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REVISÃO PARA AV2 PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO

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REVISÃO PARA AV2 – PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO
PROF: ROBERTA MIRANDA.
1. COMO PODEMOS CONCEITUAR A PSICOLOGIA , QUAL O SEU MATERIAL DE ESTUDO E QUAIS AS ÁREAS QUE CONTRIBUÍRAM PARA A SUA CIÊNCIA?
R: A Psicologia é uma ciência que estuda a mente (alma) e o comportamento dos homens e dos animais, tendo como foco o estudo da singularidade humana, a partir dos desejos, percepções, discursos e práticas.
As ciências que contribuíram para a origem da Psicologia foram: Antropologia, Filosofia, Física, sociologia, Medicina (fisiologia).
2. COMO PODEMOS DIFERENCIAR A PSICOLOGIA DO SENSO COMUM DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA?
R: A Psicologia do Senso Comum, também chamada de Psicologia Ingênua, se baseia no conjunto de ideias, crenças e convicções transmitidas culturalmente e que cada indivíduo possui a respeito de como as pessoas funcionam, se comportam, sentem e pensam. Ex: Tomar água com açúcar para acalmar.
A Psicologia Científica investiga o empirismo dos processos mentais, através da observação e da dedução dos fatos, análises, pesquisas e estudos. Analisa o porquê das coisas; investiga a relação causa e efeito.
3. A CERCA DA INSERÇÃO ENTRE A PSICOLOGIA E O DIREITO, QUAL O PAPEL DO PSICÓLOGO JUDICIÁRIO E QUAL INSTRUMENTO ELE UTILIZA PARA ORIENTAR O JUIZ A TOMAR SUAS DECISÕES NOS PROCESSOS JURÍDICOS?
R: O Psicólogo Judiciário traz em sua prática o papel de interlocutor entre a instituição para qual presta serviço e a criança, adolescente, adulto, família e cliente. Numa abordagem mais prática, o seu papel é dar voz e legitimidade às pessoas que não têm a possibilidade de dizer o que para elas é realidade, ouvir suas trajetórias, suas ansiedades, suas formas de perceber e estar no mundo. 
Juntamente com o judiciário, o Psicólogo Jurídico trabalha na elaboração de laudos que orientam o Juiz em suas decisões.
4. A CIÊNCIA DA PSICOLOGIA UTILIZA VÁRIAS OUTRAS CORRENTES OU ABORDAGENS. QUAIS SÃO ESTAS ABORDAGENS?
R: - PSICANÁLISE: A análise do inconsciente (desejos, angústias, fobias, compulsões, sonhos, fantasias) é essencial para uma boa saúde mental.
 - BAHAVIORISMO: Estuda comportamentos que podem ser observáveis (Condicionamento operante)
- HUMANISMO: Teoria da hierarquia das necessidades (Maslow) e o impulso que conduz o ser humano a tornar-se autônomo e maduro.
- GESTALT: Tem como premissa básica que a organização dos dados que nos cercam é parte do processo perceptivo de cada um. Estudo da Percepção e como cada um enxerga e percebe o mundo ao seu redor, através das suas experiências vividas.
- SOCIAL: Considera o sujeito um ser dialógico, coletivo, social, histórico, ativo e reativo, marcado por influências culturais.
5. COMO PODEMOS CONCEITUAR ‘ALIENAÇÃO PARENTAL’ E QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS GERADAS?
R: A alienação parental é a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou o adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie o genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com ele. Ou seja, é uma série de situações criadas para dificultar ou para impedir o contato ou visitação daquele que não tem a guarda do filho.
6. DE ACORDO COM A FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO INDIVÍDUO, VIVER EM SOCIEDADE TRAZ A POSSIBILIDADE A NOS RELACIONAR SOCIALMENTE. QUAL A IMPORTÂNCIA DA INTERAÇÃO SOCIAL PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO E PARA A CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE HUMANA?
R: O homem por ser um ser social, traz a interação com os outros como uma condição para se humanizar e se individualizar, construindo nossa identidade enquanto ser singular, desenvolvendo aptidões e criando capacidade de pertencimento à determinada sociedade. A socialização define os padrões de comportamento, atitudes, valores e motivos. Ou seja, o meio cultural colabora para a definição de quem você é. Pela Teoria da Psicologia Social, a percepção humana se dá pela experiência e vivência que o indivíduo tem com o meio. Por isso, cada ser humano percebe determinada situação de forma diferente.
