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Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Cursos de Engenharia Química e Química Industrial INTRODUÇÃO AOS BALANÇOS DE MASSA EM PROCESSOS QUÍMICOS Prof. Everton Skoronski Revisado em Agosto de 2010 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 2 INTRODUÇÃO AOS BALANÇOS MATERIAIS EM PROCESSOS QUÍMICOS O profissional de química está envolvido em diversas situações que exigem a análise ou o projeto de equipamentos que em conjunto constituem um processo. Com relação à análise de processos, o objetivo é avaliar as condições de viabilidade técnica e econômica com a qual esses processos vêm sendo conduzidos. Dessa forma, o balanço material se apresenta como ferramenta fundamental para a descrição matemática dos vários fluxos materiais envolvidos, prevendo valores de vazão e composição em correntes que não podem ser mensuradas por equipamentos de medição, quer seja por motivos técnicos ou econômicos. Ainda, permite quantificar a eficiência com a qual os processos vêm sendo conduzidos, possibilitando a verificação de pontos falhos. Os processos químicos poderão envolver transformações químicas ou simplesmente serão processos físicos. Além disso, as diversas propriedades dos sistemas poderão sofrer transformações ao longo do tempo, caracterizando processos em estado transiente, ou poderão após algum tempo se encontrarem em valores constantes e assim serem mantidos, representando processos em estado estacionário. As ferramentas discutidas nesse curso terão aplicação tanto em situações que envolvam uma grande quantidade de matéria envolvida, como os processos industriais, bem como atividades em nível de laboratório que envolva pequenas quantidades de matéria. O presente material possui como objetivo apresentar algumas situações tradicionais, envolvidas no contexto da química industrial, bem como a solução de problemas que exijam a aplicação do balanço de massa. Assim, serão apresentados problemas envolvendo balanços materiais que envolvam reação química ou não e também problemas em estado estacionário e transiente. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 3 1. Balanço de massa em estado estacionário Nessa primeira seção serão abordados os problemas que envolvem processos sem reação química. O objetivo do balanço de massa é gerar equações que permitam calcular vazões ou concentrações desconhecidas em um processo. Dessa forma, considere a figura a seguir, onde podemos visualizar um processo constituído por três operações interligadas entre si, onde: Fj – vazão mássica da mistura (Kg/h, por exemplo) Qj – vazão volumétrica da mistura (m 3/h, por exemplo) Xij – fração mássica de um determinado composto (Kgi/Kgmistura, por exemplo) Cij – concentração de um determinado composto (gi/Lmistura, por exemplo) Sendo que j representa um determinado fluxo do processo, denotado por números (1,2,3,..., n) e i representa um determinado composto químico, sendo representado por letras (A, B, C, etc). F1. XA1, XB1 Q1, CA1, CB1 F2. XA2, XB2 Q2, CA2, CB2 F3. XA3, XB3 Q3, CA3, CB3 F4. XA4, XB4 Q4, CA4, CB4 F5. XA5, XB5 Q5, CA5, CB5 F6. XA6, XB6 Q6, CA6, CB6 F7. XA7, XB7 Q7, CA7, CB7 A B C D Figura 1 – Sistema hipotético composto por três operações. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 4 Para esse processo, podemos realizar diversos balaços materiais, envolvendo as diversas operações ou simplesmente para um processo em específico. De qualquer forma, os balanços a serem gerados podem ser global, onde se considera a massa total da mistura, ou específico por espécie química, onde se considera apenas uma determinada substância. O balanço de massa global se calcula da seguinte maneira: acumuladasaientra massamassamassa (01) A massa envolvida no processo é medida em um determinado intervalo de tempo t , sendo esse considerado a base de cálculo para o balanço. Assim, podemos determinar a massa envolvida em um processo através do conhecimento das correntes envolvidas da seguinte maneira: tQmassa tFmassa jjj jj .. . ρ (02) Onde jρ representa a massa específica da mistura em uma determinada corrente j. Substituindo na equação (01) temos: acumuladasaientra massatFtF .. Fentra Fsai Massa (t0) Massa (t0 + t) Após t Fentra Fsai Figura 2 – Representação de um sistema com acúmulo de massa. Os fluxos representam as massas que entram e saem do sistema, ou seja, podemos verificar qual o efeito que as massas que entram em um sistema produzem no mesmo ou vice-versa. Quando a quantidade de massa que entra no sistema é diferente da quantidade de massa que está abandonado esse sistema, dizemos que Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 5 existe um acúmulo de massa. Esse acúmulo por ser positivo, quando a massa aumenta no sistema, ou negativo quando a massa diminui no sistema. A quantidade de acúmulo no sistema é definida quando observamos alguma alteração na massa do sistema ao longo do tempo. Na figura acima, temos um sistema sendo alimentado com uma determinada quantidade de massa a uma taxa constante. A velocidade com que a massa abandona o mesmo sistema depende da altura de massa. Assim, quando a altura da massa no tanque é pequena, a força motriz que é responsável pela remoção de massa no sistema é pequena e portanto a vazão de saída é menor que a entrada o que possibilita o acúmulo positivo de massa. A medida que a altura de massa aumenta no sistema, a vazão de saída vai aumentando, fazendo com que o acúmulo de massa se reduza a zero, onde nessa situação a quantidade de massa que entra é igual a massa que sai. Assim passamos a operar o processo em estado estacionário (steady satate). O início do processo, marcado pelo acúmulo de massa ao longo do tempo representa o estado transiente (unsteady state) que será abordado mais tarde. Dessa forma, em estado estacionário temos que 0massa acumulada . Voltando ao balanço de massa na Figura 1, podemos realizar os seguintes balanços de massas globais, considerando diversos sistemas: Sistema A acumulada7641 massatFtFtFtF .... Como o sistema está em estado estacionário temos: 7641 FFFF Sistema B 321 FFF Sistema C 6542 FFFF Sistema D 753 FFF Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massae Energia Prof. Everton Skoronski 6 Todos os balanços foram realizados em estado estacionário. Além disso, outros balanços poderiam ser realizados entre os sistemas B e C, C e D, B e D, por exemplo. Esses balanços devem ser relacionados de acordo com a necessidade de informações no problema. Além disso, as equações poderiam ser escritas em termos de vazão volumétrica, como por exemplo: Sistema A 77664411 QQQQ ρρρρ .... Se as massas específicas se mantiverem constantes temos: 7641 QQQQ O mesmo procedimento pode ser efetuado para os demais sistemas. Levando em conta agora o balanço por espécie química individual, podemos representar a massa de um composto i entrando ou saindo de um sistema da seguinte forma: tCQmassa tXFmassa jiji jiji .. .. (03) O balanço para um determinado componente i fica: acumuladaisaiientrai massamassamassa ,,, Para o sistema A, considerando estado estacionário temos: tXFtXFtXFtXF 7A76A64A41A1 ........ ou tCQtCQtCQtCQ 7A76A64A41A1 ........ para a espécie química A e tXFtXFtXFtXF 7B76B64B41B1 ........ ou tCQtCQtCQtCQ 7B76B64B41B1 ........ para a espécie química B. O mesmo procedimento pode ser executado para os demais balanços. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 7 É importante ressaltar que o número de componentes que um sistema possui gera um número igual de equações de balanços individuais para cada componente. Além desses equações ainda temos a equação do balanço global. Entretanto, se considerarmos todas as equações possíveis para o balanço de massa individual a equação do balanço de massa global não é uma equação independente a mais, pois ela é combinação de todas as equações de balanço individuais do sistema. Observe a soma de equações representadas a seguir: tXFtXFtXFtXF 7A76A64A41A1 ........ tXFtXFtXFtXF 7B76B64B41B1 ........ tXXFtXXFtXXFtXXF 7B7A76B6A64B4A41B1A1 )..()..()..()..( Como 1X temos: 7641 FFFF Assim podemos perceber que a equação de balanço global é uma composição das diversas equações por espécie. Assim, o número de equações de balanço independentes que temos é igual ao número de componentes. Dessa forma, podemos utilizar a equação de balanço de massa global no sistema de equações independentes se deixarmos de lado uma equação de balanço individual. Além disso, podemos utilizar as equações de restrição na solução dos problemas. Operações com Bypass (desvio) Uma prática bastante comum nos processos químicos é desviar uma determinada corrente do processo e depois adicioná-la novamente com o objetivo de obtermos determinadas composições de massa ou temperatura. Isso garante que sejam controlados diversos parâmetros sem a necessidade da implantação de controles avançados de processo. + Processo Corrente de bypass Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 8 Operações com Reciclo Poucos processos alcançam conversões totais de suas matérias primas em produtos desejados. Na maioria das vezes os produtos carregam em suas composições matéria-prima não processada, que dependendo da natureza de separação do produto final, podem atingir características que não possam recondicioná-las novamente como fonte de matéria-prima. Dessa forma, é comum retornar uma determinada quantidade da corrente de produto formado e misturar essa corrente com a alimentação com o objetivo de processar a máxima quantidade possível de matéria prima. A isso chamamos de reciclo. Devemos muitas vezes observar se a quantidade de produto que é retornada não irá prejudicar o processo, principalmente em reatores químicos. Operações com Purga Em determinados processos alguns materiais inertes que não são eliminados juntamente com os produtos, devido a correntes de reciclo vão se acumulando no processo podendo atingir valores que possam ser prejudiciais ao processo. Assim, costuma-se aplicar uma corrente de purga, que tem como objetivo condicionar o balanço de forma a evitar o acúmulo de determinados compostos no processo. Processo Corrente de Reciclo Processo Corrente de Reciclo Corrente de Purga Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 9 Exercícios 1.If air consists of 77% by weight of nitrogen and 23% by weight of oxygen calculate the: (a) mean molecular weight of air (b) mole fraction of oxygen, (c) concentration of oxygen in mole m-3 and kg m-3 if the total pressure is 1.5 atmospheres and the temperature is 25°C. 2.If 5 kg of sucrose are dissolved in 20 kg of water estimate the concentration of the solution in (a) w/w, (b) w/v, (c) mole fraction, (d) molar concentration. The density of a 20% sucrose solution is 1070 kg m-3, molecular weight of sucrose 342. Answer: (a) 20%, (b) 21.4% (c) 0.018 (d) 0.63 mol m-3. 3.If 1 m3 of air at a pressure of 1 atm is mixed with 0.1 m3 of carbon dioxide at 1.5 atm and the mixture is compressed so that its total volume is 1 m3, estimate the concentration of the carbon dioxide in the mixture in (a) w/w, (b) w/v, (c) mole fraction at a temperature of 25°C. Mean molecular weight of air is 28.8, and of carbon dioxide 44. Answer: (a) 18.6%, (b) 27%, (c) 0.13. 4. If 35,000 kg of whole milk containing 4% fat is to be separated in a 6 h period into skim milk with 0.45% fat and cream with 45% fat, what are the flow rates of the two output streams from a continuous centrifuge which accomplishes this separation? 5. A glycerol plant, a 10% (mass basis) aqueous glycerin solution containing 3% NaCl is treated with butyl alcohol as illustrated in the follow Figure. The alcohol fed to the tower contains 2% water on a mass basis. The raffinate leaving the tower contains all the original salt, 1.0% glycerin and 1.0% alcohol. The extract from the tower is sent to a distillation column. The distillate from this column is the alcohol containing 5% water. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 10 Extraction Tower Distillation Column 10% Glycerin 1000 lbm/hr Extract Raffinate 95% Alcohol 98% Alcohol 1000 lbm/hr 25% Glycerin The bottoms from the distillation column are 25% glycerin and 75% water. The two feed streams to the extraction tower have equal mass flow rates of 1000 lbm per hour. Determine the output of glycerin in pounds per hour from the distillation column. 6. Uma solução aquosa contendo 10% de sólidos suspensos é alimentada a um evaporador de onde sai (W) com 30% de sólidos. A solução concentrada (W) éalimentada a uma centrifuga onde a concentração é elevada para 80% de sólidos, gerando um residual de água isenta de sólidos. Se o fluxo de alimentação do evaporador é de 1000 kg/h, realize o balanço de massa completo na planta. Evaporador F 1000 Kg/h V Vapor d’água Centrífuga WSolução Concentrada (30% sólidos) P S 80% Sólidos Obs.: os percentuais estão em base mássica. