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TCC 2

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E.E Prof. Antonio Candido Correa Guimarães Filho
VEGETARIANISMO: BENEFÍCIOS DE UMA MUDANÇA NO HÁBITO ALIMENTAR
São Paulo – SP
2018
Gabriel Ribeiro		Nº11
Guilherme Lassala		 Nº16	
Inácio Flores		Nº18
Isadora Martimiano		 Nº19
Rebeca Gutierres 		 Nº37
Thais Amorim 		 Nº40
Vitor Anthony 		 Nº43
Wellington Nunes 		 Nº46
3ºB
VEGETARIANISMO: BENEFÍCIOS DE UMA MUDANÇA NO HÁBITO ALIMENTAR
Pré-projeto apresentado às Disciplinas de Língua Portuguesa, Geografia, Matemática, Química e Inglês ministradas respectivamente pelos docentes Érica Nascimento, Camila Costa, Paulo Ichikawa, Tatiana Vitoretti e Izabela Diamantina, como requisito básico para a apresentação do Trabalho de Conclusão do Ensino Médio.
São Paulo – SP
2018
SUMÁRIO
Introdução	4	
Justificativa	5
Objetivos	6
Referencial Teórico	7
Metodologia da Pesquisa	8
O que é Vegetarianismo	9	
Vegetarianismo uma escolha para ter saúde	10
História do Vegetarianismo	12
Tipos de Vegetarianismo	13
Cuidados 	15
 Benefícios do Vegetarianismo	16
A Pirâmide alimentar vegetariana	18
Estágios da vida e o Vegetarianismo	21
Cuidados na transição para uma alimentação vegetariana	22
Conclusão	23
Referências	24
Anexo	25
		
	
INTRODUÇÃO
O Vegetarianismo é um regime alimentar que exclui todos os tipos de carne. As pessoas aderem esse hábito por motivos religiosos, nutricionais, ética, ecológica ou econômica.
No Brasil, estima-se que cerca de 29 milhões de brasileiros são veganos, segundo pesquisas do IBOPE e estimativas da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), a cidade onde se encontra mais vegetarianos é Fortaleza, no Ceará, onde cerca de 14% da população afirmou ser vegetariana. Em seguida, vem Curitiba, no Paraná, com 11% de seus moradores adeptos ao vegetarianismo. Já Brasília, Recife e Rio de Janeiro têm 10% da população vegetariana. Em Belo Horizonte, o percentual é de 9%. Com devido planejamento, as dietas vegetarianas são seguras, como qualquer dieta com ou sem carne.
As dietas vegetarianas bem planejadas trazem resultados benéficos na prevenção e no tratamento de diversas doenças crônico-degenerativas não transmissíveis. Não há estudos demonstrando aumento de doenças em grupos vegetarianos.
A descoberta de novas substâncias fitoquímicas presentes nos produtos de origem vegetal, com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, capazes de proteger as células (nomeadamente carotenoides, flavonoides, isoflavonas, fitoesteróis, lignanas), aumentou o interesse pelo consumo de vegetais, em particular fruta e hortícolas.
Outros motivos ajudam a explicar a adesão a este padrão alimentar, que também pode ser enquadrado como um modelo de vida, nomeadamente no que diz respeito às questões relacionadas com a proteção, bem-estar e direito dos animais.
O veganismo se baseia na Declaração Universal dos Direitos dos Animais, feita pela Unesco nos anos 70, condenando o abuso e exploração de quaisquer produtos que tenham origem animal. Eles não consomem roupas e acessórios de couro, pele, lã, seda, por exemplo. Além dos veganos não consumirem alimentos de origem animal, eles não usam nada proveniente ou testado nos bichos.
JUSTIFICATIVA
 	O trabalho foi desenvolvido no âmbito de informar e conscientizar os leitores e docentes de que o vegetarianismo vai além do simples consumo de verduras e legumes e que por trás de tal existe uma história que ocorreu durante períodos históricos significativos. Também para mostrar como funciona o ciclo de mudança para o vegetarianismo, o que consomem e como vivem com a falta de algumas proteínas.
	Cada vez mais, a população vem aderindo á dieta vegetariana seja por opção nutricional ou por adoção ao estilo de vida. Nesse sentido, sentimos a necessidade de retratar este tema, descrevendo-o e passando informações cruciais para seguir a dieta vegetariana de forma segura e saudável. Segundo Einstein, um dos cientistas mais conhecidos de todos os tempos e defensor do vegetarianismo disse uma vez: “Nada beneficiará mais a saúde humana e aumentará mais as chances de sobrevivência da vida na Terra quanto a evolução para uma dieta vegetariana”. 
Além disso, o regime vegetariano possibilita a prevenção de doenças advindas das gorduras animais que causam doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e até mesmo aumento da longevidade são apenas alguns dos benefícios de ser vegetariano. 
	
OBJETIVOS
Descrever os tipos e formas do vegetarianismo, relatando seus hábitos alimentares, modo de síntese de proteínas e como tais formas podem trazer um benefício significativo para a saúde dos que adotam esse conceito alimentar. E analisar, que o mesmo pode causar graves consequências se adaptado de forma incorreta sem as devidas orientações médicas e nutricionais.
Também compreender como o vegetarianismo surgiu na história e influenciou milhões e milhões de pessoas a segui-lo e espalhar ideias sobre ele pelo mundo, por exemplo, Paul McCartney adepto que divulga seu projeto da “Segunda sem carne” por seus shows e turnês mundiais. Todo ser humano se tornar vegetariano, independente de sua idade ou gênero, seguindo orientações médicas e nutricionais, escolhendo o tipo de vegetarianismo que deseja adotar.
REFERENCIAL TEÓRICO
O vegetarianismo tem sua raiz na tradição indiana, onde as pessoas procuravam não se contaminar com a carne de animais, pois sabiam que poderiam contrair doenças com a carne de animais e também tinham devoção por animais, chegando a consagra-los como seres divinos e sagrados. 
