracitado de V. Sª , os
estúdios deverão ser utilizados nos dias 28 e 29 p.p.
Outrossim, comunicamos que o custo total pelo uso do estúdio e dos
equipamentos sofrerá um desconto de 10% (dez por cento), de acordo com o
que ficou estabelecido em nossa última reunião, em 20-02-03.
Sem mais que se nos possa apresentar para o momento, despedimo-nos.
5. Vamos refazer um Memorando de uma grande empresa, em que se
responde a um pedido de indenização. Elimine as ideias redundantes e retire
todos os “quês”, reescrevendo o que for necessário.
Em resposta ao documento enviado por V.S.ª a esta Superintendência,
reivindicando pagamento de indenização por perdas materiais, informamos
que, após detida análise de seu processo, concluímos que não há qualquer
aspecto que possibilite à Companhia proceder ao pagamento solicitado.
Memorando Adequado:
6. Para nos expressar com clareza, haveremos que perseguir dois objetivos:
1º educar a nossa capacidade de organização mental; 2º aprender a pôr em
execução, convenientemente, as palavras (material idiomático). Observe a
seguinte Circular, emitida pela administradora de um prédio, e verifique como
o entendimento é orientado mais pelo contexto do que pela clareza da
expressão.
CIRCULAR
Informamos que as portas do Hall Social de cada andar deverão
permanecer fechadas à chave, conforme ficou estabelecido em reunião do
Conselho Consultivo,Síndica e Subsíndico, realizada em 13-07-2011.
Solicitamos ao condômino que possua chave de seu hall, in formar à portaria
urgente, pois o condomínio providenciará chave para todos os apartamentos.
Para maior segurança de todos os moradores.
Informamos também que os 3 (três) elevadores ficarão ligados.
7. O Aviso abaixo foi retirado do estacionamento de um Shopping Center.
Reescreva o mesmo, facilitando a leitura e interpretação do texto.
IMPORTANTE
PARA FINS DE SEGURANÇA, FAVOR
REMOVER TODOS OS ITENS DE VALOR
VISÍVEIS (PRINCIPALMENTE RÁDIO
REMOVÍVEL E CELULARES) DE SEU
VEÍCULO AO ESTACIONAR.
NÃO DEIXE CARTÕES DE
ESTACIONAMENTO NEM CARTÕES DE
ACESSO EM SEU VEÍCULO.
CERTIFIQUE-SE DE QUE SEU VEÍCULO
ESTEJA TRANCADO
PARTE V
5. Dissertação
Dissertar é expor, explanar ou ainda explicar ideias. Na dissertação
expressamos o que sabemos ou acreditamos saber a respeito de determinado
assunto por meio de argumentação. Argumentar portanto, é a arte de influenciar
os outros por meio de evidência e da lógica.
Didaticamente, distinguimos dois tipos de dissertação: a objetiva e a
subjetiva.
A dissertação objetiva supõe o exame crítico de uma questão, transmite
conhecimentos e tem como finalidade instruir e convencer. As ideias são
organizadas partindo do raciocínio geral para o particular. Por ter um caráter
objetivo, universal, abstrato, científico, deve a exposição ser impessoal.
A dissertação subjetiva expõe a visão pessoal do autor, manifestando o
que seria apenas sua opinião ou suas impressões. Podendo, portanto, empregar
a primeira pessoa como foco expositivo. Seu caráter é literário.
5.1. Dicas para a Produção de um Texto Argumentativo
O tema proposto é “Menor abandonado”. Procure seguir as orientações:
Anote suas ideias sobre o assunto;
Caso você tenha poucas ideias, pesquise sobre o assunto:
busque dados estatísticos, ouça opiniões variadas, procure
definições, etc.;
Então, delimite bem seu objetivo. Respondendo a essas
perguntas você estará definindo o tema de seu texto. “Qual é a
tese ou o ponto de vista que você quer defender?” “De que
ângulo, de que perspectiva quer tratar o assunto?”
VAMOS EXERCITAR
O tema proposto agora são “Os problemas urbanos”. Siga as dicas para a
produção de seu texto. (chamaremos as “dicas” de etapas):
1ª etapa: reunião de ideias. Anote todas as ideias e palavras referentes ao
tema: atropelamentos, enchentes, violência, trânsito, menores, estresse,
desemprego, acidentes de trânsito, etc.
