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6 Prática Simulada V Caso 06 Ação Popular c liminar

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Prática Simulada V - Caso Concreto 6 - Ação Popular 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA___ VARA FEDERAL DE FLORIANÓPOLIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CATARINA 
JOÃO, nacionalidade: brasileira, estado civil: xxx, profissão: xxx, portadora da cédula de identidade RG nº: xxx., devidamente inscrito no CPF nº: xxx, Título de Eleitoral nº: xxx,, residente e domiciliado na Rua: xxx, Bairro: xxx, Cidade: Florianópolis, Estado de Santa Catarina – SC. Por seu advogado que se subscreve (instrumento de mandato incluso) com endereço profissional na rua: xxx, Bairro: xxx, Cidade: xxx, Estado: xxx, e endeço de e-mail; xxx, local indicado para receber as devidas intimações nos termos do artigo 39, inciso I do Código de Processo Civil, vem perante Vossa Excelência com fulcro no artigo 5º, inciso LXXIII da Constituição Federal e na Lei 4717/65 propor:
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR
Pelo rito comum, em face de ato praticado pelo senhor SENADOR DA REPÚBLICA: xxx, nacionalidade: brasileira, estado civil: xxx, profissão: Senador da república, portador da cédula de identidade RG nº: xxx., devidamente inscrito no CPF nº: xxx, Título de Eleitoral nº: xxx, com domicílio profissional no prédio do Senado Federal, na esplanada dos Ministérios, Endereço: Praça dos Três Poderes - Brasília DF - CEP 70165-900. Com base nas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
1-DOS FATOS 
João, nascido e domiciliado em Florianópolis – SC, indignou-se ao saber, em abril de 2009, por meio da imprensa, que o senador que merecera seu voto nas últimas eleições havia determinado a reforma total de seu gabinete, orçada em mais de R$ 1.000.000,00, a qual seria custeada pelo Senado Federal. A referida reforma incluía aquecimento e resfriamento com controle individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD, melhorias que João considera suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira. O senador declarara, em entrevistas, que os gastos com a reforma seriam necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo que exerce. Tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que a obra não havia sido iniciada, João, temendo que nenhum ente público tomasse qualquer atitude para impedir o início da
referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de polícia civil, onde foi orientado a que procurasse a Polícia Federal. 
2- DOS FUNDAMENTOS 
Trata-se de ação popular para a anulação dos atos administrativos comissivos e omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público.
Frisa-se que o ato atenta contra a moralidade administrativa, principio expresso e elencado no artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Com itens suntuosos para seu gabinete em meio a uma crise mundial com perda de postos de trabalho e desaquecimento da economia brasileira.
Ressalta-se ainda que o artigo 2º da lei 4717/65, elenca que são nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior. Pontua-se que no caso em tela temos:
- a inexistência de motivos;
- desvios de finalidade para o ato;
- inexistência de motivos para a matéria de fato ou de direito em que se fundamenta a 
 ação.
3- DA CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR 
Presente no caso em tela os requisitos do “fumos boni iuris”, como também o “periculum in mora”. Requer o deferimento da liminar para sustar quais quer ato de licitação cujo objeto atenderão as despesas, bem como qualquer ato que se digne a pagar tais despesas com recursos públicos.
-DA DOUTRINA
O conceito da ação popular é amplamente discutido pela doutrina nacional. Hely Lopes Meirelles entende que ação popular é uma ação constitucional e coletiva, que objetiva tutelar os direitos que não tenham natureza penal. Pelas palavras da autora,
“É um instrumento de defesa dos interesses da coletividade, utilizável por qualquer de seus membros. Por ela não se amparam direitos individuais próprios, mas sim interesses da comunidade. O beneficiário direto e imediato desta ação não é o autor; é o povo, titular do direito subjetivo ao governo honesto. O cidadão a promove em nome da coletividade, no uso de uma prerrogativa cívica que a Constituição da República lhe outorga.” MEIRELLES. Hely Lopes. Mandado de segurança, Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção, “Habeas Data”. 20. ed.. São Paulo: Malheiros, 1998, p.114.
Já José Afonso da Silva, por outro lado, entende que a ação popular é “um remédio constitucional” por meio do qual o cidadão se legitima para exercer um poder “de natureza essencialmente política”. Para o autor, a ação popular torna-se, sobretudo, uma manifestação da soberania popular. Desta forma, seria uma “garantia constitucional política”. A ação popular torna-se meio eficaz para o cidadão exercer de maneira incisiva uma fiscalização que naturalmente é feita por seus representantes parlamentares. Não só isso. É um meio eficaz de provocar a atividade jurisdicional e anular o ato lesivo ao patrimônio público ou de pessoa jurídica de que o Estado faça parte; à moralidade da Administração Pública; ao meio ambiente; assim como ao meio-ambiente histórico e cultural. Tem, portanto, uma finalidade “corretiva”, o que não significa propriamente preventiva, mas possibilita que se suspenda liminarmente o ato lesivo. SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 462-463.
DA JURISPRUDÊNCIA
Processo - AC 10693130110309001 MG
Orgão Julgador - Câmaras Cíveis / 3ª CÂMARA CÍVEL
Publicação - 24/08/2015
Julgamento - 13 de Agosto de 2015
Relator - Albergaria Costa
Ementa
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TARIFA DE ESGOTO. AÇÃO POPULAR JULGADA PROCEDENTE. NULIDADE DO CONVÊNIO. PREJUDICIALIDADE AUSENTE.
Inexistindo relação de prejudicialidade e/ou identidade entre a ação popular que pretendeu restaurar a legalidade e anular o convênio firmado entre o Município de Três Corações e a COPASA, e a ação individual que pretendeu a repetição de indébito dos valores pagos a título de tarifa de esgoto, não se justifica a nulidade da sentença para aplicar os efeitos da decisão proferida na ação popular. Recurso conhecido e desprovido.
4- DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer o impetrante que Vossa Excelência: 
O deferimento da tutela, para sustar quaisquer ato de licitação cujo objetivo atenda as despesas desta ação bem como a sustação de qualquer que se digne paga tais despesas com recursos públicos
a citação do réu segundo o artigo 1º da lei 4717 /65
oitiva do Ministério Público federal;
A intimação da união para querendo se manifestar no processo,
seja julgado procedente o pedido para anular quaisquer ato administrativo tomado pelo demandado na presente ação popular, caso já tenha havido alguma despesa, o ressarcimento por parte do réu, e a comunicação ao Ministério Público, para as devidas ações penais de improbidade que entender devida.
5- DAS PROVAS
Pretende-se produzir todos os meios de prova em direito admitidos, principalmente a prova documental, testemunhal e pericial.
 
6- DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ R$ 1.000. 000,00 (Um milhão de reais). 
Termos em que
Pede deferimento.
Local e data: _____/_____
__________________________
Advogado
 OAB /

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