7. QUAL O OBJETO MAIOR DE ESTUDO DA PSICOLOGIA SOCIAL E QUAIS OS SEUS ASPECTOS ESTUDADOS?
R: A Psicologia Social estuda as condutas humanas que são influenciadas por outras pessoas ou pelo meio. Ou melhor, estuda o ser humano nas suas interações. A Psicologia Social aborda questões pertinentes às atitudes sociais (pensamentos e crenças, dotada de carga afetiva, que predispõe o indivíduo para a ação. É o querer fazer); preconceito (opinião ou conceito formado, antecipadamente, sem conhecimento dos fatos sobre uma ou um grupo de pessoas. Tem conotação negativa); estereótipos (colocações de certas características a pessoas pertencentes a determinados grupos sociais. Ex: “Isso é trabalho de mulher”, “todos os árabes são terroristas”); discriminação ( é o comportamento que deriva do preconceito e do estereótipo. Sempre tem um viés negativo); estigma: é quando alguém é anulado pela sociedade por não se encaixar nos parâmetros considerados comuns para ela. Ou seja, por não se encaixar nos moldes sociais. É algo que deve ser evitado e ameaça a sociedade.
8. SABEMOS QUE SOB PONTO DE VISTA CULTURAL, O QUE EM UMA SOCIEDADE É CONSIDERADO NORMAL E ACEITO, EM OUTRA SOCIEDADE OU EM OUTRO MOMENTO HISTÓRICO PODE SER CONSIDERADO ANORMAL OU PATOLÓGICO. DIANTE DISSO, QUAIS SÃO OS CRITÉRIOS PARA DEFINIR SAÚDE MENTAL DE UM INDIVÍDUO? E POR QUE O SER HUMANO ESTÁ SEMPRE EM BUSCA DESSES CRITÉRIOS?
R: Os critérios de saúde mental são: - Atitudes positivas em relação a si próprios; - Crescimento, desenvolvimento e autorrealização; - Integração; - Autonomia e autodeterminação; - Percepção apurada da realidade; - Domínio ambiental e competência social.
O ser humano está sempre em busca desses critérios devido a sua capacidade de adaptação (Resiliência psicológica). Ou seja, capacidade de o indivíduo lidar com os problemas, superar obstáculos, resistir ás pressões adversas, sem entrar em surto psicológico.
9. A LEI ANTIMANICOMIAL (LEI 10.216/2001) COLABORA PARA A PROTEÇÃO E DIREITOS DAS PESSOAS PORTADORAS DE TRANSTORNOS MENTAIS, GARANTINDO UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS. DESTA FORMA, ESTA LEI DETERMINOU O FECHAMENTO DOS HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS, PELO FIM DAS INTERNAÇÕES E PELA CRIAÇÃO DE ATENDIMENTOS ALTERNATIVOS. DIANTE DESTE CONTEXTO, QUE TIPOS DE PROGRAMAS AS PESSOAS COM DOENÇAS MENTAIS TÊM ACESSO?
R: Aos Programas de Serviços como CAPS (Centro de Atenção Psicossociais), Residências Terapêuticas, Programas de Redução de Danos, Centros de Convivências, Oficinas de Geração de Rendas.
10. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DA FAMÍLIA PATRIARCAL E DA FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA?
R: Família Patriarcal: A família era considerada além da consanguinidade (parentesco biológico). A família incluía parentes, criados, escravos, aqueles que viviam sob o comando do patriarca. As crianças, adolescentes e suas mães eram propriedades do senhor e a intimidade do lar era algo público, da qual a sociedade tinha muita influência. 
 Família Contemporânea: é marcada por uma constituição familiar socioafetiva, onde os valores morais, sociais, tradições e costumes são compartilhados e perpetuados pelos membros. A partir disso, e com a autonomia na vida das mulheres (inserção da mulher no mercado de trabalho, controle de natalidade, divórcio) novos modelos e diversidades familiares foram aparecendo e constituindo novas formações. 