2ª etapa: seleção das melhores ideias. Indique causas e consequências dos
problemas levantados. Você pode, inclusive, propor soluções. Veja:
a) Causas dos problemas urbanos
b) Consequências dos problemas urbanos
c) Soluções
3ª etapa: elaboração da ideia central. Muitos problemas ocorrem nas grandes
cidades. Cada vez mais, eles têm comprometido a qualidade de vida da
população urbana – ideia central.
4ª etapa: desenvolvimento do texto. A partir da sua ideia central, cite as
causas e consequências do problema em questão.
5ª etapa: finalização do texto. Em sua conclusão procure reforçar a ideia
central e, também, apresentar soluções.
Atender essas etapas (dicas) significa formalizar o texto em três segmentos:
introdução, desenvolvimento e conclusão.
Introdução: é o espaço onde se anuncia o assunto, apresenta-
se a ideia-núcleo, ou seja, ideia inicial ( a tese) que será objeto
das considerações do autor. Jamais deve ser escrita em período
único.
Desenvolvimento: é a análise da introdução e é ancorado pela
argumentação. Pode haver contra argumentos (a antítese) que
serão refutados. Lembre-se de que o argumento pode ser por
citação, por comprovação (apoiados em fatos fidedignos,
pesquisas, jornais etc.) ou raciocínio lógico. O primeiro parágrafo
apresenta a ideia, os próximos argumentam. É aqui o espaço
para demonstrar conhecimento sobre o assunto e para relacionar
com outros aspectos interessantes ao tema, sem fugir do assunto
principal.
Conclusão: o encerramento deve ser breve e marcante. Na
conclusão, coloca-se a síntese com a reafirmação da ideia
central. Quando a abordagem permite apresenta-se uma
solução.
PARTE VI
6. Redação Técnica e Administrativa
6.1 Escrevendo Relatórios
O primeiro passo para redigir um bom relatório é fixar o objetivo do que
vai escrever. Fixar o objetivo é selecionar a linha de pensamento que orientará
a condução das ideias. Esse procedimento é fundamental para a seleção de
ideias pertinentes ao assunto e para não haver dispersão ou confusão quanto às
informações a serem transmitidas.
Depois de fixar o objetivo, para escrever seu relatório você pode seguir
dois caminhos, ambos igualmente válidos. Um deles é simplesmente começar a
escrever o texto para trabalhá-lo depois. O outro é listar as várias ideias que lhe
ocorram sobre o assunto para posteriormente estruturá-las em um texto.
Depois do segundo momento é importante planejar a apresentação das
informações. Todo o texto deve primar pela organização e unidade.
Organização e unidade estão relacionadas à ideia central. Sempre, em
qualquer tipo de texto, deve haver uma ideia central que orienta toda a redação.
Além disso, todas as ideias devem ser relevantes para a ideia central e devem
convergir para ela.
Hipótese 1:
Se você já trabalhou com a lista de ideias acerca do assunto, leia-as com
atenção e organize-as em grupos. Cada grupo deve ter uma ideia nuclear,
mesmo que haja várias frases e vários enfoques. Depois de agrupar as ideias,
elimine as que forem redundantes ou desnecessárias.
Hipótese 2:
Se você já redigiu o texto, releia-o e retire as frases ou partes de frases
que fogem ao objetivo que você fixou. Você deverá ficar bem atento à
interpretação das palavras.
6.1.1. A Estrutura
A estruturação nada mais é do que a organização de blocos ou grupos de
informação.
Dependendo do tipo de relatório você pode seguir diversas maneiras de
estruturar o texto, desde aquela mais simples, em que há uma exposição da ideia
por meio da sequência de introdução-desenvolvimento-conclusão, até as mais
elaboradas, com análises parciais e comentários de pontos positivos e
negativos.
Um relatório que aborde a exposição de um motivo ou de um tema, pode
seguir a estrutura básica de introdução-desenvolvimento-conclusão.
Na introdução apresenta-se o assunto, delimitando-o e estabelecendo
suas coordenadas gerais.
No desenvolvimento, as informações seguem o prometido na introdução,
tendo-se o cuidado de caminhar na direção de um fecho.
O fecho é o elemento essencial e retoma, de forma diferenciada, a
proposta da introdução, concluindo sobre os dados que foram informados.
A seguir um exemplo de relatório com estruturação básica, em que
observamos uma apresentação do assunto seguida de informações em
sequência cronológica e lógica.