No Egito, acreditavam que o ato de não consumir carne animal gerava um poder que facilitava o processo de reencarnação. Na Grécia, se popularizou entre os filósofos da época. Pitágoras, filósofo e matemático grego, é considerado pai do vegetarianismo no oriente, outros filósofos como Platão também adotavam conceitos da dieta vegetariana.
A prática do vegetarianismo se popularizou na década de 1960 com o movimento Hippie, que teve influência indiana e alcançou grande destaque na cultura norte-americana e aceitação.
METODOLOGIA DA PESQUISA
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, onde a pesquisa para o embasamento teórico contou com dados quantitativos. O caráter exploratório desta pesquisa caracteriza-se por explicar como o vegetarianismo influencia as pessoas a adotarem esse regime alimentar saudável (MELINA, 1998).
Para este trabalho, foram realizados fichamentos bibliográficos que nos deram os meios necessários para a composição deste conteúdo. A partir da pesquisa feita em livros e fontes confiáveis da internet, foi possível o estudo e compreensão dos assuntos que serão abordados.
O vegetarianismo está crescendo em grandes proporções, o que nos possibilitou encontrar diversos dados, artigos, fontes e defensores deste hábito. O documentário FORK OVER KNIVES nos possibilitou um entendimento sobre os graves problemas de um cardápio de alimentos de origem animal que desencadeiam uma adversidade de doenças fatais se não forem devidamente tratadas, mesmo com os avanços tecnológicos da medicina, o mundo está mais doente do que nunca.
Embora a prática de um regime alimentar vegetariano seja benéfica para a saúde, a dieta vegetariana não está isenta de riscos, principalmente quando não é adequada ou balanceada em qualidade e quantidade, de acordo com as necessidades individuais. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo apresentar as vantagens e desvantagens de uma vida vegetariana, os perigos de uma dieta vegetariana inadequada para a saúde. Além de mostrar a influência do vegetarianismo na prevenção e tratamento de diversas doenças.
O QUE É VEGETARIANISMO?
Vegetarianismo é o regime alimentar que exclui todos os tipos de carnes. A filosofia do veganismo (não consumo de qualquer produto que gere exploração e/ou sofrimento animal) adota o vegetarianismo estrito no âmbito da alimentação. Por isso, costuma-setambém chamar de “vegano” aquele que não consome nenhum alimento de origem animal (carnes, ovos, laticínios, etc.).
O QUE O VEGETARIANO DEVE COMER? 
Tanto vegetarianos quanto não vegetarianos devem conhecer os grupos de alimentos e aprender a combiná-los para a melhor obtenção de nutrientes. Os grupos alimentares podem ser divididos em: 
CEREAL - arroz, trigo, centeio, milho, aveia, quinua, amaranto e produtos feitos com eles, como pães, massas de tortas, macarrão etc. 
LEGUMINOSAS - todas as variedades de feijões, grão-de-bico, soja (de preferência, na forma de tofu), lentilhas, ervilhas, favas e assemelhados. 
OLEAGINOSAS - nozes, amêndoas, castanhas, pistache, macadâmia e sementes (girassol, abóbora, gergelim, linhaça etc). 
AMILÁCEOS - inhame, batata, cará, mandioca, batata doce e outros. 
LEGUMES - abobrinha, chuchu, pimentão, berinjela, cogumelos etc. 
VERDURAS - couve, rúcula, agrião, brócolis, mostarda, escarola, alface, taioba, algas e muitas outras. 
FRUTAS - caqui, banana, manga, maçã, pera, figo, uva, melancia etc.
ÓLEOS - azeite de oliva e óleos de soja, girassol, linhaça, entre outros.
 Na dieta equilibrada deve haver consumo diário de todos os grupos citados acima, sendo opcional o consumo de oleaginosas e amiláceos. (Figura 1)
VEGETARIANISMO UMA ESCOLHA PARA TER SAÚDE
Nos últimos anos tem crescido o interesse e a adesão pelo vegetarianismo em todas as classes sociais. Em 1994 aproximadamente 12,4 milhões de pessoas nos Estados Unidos se autodenominavam vegetarianos, segundo levantamento feito naquele ano, equivalendo a 7% da população, o que foi um espanto, pois compreendia o dobro de aumento descrito ao longo de oito anos. 
Muitas são as razões que levam as pessoas a mudarem seu estilo de alimentação, entre eles estão: maior conscientização sobre o peso e a saúde, preocupação com os animais (direito e ética), o cuidado com o meio ambiente, a fome, a economia e a religião. Mas para MELINA (1998), as maiorias das pessoas que adotam esse regime alimentar baseiam sua escolha num estilo de vida saudável.
Afinal, a alimentação vegetariana traz muitos benefícios à saúde. Vivemos surtos quase epidêmicos de certas doenças que estão muito ligadas à alimentação. Estudos demonstram que as populações vegetarianas têm 31% menos riscos de apresentar cardiopatias, 50% menos chances de ter diabetes, 88% menos probabilidade de desenvolver câncer de intestino grosso e 54% menos de câncer de próstata. 
Compare a figura 2, a diferença que dá em ter uma alimentação vegatariana: 
Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira, há um anseio de que:
[...] não só organizações não governamentais, mas o próprio governo tivesse essa consciência e tomasse as medidas de políticas públicas para o avanço do vegetarianismo em detrimento do consumo de carne. Hoje em dia, o governo estimula o consumo de carne, mesmo que o guia alimentar do Ministério da Saúde afirma que o brasileiro consome muito sal, muito açúcar e muita gordura e que deveria comer mais cereais, verduras e frutas. Eles mesmos têm dificuldade em fazer isso, ou seja, suas pesquisas mostram uma coisa, mas politicamente eles fazem outra.