11. EM QUE CONSISTE A PARENTALIDADE E COMO ELA SE ESTABELECE?
R: A Parentalidade é uma construção psíquica a ser feita para alguém tornar-se pai e mãe, e para o investimento afetivo no reconhecimento do filho. A parentalidade não se estabelece automaticamente. É um processo lento e complexo construído a partir da chegada de um filho, seja por adoção ou por forma biológica.
12. QUEM SÃO OS RESPONSÁVEIS POR PROPORCIONAR ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES O DIREITO À VIDA, À SAÚDE E À ALIMENTAÇÃO?
R: A família, por ter responsabilidades com a sua identidade social, o Estado e a Sociedade pelo desenvolvimento,tutela e guarda da criança e adolescente. Constituição de 1988 (Doutrina de Proteção Integral) e a Lei n 8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA), a elas devem ser concedidos cuidados (saúde física, emocional e intelectual).
13. QUAIS SÃO OS TIPOS DE GUARDAS?
R: Guarda Unilateral: modelo de guarda onde cabe o pai ou a mãe visitas quinzenais, aos finais de semana, um rodízio em datas especiais e metade das férias com os filhos. Esta guarda geram mais sofrimentos devido ao afastamento dos filhos.
 Guarda Compartilhada: este modelo traz a responsabilização conjunta em relação aos filhos – COPARENTALIDADE. A guarda compartilhada deve ser aplicada sempre que possível e não implica necessariamente a alternância de domicílios. O que se compartilha é a guarda jurídica e deveres e direitos legais.
14. QUAIS SÃO OS TIPOS DE DOCUMENTOS ELABORADOS PELO PSICÓLOGO JUDICIÁRIO, COM O INTUITO DE PROVAS PROCESSUAIS, ESCLARECIMENTO DE CONTROVÉRSIAS E DECISÕES JUDICIAIS?
R: DECLARAÇÃO: documento que informa a ocorrência dos fatos e situações relacionadas ao atendimento psicológico. Ex: “Declaro que Marisa está em atendimento psicológico há 2 anos, na frequência de 2 vezes na semana, terças e quintas, às 14h”. 
ATESTADO: documento que informa a situação emocional da pessoa atendida. Serve para justificar faltas, impedimentos, afastamentos ou dispensas. Ex: “Atesto para os devidos fins que o Sr. Mauro não pode comparecer à audiência por estar apresentando um quadro depressivo, neste momento”. (As atestados devem vir com os estados emocionais codificados pelo DSM-V ou CID-10 – Manuais de psicopatologias - , para não expor o indivíduo).
LAUDO OU RELATÓRIO PSICOLÓGICO: documentos com dados colhidos na avaliação psicológica, a partir de um referencial teórico e técnico abordando os sintomas.
PARECER: documento fundamentado e resumido sobre a questão psicológica com o objetivo de resolver dúvidas em relação a uma tomada de decisão.
15. QUAIS AS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE O TRABALHO DO PSICÓLOGO JURÍDICO E O ADVOGADO, CONSIDERANDO QUE AMBOS TRABALHAM PARA AS PARTES DE UMA AÇÃO JUDICIAL?
R: Quanto à semelhança, ambos mantém vínculo com o mesmo cliente. Quanto à diferença, apesar do vínculo profissional do psicólogo com seu cliente, este não se refere ao ganho da causa jurídica, mas sim, a uma avaliação das condições psicossociais das pessoas envolvidas na situação em questão; e, o advogado, com seu vínculo com o cliente, transita entre o estabelecimento da verdade e o ganho da causa jurídica.
16. O DESAFIO DO LAÇO CONJUGAL É REDEFINIR AS EXPECTATIVAS E IDEALIZAÇÕES SOBRE O CASAMENTO, ULTRAPASSANDO A DIFICULDADE EM LIDAR COM AS FRUSTRAÇÕES E COM OS LIMITES DO PARCEIRO. SEGUNDO ESSA AFIRMAÇÃO, COMO PODEMOS DIFERENCIAL A INSTITUIÇÃO DO CASAL CONJUGAL DA INSTITUIÇÃO DO CASAL PARENTAL?