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 11 7. Uma mistura residual contendo 23% de ácido nítrico, 57% de ácido sulfúrico e 20% de água é reutilizada em um processo, onde é requerida uma mistura contendo 27% de ácido nítrico, 60% de ácido sulfúrico. Para que estes níveis de concentração sejam atingidos adiciona-se ácido sulfúrico concentrado com uma pureza de 93% (7% água) e ácido nítrico concentrado com uma pureza de 90% (10% água). Determinar as massas da mistura residual e dos ácidos concentrados que devem ser combinadas para que uma mistura de 1000 kg seja obtida com a composição desejada (27% HNO3, 60% H2SO4). Mistura Desejada Mistura Residual Àcido Sulfúrico Concentrado Ácido Nítrico Concentrado 23% HNO3 57% H2SO4 27% HNO3 60% H2SO4 93% H2SO4 90% HNO3 8. Examine a figura a seguir. Determine o valor da corrente de reciclo (R) em quilograma por hora. Evaporador Cristalizador W M R Alimentação C 50% KNO3 Reciclo 100ºF Solução Saturada Remoção de Cristais com 4% de H2O (4Kg de H2O por Kg do tatal de cristais + H2O) 10.000 Kg/h solução de KNO3 a 20% 0,6 Kg KNO3 Kg H2O ( ) Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 12 9. A ultrafiltração é um método de limpeza das correntes de entrada e saída de alguns processos industriais. O fascinante da tecnologia é a sua simplicidade, que meramente coloca uma membrana numa corrente para reter fisicamente óleo, sujeira, partículas metálicas, polímeros indesejáveis entre outros. O truque, naturalmente, consiste no emprego da membrana certa. O material do filtro deve atender a um conjunto de condições. Deve ser muito fino, altamente poroso, suficientemente forte para suportar mês após mês as tensões severas do escoamento de líquidos, pH, abrasão das partículas entre outras características da unidade. Reservatório de lavagem A ultrafiltração limpa a água para reutilçizaçãpo Água de preparo, 90 galões por dia (gpd) Do processo, 2.910 galões por dia (gpd) 3.000 galões por dia (gpd) Óleo, sujeira e água 100 psi 160ºFÁgua 2.910 galões por Dia (gpd) Descarga de concentrado de óleo sujo 90 galões por dia (gpd) R Recirculação 22,9% Para o processo Módulo de 6 polegadas de Diâmetro externo(od) Um sistema comercial consiste em módulos-padrão feitos de um feixe de tubos de carbono poroso revestido no interior com uma série composições inorgânicas patenteadas. Um módulo padrão tem um diâmetro de 6 polegadas e contém 151 tubos, cada qual com 4 pés de comprimento, com uma área total de 37,5 pés quadrados e produção diária de 2000 a 5000 galões de filtrado. O diâmetro ótimo do tubo é de cerca de 0,25 polegada. Um sistema provavelmente leva de dois a três anos para necessitar substituição dos tubos devido ao grande número de resíduos sobre a membrana. Uma limpeza química automática periódica do feixe de tubos faz parte da operação normal do sistema. Na passagem através do filtro, a concentração da corrente de saída de óleo e sujeira é aumentada por um fator de 20 acima daquela corrente de entrada. Calcule a vazão de reciclo em galões por dia Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 13 para o equipamento a seguir, e calcule a concentração de óleo mais sujeira na corrente que vai para o processo. Os valores dentro dos círculos são as concentrações conhecidas de óleo mais sujeira. 10. Em um processo para recuperação de cromato de potássio (K2CrO4) a partir de uma solução aquosa deste sal 4500 kg/h de uma solução com 33,33% de K2CrO4 em massa é combinada com uma corrente de reciclo contendo 36,36% de K2CrO4 em massa. A corrente formada pela junção das duas correntes anteriores é alimentada ao evaporador. A corrente concentrada que deixa o evaporador contém 49,4% de K2CrO4 em massa; esta corrente é alimentada ao cristalizador, na qual é resfriada (formando cristais de K2CrO4) e então filtrada. A torta de filtro contém cristais de K2CrO4 e uma solução (que umedece a torta) que contém 36,36% de K2CrO4 em massa; os cristais são responsáveis por 95% da massa total da torta. A solução que passa através do filtro também tem 36,36% K2CrO4 em massa e constitui-se na corrente de reciclo. Calcular a massa de água removida pelo evaporador, a taxa de produção de K2CrO4 cristalino, a relação (kg reciclo / kg alimentação nova) e as vazões com que o evaporador e o cristalizador devem ser projetados. 11. Certa quantidade de ar encontra-se a 30 C com 70% de umidade relativa e deve ser condicionada isotermicamente a 30% de umidade relativa, usando-se para secagem uma camada estacionária de silica-gel. Para obter a umidade relativa constante de 30% no final da operação. Parte do ar úmido inicial é desviada antes do secador e misturada depois do secador com ar seco, em proporção definida. Calcule a porcentagem de ar úmido desviada, no instante em que foram tomadas as seguintes medidas de umidade absoluta (Kg de água/Kg de ar seco): - umidade inicial 0,0182 - umidade na saída do secador 0,0020 - umidade final 0,0077 Sílica-gel Desvio Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 14 12. Para produzir leite condensado açucarado (composição abaixo) faz-se a concentração do leite (composição abaixo) em um evaporador, adicionando-se em seguida um xarope com 65,0% de sacarose em um misturador. Para a produção de 10,00 kg/h de leite condensado. a) Desenhe o fluxograma do processo, com todas correntes e composições e volumes de controle; b) Classifique o processo, em relação às variáveis de entrada e em relação ao tempo; c) Calcule a quantidade de leite utilizado; d) Calcule a quantidade de xarope; e) Calcule a quantidade de água evaporada; Composição do leite (% em massa) Composição do leite condensado (% em massa) - Água 87% - Água 35% - Sólidos - Sacarose 41% Proteínas 3,3% - Sólidos no leite 24% Gordura 3,8% Lactose 4,8% Sais minerais 0,8% Outros 0,3% TOTAL 100% TOTAL 100% 13. Alimenta-se um processo numa corrente 1, a uma vazão Q1, temperatura T1, contendo 3 componentes: A, B e inerte, com frações mássicas xA1, xB1 e xI1,respectivamente. Esta corrente é unida a uma corrente de reciclo, formando uma corrente 2. Esta corrente 2 entra num reator químico, onde ocorre uma reação A + B → C. A taxa de reação medida experimentalmente apresenta a seguinte forma: rA = - k1 CA CB 1,5. A corrente que sai do reator (corrente 3), é enviada a um evaporador, onde o produto C dareação, por ser mais volátil sai pelo topo do evaporador, em uma corrente 4. Os demais componentes, saem pelo fundo do evaporador, na corrente 5. Nesta corrente 5, há uma purga que separa o inerte, e 20% de cada reagente que não reagiu. Esta purga forma a corrente 6, que é retirada Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 15 do processo. Os demais 80% de cada reagente não reagido formam a corrente de reciclo, que se une à corrente 1, formando a corrente 2. a) Desenhe o fluxograma de processo, mostrando claramente todas as variáveis de processo. Em todas as correntes, deve-se apresentar as variáveis de processo. Exemplo: na corrente de entrada 1, apresentar Q1, T1 e as frações mássicas dos componentes desta corrente. Isso deve ser feito para todas as correntes. Não se esqueça da forma correta de representação das variáveis de processo em um fluxograma. b) Mostre claramente no fluxograma as unidades de processo, a alimentação nova, a alimentação combinada, a purga e o reciclo. 