 Afinal, são os alimentos que nutrem todas as células, garantindo que os órgãos e sistemas funcionem em harmonia. Eles são essenciais para manter a nossa respiração, os batimentos cardíacos, a circulação do sangue, entre todas as outras funções nobres que nos permitem viver. A regra geral é escolher os que pesam menos na balança, mas, ao mesmo tempo, oferecem mais nutrientes. É o caso dos vegetais, das carnes magras e dos grãos integrais, que devem fazer parte da nossa alimentação diariamente. 
HISTÓRIA DO VEGETARIANISMO
De acordo com MELINA (1998), o surgimento do vegetarianismo iniciou-se desde o primeiro registro de tempo. Segundo os criacionistas sua origem vem desde a criação do homem, e seu registro encontra-se na Bíblia, quando Deus ensina a Adão e Eva qual deveriam ser seus alimentos:
Tenho-vos dado todas as ervas que produzem semente e se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dá semente. Servos-á para mantimento. (Gênesis 1:29)
Ao longo da história, o vegetarianismo mesclou-se com a cultura em todo o mundo. Dentre os defensores e promotores do vegetarianismo, o primeiro no Oriente foi Pitágoras, considerado o “pai do vegetarianismo”. Sua influência foi tão grande que até o final do século 19, quando a palavra “vegetarianismo” foi cunhada, aqueles que adotavam uma dieta sem carne eram chamados de “pitagóricos”, segundo MELINA (1998). O exemplo de Pitágoras, muitos outros grandes nomes aderiram ao vegetarianismo ao longo dos séculos, tais como Leonardo da Vinci (1452-1519); Benjamim Franklin (1706-1790); Dr. J.H. Kellogg (1869-1948); Mahatma Gandhi (1869-1948) e Albert Einstein (1879-1955). A disseminação do vegetarianismo foi lenta, mas crescente. Segundo Melina (1998), durante a primeira metade do século 20, os movimentos eram alimentados pelos ideais de reformadores da Saúde e por aqueles que defendiam os princípios éticos de uma dieta vegetariana. 
Pode-se dizer que o vegetarianismo existe há cerca de 5 milhões de anos. Nosso ancestral, o Australopithecus Anamensis, alimentava-se de frutas, folhas e sementes, vivendo em perfeita harmonia com os animais menores, que poderia facilmente apanhar para se alimentar. Mas estes hominídeos eram pacíficas e não caçavam os animais, e assim continuaram até o aparecimento do Australopithecus Boesei, há cerca de 2,4 - 1 milhão de anos. 
Com o domínio do fogo e o desenvolvimento das armas, o Homo Neanderthalensis, (127.000 - 30.000 anos), caçava, em grupos de 10 a 15, animais de grande porte como os mamutes e outros menores como os veados, dos quais tudo era meticulosamente aproveitado. 
Em épocas posteriores, as populações humanas começaram a criar culturas fixas de vegetais, que começaram a atrair animais como porcos selvagens, ovelhas, cães, cabras, aves, ratos e pequenos felinos, que foram sendo domesticados e passaram a fazer parte de sua alimentação. 
Por volta de 3200 AC, o veganismo começou a ser adotado no Egito por grupos religiosos, que acreditavam que a abstinência de carne viva criava um poder Kármico que facilitava a reencarnação.
Antigos (por volta do século III, AC), o clima e os terrenos eram propícios à prática do vegetarianismo. O primeiro profeta-rei chinês, Fu Xi, era vegetariano e ensinava às pessoas a arte do cultivo das plantas, as propriedades medicinais das ervas e o aproveitamento de plantações para roupas e utensílios. Gishi-wajin-den, um livro de história da época, escrito na China, relata que no Japão não existiam vacas, cavalos, tigres ou cabras e que os povos viviam das plantações de arroz, do peixe e dos crustáceos que apanhavam. Anos mais tarde, com a chegada do Budismo, a proibição da caça e da pesca foi bem recebida pelas populações japonesas. Na Índia, animais como as vacas e macacos foram adorados ao longo dos anos por simbolizarem a encarnação de divindades. O rei indiano Asoka, que reinou entre 264-232 AC, converteu-se ao Budismo, chocado com os horrores das batalhas. Ele proibiu os sacrifícios animais e o seu reino tornou-se vegetariano. A Índia, ligada ao Budismo e Hinduísmo, religiões que sempre enfatizaram o respeito pelos seres vivos, considerava os cereais e os frutos como a melhor forma (mais equilibrada) de alimentar a população. Juntamente com estas práticas religiosas, certos exercícios, como o Yoga, associaram-se ao não consumo de carne, para alcançar a harmonia e ascender a níveis espirituais superiores.
Para os povos celtas e astecas, intimamente ligados à natureza, a carne ficava reservada para grandes ocasiões: as festas que serviam para estreitar os laços sociais e ligar o mundo humano ao dos deuses pagãos. De resto, quando não estava ligado ao sacrifício, o consumo de carne dependia da caça. Apenas a caça escapava à lógica do sacrifício, mas no sistema de valores da cultura celta era uma atividade marginal, não fazendo partedo dia-a-dia deste povo.
Por cerca de 2500 anos, europeus e americanos chamavam aqueles que seguiam o de vegetarianismo de Pitágoras (ou Pitagóricos).
O termo vegetariano não era comumente usado ate a fundação da Sociedade Vegetariana Britânica em 1847. O argumento de Pitágoras em favor da dieta sem carne tinha três "vértices" (como um triângulo): veneração religiosa, saúde física e responsabilidade ecológica. E essas razões continuam a ser citadas hoje pelas pessoas que preferem levar a vida sem carne.
Enquanto sempre houve vegetarianos na população mundial, vários escolheram esse caminho mais por necessidade do que por preferência. O mundo medieval considerava vegetais e cereais como comida para animais. Somente a pobreza obrigava as pessoas a substituírem a carne com vegetais.
