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ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Contexto histórico
Depois do fim da Primeira Guerra Mundial, criam-se organizações internacionais como a Sociedade das Nações (SdN) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Mas o Direito Internacional somente vai conhecer a avalanche crescente de tais organizações a partir da Segunda Guerra, quando então são criadas as Nações Unidas e grande maioria das organizações internacionais globais e regionais atualmente existentes.
Conceito 
Organização internacional é a associação voluntária de sujeitos do Direito Internacional, criada mediante tratado internacional (nominado de convênio constitutivo) e com finalidades predeterminadas, regida pelas normas do Direito Internacional, dotada de personalidade jurídica distinta da dos seus membros, que se realiza em um organismo próprio e estável, dotado de autonomia e especificidade, possuindo ordenamento jurídico interno e órgãos auxiliares por meio dos quais realiza os propósitos comuns dos seus membros, mediante os poderes próprios que lhes são atribuídos por estes. 
Personalidade jurídica
As organizações internacionais intergovernamentais, assim como os Estados, têm personalidade jurídica internacional (podendo contrair obrigações e reclamar direitos) e esfera própria de atuação no cenário internacional.
As organizações internacionais têm personalidade jurídica internacional, da mesma forma que os Estados, podendo participar da cena internacional em seus mais variados campos de atuação. Contudo, a personalidade jurídica das organizações internacionais não se confunde com a dos seus membros, o que lhes- dá total autonomia e independência funcional para gerir os seus interesses e alcançar as finalidades para as quais foram criadas. Em outras palavras, essa personalidade jurídica autônoma e não vinculada à dos seus membros permite-lhe atender às expectativas do conjunto de Estados que dela fazem parte, independentemente da vontade individualizada de cada um deles. Tal personalidade jurídica tem início na data em que as mesmas começaram a funcionar efetivamente. Pode-se então considerar que a existência jurídica de uma organização internacional depende integralmente da sua condição de poder decidir autônoma e livremente sem se vincular à vontade dos seus Estados-membros.
A personalidade jurídica das organizações internacionais têm atualmente fundamento convencional, uma vez que é no seu instrumento constitutivo que normalmente vêm expressos os seus poderes específicos (nada obstando que o reconhecimento da personalidade jurídica venha expresso num tratado sobre privilégios e imunidades). Neste caso, entende-se que os Estados cedem parcela de sua soberania para a criação de uma organização com vontade própria, distinta da vontade dos seus criadores. Dizer que as organizações internacionais têm vontade própria, contudo, não significa dizer que ela poderá se desvirtuar dos propósitos (para os quais foi criada) estabelecidos no seu tratado-fundação que, em última análise, consiste em expressar a vontade coletiva dos seus membros. O protocolo Adicional ao Tratado de Assunção sobre a Estrutura Institucional do Mercosul (Protocolo de Ouro Preto) de 1994, é exemplo claro dessa cessão de poderes soberanos, feita pelos Estados em instrumento convencional, em virtude do disposto no art. 34, segundo o qual o "Mercosul terá personalidade jurídica de Direito Internacional".
Contudo, falar em personalidade jurídica internacional não significa, ipso jure, o poder imediato para celebrar tratados. Esta faculdade (chamada de jus tractuum ou direito de convenção) deve vir expressa no convênio constitutivo da organização. Já a personalidade jurídica internacional das organizações internacionais é raramente prevista, de forma expressa, nos respectivos convênios constitutivos.
Não se pode confundir, porém, os tratados em que a organização e parte com outros Estados ou com outras organizações internacionais com aqueles apenas celebradas sob sua égide, em que são partes apenas os Estadas. As organizações internacionais costumam não ser parte nos tratados celebrados sob sua égide.
OBS.: O que elas não têm é soberania, uma vez que esta é atributo dos Estados, e como elas são criadas por Estados tem-se como certo que o poder que tais organizações detêm são apenas mediatos.
Distinção entre organizações intergovernamentais e organizações não governamentais
Tanto as organizações intergovernamentais como as organizações não governamentais são produto de um ato de vontade que, no primeiro caso, emana dos Estados, quando elaboram um tratado multilateral constitutivo da organização e, no segundo, da vontade de particulares, com ou sem a interveniência de órgãos públicos, almejando criar uma organização não governamental para finalidades lícitas. Entretanto, tais organizações internacionais não governamentais, não se confundem com as organizações internacionais intergovernamentais por não deterem (pelo menos por enquanto) personalidade jurídica de Direito Internacional. Apenas estas últimas (as ORGS) são verdadeiros sujeitos do Direito Internacional Público e detêm o poder de celebrar tratados com os Estados e com outras organizações internacionais da mesma natureza.
