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Hegel Liberdade

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1 
Aula 6 – Hegel e a Liberdade 
 
Não separando a idéia de um determinismo como alicerce que viabiliza a existência 
de um ser livre, caminhando em início na mesma direção que segue Espinosa, 
distancia-se deste último ao vincular a liberdade com a história. Este vínculo aparece 
em sua Introdução à Filosofia da História (1837), sob a concepção de uma abordagem 
racional dos fatos históricos por meio de contemplação e especulação sobre os 
mesmos – história filosófica. 
O conceito de racional, em termos hegelianos, nos conduz a admitir o que é real. E a 
realidade giraria em torno de transformações, como quando pensamos nas diversas 
etapas que marcam o desaparecimento e desabrochar de uma flor: a flor explicando-
se por meio do fruto, falso existir da planta e o fruto substituindo a flor como 
verdade da planta. O que caracterizaria a realidade é o que se transforma – o que se 
nomeia na filosofia hegeliana de “dialética”1. Por este caminho, Hegel pretende que 
o pensamento, utilizando a massa de suas idéias, abranja justamente as 
transformações reais e naturais; a filosofia deve se apresentar como expressão da 
realidade, eliminando distinções entre as idéias abstratas e o real concreto. Ambas 
seriam facetas de um único princípio: o real seria racional e o racional real. E é este 
entrelaçamento que se manifestaria historicamente no âmbito de um Espírito 
Objetivo ou “consciente de si” – “expressão do Espírito comum de um grupo social, 
ou, num sentido amplo, a cultura de um povo” (OLIVEIRA:2005). Exatamente de sua 
essência é que Hegel encontra o significado da liberdade, comparando as substâncias 
da matéria e do espírito: 
 
 
1 Em linhas gerais, Hegel denomina “momento dialético”, a “passagem de um termo para o 
termo que lhe é antitético, e ao impulso que dá ao espírito a necessidade de ultrapassar essa 
contradição” (LALANDE:1999,256). Como afirma Ferrater Mora (a,1982,799), para Hegel “o 
que tem realidade dialética é o que tem a possibilidade de não ser abstrato. A dialética é, 
assim, e em suma, o que possibilita o desenvolvimento e, por conseguinte, a maturação e a 
realização da realidade”. 
 
 
 
 
 2 
“Como a substância da matéria é o peso, assim devemos dizer 
que a substância, a essência do espírito, é a liberdade. 
Concebemos a matéria como pesada, desde que tenda para 
um ponto central: ela é essencialmente composta, existe de 
forma particular, procura a sua unidade e, portanto, procura 
superar-se a si mesma buscando também o seu contrário. O 
espírito, diferentemente, é aquilo que contém o ponto 
central, não possui a unidade fora de si, pois a encontrou. Ele 
é em si mesmo e por si mesmo” (OLIVEIRA:2005). 
 
O conceito de liberdade é, assim, uma propriedade daquilo que se reencontra em si 
mesmo após exteriorizar-se no seu contrário. Mas este estar em-si e estar em-outro 
só poderia ocorrer caso fosse pensado necessariamente nos limites de um Espírito 
objetivado, estabelecendo “um significado que caminha no sentido da afirmação de 
harmonia entre o indivíduo e a comunidade, uma identificação racional entre os 
interesses particulares e o interesse geral presentes em um povo, pois o Espírito 
objetivo hegeliano é a expressão do Espírito comum de um grupo social” 
(OLIVEIRA:2005) Justamente sob a imagem da liberdade objetivada, é que Hegel 
relaciona o querer do homem ao direito e à lei, referências universais, suscitando o 
aparecimento e constituição do Estado.

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