Relatório apresentado por um empregado da Empresa A a seu superior
imediato, em que relata a treinamento técnico que ofereceu ao pessoal de outra
agência, também da Empresa A.
Relatório de treinamento técnico
Introdução
Os objetivos deste relatório é efetuar um relato do treinamento de Powr Point
solicitado pela Agência Centro.
O treinamento foi programado, conforme solicitação, para um público-alvo de 16
pessoas, nos dias 14 e 15 de maio, em instalações da própria agência.
Desenvolvimento
No dia 14, primeiro dia do treinamento, constatou-se, logo ao chegar ao local, a pouca
afluência dos participantes.Dos 16 previstos, achavam-se no local somente 4
empregados.
O trabalho transcorreu normalmente, com adaptações das dinâmicas programadas
para atender à realidade de uma quantidade menor de pessoas do que a prevista.
Nas avaliações de reação passadas ao final do segundo dia de treinamento, foi
unânime a satisfação dos participantes, assim como a constatação da necessidade
de um maior número de empregados participarem deste curso, uma vez que ele é
diretamente aplicável nas tarefas do dia- a- dia.
Conclusão
Podemos concluir que o treinamento realizado foi ao encontro das expectativas dos
treinados, conforme constatado nos exercícios técnicos, em que muitas dúvidas foram
eliminadas, e na avaliação de reação, com comentários sempre positivos.
Sugerimos, entretanto, que seja estabelecido um contato com a coordenação de
cursos da Agência Centro para um agendamento da programação que se ajuste aos
horários dos participantes.
Título
A introdução consta de dois parágrafos; apresenta o assunto do relatório, ou,
como muitos preferem chamar hoje em dia, o cenário.
Desenvolvimento – apresentação de ideias a serem desenvolvidas. Observe
que o texto começa fazendo referência à situação cronológica. O texto
continua acrescentando à abordagem cronológica uma ordem lógica. Há uma
sequência que ressalta o trabalho como um todo.
Conclusão – é interessante abrir a conclusão com uma expressão ou palavra
que remeta a essa ideia. Observe que se encaixa aqui (na conclusão) um
comentário.
6.1.2. Tipo de Planos para Relatórios
Há muitas possibilidades de planos (ou esqueletos) de relatórios,
entretanto, cada relatório tem a sua particularidade e o seu conjunto de
informações. Cabe ao redator do texto analisar e escolher qual a melhor maneira
de estruturar as suas ideias.
Plano 1.: Introdução
Apresentação dos itens observados
Comentários
Conclusão
Plano 2.: Introdução
Relato cronológico dos acontecimentos
Apresentação dos itens observados
Análise das causas
Proposta de soluções
Conclusão
Plano 3.: Cenário
Enumeração de fatos
Relações de consequência
Comentários
Conclusão
Plano 4.: Cenário
Aspectos positivos
Aspectos negativos
Considerações gerais
Conclusão
6.1.3. O Relatório
É a descrição de fatos passados, analisados com o objetivo de orientar o
servidor interessado ou o superior imediato, para determinada ação. Do ponto
de vista da administração pública, Relatório é um documento oficial no qual uma
autoridade expõe a atividade de uma repartição, ou presta conta de seus atos a
uma autoridade de nível superior.
Partes:
Título: denominação do documento (relatório);
Vocativo: tratamento e cargo ou função da autoridade a quem é dirigido,
seguidos, preferencialmente, de dois pontos (:) ;
Texto: exposição do assunto.
O texto do Relatório deve obedecer à seguinte sequência:
Introdução: serve para dizer por que o relatório foi feito e indicar os
problemas ou fatos examinados;
Análise: a análise deve ser objetiva e imparcial. O relator deve apenas
registrar os fatos de que tenha conhecimento direto, ou por meio de fontes
seguras. O relatório poderá ser acompanhado de tabelas, gráficos, fotografias e
outros elementos que possam contribuir para o perfeito esclarecimento dos fatos
e sua melhor compreensão;
Conclusão: determinados os fatos e feita a apreciação, chega o momento
de tirar as conclusões. Não podem ir além da análise feita;
Sugestões ou recomendações: muitas vezes, além de tirar conclusões
o relator também apresenta sugestões ou recomendações sobre medidas a
serem tomadas, em decorrência do que constatou e concluiu as quais devem ser
precisas, práticas, concretas e relacionar-se com a análise anteriormente feita.