Exemplo de organizações não governamentais: Anistia Internacional (AI), o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) , a União Internacional para a Conservação da Natureza e seus Recursos (UICN), os Médicos Sem Fronteiras (MSF) e o Fundo Mundial da Vida Selvagem (WWF), FIFA (que atua em relação ao futebol), o Greenpeace (em relação à proteção do meio ambiente) e a Human Rights Watch (no que tange a proteção dos direitos humanos).
Características das Organizações Internacionais Intergovernamentais
Essas características são comuns a todas as organizações internacionais Intergovernamentais, isso não impedindo que outras organizações sejam dotadas de características e peculiaridades próprias.
São sujeitos de DIP.
São criadas por Estados e, por isso, devem ser tidas como interestatais )esta "interestatalidade" é, aliás, imprescindível à noção de organização internacional, excluindo-se assim as organizações de natureza privada).
São instituídas por meio de tratados internacionais multilaterais, que as constituem e estabelecem suas regras e competências, sendo eles a verdadeira constituição (ou a “certidão de nascimento") da organização; são neles que se preveem os direitos e as obrigações dos Estados-membros para com a organização. Daí se entender terem natureza dúplice os tratados instituidores dessas entidades: são acordos multilaterais e também a sua constituição; por um tratado internacional multilateral. Normalmente dá-se o nome de Carta, Estatuto, ou Constituição ao tratado multilateral constitutivo da organização. O convênio constitutivo da, organização é a sua carta orgânica. Sua constituição, em relação à qual todas as demais normas inferiores devem ser subordinadas. Tais instrumentos não estão sujeitos a reservas e têm primazia sobre quaisquer outros tratados internacionais comuns.
São criadas à base de um acordo de vontades, pela associação livre dos Estados, que não podem ser coagidos a ingressar na organização se esta não lhe for de interesse;
Têm capacidade civil e personalidade jurídica própria, ou seja, distinta da dos seus membros o que faz com que a base voluntarista de sua criação perca terreno para uma vontade de status superior à dos próprios Estados que as criaram;
Compõem-se de órgãos de caráter permanente, que são distintos e independentes dos demais membros da organização;
Seus órgãos têm vontade própria e primam pelos interesses da organização e não dos Estados-membros que a compõem, o que não significa que, em última análise, se tenha por objetivo atingir o interesse comum desses mesmos Estados; 
Gozam, junto aos seus órgãos e delegados governamentais acreditados, dos privilégios e imunidades necessários ao exercício de suas funções (a exemplo da isenção de impostos diretos, bem assim de direitos aduaneiros e de vedações à importação ou exportaçãode bens de uso oficial etc.)
As organizações internacionais intergovernamentais são sujeitos derivados (ou secundários) do Direito Internacional Público, eis que criadas por Estados (sujeitos principais da sociedade internacional).
A composição das organizações internacionais é bastante variável, não contando com um número certo de membros. Aos Estados-membros originários do tratado constitutivo da organização podem ser agregados outros que venham a ela futuramente aderir, assim como algum Estado originário pode, dependendo do caso, retirar-se da organização por ato de vontade própria (denunciando o tratado constitutivo da organização) ou perder o status de membro, ocorrido algum fato que o possa levar a esta penalidade.
Toda organização internacional, assim Como sucede com as sociedades privadas, possuem também um Estatuto Interno, que regula as relações dos órgãos da sociedade. Este estatuto, que não se confunde com o acordo constitutivo, não tem natureza jurídica convencional, isto é, não se consubstancia num tratado, sendo emanação espontânea dos órgãos de cúpula da própria organização, apesar de terem o seu fundamento de validade no convênio constitutivo da organização que autorizou á sua criação. O Estatuto é a regulamentação do direito interno da organização. Nele estão contidas as regras de auto-organização do organismo internacional, as relativas ao funcionamento dos principais órgãos deliberativo dos órgãos subsidiários, as suas normas procedimentais e administrativas etc. 