14. Um processo industrial de fabricação de 1-5 diamino-naftaleno fornece em um dado estágio de fabricação, uma solução aquosa de diamino-naftaleno contendo 3,01% desta base em peso. A recuperação do produto é feita por extração da solução aquosa em contracorrente com éter etílico contendo 1,25% de água em peso. O extrato etéreo contém 15,2% da base e 3,67% de água em peso. A fase aquosa extraída (refinado) encerra quantidade desprezível da base, mas contém 3,24% de éter em peso. Determine o valor de todas as correntes em Kg/h para uma alimentação de 10000 mols/h de solução de solvente. Solvente Água (1,25%) e éter (98,75%) Alimentação Base (3,01%) e Água (96,99%) Extrato Base (15,20%), Água (3,67%) e éter (81,13%) Refinado Água (96,76%) e éter (3,24%) Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 16 15. A água do mar é dessalinizada por osmose reversa usando o esquema indicado na figura abaixo. Use os dados fornecidos na figura para determinar: a) A vazão de remoção do rejeito de salmoura (B); b) A vazão de produção de água dessalinizada (D), denominada água potável; c) A fração de salmoura reciclada que sai da célula de osmose (que atua essencialmente como um separador). Célula de Osmose Reversa Água do mar (3,1% de sal) 1 000 lb/h Água Dessalinizada (D) (500 ppm – 500 mg/Kg) Reciclo de Salmoura (5,25% de sal) Rejeito de Salmoura (B) (5,25% de sal) 4,0% de sal Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 17 2. Balanço de Massa Estequiométrico O balanço de massa estequiométrico é aplicado em processos que envolvem reações químicas de qualquer natureza. Sua compreensão é de extrema importância para a previsão das quantidades de reagentes e produtos envolvidos em uma reação química. A aplicação desses conceitos ocorre desde o nível laboratorial, até o dimensionamento de reatores químicos em escala industrial. 2.1. Fundamentos A compreensão do balanço de massa em sistemas com reação química parte do conceito de mol, ou seja, quantidade de matéria. Dessa forma, considere o isótopo do átomo de carbono de massa atômica 12 e número atômico 6. Esse átomo teve sua massa dividida em 12 partes, sendo que cada parte corresponde a massa do átomo de hidrogênio, que é o átomo mais leve da tabela periódica. Assim, podemos dizer que a massa do átomo de hidrogênio é igual a 1/12 da massa do átomo de carbono. Para o átomo de oxigênio, por exemplo, a sua massa atômica é 16 unidades da massa equivalente a 1/12 da massa do átomo de carbono. Dessa forma, definimos que 1/12 da massa do isotopo do átomo de carbono 12 equivale a 1u (uma unidade de massa atômica). Esse valor é bastante pequeno, sendo igual a 1,67.10-24g, ou seja, 01 (um) átomo de hidrogênio pesa essa massa. Já o átomo de carbono pesa 12 vezes mais que essa massa. Em sistemas reais, necessitamos de uma base que possa ser expressa em termos de valores que possam ser mensuravéis com os equipamentos Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 18 que dispomos. Assim, ao invés de expressarmos um átomo, costumamos trabalhar com uma coleção, de número definido, de diversos átomos. Essa coleção é o mol. O mol significa, para efeitos de arredondamento, uma coleção de 6.1023 unidades, ou seja, 01 mol de átomos possui 6.1023 átomos. Esse valor (mol) gera uma correspondência entre a massa do átomo (expressa em unidades de massa atômica) e a massa em gramas de uma coleção de átomos. Assim, podemos dizer que 01 átomo de hidrogênio possui uma massa de 1u ou 1,67.10-24g. Já 01 mol de átomos de hidrogênio, ou seja, 6.1023 átomos reunidos, esses sim pesam 1g. Com isso defini-se a massa molar de um átomo, ou seja, sua massa em g/gmol. Para o átomo de hidrogênio podemos dizer que sua massa molar é 1g/gmol. O termo grama (g) costuma vir acompanhado do mol para representar que a massa está sendo tratada em unidades de grama. Para uma reação qualquer do tipo: dDcCbBaA Onde a, b, c e d representam os coeficientes estequiométricos da reação e A, B, C e D são os compostos participantes da reação química. Dessa forma, podemos dizer que a moléculas de A, reagem com b moléculas de B, gerando c moléculas de C e d moléculas de D. Considere por exemplo a reação de combustão do hidrogênio: 2H2 + O2 2H2O podemos dizer que 02 moléculas de gás hidrogênio reagem com 01 molécula de oxigênio gerando 02 moléculas de água. Além disso, podemos dizer ainda que 04 moléculas de gás hidrogênio reagem com 02 molécula de oxigênio gerando 04 moléculas de água e assim por diante. Em nível macroscópico podemos também dizer 02 mols de gás hidrogênio reagem com 01 mol de moléculas de gás oxigênio gerando 02 mols de moléculas de água. Transformando esses valores de mols de moléculas em massa teríamos 4g (02 mols) de gás hidrogênio reagem com 32g (01 mol) de moléculas de oxigênio gerando 36g (02 mols) de moléculas de água. Em resumo: Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 19 pelo esquema 01, podemos visualizar um exemplo da lei de Dalton, ou seja a lei das proporções definidas. Segunda essa lei, em uma reação química, as massas dos compostos participantes devem obedecer uma proporção que é definida em função da estequiometria da reação. Assim, se a massa de algum composto na reação for aumentada ou diminuída, para que a reação aconteça devido motivos estequiométricos, as demais massas devem ser aumentadas e diminuídas na mesma proporção. O esquema 02 representa um exemplo da lei de Lavoisier que tem como enunciado: “...na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma...”, ou seja, a massados reagentes que é consumida deverá ser numericamente igual a massa formada dos produtos. Em uma reação química, podemos ter o reagente limite e o reagente em excesso. O reagente limite é aquele que se encontra em menor quantidade na reação. Quando os reagentes são alimentados nas quantidades exigidas pela estequiometria da reação, dizemos que a alimentação é estequiométrica, não existindo reagente limitante ou excesso. Considere o seguinte exemplo: Reator 8 g H2 32 g O2 40 g Nesse caso, temos a alimentação de 8g de gás hidrogênio, o equivalente a 4 mols desse gás e 32g de gás oxigênio (1 mol). A estequiometria da reação diz que ela acontece na razão de 2:1, ou seja, 2 mols de gás hidrogênio para cada mol de gás oxigênio. Como nesse exemplo