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28/10/2017 1 Gasto energético do paciente crítico Profª Mariana Carrapeiro Guidelines ou Diretrizes Clínicas Estatutos sistematicamente desenvolvidos para a tomada de decisões Recomendações apoiadas por grandes estudos, instituições nacionais e internacionais e em alguns casos a opinião de expertises na prática clínica. Assistência de pacientes sobre cuidados de saúde apropriados em circunstâncias clínicas específicas 28/10/2017 2 Órgãos envolvidos ASPEN – American Society for Parenteral and Enteral Nutrition. ESPEN – European Society for Clinical Nutrition and Metabolism. FELANPE – Federation Latino Americana de Nutrition Parenteral e Enteral. BRASPEN/SBNPE – Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral ASPEN, 2016 Limitações das diretrizes Baseadas nas conclusões gerais de profissionais de saúde no desenvolvimento de recomendações que equilibrem os potenciais benefícios e riscos associados à terapia nutricional; Ferramenta para auxiliar as decisões dos profissionais de saúde à luz das circunstâncias que envolvem o paciente; Não substitui o exercício do julgamento do profissional de saúde; Uso voluntário e não invalida demais documentos. 28/10/2017 3 BRASPEN / SBNPE • Não há guideline elaborado pela SBNPE e sim, recomendações baseadas nos guidelines já existentes: • ASPEN • ESPEN • Canadian DITEN 28/10/2017 4 Definições Paciente Grave – paciente que apresenta instabilidade de um ou mais sistemas orgânicos, com risco de morte. Paciente de Risco – paciente que possui alguma condição potencialmente determinante de instabilidade. Diferentes causas levam um paciente à UTI dificuldade em padronizar condutas. Desnutrição: causa e efeito das condições e doenças graves. Ministério da saúde, 2016 28/10/2017 5 Passos para a terapia nutricional 1. Triagem nutricional. 2. Avaliação nutricional dos pacientes em risco nutricional ou desnutridos. 3. Cálculo das necessidades nutricionais. 4. Indicação da Terapia Nutricional a ser instituída. 5. Monitoramento/acompanhamento nutricional. 6. Aplicação dos indicadores de qualidade na Terapia Nutricional. Passos para a terapia nutricional 1. Triagem Nutricional: identificar fatores de risco para desnutrição, possibilitando intervenção nutricional precoce e melhor alocação de recursos. Adultos hospitalizados: NRS, 2002 Idosos hospitalizados: MAN, 1996 Crianças hospitalizadas: STRONG Kids, 2013 Limitações em pacientes críticos! 28/10/2017 6 Passos da terapia nutricional Adultos e Idosos ASG Antropometria Peso (PA, PH, PI, %PP) IMC CB, DCT, CMB CP (idosos) Crianças Curvas de Crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) peso/estatura; estatura/idade; IMC/idade; peso/idade. 2. Avaliação nutricional Passos da terapia nutricional 3. Cálculo das necessidades nutricionais Adultos: Fórmula de bolso: Pacientes críticos: 20 a 25 Kcal/kg/dia; Pacientes sem enfermidade grave: 25 a 35 Kcal/kg/dia; Crianças: 28/10/2017 7 Passos da terapia nutricional 4. Indicação da Terapia Nutricional a ser instituída Passos da terapia nutricional 5. Monitoramento/acompanhamento nutricional 28/10/2017 8 Passos da terapia nutricional 6. Aplicação dos indicadores de qualidade na Terapia Nutricional Paciente grave ou crítico A doença grave ou crítica: inflamação sistêmica Diversas alterações metabólicas; Interferência no suporte nutricional. Cautela na determinação das necessidades nutricionais! A correção desses distúrbios metabólicos e a oferta de nutrientes específicos podem reduzir a morbi-mortalidade. 