R: O casal conjugal funda-se nas relações sexuais e no afeto recíproco entre os cônjuges, enquanto o casal parental responde pela necessidade de levar bem a criação de seus filhos. O casal parental deverá ser preservado. O fracasso conjugal dos pais não impede que se continue a assegurar conjuntamente as funções parentais. Os laços conjugais se rompem, mas há necessidade de cuidar dos laços parentais.
17. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DOS COMPORTAMENTOS ANTISSOCIAIS QUE LEVAM À VIOLÊNCIA?
R: é caracterizado pelo desprezo ou transgressão das normas da sociedade, frequentemente associado ao comportamento ilegal. Exemplos: instabilidade afetiva; raiva fora do controle; violência física ou verbal; impulsividade fora do controle; delírios; pensamentos desorganizados; medo intenso; excitação eufórica de humor; individualismo; violação das normas sociais; fuga da escola ou de casa; egocentrismo; entre outros.
18. A PERSONALIDADE É FORMADA POR DOIS ASPECTOS QUE DETERMINAM OS PADRÕES DE PENSAR, AGIR E SENTIR DO SER HUMANO. OU SEJA, A SUA INDIVIDUALIDADE PESSOAL E SOCIAL. É AQUILO QUE DIFERENCIA O INDIVÍDUO DO OUTRO E QUE É CONSTRUÍDO POR UM PROCESSO GRADUAL E COMPLEXO A CADA INDIVÍDUO. QUAIS SÃO OS DOIS ASPECTOS QUE CONTRIBUEM PARA A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE E COMO ELES INTERAGEM ENTRE SI?
R: A Hereditariedade e o Meio Ambiente. Nossa personalidade é formada pelos aspectos intrínsecos (aspectos hereditários e biológicos) e pelos aspectos extrínsecos (meio). O meio em que vive um indivíduo contribui para o aprimoramento da sua personalidade, colaborando para que seus traços biológicos sejam ou não manifestados.
19. EM NOSSA SOCIEDADE E ESTUDOS TEMOS CIÊNCIA DAS FORMAS DE VIOLÊNCIAS QUE GERAM SINTOMAS PSICOLÓGICOS ADVINDOS MUITAS VEZES DE COMPORTAMENTOS ANTISSOCIAIS. QUAIS SÃO OS TIPOS DE VIOLÊNCIA?
R: VIOLÊNCIA ESTRUTURAL: é àquela que nega a cidadania para os indivíduos ou determinados grupos de pessoas, pautados principalmente na discriminação social contra os diferentes.
 VIOLÊNCIA URBANA: é àquela que prejudica a qualidade das relações sociais podendo inclusive comprometer a saúde psíquica dos indivíduos.
 VIOLÊNCIA INSTITUCIONAL: praticada nas instituições prestadoras de serviços públicos por agentes que deveriam proteger as vítimas.
 VIOLÊNCIA SIMBÓLICA: tipo de violência que gera desvalorização entre grupos dominantes e dominados. É uma violência sutil e implícita.
 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: é àquela praticada no espaço de convívio familiar podendo ser física ou psicológica.
 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: àquela que ocorre de forma indireta (humilhações, ameaças, palavrões, privação de liberdade), gerando transtornos psicológicos e constrangimentos à vítima.
 VIOLÊNCIA SEXUAL: àquela onde o agressor abusa do poder que tem sobre a vítima para obter ganho sexual, sem consentimento da agredida.
 VIOLÊNCIA FÍSICA: uso da força com o objetivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes.
 VIOLÊNCIA VERBAL: ofensas morais; depreciações; interrogatórios infindáveis.
20. PARA SE TRABALHAR O CONFLITO, A JUSTIÇA LANÇA MÃO DE MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS. QUAIS MEIOS SÃO ESTES?
R: * NEGOCIAÇÃO: forma de resolução de conflitos em que as partes dialogam, buscando a solução para as suas disputas, buscando um acordo.
MEDIAÇÃO: forma de solução de conflitos em que duas ou mais pessoas contam com a colaboração de um terceiro (mediador) para mediar as escutas e comunicação, a fim de chegar a uma acordo. 
CONCILIAÇÃO: um meio de resolução de conflito em que as partes confiam a uma pessoa (conciliador) a função de aproximá-las e orientá-las na construção de um acordo, seja fazendo recomendações, sugestões e advertências, com a finalidade de obter um acordo entre as partes.

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