alimentamos o sistema com 4 mols de gás 2H2 + O2 2H2O 2 moléculas 1 molécula 2 moléculas 01 2 mols 1mol 2mols 4g 32g 36g 02 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 20 hidrogênio dizemos que esse reagente se encontra em excesso na reação, pois apenas 2 mols da quantidade alimentada poderão ser totalmente consumido. A quantidade de reagente que é consumido em uma reação química, durante um determinado intervalo de tempo é medida através de um parâmetro chamado conversão ou grau de avanço da reação (X). Ele é definido como sendo a relação entre a quantidade de reagente limite consumido em um determinado intervalo de tempo e a quantidade alimentada do mesmo reagente, denotada pela seguinte equação: 0A A0A N NN tX )( onde NA0 representa o número de mols alimentados do reagente limite e NA representa o número de mols restantes do mesmo reagente após um determinado intervalo de reação. O valor da conversão de uma reação pode ser resultado de efeitos cinéticos ou de equilíbrio termodinâmico de uma reação. Cada efeito desses apresentados, pode ser influenciado por diversos fatores como concentração dos reagentes, presença de catalisador, temperatura da reação, pH, agitação do meio, polaridade do solvente, entre outros. Assim, considere o seguinte exemplo: No caso A, a reação possui uma conversão limitada por efeitos termodinâmicos. Dessa forma, podemos esperar um tempo bastante longo sem notar mudanças no grau de avanço da reação, uma vez que atingido a conversão máxima de 70%, a velocidade de consumo dos reagentes se torna igual a velocidade de regeneração dos mesmos reagentes, ou seja de consumo dos produtos tornando-se novamente os reagentes iniciais. Isso é característico de reações reversíveis. X (%) 70 Avanço da reação X (%) 100 Avanço da reação A) B) Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 21 No caso B temos uma reação irreversível, ou seja, a reação é muito deslocada no sentido dos produtos, tornando o rendimento muito próximo de 100%. Dessa forma, a conversão da reação é apenas governada por motivos cinéticos, ou seja, para atingirmos qualquer valor de conversão devemos apenas esperar o tempo necessário para que a reação aconteça nesse grau. 2.2. Balanço de Massa Estequiométrico em Reatores Químicos O balanço de massa estequiométrico em reatores químicos é uma ferramenta necessária a quantificação das espécies envolvidas na alimentação do reator e na sua saída. Pode nos fornecer as informações necessárias a formulação de uma mistura reacional com o objetivo de se obter uma certa composição de saída ou através de uma determinada massa de entrada, estabelecer uma previsão da composição da corrente de saída do reator. O parâmetro chave para execução desse balanço é a conversão da reação nas condições em que foi projetado o reator. Nesse momento, teremos o valor da conversão já definido para cada sistema. Entretanto é importante salientar que o valor da conversão de uma reação é definido a partir do conhecimento da natureza da reação química, sendo as bases dessa informação os fundamentos de química orgânica, inorgânica e também termodinâmica. Dessa forma, considere a seguinte reação química hipotética: dDcCbBaA Um reator químico pode operar segundo as seguintes especificações: REATOR X=? A B C D Inertes A B C D Inertes Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 22 Os reagentes (A e B) são alimentados no reator de forma pura ou então podem arrastar impurezas inertes, compostos que são produzidos na reação, ou então catalisadores que também são considerados inertes. Na saída do reator, pode restar ainda o reagente limitante (A) quando a reação não ocorre com conversão de 100%, o reagente B, quando a reação não ocorre de forma completa ou o mesmo está em excesso, os compostos C e D que são produzidos na reação e as substâncias inertes cujas massas de saída são numericamente iguais às massas de entrada. Dessa forma, o objetivo do balanço é construir a seguinte tabela estequiométrica: Componente Peso Molar Entrada Saída A PMA mA0 NA0 mA NA B PMB mB0 NB0 mB NB C PMC mC0 NC0 mC NC D PMD mD0 ND0 mD ND Inertes - mi0 - mi - Massa total Massa entra Massa sai Na tabela estequiométrica temos determinadas todas as massas que entram e saem do processo. Não é necessário conhecer o peso molar dos inertes uma vez que os mesmos não participam da reação. Além disso, podemos verificar a coerência do balanço se a massa total que entra no reator é numericamente igual a massa que sai do mesmo. As quantidades de entrada e saída do reator podem ser quantificadas através das seguintes equações: Balanço para o componente A Essa equação é obtida através de um rearranjo do cálculo da conversão da reação gerando: 0A0AA NXNN . Balanço para o componente B Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 23 Através da estequiometria da reação podemos assumir que: )( )()( 0AB0B consumidosconsumidos XN a b NN Amols a b Bmols Ajustando a equação para que ela tenha o coeficiente do reagente limitante (A) igual a 1 temos: 0A0BB NXbNN .. Balanço para o componente C Através da estequiometria da reação podemos assumir que: )( )()( 0A0CC consumidosgerados XN a c NN Amols a c Cmols Ajustando a equação para que ela tenha o coeficiente do reagente limitante (A) igual a 1 temos: 0A0CC NXcNN .. Balanço para o componente D Através da estequiometria da reação podemos assumir que: )( )()( 0A0DD consumidosgerados XN a d NN Amols a d Dmols Ajustando a equação para que ela tenha o coeficiente do reagente limitante (A) igual a 1 temos:0A0DD NXdNN .. Analisando todas as equações obtidas podemos observar o seguinte: 0A0AA NXNN . 0A0BB NXbNN .. 0A0CC NXcNN .. 0A0DD NXdNN .. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 24 O primeiro termo (Ni) representa a quantidade de mols que saem do reator. Após o sinal o termo (Ni0) representa os mols que entram no reator. Para os reagentes a quantidade de matéria que entra no reator é descontada do seu consumo (termo relacionado à conversão da reação) e para os produtos a quantidade de entrada é somada ao valor que é gerado dentro do reator. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 25 Exercícios 1. Que massa de Heptano e de ar são requeridas para que, em um processo de combustão, sejam produzidos 500 Kg/h de CO2 sabendo que a reação se completa em apenas 50%. 2. É desejado produzir Sulfato de Alumínio a partir da Bauxita, segundo a reação: OHSOAlSOHOAl 23424232 )( A composição da Bauxita é 55,4% de Al2O3 e 44,6% de materiais inertes. A composição do ácido sulfúrico é 77,7% de H2SO4 e 22,3% de H2O. Se forem utilizados 490 Kg de bauxita e 1140 Kg de ácido sulfúrico impuro para a produção de 820 Kg de Al2(SO4)3, determinar o grau de complementação e realizar o balanço completo para este processo. 