Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
06/09/2016 Sistema Nervoso: Introdução Células Impulso e Neuróglia http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp 1/9 SISTEMA NERVOSO Introdução Células do Sistema nervoso (SN) Impulso nervoso (potencial de ação e sinapses) Neurotransmissores Tipos de neurônios Neuróglia Embriogênese Divisão do SN SNC (telencéfalo, diencéfalo, tronco encefálico, cerebelo e medula espinhal) SN Periférico (SNP nervos cranianos e raquidianos) SNP somático SNP autônomo (simpático e parassimpático) O álcool e os neurotransmissores Depressão, ansiedade e neurotransmissores Atos reflexos SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacitam o organismo a perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o equilíbrio interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e regulação das funções corporais. No sistema nervoso diferenciamse duas linhagens celulares: os neurônios e as células da glia (ou da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais funções, contam com duas propriedades fundamentais: a irritabilidade (também denominada excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das outras. A resposta emitida pelos neurônios assemelhase a uma corrente elétrica transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios transmitem essa onda de excitação chamada de impulso nervoso por toda a sua extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno devese à propriedade de condutibilidade. Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a mensagem nervosa é transmitida. Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, que podem ser subdivididos em dendritos e axônios. Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como receptores de estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de colaterais. Todos os axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal 06/09/2016 Sistema Nervoso: Introdução Células Impulso e Neuróglia http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp 2/9 axonal é o local onde o axônio entra em contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula adjacente chamase sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. Estas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal. Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema nervoso, que formam o Sistema Nervoso Central (SNC), ou nos gânglios nervosos, localizados próximo da coluna vertebral. Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados nervos, que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP). O axônio está envolvido por um dos tipos celulares seguintes: célula de Schwann (encontrada apenas no SNP) ou oligodendrócito (encontrado apenas no SNC) Em muitos axônios, esses tipos celulares determinam a formação da bainha de mielina invólucro principalmente lipídico (também possui como constituinte a chamada proteína básica da mielina) que atua como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso. Em axônios mielinizados existem regiões de descontinuidade da bainha de mielina, que acarretam a existência de uma constrição (estrangulamento) denominada nódulo de Ranvier. No caso dos axônios mielinizados envolvidos pelas células de Schwann, a parte celular da bainha de mielina, onde estão o citoplasma e o núcleo desta célula, constitui o chamado neurilema. O impulso nervoso A membrana plasmática do neurônio transporta alguns íons ativamente, do líquido extracelular para o interior da fibra, e outros, do interior, de volta ao líquido extracelular. Assim funciona a bomba de sódio e potássio, que bombeia ativamente o sódio para fora, enquanto o potássio é bombeado ativamente para dentro.Porém esse bombeamento não é eqüitativo: para cada três íons sódio bombeados para o líquido extracelular, apenas dois íons potássio são bombeados para o líquido intracelular. 06/09/2016 Sistema Nervoso: Introdução Células Impulso e Neuróglia http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp 3/9 Imagem: www.octopus.furg.br/ensino/anima/atpase/NaKATPase.html Somandose a esse fato, em repouso a membrana da célula nervosa é praticamente impermeável ao sódio, impedindo que esse íon se mova a favor de seu gradiente de concentração (de fora para dentro); porém, é muito permeável ao potássio, que, favorecido pelo gradiente de concentração e pela permeabilidade da membrana, se difunde livremente para o meio extracelular. 06/09/2016 Sistema Nervoso: Introdução Células Impulso e Neuróglia http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp 4/9 Imagem: www.epub.org.br/cm/n10/fundamentos/animation.html Em repouso: canais de sódio fechados. Membrana é praticamente impermeável ao sódio, impedindo sua difusão a favor do gradiente de concentração. Sódio é bombeado ativamente para fora pela bomba de sódio e potássio. Como a saída de sódio não é acompanhada pela entrada de potássio na mesma proporção, estabelecese uma diferença de cargas elétricas entre os meios intra e extracelular: há déficit de cargas positivas dentro da célula e as faces da membrana mantêmse eletricamente carregadas. O potencial eletronegativo criado no interior da fibra nervosa devido à bomba de sódio e potássio é chamado potencial de repouso da membrana, ficando o exterior da membrana positivo e o interior negativo. Dizemos, então, que a membrana está polarizada. Meio interno Ao ser estimulada, uma pequena região da membrana tornase permeável ao sódio (abertura dos canais de sódio). Como a concentração desse íon é maior fora do que dentro da célula, o sódio atravessa a membrana no sentido do interior da célula. A entrada de sódio é acompanhada pela pequena saída de potássio. Esta inversão vai sendo transmitida ao longo do axônio, e todo esse processo é denominado onda de despolarização. Os impulsos nervosos ou potenciais de ação são causados pela despolarização da membrana