Na Grécia e em Roma, a ideologia alimentar fundamentou-se sobre os valores do trigo, da vinha e da oliveira, e esteve frequentemente ligado à ideia de frugalidade: o pão, o vinho e o azeite (aos quais eram acrescentados os figos e o mel) eram elevados à categoria de símbolos de uma vida simples, de uma pobreza digna, feita de trabalho duro e de satisfações singelas.
Nesta época, estas imagens eram a proposta alternativa dos gregos ao luxo e à decadência do povo persa, conforme mostram os textos clássicos. A proeminência do pão na cultura antiga era também decorrente da primitiva ciência dietética, que colocava o pão no topo da escala de nutrição. Os médicos gregos e latinos viam no pão o equilíbrio perfeito entre os “componentes” quente e frio, seco e úmido, conforme os ensinamentos de Hipócrates. Em contraste, o consumo da carne foi sempre problemático. Imagem do luxo, da gula, da festa, do privilégio social, a carne não era considerada pelas civilizações antigas do Mediterrâneo como um bem tão essencial quanto os produtos da terra: o seu preço não era sujeito a um controlo político como eram os cereais. Em certas épocas, a venda de carne chegava a ser proibida ao público.
O matemático e filósofo grego Pitágoras e o filósofo romano Platão pregavam a não crueldade para com os animais. Eles observaram que as vantagens de uma alimentação vegetariana eram enormes e que este era a chave para a coexistência pacífica entre humanos e não humanos, focando que o abate de animais para consumo embrutecia a alma das pessoas. Os argumentos de Pitágoras a favor de uma dieta sem carne apresentavam três pontos: veneração religiosa, saúde física e responsabilidade ecológica. Estas razões continuam a ser citadas hoje em dia por aqueles que resolvem levar uma vida mais saudável.
Os Essênios, antigo povo judeu que viveu durante o segundo século AC, reagiram ao excessivo abate de animais que eram feitos muitas vezes num só dia. Acabaram por ser perseguidos e mortos pelos romanos.
 O Cristianismo primitivo, com raízes na tradição judaica, também viu o vegetarianismo como um jejum modificado para purificar o corpo. Tertuliano (155-255 DC), Clemente de Alexandria (150-215 DC) e João Crisóstomo (347-407 DC) ensinaram que evitar a carne era uma maneira de aumentar a disciplina e a força de vontade, necessárias para resistir às tentações. Isto tornou as restrições dietéticas, como o vegetarianismo, muito comuns no comportamento cristão da época. E estas crenças foram transmitidas ao longo dos anos de uma forma ou de outra - por exemplo, a proibição de carne (exceto peixe) na Igreja Católica Romana ás sextas-feiras, durante a Quaresma.
Com o estabelecimento do Cristianismo, ideias de supremacia humana sobre todas as criaturas começaram a surgir, mas muitos grupos não ortodoxos não partilhavam desta visão. Desde então, no decorrer da Idade Média, todos os seguidores das filosofias que eram contra o abate e abuso dos animais, eram considerados fanáticos, hereges e frequentemente perseguidos pela Igreja e queimados vivos. No entanto, conseguiram escapar a este terrível destino dois notáveis vegetarianos - Santo David (Santo Padroeiro de Wales) e São Francisco de Assis. O mundo medieval considerava que os vegetais e cereais eram comida para os animais. Somente a pobreza compelia as pessoas a substituírem a carne pelos vegetais. A carne era o símbolo de status da classe alta. Quanto mais carne uma pessoa pudesse comer, mais elevada era sua posição na sociedade.
No início da era Renascentista, a ideologia vegetariana surgiu como um fenômeno raro. A fome e as doenças imperavam, enquanto as colheitas falhavam e a comida escasseava. A carne era muito pouca e um luxo apenas para os ricos. Foi durante este período que a filosofia clássica (greco-romana) foi redescoberta. O Pitagorismo e o Neoplatonismo tornaram-se novamente uma grande influência na Europa.
Com a sangrenta conquista de novos territórios, novos vegetais foram introduzidos na Europa, tais como as batatas, a couve-flor e o milho. A adoção destes novos alimentos trouxe imensos benefícios à saúde, ajudando a prevenir doenças dermatológicas, que eram na altura muito frequentes.··.
Com o Iluminismo do século XVIII, emergiu uma nova perspectiva do lugar do Homem na ordem da criação. Argumentos de que os animais eram criaturas inteligentes e sensíveis começaram a ser ouvidos e objeções morais a serem colocadas, à medida que aumentava o desagrado com o desrespeito e abuso dos animais.
Nas religiões ocidentais houve um ressurgimento da ideia de que, na realidade, o consumo de carne era uma aberração e ia contra a vontade de Deus e contra a genuína natureza da humanidade. Nestes dias, os métodos de abate eram extremamente bárbaros. Os porcos eram chicoteados até à morte com cordas cheias de nós para tornar as carcaças mais tenras, e os pescoços das galinhas eram golpeados, para depois serem penduradas e deixadas a sangrar até morrer.
Alguns vegetarianos famosos deste período incluíram os poetas John Gay e Alexander Pope, o médico Dr. John Arbuthnot e o fundador do movimento metodista John Wesley. Grandes filósofos como Voltaire, Rousseau e Locke, questionaram a inumanidade do Homem em relação aos animais; e a obra de Paine, The Rights of Man, de 1791, despertou muitos assuntos a respeito dos direitos dos animais.
A influência do Cristianismo radical, no século XIX, ocorreu por conta da grande difusão do vegetarianismo na Inglaterra e nos Estados Unidos. Os fundamentalistas cristãos provieram de grandes congregações existentes na recente e pobre zona urbana. Estes representantes estavam a sair da Inglaterra e a espalhar-se por outros países europeus, e as comunidades vegetarianas nos Estados Unidos eram formadas maioritariamente por Adventistas do Sétimo Dia. Um notável praticante desta religião era o Dr. John Harvey Kellogg, o inventor dos cereais Kellogg’s.