3. Acrilonitrila (C3H3N) é produzida pela reação de propileno, amônia e oxigênio: C3H6 + NH3 + O2 → C3H3N + H2O. A alimentação molar contém 10% de propileno, 12% de amônia e 78% de ar. a) Qual é o reagente limitante? b) Quais os reagentes em excesso? Qual a porcentagem em excesso? c) Calcule os kg-mol de C3H3N produzidos por kg-mol de NH3 alimentado para uma conversão de 30% do reagente limitante. 4. As reações : C2H6 → C2H4 + H2 e C2H6 + H2 → 2 CH4 se desenvolvem em um reator contínuo em estado estacionário. A vazão molar de alimentação é 100,0 kg- mol/h. A composição dos gases é dada pela tabela a seguir: C2H6 C2H4 H2 CH4 inertes Alimentação (% molar) 75,6 24,4 Produto (% molar) 20,3 29,6 19,8 9,6 restantes Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 26 Calcule a conversão do etano, os rendimentos do eteno, baseados na alimentação e no consumo de reagente. Calcule também a seletividade a eteno relativa ao metano e relativa a todos os produtos. 5. Na produção de óxido de etileno a partir de etileno (C2H4 + O2→ C2H4O) uma mistura de etileno e ar constituem a alimentação nova do processo. O efluente do reator passa por um absorvedor e entra em contato com um solvente líquido. Todo o óxido de etileno é absorvido pelo solvente. A corrente de gás de saída do absorvedor, que contém o inerte e o oxigênio e etileno não reagido, é reciclado ao reator. Há uma purga nesta corrente de saída do absorvedor, que retira todo inerte que entrou no processo, além de 20,0% da vazão molar de C2H4 e 20,0% da vazão de O2 que saíram do absorvedor. A conversão global da reação é de 50,0%. Na alimentação nova têm-se 60,0 moles C2H4/s e 530,0 mols ar / s. Montar os balanços de massa para este processo contínuo em regime permanente, calculando todas as correntes e suas respectivas composições molares. 6. Na produção de 1 tonelada cloro através da reação: 2HCl + ½ O2 Cl2 + H2O foi utilizado ar em excesso da ordem de 40%. Sabendo que o grau de complementação da reação é de 50%, determinar as massas de HCl e ar requeridas. 7. Um forno de produção de cal virgem utiliza calcário com a seguinte composição: 92,89% CaCO3, 5,41% de MgCO3 e 1,7% de materiais inertes (não calcináveis). Determine a composição do cal obtida após a calcinação de 1ton de calcário. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 27 8. A combustão de minérios ricos em sulfeto pode ser utilizada para a produção de metais (elementares) ou óxidos. A combustão de sulfeto de chumbo II pode ser utilizada para produzir chumbo elementar conforme a reação: PbS + O2 Pb + SO2. Um teste realizado em uma unidade piloto a partir de 11,95 Kg de PbS e 2,56 Kg de O2 produziu 8,28Kg de Pb metálico. Sabendo que a fonte de O2 utilizada foi o Ar atmosférico, e que este apresenta uma composição molar de 21% O2 e 79% N2, determine a composição mássica e molar de Gás resultante. 9. Determinar o grau de complementação e o Reagente Limite da reação de produção de superfosfato a partir da reação entre 500Kg de fosfato de cálcio, com grau de pureza 87%, e 250Kg de ácido sulfúrico, sabendo que 280Kg de superfosfato foram obtidos. Ca3(PO4)2 + 2 H2SO4 2 CaSO4 + CaH4(PO4)2 Determine também a composição percentual da mistura final resultante (composição mássica). Observação: O excesso de O2 (do Ar) é relativo à massa requerida estequiometricamente pelo Reagente Limite. 10. In a process for the production of formaldehyde, CH2O, by catalytic oxidation of methanol, CH4O , an equimolar mixture of methanol vapor and air is sent to a reactor in which the catalyst is finely divided silver supported on alumina. An undesirable side reaction occurs in which CH4O reacts with oxygen to produce carbon dioxide and water. For a specific reactor, 20% of the methanol in the input stream reacts to form formaldehyde and the selectivity for this reactor is given by Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 28 Determine the mole fraction of all components in the stream leaving the reactor. Treat the air as 79% nitrogen and 21% oxygen. 11. Carbon is burned with air with all the carbon oxidized to . Calculate the flue gas composition when the percent of excess air is 0, 50, and 100. The percent of excess air is defined as: Take the composition of air to be 79% nitrogen and 21% oxygen. Assume that no NOX is formed. 12. A process yields 10,000 ft3 per day of a mixture of hydrogen chloride and air. The volume fraction of HCl is 0.062, the temperature of the mixture is 550°F, and the total pressure is represented by 29.2 inches of mercury. Calculate the mass of limestone per day required to neutralize the HCl if the mass fraction of calcium carbonate in the limestone is 0.92. Determine the cubic feet of gas liberated per day at 70°F if the partial pressure is 1.8 inches of mercury. Assume that the reaction goes to completion. 13. O processo mostrado na figuraabaixo é a desidrogenação do propano formando propileno de acordo com a reação: A conversão do propano em propileno com base na carga total de propano alimentada no reator (corrente F2) é de 40%. A vazão molar de produto (F5) é de 50 Kgmol/h. Com base nessas informações, calcule todas as vazões de F1 até F6 em Kgmol/h. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 29 Reator Catalítico F2 Absorvedora e Torre de Destilação F3 F6 Reciclo (80% de C3H8 e 20% de C2H6) F1 Alimentação Fresca de C3H8 F4 H2 F5 C3H6 14. O benzeno é um importante solvente utilizado na indústria. O mesmo é obtido em refinarias a partir da desidrogenação catalítica do tolueno, conforme reação a seguir: O processo se encontra esquematizado na figura abaixo. A alimentação consiste na adição de tolueno puro (corrente F1) a um tanque pressurizado de mistura que também é alimentado com uma mistura equimolar de hidrogênio e metano(corrente F3). Essa mistura é aquecida, sem a ocorrência de reações químicas, de modo a vaporizar todos os componentes e então é alimentada ao reator onde a conversão da reação é de 80%. Na entrada do reator (corrente F2) existem 4moles de hidrogênio para cada mol de tolueno. Os produtos obtidos do reator (corrente F4) são enviados a um sistema de purificação que envolve operações de liquefação e adsorção. Após a realização desses processos é obtida uma corrente de tolueno puro (corrente F5), que é reciclado até o misturador, uma corrente de benzeno pura (corrente F6) e uma corrente gasosa contendo metano e hidrogênio (corrente F7). Parte dessa corrente é purgada (corrente F8), gerando assim