28/10/2017 9 Resposta imunológica normal a lesões ou doenças: Resposta imunológica no paciente crítico 28/10/2017 10 Resposta imunológica no paciente crítico Terapia nutricional no paciente crítico Via preferencial: enteral. Deve ser iniciada precocemente no paciente grave (entre24 e 48 horas após a admissão) Condição: Paciente hemodinamicamente estável. Dieta padrão é a primeira escolha (polimérica, distribuição normal de macronutrientes) Dietas especializadas podem ser utilizadas se houver necessidade. 28/10/2017 11 Necessidades nutricionais no paciente crítico Método mais preciso: calorimetria indireta. Equações preditivas: Harris Benedict (superestimado para pacientes críticos) Mifflin St. Jeor Ireton Jones (diferenças para ventilação mecânica e espontânea) Fórmula de bolso: Fase aguda: 20 a 25 kcal/kg/dia Fase de fluxo: 25 a 30 kcal/kg/dia Harris Beneditc, 1919 Masculino GEB = 66,47 + (13,75 x peso (kg)) + (5,00 x altura (cm)) – (6,75 x idade (anos)) Feminino GEB = 655,09 + (9,56 x peso (kg)) + (1,84 x altura (cm)) – (4,67 x idade (anos)) Fator atividade: Acamado: 1,2 Acamado e móvel: 1,25 Deambulando: 1,3 Ventilação mecânica: 1,05 GET = GEB x FA x FI x FT 28/10/2017 12 Mifflin St. Jeor, 1990 Homens: TMB = (9,99 x peso em kg) + (6,25 x altura em cm) – (4,92 x idade) + 5 Mulheres: TMB = (9,99 x peso em kg) + (6,25 x altura em cm) – (4,92 x idade) – 161 GET = GEB x FA x FI x FT Ireton-Jones, 1997 Ventilação mecânica GETv = 1784 - (11 x idade) + (5 x peso atual) + (244 x sexo) + (239 x trauma) + (804 x queimadura) Ventilação espontânea GETe = 629 - (11 x idade) + (25 x peso) - (609 x obesidade) Sexo masculino: 1 Sexo feminino: 0 Presença de trauma, queimadura ou obesidade: 1 Ausência de trauma, queimadura ou obesidade: 0 28/10/2017 13 Necessidades nutricionais no paciente crítico Aporte proteico: Catabolismo moderado: 1,2 a 1,5 g/kg/dia Catabolismo intenso: 1,5 a 2,0 g/kg/dia Pacientes dialíticos, queimados, fístulas: >2g/kg/dia Obesidade Doença crônica, inflamatória, endócrinometabólica, heterogênea, multifatorial e caracterizada pelo excesso de gordura corporal. Obesidade extrema 28/10/2017 14 Obesidade Tratamento cirúrgico: impacto positivo sobre a obesidade extrema; Múltiplas condições patológicas associadas que resultam em internação hospitalar; Associada a comorbidades e aumento da mortalidade de pacientes obesos hospitalizados. Em unidades de terapia intensiva: 26,7% de pacientes obesos 6,8% obesos extremos Avaliação nutricional do paciente crítico Exatidão? Inúmeros obstáculos? (paciente / hospital) Obeso: peso? Circ. da Cintura? 28/10/2017 15 Avaliação nutricional no paciente crítico obeso Mesmos métodos do paciente não obeso: história clínica, exame físico e medidas bioquímicas Triagem nutricional; IMC Circunferência da cintura (cm) Proteínas plasmáticas, marcadores inflamatórios e balanço nitrogenado Objetivos nutricionais no paciente crítico obeso Diminuir as complicações relacionadas à hiperalimentação; Reduzir as comorbidades; Diminuir o catabolismo proteico; Restaurar as funções orgânicas e metabólicas; Aumentar a expectativa e a qualidade de vida. 28/10/2017 16 Necessidade nutricionais do paciente crítico obeso Pacientes graves com IMC >30 kg/m2: oferta hipocalórica promove melhora no quadro clínico 60% a 70% das metas convencionais 11 a 14 kcal/kg de peso atual/dia 22 a 25 kcal/kg de peso ideal/dia Peso ideal para obesos = 25 x Altura2 Peso ajustado para obesos = Peso ideal + (peso atual – peso ideal) x 0,25) DITEN, 2011 Necessidadenutricionais