Por volta de 1880, os restaurantes vegetarianos eram populares em Londres e ofereciam refeições baratas e nutritivas. Com o virar do século XX, a população britânica encontrava-se ainda num estado de pobreza. A Sociedade Vegetariana, durante a crise de 1926, distribuía alimentos às comunidades. Devido à escassez de alimentos durante a Segunda Guerra Mundial, os britânicos foram encorajados a “Escavar para a Vitória” (Dig For Victory), para cultivarem os seus próprios vegetais e frutas. A dieta vegetariana manteve a população, e com isso, a saúde das pessoas melhorou muito durante os anos em guerra.··.
Por volta dos anos 50 e 60 do século XX, muitas pessoas tomaram consciência do que se passava nas unidades de produção intensiva, introduzidas após a guerra. O vegetarianismo tornou-se muito apelativo quando as influências orientais se espalharam pelo mundo ocidental.
Durante as décadas de 80 e 90, o vegetarianismo ganhou um maior ímpeto, quando o desastroso impacto que a população humana estava a causar no planeta se tornou mais evidente. Os assuntos ambientais dominaram os noticiários e estiveram durante muito tempo em primeiro plano na política. O vegetarianismo foi encarado como parte do processo para a conservação dos recursos.
Recentemente, assuntos como às importações de gado foram motivo de oposição ao consumo decarne por parte de muitas pessoas, por todo o Reino Unido. Preocupações em relação à saúde surgiram quando as pessoas se aperceberam de que os animais para consumo estavam infectados com doenças como a “doença da vaca louca” (BSE), listeria e salmonelas.
Desde os anos 80 do século XX, a humanidade tem-se focado cada vez mais num estilo de vida saudável. O vegetarianismo passou então a ser associado à saúde e alguns estudos apontaram a carne como causa de inúmeras doenças. Consequentemente, o não consumo de carne e outros produtos animais foi associado à não-violência e ao respeito pelos animais. Desde então organizações de defesa animal e promoção do vegetarianismo/veganismo começaram a ganhar cada vez mais força e a desenvolver ações mundiais.
Com a população global crescendo progressivamente e os recursos decrescendo de forma assustadora, o vegetarianismo e o veganismo passaram a ser considerados por muitos como a solução para todos os problemas da humanidade e irá influenciar grandemente o futuro das gerações que se seguem.
TIPOS DE VEGETARIANISMO
Se até alguns anos atrás ser vegetariano era sinônimo de ser “diferente” e significava ter que fazer malabarismos para comer fora de casa, atualmente o termo se popularizou e a cada dia aumenta o número de pessoas que decidem eliminar o consumo de carne da dieta.
Antes de saber quais são as vantagens de ser vegetariano, entenda um pouco mais sobre os principais tipos de vegetarianismo e conheça também alguns dos benefícios de eliminar a carne do seu cardápio.
A alimentação vegetariana faz parte de um grande debate. Entretanto, sempre existe concordância sobre quais são os quatro tipos de vegetarianos fundamentais, que se tornam a base de comparação de todas as demais classificações. Definimos abaixo estes tipos de vegetarianos (também chamados de níveis de vegetarianismo) e suas principais características. (Figura 3)
OVOLACTOVEGETARIANOS
A categoria mais moderada de vegetariano, ela é definida por conter restrições a todos os tipos de carne (não se come frango, peixe, frutos do mar ou carnes vermelhas), mas ainda permite o consumo de laticínios e ovos. É o tipo mais comum de vegetarianismo, principalmente porque permite uma alimentação mais abrangente e que não necessita de tantos malabarismos ou inovações no momento das refeições.
LACTOVEGETARIANOS
Tampouco consomem qualquer tipo de carne, assim como os ovolactovegetarianos. A diferença está no fato de que excluem de sua alimentação os ovos e qualquer produto que os contenha, mas ainda se alimentam de laticínios. Está principalmente ligado às razões religiosas e, por isso, é predominante em países como a Índia.
VEGETARIANOS
Categoria que dá nome à classe, os vegetarianos não consomem nenhum tipo de carne e ainda retiram de sua dieta os laticínios, ovos e todos os produtos derivados de ambos.
VEGANOS
Além de não consumirem nenhum tipo de carne e muito menos laticínios, ovos e produtos derivados de animais – como bolos que utilizam leite e ovos, e alimentos como gelatina e mel – os veganos não fazem uso de nada que tenha origem animal em todas as áreas de sua vida, e não somente na alimentação.
A origem da decisão costuma ser por motivos éticos, e excluem sua participação de qualquer espetáculo ou atividade que envolva algum tipo de sofrimento animal. Isto é expandido, ainda, para o vestuário, os mesmos evitam utilizar tecidos como a seda e o couro.
Dos quatro tipos de vegetarianos, este é o mais político, envolvendo muito mais uma filosofia de vida do que somente uma escolha alimentar. Tal qual tampouco fazem uso de cosméticos e outros produtos que façam testes em animais.
A partir desde ponto as definições ficam um pouco mais complexas e, ao mesmo tempo, são foco de um debate maior. Ainda que alguns não considerem estas categorias como pertencentes à classe dos vegetarianos, muitos discordam desta posição. É inegável, porém, a importância de conhecer estas outras classificações que são motivo de discórdia entre os defensores do não-consumo de carnes.
“SEMIVEGETARIANOS”
Nesta categoria, cabem aquelas pessoas que se denominam como pescovegetarianos – que evitam todos os tipos de carne exceto peixes e frutos do mar. Também é possível enquadrar aqui aqueles que possuem uma dieta majoritariamente ovolactovegetariana e que, ocasionalmente, ainda consomem carne.
 “OVOVEGETARIANOS”
Os ovovegetarianos se caracterizam por não consumirem laticínios e alimentos que contenham esses produtos, como leite, manteiga e queijos. Ainda assim, consomem ovos e derivados.
 “CRUDÍVOROS”
Os crudívoros são aqueles que só consomem os alimentos naturais, portanto, só os comem crus. Eles não necessariamente se encaixam na categoria de veganos, uma vez que existem crudívoros que se alimentam de mel e outros produtos animais.