a corrente de reciclo de hidrogênio (corrente F9). Para repor o hidrogênio perdido na purga, uma nova carga repositora (make up) de hidrogênio (corrente F10) é inserida no reciclo de forma a obter a corrente equimolar de hidrogênio e metano que alimenta o misturador.Para uma produção de benzeno igual a 780Kg/h, determine o valor de todas as correntes em Kg/h e a sua composição em % (m/m). Determine a mínima quantidade de oxigênio requerida para a queima Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 30 estequiométrica da mistura metano e hidrogênio na purga e determine o excesso individual de oxigênio em relação ao metano e em relação ao hidrogênio. Solução A resolução do exemplo se inicia com a atribuição de letras aos participantes do processo: Podemos definir o tolueno como reagente limite uma vez que sabemos que na corrente de entrada do reator existe uma porporção de 4 mols de hidrogênio para 1 mol de tolueno. Assim, uma vez que a conversão da reação é de 80% é possível determinar o balanço de massa em torno do reator. A base de cálculo é a quantidade de benzeno formada, que sai na corrente F6. Como o benzeno não participa das correntes F7 e F5 ele somente pode ter sido gerado no reator, estando presente dessa forma na corrente F4. O balçanço fica, para uma base de cálculo de 1 hora: Como temos 1mol de tolueno para cada 4 mols de metano: Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 31 Como temos alimentação equimolar de metano e hidrogênio: Com isso temos determinadas as correntes F2 e F4. Além disso também conhecemos as correntes F6 e F5 que se referem às quantidades de benzeno (NC) e tolueno puro (NA) em cada corrente respectivamente. O único local por onde o metano é removido após a corrente F7 é na purga (corrente F8). O metano também não é adicionado até a corrente F2. Dessa forma podemos escrever o seguinte balanço: Como a corrente F8 tem a mesma composição da corrente F7 podemos determinar a quantidade de hidrogênio carregada com o metano: Dessa forma em F9 temos apenas 33,33 Kmols de hidrogênio. A quantidade de hidrogênio alimentada em F10 deve enriquecer a quantidade de hidrogênio presente em F9 de modo a gerar a quantidade presente em F3 (que é a mesma em F2). A quantidade a ser alcançada de hidrogênio é 50Kmols. Assim devemos adicionar 16,67 Kmols de didrogênio à corrente F9 para gerarmos 50 Kmols de hidrogênio em F3. A quantidade de metano nessa corrente também é 50 Kmols. Para o tolueno devemos ter 12,5 Kmols na entrada do reator. A corrente F5 carrega 2,5Kmols através do reciclo. Assim é necessário adicionar apenas 2,5 Kmols na corrente F1. Uma planilha com os valores das correntes e composições se encontra a seguir. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 32 Com relação à quantidade de oxigênio necessária para a combustão da corrente de purga, temos as duas equações de combustão representadas: Temos que as quantidades de metano e hidrogênio envolvidas são 10Kmols e 6,67Kmols respectivamente. Dessa forma precisamos, estequimoetricamente de 20Kmols e 3,33Kmols de oxigênio para cada reação respectivamente. A quantidade total é 23,3Kmol. Assim o excesso individual para cada combustível é: Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 33 Corrente 1 2 3 4 5 Componente F(Kmol/h) F(Kg/h) Xi(m/m) F(Kmol/h) F(Kg/h) Xi(m/m) F(Kmol/h) F(Kg/h) Xi(m/m) F(Kmol/h) F(Kg/h) Xi(m/m) F(Kmol/h) F(Kg/h) Xi(m/m) A 10,00 920,00 1,00 12,50 1150,00 0,56 0,00 0,00 0,00 2,50 230,00 0,11 2,50 230,00 1,00 B 0,00 0,00 0,00 50,00 100,00 0,05 50,00 100,00 0,11 40,00 80,00 0,04 0,00 0,00 0,00 C 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,00 780,00 0,38 0,00 0,00 0,00 D 0,00 0,00 0,00 50,00 800,00 0,39 50,00 800,00 0,89 60,00 960,00 0,47 0,00 0,00 0,00 Total 10,00 920,00 1,00 112,50 2050,00 1,00 100,00 900,00 1,00 112,50 2050,00 1,00 2,50 230,00 1,00 6 7 8 9 10 F(Kmol/h) F(Kg/h) Xi(m/m) F(Kmol/h) F(Kg/h) Xi(m/m) F(Kmol/h) F(Kg/h) Xi(m/m) F(Kmol/h) F(Kg/h) Xi(m/m) F(Kmol/h) F(Kg/h) Xi(m/m) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 40,00 80,00 0,08 6,67 13,34 0,08 33,33 66,66 0,08 16,67 33,34 1,00 10,00 780,00 1,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 60,00 960,00 0,92 10,00 160,00 0,92 50,00 800,00 0,92 0,00 0,00 0,0010,00 780,00 1,00 100,00 1040,00 1,00 16,67 173,34 1,00 83,33 866,66 1,00 16,67 33,34 1,00 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 34 3. Balanço de Massa para Processos em Estado Transiente Como discutido anteriormente, os processos que operam em estado transiente (unsteady state), possuem em seu sistema alguma propriedade sendo alterada ao longo do tempo. As propriedades abordadas aqui no balanço de massa se referem à massa total contida no sistema ou as massas individuais, determinadas a partir das concentrações de cada composto. Esse tipo de balanço tem por objetivo representar as mudanças nas propriedades do sistema ao longo do tempo. Dessa forma, considere o seguinte sistema: Na figura temos um determinado sistema, com uma massa m em um determinado instante de tempo, sendo que a massa considerada é constituída, entre outras espécies, por uma determinada substância A ali dissolvida. O sistema é alimentado por uma corrente de vazão mássica (Fentra) e uma determinada vazão mássica (Fsai) remove massa desse mesmo sistema. O balanço de massa global para esse sistema pode ser escrito da seguinte maneira: saientraacumulada massamassamassa 3.1 tFtFmassa saientraacumulada .. 3.2 Se no sistema anterior a vazão mássica de entrada fosse numericamente igual à vazão mássica que abandona o sistema, poderíamos dizer que a massa m(to), XA(to) Fentra, XA1 Fsai, XA Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 35 global acumulada no interior do sistema é igual a zero, ou seja, como não existe acúmulo de massa no interior do sistema, a mesma permanece constante ao longo do tempo. Caso a vazão mássica de entrada fosse diferente da vazão mássica de saída poderíamos ter as duas situações seguinte: No sistema A, a vazão de entrada é superior a vazão de saída, dessa forma temos um acúmulo positivo de massa no interior do sistema. Já no sistema B, a vazão de entrada é inferior à vazão de saída, dessa forma temos um acúmulo negativo de massa no interior do sistema. O gráfico a seguir ilustra a variação de massa no interior dos sistemas anteriormente descritos. m(to), XA(to) Fentra, XA1 Fsai, XA m(to), XA(to) Fentra, XA1 Fsai, XA m(to+t), XA(to+t) Fsai, XA Fentra, XA1 Fentra, XA1 Fsai, XA m(to+t), XA(to+t) B) A) Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 36 tempo m as sa si st em a Sistema A Sistema B (unsteady state) (unsteady state) Sistema com m=cte (Steady State) Retomando o equacionamento, podemos dizer que a massa acumulada é numericamente igual a diferença entre a massa do sistema medida antes e depois de um determinado intervalo de tempo, sendo representada por: )()()( ooacumulada tmttmtmassa 3.3 Substituindo na Equação 3.2 temos: tFtFtmttm saientraoo ..)