Os diversos parágrafos do texto, com exceção do primeiro, podem ser
numerados com algarismos arábicos. E recomendável à numeração dos
parágrafos, principalmente em relatórios mais extensos, pois, além de dar maior
destaque a diferentes partes do texto, facilita as eventuais referências que a
elas se queiram fazer.
Fecho: fórmula de cortesia. Trata-se de parte dispensável;
Local e data:
Assinatura: nome e cargo ou função da(s) autoridade(s) ou servidor(es)
que apresenta(m) o relatório.
Observação: os relatórios oficiais deverão ser digitados em papel
próprio, com formato de 29,7 cm X 21 cm, conforme a ABNT. A base superior
será de 5 cm e a inferior, de 2cm: a margem esquerda, de 3 cm, e a direita, de
2 cm; o espaço interlinear terá 1,5 cm e a entrada de parágrafo será de 2 cm.
Exemplo:
Senhor Diretor:
Conforme determinação, relatamos a V.S.ª os acontecimentos ocorridos no dia 22 de
maio último, nesta repartição. Estávamos realizando atividades funcionais, quando
entrou na repartição o senhor ....................., residente nesta cidade, o qual solicitou
informações sobre ....... .
2. Não estando esta repartição em condições de atender à consulta solicitada,
comunicamos ................................... .
3. Não se conformando com a resposta, o referido senhor passou a nos agredir com
palavras de baixo calão e ........................................................ .
4. Como continuasse a nos provocar, telefonamos para .......................... .
5. Anda ouvimos quando o cidadão dizia que iria comunicar o fato à imprensa
................................... .
6. Procuramos, durante os acontecimentos, manter a atitude compatível como o nosso
cargo, porém ........................................ .
7. Dessa forma, embora desconhecendo as acusações feitas contra nós,
................................... .
É o relato.
Campo Grande, .......de..................de...........
Nome
Cargo do signatário
6.2. Ata
É o registro escrito do que se passa ou do que se passou numa reunião,
assembleia ou convenção.
Característica principal: a expressão das ocorrências da reunbião de
forma clara e precisa.
Comentário: é dos documentos mais difíceis de ser elaborado em virtude
da necessidade de interpretar, selecionar e expressar informações geradas por
vários emissores com a maior fidelidade e clareza possível.
Requisito fundamental do redator de ata: analisar as informações
expostas e saber distinguir as ideias principais e as secundárias.
Elementos básicos:
Dia, mês, ano e hora da reunião;
Local da reunião;
Relação e identificação das pessoas presentes;
Ordem do dia ou pauta;
Identificação do presidente e do secretário;
Fecho.
Em caso de erro:
Nos casos de erros constatados no momento de redigi-la, emprega-se a
partícula corretiva “digo”. Quando o erro for notado após a redação de toda a
ata, recorre-se à expressão “em tempo”, que é colocado após o texto. Exemplo:
Em tempo: na linha onde se lê “bata”, leia-se “pata”.
Observação importante: hoje em dia observa=se a tendência de
modernizar as atas de forma que elas fiquem bem mais legíveis.
Exemplo de Ata Tradicional:
ATA DE REUNIÃO DE DIRETORIA
Aos cinco dias do mês de fevereiro do ano de dois mil e doze, às vinte horas e trinta minutos,
na sede da Rua dos Mananciais, nº 82, nesta cidade, reuniu- se a diretoria da Jalento
industrial S.A., estando presentes todos os seus membros, conforme infra-assinados, sob a
presidência do Sr. Antôniode Souza, que convidou a mim, João Ângelo, para secretário.
Assim reunidos, os senhores diretores, depois de comentar os relatórios da Consultoria
Dédalo sobre a necessidade de melhorias no Atendimento ao Cliente, deliberaram sobre a
liberação de verbas para o treinamento da qualidade profissional daquele setor. Ficou
resolvido também que cada Diretor efetuará uma previsão orçamentária sobre sua
disponibilidade financeira para tal treinamento e o assunto será discutido na próxima reunião
semanal da diretoria. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião, lavrando-se a
presente Ata, que, lida e achada conforme, vai ser assinada por todos os presentes. Campo
Grande, 5 de fevereiro de 2012.