As organizações internacionais têm de ser permanentes. E essa, permanência é a chave para a Independência e autonomia da organização frente aos seus Estados-membros. Daí serem compostas de órgãos igualmente permanentes, distintos e independentes dos demais componentes da-organização.
Classificação
Quanto ao fim que perseguem:
Organizações internacionais de fins gerais –como o próprio nome indica, tem fins gerais.
Ex.: a Organização das Nações Unidas (ONU), cujos objetivos principais são a manutenção da paz e da segurança internacionais, e a Organização dos Estados Americanos (OEA), que atua num âmbito territorial mais restrito e tem por finalidade a segurança continental, a solução pacífica de controvérsias e a cooperação dos Estados Americanos. 
Organizações internacionais de fins específicos – como o próprio nome indica, tem fins específicos.
Ex.: Aquelas destinadas à cooperação econômica (como a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCD E, o FMI e o Banco Mundial), as de cooperação social, cultural e humanitária, como a UNESCO e a OlT, as de cooperação técnica, como a União Postal Universal (UPU) , a União Internacional de Telecomunicações (UlT) e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) , e as de cooperação militar, como a Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN.
Quanto ao alcance
Organizações internacionais universais – qualquer Estado pode ingressar nessas organizações, sem discriminação.
Ex.: ONU que tem fins gerais; OIT, o FMI, o BIRD, a UNESCO, a FAO, a OACI e a OMS são todos organismos universais, mas de fins técnicos específicos;
Organizações internacionais regionais – somente determinados Estados podem ingressar nessas organizações
Ex.: OEA com fins erais; a Comunidade Econômica Europeia (CEE), a Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) e o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) e a Comunidade Europeia da Energia Atômica (CEEA) que possuem alcance regional e tem finalidade técnica especifica.
OBS.: As organizações internacionais universais ou regionais também podem ter finalidade política, quando atuam em situações de conflito e exercem influência sobre temas importantes para o Estado (como os ligados à soberania e independência, bem como os relativos à proteção dos direitos humanos etc.). Como organização internacional universal de finalidade política, tinha-se a Sociedade das Nações (SdN). Agora, tem-se a Organização das Nações Unidas, cujo objetivo principal é manter a paz e a estabilidade das relações internacionais. Organizações regionais de finalidade política são a OEA, nascida em 1951, a Liga dos Estados Árabes (LEA, de 1954) e a Organização da Unidade Africana (OUA, de 1963, hoje União Africana), cuja característica comum é a manutenção da paz entre os seus membros.
Quanto à sua independência
Organizações internacionais independentes - caso não mantenham relação de vinculação com qualquer ordem jurídica interna, devendo respeito somente às regras do Direito Internacional Público.
Ex.:
Organizações internacionais dependentes - quando, além de observar as prescrições do direito das gentes, devem obedecer a determinadas regras de alguma ordem jurídica estatal. 
Ex.: União Postal Universal (UPU), cujo convênio constitutivo (art. 20) lhe impõe a "superior fiscalização" do Governo da Confederação Suíça. 
OBS.: Há casos também de uma organização internacional manter relação de dependência para com outra, tendo por base um instrumento convencional, como é o caso de algumas agências especializadas da ONU em relação a ela.
Quanto à participação de Estados
Organizações internacionais abertas ilimitadamente - caso permitam o ingresso de qualquer Estado indiscriminadamente.
Ex.: ONU
Organizações internacionais abertas limitadas - caso permitam o ingresso de apenas alguns Estados , normalmente levando-se em Conta a situação geográfica deles, ou, menos comumente, as afinidades econômicas entre eles.
Ex.: União Europeia, OEA e OPEPE.
Organizações internacionais fechadas - as quais não permitem o ingresso de nenhum Estado que não participou originariamente de sua criação.
Ex.:
Quanto à base territorial
Organizações internacionais globais (ou universais) - são aquelas que admitem qualquer país do mundo como membro (ou, pelo menos, estão abertas ao maior número de Estados possível).
Ex.:
Organizações internacionais regionais – são aquelas que somente permitem o ingresso de países pertencentes à sua base territorial.
Ex.: A OEA, que só admite o ingresso de Estados pertencentes ao continente americano, assim como a Liga Árabe, que somente permite o ingresso de Estados Árabes, e o MERCOSUL.

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