além de um limiar (nível crítico de despolarização que deve ser alcançado para disparar o potencial de ação). Os potenciais de ação assemelhamse em tamanho e duração e não diminuem à medida em que são conduzidos ao longo do axônio, ou seja, são de tamanho e duração fixos. A aplicação de uma despolarização crescente a um neurônio não tem qualquer efeito até que se cruze o limiar e, então, surja o potencial de ação. Por esta razão, dizse que os potenciais de ação obedecem à "lei do tudo ou nada". Meio externo Imagem:www.biomania.com.br/citologia/membrana.php 06/09/2016 Sistema Nervoso: Introdução Células Impulso e Neuróglia http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp 5/9 Imagem: geocities.yahoo.com.br/jcc5001pt/museuelectrofisiologia.htm#impulsos Imediatamente após a onda de despolarização terse propagado ao longo da fibra nervosa, o interior da fibra tornase carregado positivamente, porque um grande número de íons sódio se difundiu para o interior. Essa positividade determina a parada do fluxo de íons sódio para o interior da fibra, fazendo com que a membrana se torne novamente impermeável a esses íons. Por outro lado, a membrana tornase ainda mais permeável ao potássio, que migra para o meio interno. Devido à alta concentração desse íon no interior, muitos íons se difundem, então, para o lado de fora. Isso cria novamente eletronegatividade no interior da membrana e positividade no exterior – processo chamado repolarização, pelo qual se reestabelece a polaridade normal da membrana. A repolarização normalmente se inicia no mesmo ponto onde se originou a despolarização, propagandose ao longo da fibra. Após a repolarização, a bomba de sódio bombeia novamente os íons sódio para o exterior da membrana, criando um déficit extra de cargas positivas no interior da membrana, que se torna temporariamente mais negativo do que o normal. A eletronegatividade excessiva no interior atrai íons potássio de volta para o interior (por difusão e por transporte ativo). Assim, o processo traz as diferenças iônicas de volta aos seus níveis originais. 06/09/2016 Sistema Nervoso: Introdução Células Impulso e Neuróglia http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp 6/9 Para transferir informação de um ponto para outro no sistema nervoso, é necessário que o potencial de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao longo do axônio. Um potencial de ação iniciado em uma extremidade de um axônio apenas se propaga em uma direção, não retornando pelo caminho já percorrido. Conseqüentemente, os 06/09/2016 Sistema Nervoso: Introdução Células Impulso e Neuróglia http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp 7/9 potenciais de ação são unidirecionais ao que chamamos condução ortodrômica. Uma vez que a membrana axonal é excitável ao longo de toda sua extensão, o potencial de ação se propagará sem decaimento. A velocidade com a qual o potencial de ação se propaga ao longo do axônio depende de quão longe a despolarização é projetada à frente do potencial de ação, o que, por sua vez, depende de certas características físicas do axônio: a velocidade de condução do potencial de ação aumenta com o diâmetro axonal. Axônios com menor diâmetro necessitam de uma maior despolarização para alcançar o limiar do potencial de ação. Nesses de axônios, presença de bainha de mielina acelera a velocidade da condução do impulso nervoso. Nas regiões dos nódulos de Ranvier, a onda de despolarização "salta" diretamente de um nódulo para outro, não acontecendo em toda a extensão da região mielinizada (a mielina é isolante). Falase em condução saltatória e com isso há um considerável aumento da velocidade do impulso nervoso. Imagem: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Conceitos de Biologia. São Paulo, Ed. Moderna, 2001. vol. 2. O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito è corpo celular è axônio. 06/09/2016 Sistema Nervoso: Introdução Células Impulso e Neuróglia http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp 8/9 Recomende este site Clique para consultar na Bioloja: Apresentação: Introdução à Fisiologia Humana Apresentação: Sistema Nervoso 1: Neurônios, Sinapses, Neurotransmissores e Glia Apresentação: Sistema Nervoso 2: Embriogênese, SN Central e SN Periférico Apresentação: Fisiologia da Membrana Celular: Transporte Apresentação: Bioeletrogênese Apresentação: Drogas Apresentação: Fármacos do SNA Apresentação: Tranquilizantes e Sedativos Apresentação: Farmacogenética Apresentação: Absorção e Distribuição de Fármacos Apresentação: Biotransformação e eliminação de Fármacos Sistema de gestão de CIPA Comprando o sistema de eleição CIPA Você recebe sem custo o SmartCIPA! www.cipaonline.com.br 06/09/2016 Sistema Nervoso: Introdução Células Impulso e Neuróglia http://www.afh.bio.br/nervoso/nervoso1.asp 9/9 Clique para consultar no UOL Cursos Online: Neuroanatomia Fisiologia do Sistema Nervoso Neurobiologia da Ansiedade Fisioterapia Aplicada a Neurologia Mobilização Neural Enfermagem em Neurologia Psicossomática Doenças Neuromusculares Clique para consultar no Submarino: Enfermagem MédicoCirúrgica Aplicada ao Sistema Nervoso EVANISA MARIA ARONE, MARIA LÚCIA DOS SANTOS PHILIPPI, ZULMIRA ELISA VONO Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso MARK F. BEAR & BARRY W. CONNORS & MICHAEL A. PARADISO Distúrbios Cerebrais de Origem Vascular JAMES E. TOOLE Neurofisiologia Clínica LUIZ CARLOS PINTO Introdução a Neurofisiologia Clínica EMG EEG Potenciais Evocados MANFRED STOHR, REGINA KRAUS Tratado de Fisiologia Médica ARTHUR C. GUYTON & JOHN E. HALL Netter Atlas de Fisiologia Humana BRUCE M. KOEPPEN, JOHN T. HANSEN Fisiologia Humana ARTHUR C. GUYTON Fundamentos de Anatomia e Fisiologia DONALD C. RIZZO www.afh.bio.br © Ana Luisa MirandaVilela Sofrendo com Diabetes? Veja Porque Esse Alimento é Amigo dos Diabéticos
Compartilhar