Exemplo de Ata Moderna (algumas empresas costumam utilizá-las):
ATA DE REUNIÃO DE DIRETORIA
Data: 5/2/2012
Hora: 20 horas e 30 minutos
Local: na Rua Mananciais, nº 82 – Nesta Cidade
Pauta:
1. Análise do relatório da Consultoria Dédalo;
2. Deliberações sobre a liberação de verbas para treinamento do Setor de Atendimento
ao Cliente.
Presentes:
Presidente - Sr. Antônio de Souza
Diretor Administrativo – Sr. João Ângelo
Diretor de Produção e Comercialização – Sr. Germano Bracht
Diretor Financeiro – Srª Clarice Sá
Considerações:
1. Há necessidade real de melhoria do Atendimento ao Cliente;
2. Há necessidade de verbas para a realização de treinamentos.
Deliberações:
1. Cada Diretor efetuará uma previsão orçamentária sobre sua disponibilidade
financeira para a realização de treinamentos visando à melhoria no Atendimento ao
Cliente.
2. As verbas disponíveis para os treinamentos e um cronograma de treinamento
serão discutidos na próxima reunião semanal da Diretoria.
Campo Grande, 5 de fevereiro de 2012.
Assinatura dos presentes:
....................................................................
...................................................................
...................................................................
6.3. Aviso ou Comunicado
Definição: é um comunicado formal que serve para ordenar, cientificar,
prevenir, noticiar, convidar.
Característica básica: texto breve e linguagem clara.
Comentário: o aviso, na empresa particular, tem características muito
diferentes do aviso presente na administração pública.
Exemplo de aviso na empresa particular:
AVISO
O Departamento de Pessoal informa que as cestas de
Natal de todos os empregados estarão disponíveis a partir do
dia 18 de dezembro, no Grêmio.
Exemplo de aviso na administração pública:
AVISO DE ALTERAÇÃO
1.FURNAS Centrais Elétricas S.A. torna pública a alteração da
data – limite para entrega das propostas relativas à Tomada de
Preços TP.DAQ. G096.2001, para o dia 23 – 2 – 2002.
2. Ficam mantidas as demais condições do Aviso de Licitação,
publicado no Diário oficial da União, no dia 20 – 11 – 2001.
Departamento de Aquisição
6.4. Convocação
Definição: a convocação é uma espécie de convite em que não há cunho
social, e sim administrativo.
Exemplo:
ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
CONVOCAÇÃO
Convocamos os Srs. Acionistas para participarem da ASSEMBLÉIA GERAL
EXTRAORDINÁRIA que será realizada em 26 de julho de 2014, às 15 horas, na
sede social da Empresa, na Av. Getúlio Vargas, 567, nesta cidade, a fim de
deliberarem sobre os seguintes assuntos:
a) Alteração do artigo 12 do Estatuto Social, para a reestruturação dos cargos
do conselho de Administração;
b) Fixação da nova remuneração dos membros do Conselho.
São Paulo, 5 de julho de 2014.
Álvaro de Sá
Presidente do Conselho de Administração
APLICANDO:
1. Redija um Aviso sobre a palestra: Diversidade Cultural: Sexualidade e
Afetividade que será realizada no dia 18/08 no auditório do ......................
2. Faça um Aviso / Comunicado informando aos associados, que o Centro
Acadêmico XI de Agosto, estará funcionando em novo horário a partir de
setembro e que vai contratar dois novos funcionários para melhorar o
atendimento.
3. Escreva um diálogo em que uma pessoa fala das qualidades de alguém, mas
outra aponta os defeitos.
ATIVIDADES
1. Um professor de gramática tradicional, ao corrigir uma redação, leu o trecho
a seguir e percebeu algumas inadequações gramaticais em sua estrutura.
Os grevistas sabiam o porque da greve, mas não entendiam
porque havia tanta repressão.
O professor corrigirá essas inadequações, produzindo o seguinte texto:
a) Os grevistas sabiam o por quê da greve, mas não entendiam porque havia
tanta repressão.
b) Os grevistas sabiam o porque da greve, mas não entendiam porquê havia
tanta repressão.
c) Os grevistas sabiam o porquê da greve, mas não entendiam por que havia
tanta repressão.
d) Os grevistas sabiam o por que da greve, mas não entendiam porque havia
tanta repressão.
e) Os grevistas sabiam o porquê da greve, mas não entendiam porquê havia
tanta repressão.
