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___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra MÉTODO DOS DESLOCAMENTOS VIGAS CONTÍNUAS E PÓRTICOS PROF. JOSÉ DIMAS RIETRA EDIÇÃO 2017 Escola de Minas (UFOP) Escola de Engenharia Kennedy Instituto FACEB de Educação Universidade de Itaúna Faculdades Novos Horizontes ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 1 MÉTODO DOS DESLOCAMENTOS 1- INTRODUÇÃO O método dos deslocamentos é um método de resolução de estruturas que conta com o auxílio do cálculo matricial como ferramenta principal. Nesta parte veremos alguns conceitos necessários para uma melhor compreensão deste método. 2- DEFORMAÇÕES E DESLOCAMENTOS Seja a viga biapoiada AB abaixo, solicitada pela carga concentrada P. Quando solicitada pela carga P seu eixo outrora retilíneo, passa a curvilíneo. Pontos internos se deslocam para novas posições. Dizemos que a mesma sofreu deformação (pequena variação de sua forma). ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 2 3- AÇÕES E DESLOCAMENTOS Denominamos genericamente de ação, cargas concentradas, cargas distribuídas, momentos aplicados e combinações destas. Designaremos as ações pela letra A. Basicamente existem dois deslocamentos a saber: translação (deslocamento linear) e rotação (deslocamento angular). Chamamos translação, a distância percorrida por um ponto em uma estrutura e rotação, o ângulo de rotação da tangente á curva elástica no ponto. Designaremos os deslocamentos pela letra D. Seja a viga em balanço abaixo sujeita ás ações A1 e A2. Quando A1 e A2 agirem sobre a viga resultarão os deslocamentos D1 e D2. A ação A1 (carga concentrada) dá origem a uma translação D1 no ponto em que está aplicada A1 e no mesmo sentido de A1; a ação A2 (momento aplicado) dá origem a uma rotação D2 no ponto em que está aplicada A2 e no mesmo sentido de A2. “Desta forma podemos concluir que a cada ação corresponderá um deslocamento no mesmo ponto de aplicação da ação e no mesmo sentido dela.” Como vimos a ação carga concentrada gera um deslocamento de translação, já a ação momento aplicado irá gerar um deslocamento de rotação. 4- EMPREGO DE SUB-ÍNDICES Seja a viga em balanço abaixo sujeita as ações A1, A2 e A3: ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 3 Se apenas a ação A1 atuar na viga, teremos três deslocamentos resultantes. Assim o deslocamento corresponde a A1 se denomina D11, o deslocamento corresponde a A2 se denomina D21, e o deslocamento corresponde a A3 se denomina D31. “O 1° sub-índice indicará o local do deslocamento e o 2° sub-índice a causa que o provocou.” As figuras que se seguem, mostram a ação única de A2 e A3, atuando respectivamente sobre a viga. ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 4 Considerando agora a ação simultânea de A1; A2 e A3 sobre a viga, poderemos obter os deslocamentos D1; D2 e D3, através de somas que expressam o princípio da superposição dos efeitos: D1 = D11 + D12 + D13 D2 = D21 + D22 + D23 D3 = D31 + D32 + D33 O princípio da superposição dos efeitos estabelece: “Os efeitos produzidos por várias causas podem ser obtidos combinando os efeitos devidos ás causas individuais.” 5- GRAU DE INDETERMINAÇÃO CINEMÁTICA Denomina-se grau de indeterminação cinemática (G.I.C.) de uma estrutura, o número de graus de liberdade dos apoios (nós) da estrutura á rotação e á translação. ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 5 Seja por exemplo a viga abaixo: O apoio A permite translação horizontal e rotação, enquanto que o apoio B não permite qualquer deslocamento. Neste caso, o G.I.C. é 2. Seja o pórtico abaixo: G.I.C. = 4 (rotações em A, B e C e translação horizontal em A). 6- EQUAÇÃO DE AÇÃO E DESLOCAMENTO Seja a mola linearmente elástica abaixo, sujeita a ação A: ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 6 A ação A comprime a mola produzindo um deslocamento D: O ponto M sofreu uma translação horizontal. Podemos relacionar A e D através da relação: � � � . � Onde: K = coeficiente de mola ou coeficiente de rigidez = ação necessária para produzir um deslocamento unitário. ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 7 7- INCÓGNITAS DO MÉTODO No método dos deslocamentos as incógnitas são os deslocamentos nos apoios (nós). Quando a estrutura está sujeita a cargas, cada nó (apoio) sofre deslocamentos na forma de translações e rotações. Para se resolver uma estrutura pelo método, calcula- se os deslocamentos desconhecidos e a partir destes, calcula-se suas ações de extremidade (forças cortantes e momentos fletores) bem como suas ações reativas (reações de apoio). Existem apenas três equações básicas a serem processadas com o auxílio do cálculo matricial. A convenção de sinais a ser utilizada será: 8- FATORES DE FORMA Chamam-se fatores de forma os momentos que produzem uma rotação unitária no engaste da viga engastada, e rotação no outro engaste, se houver. Assim: Viga monoengastada: ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 8 Viga biengastada Onde: E = módulo de elasticidade do material constituinte da barra (concreto armado E = 2.100.000 t / m2) I = momento de inércia baricêntrico ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 9 l= comprimento do vão ou barra 9- EQUAÇÃO BÁSICA DO MÉTODO OS DESLOCAMENTOS D = K-1 (AD – ADL) Onde: D = deslocamento do apoio ou nó á rotação ou á translação. K -1 = rigidez do apoio ou nó á rotação ou á translação. AD = ação atuante no apoio ou nó da estrutura dada. ADL = ação atuante no apoio ou nó da estrutura fixa. 10- EQUAÇÃO PARA O CÁLCULO DAS AÇÕES DE EXTREMIDADE (forças cortantes e momentos fletores) AM = AML + AMD . D Onde: AM = ação de extremidade na estrutura dada. AML = ação de extremidade na estrutura fixa, devida ás cargas atuantes. AMD = ação de extremidade na estrutura fixa, sujeita a deslocamento unitário. 11- EQUAÇÃO PARA CÁLCULO DAS AÇÕES REATIVAS (reações de apoio) AR = ARL + ARD . D Onde: AR = ação reativa na estrutura dada. ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 10 ARL = ação reativa na estrutura fixa, devida ás cargas atuantes. ARD = ação reativa na estrutura fixa, sujeita a deslocamento unitário. 12 – CÁLCULO MATRICIAL DE VIGAS CONTÍNUAS Estruturadada Fase inicial (identificação das incógnitas e cálculo de AD). D = [ D1 ] D1 = rotação em B AD = [ AD1] = [ 0 ], não há momento aplicado em B. ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 11 Fase L (estrutura fixa com D1 = 0 e cálculo de AML e ADL ) As ações AML são calculadas utilizando tabela. ADL1 = AML2 + AML4 ADL = [ADL1 ] Fase D (estrutura fixa com D1 = 1 e cálculo de AMD e K ) As ações AMD são calculadas utilizando tabela. K11 = AMD21 + AMD41 K = [ k11] Fase final (processando as equações matriciais). D = K-1 ( AD – ADL ) ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 12 [ D1 ] = [ K11 ]-1 {[ AD1 ] – [ ADL1 ]} Como = [ AD1 ] = [ 0 ] vem; [ D1 ] = - [ K11 ]-1 x [ ADL1 ] AM = AML + AMD . D AR = ARL + ARD . D Esta última equação matricial do método, na maioria das vezes, não precisa ser processada, bastando superpor a estrutura dada com a estrutura da fase inicial. Assim teremos: AR1 = AM1; AR2 = AM3 + AM5 e AR3 = AM6 ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 13 EXERCÍCIOS 1- Para a viga contínua abaixo, calcular: a- O deslocamento D1; b- As reações verticais nos apoios; c- Traçar o D.F.C. Considerar 5 (cinco) casas decimais. ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 14 [ D1 ] = [ K11 ]-1 {[ AD1] – [ ADL1]} ARA ARLA ARDA1 ARB = ARLB + ARDB1 x D1 ARC ARLC ARDC1 2- Para a viga continua abaixo, pede-se: a- A estrutura fixa com D1 = 0 e as ações AML; b- As matrizes AD e ADL; c- A estrutura fixa com D1= 1 e as ações AMD e K; d- O deslocamento D1; e- As ações AM; f- Os diagramas. Considerar 5 (cinco) casas decimais. D = [ D1 ] D1 = Rotação em B ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 15 3- D1 = rotação em B Para a viga contínua acima, pede-se: a- A estrutura fixa com D1 = 0 e as ações AML correspondentes; b- As matrizes AD e ADL; c- A estrutura fixa com D1 = 1 e as ações AMD correspondentes, bem como a matriz K; d- O deslocamento D1 (5 casas decimais). ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 16 4- Para a viga contínua abaixo, pede-se: a- A estrutura fixa com D1 = D2 = 0, com as respectivas ações AML e ADL (desenho e cálculos); b- As estruturas fixas D1 = 1 e D2 = 0; D2 = 1 e D1 = 0, com as respectivas ações AMD e K (desenhos e cálculos); c- A matriz K e sua inversa. D1� rotação em B D2� rotação em C 5- Resolver a viga contínua abaixo traçando os diagramas D = �D�D�� �� � rotação em B �� � rotação em C 6- Para a viga contínua abaixo, calcular: ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 17 a- Os deslocamentos D� e D�: b- As reações verticais nos apoios. 7- Dada a estrutura abaixo, pede-se: a- As estruturas fixas: ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 18 D1 = D2 = 0 D1 = 1 e D2 = 0 D2 = 1 e D1 = 0 b- As ações AML, AMD, ADL e a matriz de rigidez K c- As ações AM sabendo-se que: D = ������ = ��0,019230,07692 D1 = rotação em B e D2 = rotação em C Unidades: t e tm (5 casas decimais) 8- Para os pórticos abaixo, resolvê-los pelo MD, calculando as Forças Cortantes e Momentos Fletores (Ações AM), bem como as Reações de Apoio (Ações AR). 8.1 - ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 19 � � !�1" D1 = rotação em 1 8.2- Considerar: barra 1 { #� � 320#$ � 160 barra 2 {#� � 250#$ � 150 ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 20 D = &�����'( D� � translação horizontal em BD� � translação vertical em B D' � rotação em B EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1) Dada a viga contínua abaixo, pede-se: a. O desligamento D1 (5 casas decimais); b. As reações verticais nos apoios; c. O D.F.C. !D�" � !K��"2�3!A5�" � !A5��"6 D1 = rotação em B &�78�79�7:( � & �7;8�7;9�7;:( < & �7=8��7=9��7=:�( ∗ !��" 2) Para a viga contínua abaixo, calcular: a. Os deslocamentos D1 e D2: b. As reações verticais nos apoios. ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 21 �D�D�� � �K�� K��K�� K��� 2� ?