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aula 6 Ação popular com pedido de liminar

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caso 6
EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DA VARA FEDERAL DE (…) DA SEÇÃO
JUDICIÁRIA DE (…)
JOÃO, brasileiro, estado civil (…), profissão (…), residente e domiciliado na rua (…),
n. (…), bairro (…), na cidade de (cidade)/(uf), vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência, por seu advogado constituído pelo instrumento de procuração anexo e que
recebe intimações para fins do artigo 77, V, do cpc, em seu endereço profissional sito na
rua (…), n. (…), bairro (…), na cidade de (…), ajuizar a presente
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR
em face do Sr. (…), Senador da República, com domicílio profissional no Prédio do
Senado Federal, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília – DF, pelos motivos que
passará a expor.
a) DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR
O art. 5º, inciso LXXIII, da CRFB, admite a impetração da ação popular, por qualquer
cidadão, visando anular ato lesivo ao patrimônio público ou se entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural.
A Lei 4.717/65 estabelece o rito da presente ação. Conforme redação da CRFB, a
celebração de contrato de concessão, sem a devida licitação, é contrato administrativo
que ofende a moralidade administrativa, além de ser ato lesivo ao patrimônio.
Assim, o ajuizamento da presente ação é perfeitamente cabível.
b) DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA
A ação popular tem previsão no art. 5º da CRFB, garantindo o seu ajuizamento a todos
o cidadão no regular gozo dos seus direitos políticos, o que é o caso do autor, conforme
de plano comprovado pelo Título de Eleitoral nº_, seção, zona.
o réu apontado nesta peça vestibular é efetivamente o responsável pela produção do
ato ilegal, lesivo ao patrimônio público, conforme art. 6º da Lei 4.717/65: “A ação será
proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º,
contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado,
aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo”,
1. DOS FATOS
O Autor indignou-se ao saber, em abril de 2009, por meio da imprensa, que o Sr.
Senador (…), que merecera seu voto nas últimas eleições, havia determinado a reforma
total de seu gabinete, orçada em mais de R$ 1.000.000,00, a qual seria custeada pelo
Senado Federal. A referida reforma incluía aquecimento e resfriamento com controle
individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de
filmes em DVD, melhorias que o autor considera suntuosas, incompatíveis com a
realidade brasileira. O Sr. Senador (…) declarara, em entrevistas, que os gastos com a
reforma seriam necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo
que exerce.
Tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que a obra
não havia sido iniciada, o Autor, temendo que nenhum ente público tomasse qualquer
atitude para impedir o início da referida reforma, dirigiu-se a uma delegacia de polícia
civil, onde foi orientado a que procurasse a Polícia Federal. Supondo tratar-se de um
“jogo de empurra-empurra”, o Autor preferiu procurar ajuda deste profissional de
advocacia para aconselhar-se a respeito da providência legal que poderia ser tomada
no caso, resolvendo por ajuizar a presente Ação Popular, instrumento hábil a anular
atos lesivos ao patrimônio público.
2. DO DIREITO
Da descrição dos fatos, resta inescusável a desproporcional lesividade ao patrimônio
público potencializada pela reforma do gabinete do Sr. Senador (…). Assim, como
disposto na Constituição da República Federativa do Brasil, precisamente em seu
artigo 5º, LXXIII, qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise
a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Ademais, os requisitos legais estão presentes nos artigos da Lei n.º 4.717, de 1.965
abaixo transcritos:
“Art. 1.º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração
de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados,
dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista
(Constituição Federal, art. 141, § 38), de sociedades mútuas de seguro nas quais a
União represente os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais
autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público
haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da
receita ânua, de empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal,
dos Estados e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades
subvencionadas pelos cofres públicos
Art. 2.º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo
anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as
seguintes normas:
d. a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que
se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao
resultado obtido;
(…)
Art. 6.º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades
referidas no art. 1.º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que
houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por
omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do
mesmo”.
3. DOS REQUISITOS DA AÇÃO POPULAR
Instrumento da cidadania, a Ação Popular imprescinde da demonstração do prejuízo
material, posto visar, também, os princípios da administração pública, mormente o da
moralidade pública, como já sedimentado pelo Supremo Tribunal Federal. Para o
cabimento da ação popular, basta a ilegalidade do ato administrativo a invalidar, por
contrariar normas específicas que regem a sua prática ou por se desviar dos princípios
que norteiam a Administração Pública, dispensável a demonstração de prejuízo
material aos cofres públicos, não é ofensivo ao inc. LXXIII do art. 5.º da Constituição
Federal, norma esta que abarca não só o patrimônio material do Poder Público, como
também o patrimônio moral, o cultural e o histórico.