CUIDADOS 
É preciso cuidado na hora de implementar qualquer tipo de restrição alimentícia em sua dieta, e a opção por uma vida vegetariana não foge à regra. Assim, é importante consultar um médico ou nutricionista a fim de discutir quais as maneiras corretas de substituir os nutrientes e substâncias encontradas nas carnes, especialmente as proteínas.
Caso exista a opção por tipos de vegetarianos com maiores limitações, os produtos de origem animal que são excluídos da dieta também devem ser considerados e discutidos com esses profissionais da saúde, uma vez que podem ser fontes importantes de cálcio e ferro que farão falta sem a devida manutenção.
De resto, vale lembrar que o vegetarianismo é uma escolha, e quem decide o que evitar ou incluir em sua alimentação é você mesmo, junto com seu médico. Não é necessário estar incluído estritamente em nenhum dos tipos de vegetarianos possíveis, ainda que estas classificações ajudem a refletir e definir objetivos de curto a longo prazo para si mesmo. O mais importante é tomar uma decisão consciente e, principalmente, cuidadosa para que não haja efeitos indesejados para a saúde.
Atenção
Caso não haja acompanhamento nutricional ou médico, o indivíduo que opta pelo vegetarianismo pode sofrer com a deficiência de diversas substâncias importantes para a manutenção da saúde. As deficiências nutricionais podem ser amplas se houver descaso com a alimentação e não existir um acompanhamento médico.
Alguns exemplos são: deficiência proteica, de ferro, de vitaminas (especialmente as vitaminas D e B12), de cálcio e de zinco, além do possível excesso no consumo de carboidratos, não devem ser ignorados, especialmente por aqueles que buscam uma vida saudável.
BENEFÍCIOS DO VEGETARIANISMO
Para quem está pensando sobre o assunto e quer saber quais são as vantagens de ser vegetariano, a boa notícia é que de fato existem muitas delas. Ao eliminar (ou restringir) o consumo de gordura saturada de origem animal e passar a consumir mais verduras, frutas e legumes, você estará trazendo inúmeros benefícios para a sua boa forma e saúde.
MELINA (1998) menciona que há um forte consenso de que a dieta vegetariana é mais saudável do que a dieta que inclui alimentos de origem animal. Os estudos dos últimos 20 anos, têm documentado importantes e significativos benefícios do vegetarianismo, e outras dietas baseadas em alimentos vegetais, reduzindo o risco para muitas doenças crônicas não transmissíveis, como também para o risco de mortalidade total, segundo SABATÉ (2003)
Enquanto a ingestão de carne tem sido relacionada ao aumento do risco de uma gama de doenças crônicas não transmissíveis, como doença isquêmica do coração e alguns cânceres, o abundante consumo de alimentos essenciais da dieta vegetariana, como frutas e hortaliças, leguminosas, alimentos não refinados e nozes, tem sido consistentemente associado a um menor risco de contração dessas doenças e, em alguns casos, a um aumento da expectativa de vidas, segundo KNUTSEN (2003).
 De acordo com SABATÉ ( 2003), as pessoas que seguem esse padrão alimentar, têm apresentado um notável estado de saúde. Esses benefícios podem ocorrer tanto em função da abstinência à carne na dieta, como também,do aumento da quantidade e variedade de alimentos vegetais, que contêm substâncias biologicamente ativas, além de apresentarem nutrientes, vitaminas e minerais. 
Com o acúmulo de evidências científicas que mostram os efeito benéfico de uma dieta baseada em vegetais, cientistas e profissionais da Saúde deveriam promover mais efetivamente esse tipo de alimentação, o que ajudaria a conter as poderosas forças econômicas que desencorajam o vegetarianismo, segundo KNUTSEN (2003)
Assim, se destaca entre os benefícios do vegetarianismo:
Redução das mortes por infarto (doença cardíaca isquêmica) em 31% em homens vegetarianos e 20% em mulheres vegetarianas (estudo com 76 mil indivíduos).
Comparando a mortalidade por doenças cardíacas entre vegetarianos e semivegetarianos (no estudo considerado como consumidor de peixe ou carne 1 vez por semana), a mortalidade também é menor em vegetarianos.
Níveis sanguíneos de colesterol 14% mais baixos em ovo-lacto-vegetarianos do que nos comedores de carne.
Níveis sanguíneos de colesterol 35% mais baixos em veganos do que nos comedores de carne.
Menor pressão arterial (redução de 5 a 10 mmHg) nos vegetarianos.
 Redução de até 50% do risco de apresentar diverticulite nos vegetarianos.
Redução de até 50% do risco de apresentar diabetes nos vegetarianos.
Probabilidade duas vezes menor de apresentar pedras na vesícula nas mulheres vegetarianas (estudo com 800 mulheres entre 40 e 69 anos).
O não vegetariano tem um risco 54% maior de ter câncer de próstata.
O não vegetariano tem um risco 88 % maior de ter câncer de intestino grosso (cólon e reto). 
Obs. - a carne vermelha ou branca está vinculada (de forma independente) com o risco aumentado de câncer de intestino grosso.
Redução da incidência de obesidade, um problema mundialmente preocupante.
 Osteoporose: mulheres após a menopausa com dieta rica em proteína animal e pobre em proteína vegetal têm taxa mais alta de perda óssea e risco muito maior de ter fratura de quadril. 
Obs.- Ainda não podemos afirmar que a dieta vegetariana protege da osteoporose.
Pelo menor teor de proteínas e por melhorar os lipídios sanguíneos, a dieta vegetariana pode ser benéfica para os que sofrem de doença renal (principalmente os que não fazem diálise e apresentam diurese).
Aparentemente, o consumo de carne aumenta em até 3 vezes as chances de desenvolver demência cerebral.
