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Aula 04 Habeas Data

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Júlia Coelho Travassos
Matrícula: 201301676331
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
		TÍCIO, brasileiro, casado, engenheiro, portador da carteira de identidade nº xxx, inscrito no CPF sob o nº xxx, endereço eletrônico xxx, residente e domiciliado à Rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, Fortaleza/CE, CEP: xxx, vem, por intermédio de seu advogado que a esta subscreve, com endereço profissional à Rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, Cidade xxx, Estado xxx, CEP: xxx, endereço eletrônico xxx, respeitosamente, perante Vossa Excelência, impetrar:
HABEAS DATA
em face do ato praticado pelo MINISTRO DO ESTADO DE DEFESA, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DOS FATOS
	O Impetrante na década de setenta, participou de movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais. 
	No ano de 2010, após longos anos, o Impetrante requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos.
DOS FUNDAMENTOS
Do Foro Competente
	O artigo 105, I, “b”, da Constituição Federal, bem como o artigo 20, I, “b”, da Lei 9507/97, estabelecem que: 
“Compete ao Superior Tribunal de Justiça, processar e julgar, originariamente, os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal”.
	Desse modo, verifica-se que a competência para processamento e julgamento da presente ação direta de inconstitucionalidade é originária do Superior Tribunal de Justiça.
Do Interesse de agir
	Nos termos do artigo 8º, parágrafo único da Lei 9507/1997, resta comprovado o interesse de agir do Impetrante, legitimador do presente Habeas Data, pois junta-se cópia do anterior indeferimento do pedido à ficha de informações pessoais, no período em que, o Impetrante, foi monitorado pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado. 
	Como se verifica dos documentos juntados, a atitude da Autoridade Coatora viola flagrantemente o direito do Impetrante em ter acesso às suas informações pessoais e, portanto, de seu interesse, que estão nos arquivos públicos do período em que foi monitorado e preso para averiguações.
Do Direito
	O artigo 5º, LXXII, da CF/1988 assim dispõe: 
“conceder-se-á habeas-data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.”
	No mesmo sentido é a redação do artigo 7º, da Lei 9507/1997. De outra banda o artigo 5º, inciso XIV da CF/1988 diz que é direito do Impetrante ter acesso às informações pessoais, e quando o Estado se nega a efetuar a prestação do serviço há uma clara violação ao direito à intimidade e a vida privada, princípio previsto no Art. 5º, inciso X da CRFB/88.
	O assunto é entendido pelo STF da mesma forma, conforme decisão citada abaixo:
STJ - RECURSO ESPECIAL : REsp 781969 RJ 2005/0153372-4 RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. HABEAS DATA. CABIMENTO. OBTENÇÃO DE CERTIDÃO JUNTO AO INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA - IME. CONTAGEM PARA O BENEFÍCIO DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. DIREITO À INFORMAÇÃO. ART. 5º, XXXIII, DA CARTA MAGNA DE 1.988. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. PLEITO QUE DEVE SER DEDUZIDO EM SEDE DE WRIT OF MANDAMUS. 1. A Constituição Federal prevê, em seu art. 5º, LXXII que conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. O objeto do habeas data consiste em assegurar: (a) o direito de acesso e conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante/constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais e de entidades de caráter público; (b) o direito à retificação desses dados, importando isso em atualização, correção e até a supressão, quando incorretos. Em relação ao direito de retificação, o dispositivo constitucional faculta ao impetrante o processo sigiloso, Judicial ou administrativo, dando a entender que, se o processo for sigiloso, não será de habeas data, mas outra ação, o que não tem sentido algum. Nem serão necessários dois habeas datas para que uma mesma pessoa tome conhecimento dos dados e proponha sua retificação. A pretensão do impetrante, de obter certidão para o cômputo do adicional por tempo de serviço, respeita ao direito de informação, cuja previsão encontra-se no art. 5º, XXXIII, da Carta Magna de 1.988, devendo ser pleiteada via mandado de segurança (precedentes: EDcl no HD 67 - DF, Relatora Ministra DENISE ARRUDA, Primeira Seção, DJ de 02 de agosto de 2.004; HD 67 MC - SP, decisão monocrática do Ministro CELSO DE MELLO, DJ de 18 de novembro de 2.004). 6.Recurso especial conhecido e provido, com o fim de declarar a impropriedade da via eleita pelo impetrante.
	A dignidade da pessoa humana sofre grave violação no caso concreto, tendo em vista que informações pessoais, de um período importante para o Impetrante, lhe são negadas sem nenhuma justificativa legal.
	Ademais, o artigo 37, caput da CRFB/88, assenta que administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
	Desse modo, resta evidente, que houve desrespeito aos dispositivos constitucionais ora elencados, pois ainda que haja ressalva do sigilo imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, não se pode confundir a preservação das atividades do Estado, com o direito, também, constitucional de ter-se acesso, somente, às suas informações pessoais, de interesse claramente particular. 
	O sigilo estaria preservado e o respeito à Lei também, pois o acesso pretendido é somente dos dados pessoais do Impetrante, não houve e não há pedido para acesso de dados de terceiras pessoas constante dos arquivos públicos do período desejado.
	Sendo assim, não restam dúvidas de que o ato denegatório no fornecimento de informações do Impetrante, inclusive com o esgotamento da via administrativa, se mostra ilegal e abusivo, já que é contrário aos dispositivos Constitucionais que garantem o direito de acesso à informação de dados do Impetrante.
 
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, vem requerer à Vossa Excelência:
 A notificação da autoridade coatora acerca dos fatos narrados a fim de prestar as informações que entender necessárias;
 a oitiva do representante do Ministério Público no prazo de cinco dias; 
A procedência do presente pedido, determinando ao Impetrado o fornecimento das informações pleiteadas.
Atribui-se à presente o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Local, data.
NOME DO ADVOGADO
 OAB/RJ N° xxx

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