�A5�A5�� � �A5@�A5@��A &ABCABDABE( � & AB@CAB@DAB@E( < & AB5C� AB5C�AB5D� AB5D�AB5E� AB5E�( ∗ � D1D2� 3) Para a viga contínua abaixo, pede-se: a. A estrutura fixa com D1 � D� � 0 e as ações AML respectivas; b. As estruturas fixas c om D1� 1 e D� � 0; D2=1 e D1=0 e as ações AMD respectivas (5 casas decimais); c. As matrizes AD; ADL e K; d. Os deslocamentos D1 e D2 (5 casas decimais). ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 22 � � ������ D� � rotação em BD� � rotação em C 4) Para a viga contínua abaixo, pede-se: a. A estrutura fixa com D1 � D� � 0 e as ações AML respectivas; b. As estruturas fixas com D1 � 1 e D� � 0; D2=1 e D1=0 e as ações AMD respectivas (5 casas decimais); c. As ações AM conhecido: (5 casas decimais) � � � 0,00291�0,01022 d. O esboço do D.M.F. D � �D�D�� D� � rotação em BD� � rotação em C 5) Para a estrutura abaixo, pede-se: a. A estrutura fixa com D1� 0 e as ações AML respectivas (desenho e cálculos); b. As matrizes AD e ADL; c. A estrutura fixa com D1� 1 e as ações AMD e K ( desenho e cálculos); d. O deslocamento D1; EI = 40 ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 23 6) Para a estrutura abaixo, pede-se: a. A estrutura fixa com D1� 1 e D� � 0; b. As ações AMD e K para D1 = 1 e D2 = 0. ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 24D1 = rotação em B D2 = rotação em C VALORES AUXILIARES BARRA 4EIl 6EIl� 1 200 100 2 300 75 3 400 150 TABELAS DE MOMENTOS E REAÇÕES (CARGAS) Vigas monoengastadas MC � pl�8 MC � 3Pl16 RC � 5pl8 RC � P2 < MCl RD � 3pl8 RD � P2 �MCl MD � �Pa2 O1 � a � l�P RC � Pbl < MDl RD � Pal � MDl ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 25 Vigas biengastadas MC � �MD � pl�12 MC � �MD � Pl8 RC � RD � pl2 RC � RD � P2 MC � Pab�l� RC � Pbl < ∆R RD � Pal � ∆R MD � �Pa�Sl� ∆R � MC < MDl TABELA DE MOMENTOS E REAÇÕES (DESLOCAMENTOS UNITÁRIOS) Vigas monoengastadas Vigas biengastadas ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 26 TABELA DE MOMENTOS E REAÇÕES DEVIDO Á DESLOCAMENTOS UNITÁRIOS HC � �HD � �EAl MC � MD � � UVWXY RC � �RD � � ��VWXZ MATRIZES Inversão Seja a matriz A abaixo: A � &a�� a�� a�'a�� a�� a�'a'� a'� a''( A inversa A-1 desta matriz será: A2� � � Matriz Transposta de cofatores ∆C ∆C� determinante da matriz A �Matriz Transpostade cofatores � & C�� C�� C'�C�� C�� C'�C�' C�' C''( ∆C� & a�� a�� a�'a�� a�� a�'a'� a'� a''( C�� � �a�� a�'a'� a'' � a�� ∗ a�' � a�' ∗ a'� C�� � �a�� a�'a'� a'' � �^a�� ∗ a'' � a�' ∗ a'�_ ___________________________________________________________________________ Teoria das Estruturas/Sistemas Estruturais / José Dimas Rietra 27 C�' � �a�� a��a'� a'� � a�� ∗ a'� − a�� ∗ a'� C�� � �a�� a�'a'� a'' � −^a�� ∗ a'' − a�' ∗ a'�_ C�� � �a�� a�'a'� a'' � a�� ∗ a'' − a�' ∗ a'� C�' � �a�� a��a'� a'� � −^a�� ∗ a'� − a�� ∗ a'�_ C'� � �a�� a�'a�� a�' � a�� ∗ a�' − a�' ∗ a�� C'� � �a�� a�'a�� a�' � −^a�� ∗ a�' − a�' ∗ a��_ C'' � �a�� a��a'� a'� � a�� ∗ a�� − a�� ∗ a�� Matriz inversa de uma matriz de ordem 2 x 2. Seja a matriz A de ordem 2 x 2. A � �a�� a��a�� a�� a inversa A-1 desta matriz será: A2� � � a�� −a��−a�� a�� `a�� a��a�� a��` Fontes Consultadas 1- Teoria Das Estruturas → Flávio Antônio Campanari 2- Análise De Estruturas Reticuladas→ Gere and Weaver 3- Analisis De Estruturas → Alfonso Oliveira L. 4- Teoria Das Estrturas→ José Dimas Rietra – E.E.K Produzida por Eulália Maria Tomaz de Lima
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