Aparentemente, uma dieta vegetariana sem derivados animais e com predominância de alimentos crus reduz os sintomas de fibromialgia. (SLYWITCH).
A PIRÂMIDE ALIMENTAR VEGETARIANA
Para fins de conhecimento e diferenciação há nove grupos de alimentos que compõem o guia alimentar da Universidade de Loma Linda para vegetarianos são descritos por Sabaté (2003), e demonstrados na figura abaixo. Os grupos são: cereais integrais, leguminosas, hortaliças, frutas, oleaginosas, óleos vegetais, laticínios, ovos e doces. Os cincos maiores grupos alimentares (cereais integrais, leguminosas, hortaliças, frutas, oleaginosas) formam a base trapezóide dos alimentos característicos da alimentação vegetariana estrita. No topo da pirâmide estão os quatro grupos alimentares opcionais que incluem óleos vegetais, laticínios, ovos e doces.
O guia alimentar vegetariano também faz menção a outras recomendações, tais como o consumo de água, prática de atividades físicas, exposição à luz solar e consumo de suplementos de vitamina B12 (recomendado aos vegetarianos estritos).
(Figura 4)
A seguir a descrição de cada grupo alimentar:
• Grupo 1 (cereais integrais): o consumo de cereais integrais (trigo integral, arroz integral e sucrilhos) tem sido recomendado ao redor do mundo. Esse grupo compreende grãos produzidos com o mínimo de processamento. As melhores escolhas de alimentos integrais são pães, cereais e arroz. Alguns vegetarianos consomem cereais na forma de análogos da carne, como o glúten, que constitui uma parte do trigo rica em proteína;
• Grupo 2 (leguminosas, lentilhas, ervilhas): no modelo dietético vegetariano, as leguminosas estão no mesmo patamar dos cereais integrais. Além das leguminosas, uma variedade de produtos industrializados derivados da soja e outras compõem esse grupo;
• Grupo 3 (hortaliças): muitas hortaliças contêm pouca quantidade de carboidratos e são abundantes em vitaminas, minerais, antioxidantes e fitoquímicos. Os vegetarianos geralmente consomem a quantidade recomendada de hortaliças, estabelecidos pelo guia alimentar;
• Grupo 4 (frutas): o grupo das frutas inclui tanto as frutas frescas como as congeladas, secas e enlatadas. As frutas são boas fontes de fibras, além de diversos minerais, vitaminas e fitoquímicos. Os vegetarianos geralmente consomem quantidades recomendadas de frutas;
• Grupo 5 (nozes, castanhas e sementes oleaginosas): são fontes concentradas de nutrientes como gorduras, fibras, vitaminas do complexo B, vitamina E, vitamina A, minerais e fitoquímicos. Os vegetarianos consomem mais nozes, castanhas e sementes oleaginosas do que os onívoros;
• Grupo 6 (gorduras/óleos vegetais): as gorduras podem ser de origem animal (manteiga e maionese) e de origem vegetal (abacate, azeitonas, coco, óleos vegetais, gordura vegetal hidrogenada). No padrão dietético dos vegetarianos é recomendado o consumo de fontes de gordura de origem vegetal, sobretudo de alimentos ricos em gorduras poli (especialmente ômega 3) e monoinsaturadas;
• Grupo 7 (laticínios): alguns vegetarianos podem consumir uma quantidade maior de proteínas provenientes do leite (queijos e iogurte), sem incluir as proteínas da carne. Outros vegetarianos consomem pouca ou nenhuma proteína de origem animal. Porém, como no Brasil é emergente o lançamento de alimentos alternativos de origem vegetal fortificados com cálcio (extrato hidrossolúvel de soja fortificado com cálcio) os consumidores poderão optar por esses produtos para substituir os laticínios, consumindo, dessa forma, quantidades menores de produtos de origem animal;
• Grupo 8 (ovos): devido ao seu conteúdo de nutrientes, os ovos são, geralmente, consumidos como substitutos da carne. A separação deste grupo permite facilitar a distinção entre as diferentes categorias do vegetarianismo (ovo-vegetarianos, lacto-vegetarianos e ovo-lacto-vegetariano);
• Grupo 9 (doces): são geralmente a combinação de dois ou mais grupos de alimentos. A maior parte dos doces contém açúcar, farinha refinada, margarina, manteiga ou óleos, ovos e uma variedade de outros ingredientes. Os doces processados contêm os óleos hidrogenados. Esse grupo deve ser consumido com moderação e deve ser limitado no caso de controle ou perda de peso (ASSOCIAÇÃO DIETÉTICA AMERICANA).
ESTÁGIOS DA VIDA E O VEGETARIANISMO
 Gravidez e amamentação 
A dieta ovolactovegetariana é capaz de assegurar um aporte nutricional adequado durante a gravidez e amamentação, mas será necessário uma atenção particular à dieta vegetariana pura, particularmente em relação à ingestão calórica total, de ferro, vitamina B12, cálcio e vitamina D. Constatou-se que as vegetarianas tendem a amamentar mais e durante mais tempo as suas crianças em relação à população geral; este facto implica uma necessidade continuada de vigilância do seu estado nutricional e aporte alimentar
Infância
 Apesar do receio em relação a possível compromisso nutricional em crianças vegetarianas, existe pouca evidência de qualquer rebate físico ou intelectual nestas crianças. Normalmente, a s crianças vegetarianas puras pesam menos e são ligeiramente mais pequenas que os controlos não vegetarianos, mas o crescimento tende a decorrer de forma normal, com um equilíbrio entre os dois grupos a ocorrer por volta dos 10 anos. Mais uma vez, deverá ser prestada particular atenção a alguns itens essenciais devido à sua implicação direta no crescimento e desenvolvimento, como sejam a vitamina D, o cálcio, o ferro e a vitamina B12.