do paciente crítico obeso Recomendação proteica: 1,5 a 2,5 g/kg de peso ideal ajustado/dia (minimizar o catabolismo) IMC entre 30 e 40: > 2,0 g/kg de peso ideal ajustado/dia IMC > 40: ≥ a 2,5 g/kg de peso ideal ajustado/dia Recomendação lipídica e de carboidratos: conforme doenças de base. DITEN, 2011 28/10/2017 17 Formulações enterais para pacientes críticos Enriquecidas com arginina, glutamina, ácido nucleico, ácidos graxos ômega-3 e antioxidantes. Formulações enterais para pacientes críticos Não usar fórmulas suplementadas com arginina para pacientes em estado grave. Usar uma fórmula com óleos de peixe e antioxidantes em pacientes com lesão pulmonar aguda e síndrome de angústia respiratória aguda. Considerar glutamina enteral para pacientes com trauma e queimaduras mas não usá-la rotineiramente em outros pacientes graves. 28/10/2017 18 Nutrientes imunomoduladores Imunoestimulantes Arginina RNA Ferro Glutamina Saúde do Trato Digestivo Glutamina Prébióticos Próbióticos Anti-inflamatórios EPA (ѡ3) GLA (ѡ6) Antioxidantes Vitaminas E, A, C Selênio Taurina Nutrientes imunomoduladores Seu potencial total não foi compreendido Evidências clínicas mostram que o uso adequado reduz: Tempo em ventilação Internação em UTI Falência de novo órgão Mortalidade 28/10/2017 19 Glutamina Aminoácido condicionalmente essencial. Síntese de enterócitos e células imunológicas. Outros papéis: Resposta melhorada ao estresse protéico Atenuação da resposta inflamatória Função metabólica de tecido melhorada Atenuação do estresse oxidativo Arginina Aminoácido condicionalmente essencial. Deficiência de arginina pode ocorrer em condições clínicas específicas. Apoia a função imunológica Efeitos tróficos no timo Resposta e proliferação de linfócitos T Formulações com arginina: Não utilizar para pacientes em estado grave. Considerar o uso para pacientes cirúrgicos de alto risco, desnutridos e não desnutridos, e após trauma. 28/10/2017 20 Ácidos graxos imunomoduladores Ácido graxo N-3 de óleo de peixe: menos pró- inflamatórios que os ácidos graxos N-6. Modulam condições inflamatórias (citocinas) Doença crítica (especialmente ARDS, SIRS, sepse) Doença cardiovascular Distúrbios reumatológicos Doença do intestino irritável Câncer Fórmulas imunomoduladoras Indicações: Pacientes em pós operatório de grandes cirurgias, abdominais eletivas, trauma abdominal; Pós-operatório de câncer de cabeça e pescoço; Queimados com SCQ >30%; Pacientes graves sob ventilação mecânica Desde que não estejam sépticos! 28/10/2017 21 Fórmulas imunomoduladoras Dietas enriquecidas com arginina em pacientes cirúrgicos, traumatizados e queimados: desde que hemodinamicamente estáveis e sem infecção. Dietas enriquecidas com ácidos graxos ômega-3: recomendadas para pacientes com SARA em ventilação mecânica. Antioxidantes em quantidades maiores: em traumatizados e queimados com função renal preservada. Glutamina via enteral a pacientes traumatizados ou queimados. Os benefícios clínicos da fármaco-nutrição são maiores quando 50% ou mais das metas nutricionais são alcançadas. 28/10/2017 22 Outras recomendações Recomenda-se o uso de dietas oligoméricas para pacientes graves, quando houver intolerância a fórmulas poliméricas. Sempre que não se conseguir atingir as necessidades nutricionais com nutrição enteral, a TNP está indicada, com início precoce. Quando a TNP estiver indicada, considerar a suplementação com glutamina. Recomenda-se a manutenção da glicemia pós- prandial abaixo de 180 mg/dL.
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