2.Indique a opção destacada correta (algumas opções podem apresentar as
duas corretas).
1. À medida que / Na medida em que estudo, mais aprendo.
2. Ele me viu através / por meio da janela de vidro.
3. O sangue corre através / por meio das veias.
4. Não gostava dele enquanto /na condição de ministro da Fazenda.
5. O parecer chegou e o mesmo / ele apresenta erros de conteúdo.
6. O réu gastou uma soma vultosa / vultuosa.
7. Devido ao mau / mal tempo, não poderei viajar hoje.
8. Tenho bastante / bastantes assuntos para conversar com você.
9. Os candidatos não sabiam por que / porque estavam ali.
10. Não concordo. As ideias vêm de encontro aos / ao encontro dos meus
interesses.
11. O local se situa ao lado do prédio, onde / aonde trabalha o senador.
12. O local se situa ao lado do prédio onde / aonde você foi ontem.
13. Solicitamos (diretoria) a esta / essa presidência que nos apresente a
solução.
14. Ficou clara / claro, pela interpretação do texto, a arrogância da
personagem.
15. Ele deve voltar, uma vez que haviam / havia dúvidas sobre o caso.
16. Em relação ao assunto acerca / a cerca dos últimos resultados.
17. O jogador do Botafogo joga muito mau / mal.
18. Todos sabem que você realizou um mau / mal negócio naquele dia.
19. Ela concordou. Sua opinião veio de encontro à / ao encontro da minha.
20. Por quê / Por que a prova foi difícil?
21. Segue o termo de recisão / rescisão do contrato.
22. Para saudar / saldar a dívida, você precisará trabalhar muito.
23. O rádio informou ser eminente / iminente a concorrência de chuva na
região.
24. O eminente / iminente professor retornou à sua rotina.
25. Os trabalhadores que infligirem / infringirem as regras serão punidos.
26. Já houveram / houve rumores sobre você.
27. A prova foi difícil por quê / por que?
28. Ela soube agir com muita descrição / discrição.
29. Não sei porque / por que ela não entendeu o assunto.
30. A casa já foi quitada a / há cinco anos.
31. O jogador foi punido afim de / a fim de servir de exemplo.
32. O diretor não quer mais porquês / por quês.
33. Essas são as razões por que / porque não o visitei.
34. Devemos condenar toda descriminação / discriminação racial e
religiosa.
35. Concordo com tudo, pois vem de encontro ao / ao encontro do que
defendo.
36. Sempre tive dúvidas acerca de / a cerca de seus atos.
37. Temos de agir com cautela e muita descrição / discrição.
38. Ele cometeu o crime a cerca de / há cerca de dois anos.
39. O juiz infligiu / infringiu dura pena ao réu.
40. A nível de / Em nível de Brasília, a qualidadede vida é boa.
3. Analisando os textos:
Texto I
A televisão procura atender ao gosto da população a que se dirige.
Assim, acomoda essa grande massa de consumidores a antigos hábitos e
tradições, em vez de propor, aos que assistem a ela, inquietações novas e
uma visão mais crítica do mundo em que vivem.
1. Segundo o texto:
a) Porque se dirige a um público desinteressado, a televisão não se
preocupa com a qualidade de seus programas.
b) A televisão não se preocupa em elevar o nível de seus programas já
que o público que a ele assiste não se interessa por problemas sérios.
c) Embora resulte do gosto de um público inquieto com seus valores, a
televisão nega-se a mudar o aspecto formal dos programas.
d) O interesse de baixo nível cultural merece uma televisão que não
questiona em profundidade os problemas do mundo.
e) O interesse do público determina os conteúdos veiculados pela
televisão que, assim, se furta às propostas culturais novas.
2. Conclui-se do mesmo texto que:
a) A tendência dos espectadores é interessar-se por programas de
televisão que vêm ao encontro de seus hábitos e tradições.
b) Assistir à televisão implica a aceitação de hábitos e tradições que
favorecem o surgimento das ideias que mudam a face do mundo.
c) O público normal da televisão prefere que os programas venham de
encontro a seus hábitos e tradições.
d) O papel principal da televisão consiste em criar inquietações nos
telespectadores.
e) A televisão em alguns lugares propicia uma visão crítica do mundo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37.ed. Rio de Janeiro.
Lucerna, 2002.
CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em construção: a escritura do texto. São
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