Adolescência 
Nesta fase da vida mantém-se a atenção particular aos nutrientes descritos acima, já que esta é ainda uma fase crucial de desenvolvimento e crescimento do indivíduo.Idade adulta e velhice 
 A dieta vegetariana pode ser adoptada na idade adulta como veículo da tentativa de perder peso, diminuir o risco de doença ou como parte de uma opção terapêutica para o controlo de uma patologia existente. Como já foi referido, os vegetarianos, particularmente os vegetarianos puros, geralmente pesam menos e possuem níveis mais baixos de tensão arterial e colesterol sérico.
CUIDADOS NA TRANSIÇÃO PARA UMA ALIMENTAÇÃO VEGETARIANA.
Segundo os artigos analisados nesse estudo, observamos que estudos populacionais demonstram que, dentre todos os nutrientes ingeridos pelas populações vegetarianas, excluindo-se o uso de suplementos, apenas a vitamina B12 pode realmente estar inadequada, segundo SABATE (2003).
Todos os demais nutrientes ingeridos podem estar adequados nas dietas vegetarianas, no entanto, é preciso estar atento à ingestão de ferro, zinco, cálcio e ômega 3 da dieta. Vegetarianos necessitam, portanto, de planejamento adequado e seleção apropriada dos alimentos que deverão constituir sua dieta habitual.
Por isso deve-se se ter o cuidado com alguns detalhes para se ter uma variedade grande de nutrientes:
Sempre ter uma grande variedade na dieta;
Comer vários tipos de feijões (carioca, branco, jalo, vermelho, preto, etc) e leguminosas, inclusive de brotos;
Comer frutas secas nos desjejum e jantar;
Comer frutas frescas e vegetais folhosos verdes claros e escuros;
Evitar beber durante as refeições, nem água (esta deve ser ingerida meia hora antes das refeições);
Ter sempre uma vitamina C junto com as refeições, porém não em forma de suco (goiaba, acerola, salsinha, limão, etc);
Comer alimentos crus primeiro, separados dos alimentos cozidos durante a mesma refeição;
Beber 8 copos de água por dia, com distancia de 2 horas após as refeições;
Caprichar no consumo e variedade de castanhas diariamente, sem esquecer que são no máximo 7 por dia, que deverão ser divididas entre o desjejum e o almoço;
Fazer sempre avaliações com médicos para se ter certeza de que tudo está bem.
CONCLUSÃO:
Concluímos que diante de tais informações não só referente à troca de alimentos, mas o cuidado com o meio ambiente (animais, plantas), a vida vegetariana além de saudável nos trazer longevidade e bem-estar é benéfica economicamente.
Priorizar nossa alimentação nos dias de hoje seria muito importante, pois estaríamos longe de doenças que são comprovadas pela ciência que estão dizimando a população por conta do consumo excessivo de alimentos gordurosos de origem animal.
Também nos possibilitou compreender que este hábito alimentar é datado de milênios e só se popularizou em grande massa atualmente. E entendemos que dentro do vegetarianismo existem várias subdivisões, o que para muitos é definido como “Só comem vegetais, frutas e verduras”. As vantagens incluem a diminuição do risco de doenças cardiovasculares e um maior consumo de nutrientes. Em contrapartida observamos uma maior deficiência de vitamina B12 e proteínas acarretando em doenças a longo prazo, necessitando de uma suplementação nutricional desses nutrientes
REFERÊNCIAS
A Bíblia Sagrada. Versão de João Ferreira de Almeida. Edição Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 1990.
KNUTSEN, S. F.; FRASER, G. E.; BEESON W. L.; LINDSTED, K. D.; SHAVLIK, D. J. Comparação de ácidos graxos do tecido adiposo com ácidos graxos dietéticos medidos pelo questionário de recordação e frequência alimentar de 24 horas em adventistas negros e brancos: o Estudo Adventista de Saúde. Revista Epidemiológica, nº13, 2003.
MELINA, V.; DAVIS, B.; HARRISON,V. A dieta saudável dos vegetais: o guia completo para uma nova alimentação. Rio de Janeiro: Campus; 1998.
Organização Mundial da Saúde. Necessidades de energia y de proteínas: informe de uma Reunião Consultiva Conjunta FAO/OMS/UNU de Expertos. Genebra: OMS;1985.
PEDRO, N. Dieta Vegetariana- factos e contradições. Revista da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, volume 17, nº 3. Jul/Set 2010.
Posição da Associação Dietética Americana e Dietistas do Canadá. Dieta Vegetariana. Revista Dieta Prática, nº 64. 2003.
SABATÉ, J. A contribuição das dietas vegetarianas para a saúde ea doença: uma mudança de paradigma? Revista Científica nº78; Suplemento 3: 502S- 507S. 2003.
SABATÉ J. Nutrição Vegetariana. Editora CRC Press; 2001.
SLYWITCH, E. A dieta vegetariana traz benefícios à saúde? Disponível em: http://www.medicovegetariano.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16:a-dieta-vegetariana-traz-beneficios-a-saude&catid=57&Itemid=157. Acessado em: 25.11.2016.
Ricardo Zanut. O que é ter saúde. Disponível em : www.programaviasaude.com.br. Acessado em: 28/11/2016
http://www.mundoboaforma.com.br/8-vantagens-de-ser-vegetariano-beneficios-e-dicas/#btHlvRPt5wtX2KKp.99 
 ANEXO
Figura 1- Sugestão básica de refeição
https://www.svb.org.br/livros/alimentacao-vegetariana.pdf
Figura 2 – Comparação da prevalência de algumas patologias na população vegetariana em relação á população não vegetariana
https://www.spmi.pt/revista/vol17/vol17_n3_2010_173_178.pdf
Figura 3 – Diferenças entre os grupos de vegetarianos
https://www.vista-se.com.br/tipos-de-vegetarianos-entenda-as-principais-diferencas-entre-os-grupos-de-vegetarianos/
Figura 4 – Pirâmide alimentar para vegetarianos
https://www.rgnutri.com.br/2017/02/20/piramide-alimentar-vegetariana/

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