No presente caso, então, aliada à real possibilidade iminente de prejuízo ao Erário,
temos que o princípio da moralidade está sendo severamente afetado, mormente em
época de cortes orçamentários no nosso País, com a previsão de milhões de
desempregados, e, ademais, os Presidentes do Senado anteriores já vinham recebendo
de há muito tempo autoridades em seu Gabinete, que, certamente, a ninguém
envergonhou no tocante às instalações.
4. DOS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DA LIMINAR
Considerando que já se encontra ultrapassada a etapa licitatória da reforma do
gabinete do Sr. Senador (…), inegável a necessidade de que a tutela jurisdicional seja
prestada em tempo hábil a evitar o início das obras e o respectivo dispêndio de
recursos públicos. De acordo com o artigo 273 do Código de Processo Civil, o juiz
poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela
pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da
verossimilhança da alegação e I) haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação; ou II) fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto
propósito protelatório do réu.
Assim, a vastaveiculação em imprensa nacional e a própria confissão do Sr. Senador
(…) de que gastou o dinheiro marcam, inarredavelmente, a prova inequívoca, bem
como atenta vergonhosamente à moralidade administrativa, princípio expresso a ser
seguido na Administração Pública no caput do art. 37 da Constituição Federal. Na
jurisprudência, também, resta sedimentada a possibilidade de concessão de tutela
antecipada em ações populares.
Ademais, uma vez terminado o presente certame e assinado o contrato, ainda haveria
outros problemas como a dificuldade de reembolso futuro por parte do Réu e a questão
dos direitos de terceiros de boa-fé, e do princípio de vedação de enriquecimento estatal
sem justa causa, visto que, uma vez feitas as aquisições e obras, os contratados não
mais terão de devolver o dinheiro recebido com a venda de seus produtos.
5. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
Isso posto, envolvendo interesse da União que, inclusive, pode vir a atuar ao lado do
autor na presente ação, é competente o Foro Federal sem privilégio de foro, contudo.
Bem assim posto na Lei n.º 4.717, de 1965:
“Art. 5.º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação,
processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada
Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou
ao Município.
§ 1.º Para fins de competência, equiparam-se atos da União, do Distrito Federal, do
Estado ou dos Municípios os atos das pessoas criadas ou mantidas por essas pessoas
jurídicas de direito público, bem como os atos das sociedades de que elas sejam
acionistas e os das pessoas ou entidades por elas subvencionadas ou em relação às
quais tenham interesse patrimonial.
§ 2.º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qualquer outra pessoas
ou entidade, será competente o juiz das causas da União, se houver; quando interessar
simultaneamente ao Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do
Estado, se houver.
§ 3.º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações, que
forem posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob os mesmos
fundamentos.”
Ademais, assim dispõe o § 2.º do art. 109 da Constituição da República Federativa do
Brasil:
“§ 2.º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em
que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem
à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.”
Por fim, exigir do autor, pessoa de parcos recursos financeiros, que se desloque até
Brasília seria um absurdo jurídico e social, dado o desenho especial da ação popular.
6. DO PEDIDO
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a:
a) a concessão inaudita altera pars de tutela antecipada para os atos das licitações
cujo objeto atenderão às despesas objeto desta ação popular, bem como a suspensão de
pagamento das despesas contratuais;
b) a citação por precatória do réu, nos prazos e termos do inciso IV do art. 7.º da Lei n.º
4.717, de 1965, com cópia desta inicial e documentos juntados;
c) a oitiva do representante do Ministério Público Federal;
d) a intimação da União para se manifestar, conforme disposto no § 3.º do art. 6.º da
Lei n.º 4.717, de 1965;
e) a confirmação da sentença com a anulação de quaisquer atos administrativos
tomados pelo demandado na presente ação visando despesas objeto da presente ação
popular e, caso já tenha havido alguma despesa, o ressarcimento por parte do réu, com
comunicação ao Ministério Público para as devidas ações penal e de improbidade que
entender pertinentes;
f) a condenação do Réu na sucumbência, a ser fixada por Vossa Excelência, nos termos
do art. 12 da Lei n.º 4.717, de 1965, bem como nas custas.
Dá-se à presente causa o valor estimado de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais).
Termos em que pede e espera deferimento.
Cidade (…) , data (…)
Advogado (…)
OAB n. (…)/ UF

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