()( Rearranjando temos: saientra oo FF t tmttm )()( 3.4 A Equação 3.4 representa o termo de acúmulo em função das vazões mássicas de entrada e saída do sistema. Entretanto temos a seguinte limitação para essa equação conforme observado no gráfico abaixo: tempo M as sa ac um ul ad a m(to+t) m(to) to to+t t Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 37 Estamos interessados em determinar qual foi o acúmulo de massa dentro do sistema durante o intervalo de tempo t. A Equação 3.4 pode ser utilizada para descrever esse tipo de situação desde que o acúmulo, ou seja, a variação da massa ao longo do sistema ocorra de forma constante de forma que o gráfico anterior seja uma reta. Entretanto, existem casos onde o acúmulo de massa ao longo do sistema não ocorre de forma constante ao longo do tempo possuindo o comportamento do gráfico da figura anterior. Dessa forma, é possível se analisar as variações de massa obtidas ponto a ponto e então obtermos um valor de variação média durante o intervalo de tempo considerado. Para realizarmos essa avaliação ponto a ponto temos que considerar um intervalo de tempo t que tenda a zero, ou seja, pontual. Assim, a Equação 3.4 pode ser escrita da seguinte maneira: saientra oo 0t FF t tmttm )()( lim A variação infinitesimal da massa ao longo do tempo é matematicamente representada pela derivada da massa ao longo do tempo: saientra FF dt dm 3.5 Assim, a Equação 3.5 representa o balanço global de massa do sistema. Para processos operando em estado estacionário temos: 0 dt dm 3.6 A Equação 3.6 nos mostra que a variação da massa ao longo do tempo no sistema é nula, ou seja, para que o valor da derivada tenha valor zero, o termo m deve ser uma constante, validando matematicamente o que foi discutido anteriormente. Além do balanço de massa global é possível realizar o balanço de massa por espécie química para o sistema. O equacionamento para uma espécie química A é apresentado a seguir: Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 38 consumidageradasaientraacumulada AmassaAmassaAmassaAmassaAmassa )()()()()( De forma que: tVrtVrtAFtAFAmassa consumidagerada AAsaientraacumulada .....)(.)()( Onde rA representa a velocidade de reação do composto A (massa/volume.tempo) e V é o volume do sistema. O termo de massa acumulada pode ser escrito como: ))(())(()()( ooacumulada tAmttAmtAmassa Rearranjando e tomando o limite temos: VrVrAFAF t tAmttAm consumidagerada AAsaientra oo 0t ..)()( ))(())(( lim Ou na forma diferencial: VrVrAFAF dt Adm consumidagerada AAsaientra ..)()( )( 3.7 Os temos de massa de A no sistema e as respectivas vazões mássicas de entrada e saída desse componente no sistema podem ser representados através das propriedades globais do sistema e das concentrações desse componente, sendo esses os dados geralmente disponíveis para medidas em situações práticas. Assim, podemos reescrevera equação 3.7: VrVrXFXF dt Xdm consumidagerada AAsaiAentraA A .... . 3.8 Onde a Equação 3.8 representa o balanço de massa por espécie química A e pode ser aplicado para qualquer outra substância presente no sistema. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 39 Exercícios 1. Um reservatório contendo 45 Kg de uma suspensão com 50% (em base mássica) de sólidos é alimentado com 5,5 Kg/min de uma suspensão contendo 15% do mesmo sólido. Para uma taxa de saída de 4,5 Kg/min, determine o teor (% massa) de sólidos no tanque após 10 min. Considere volume constante no reservatório. Massa inicial=45 Kg XA0=0,5 F=5,5 Kg/min G=4,5 Kg/min 2. Considere um tanque cilíndrico com 2,26 m de raio e 10 m de altura completamente preenchido com água. Determinar o tempo necessário para esvaziar o tanque a partir de uma tubulação de 1,26cm de raio. Utilize a equação de Bernoulli para representar o escoamento na saída do tanque (v= KV( h) 1/2 (m/s); KV = 2,75m1/2/s). Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 40 3. Um reator do tipo batelada agitado, a volume constante, é utilizado para produzir um produto “B” a partir de uma reação do tipo A B cuja expressão para a velocidade da reação é -rA = 0,311 CA [gmol/(L.min)]. Se o reagente “A” é introduzido no reator com uma concentração de 2 gmol/L. Determine o tempo necessário para que uma conversão de 95% seja atingida. Faça um gráfico de Concentração x Tempo para mostrar a evolução da reação. 4. Em um sistema contínuo (100 L) alimentado com uma solução com 50% de um soluto “A” é medida a concentração (50%) e a vazão de saída (20 L/min). A densidade da solução nestas condições é de 1,5 Kg/L. Uma perturbação na concentração de alimentação reduz a concentração para 20% de “A”. Determine os tempos necessários para que as concentrações no sistema sejam 40%, 30% e 20%. Considere mistura perfeita no sistema e densidade aproximadamente constante. 5. Um reator do tipo batelada necessita promover uma reação do tipo A B cuja equação cinética e dada por: 2 02,0 ACr Onde r é dado em gmol/L.min. Determine o tempo para que uma reação com concentração inicial de 100 gmol/L atinja uma conversão de 80%. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 41 Exercícios Extras 1. Um processo para obtenção de um fertilizante (Fosfato de cálcio) utiliza calcário e ácido fosfórico diluído como reagentes. O processo consiste em misturar os reagentes em um reator, que apresenta uma conversão completa da reação. Os produtos obtidos do reator são dióxido de carbono que não apresenta solubilidade na água nas condições de reação e evapora e uma suspensão contendo os compostos de saída no reator. A suspensão obtida alimenta um evaporador, que remove água da suspensão. A corrente de saída do evaporador, que contém 44% de fosfato de cálcio em massa, alimenta um cristalizador que produz cristais sólidos puros de fosfato e uma solução com 31% em massa de fosfato. A vazão de sólidos puros é 10 vezes maior que a da solução que abandona o sistema, após ser separada da corrente de reciclo. Considere o ácido fosfórico dissolvido durante todo o processo. Para uma alimentação de ácido fosfórico com 7% em massa (dissolvido em água) e calcário puro, determine o balanço completo na unidade para uma alimentação de 1000Kg/h de calcário e 10000 Kg/h de solução de ácido a 7%. Reator Calcário CO2 Tanque de Diluição Solução ácido 7% Água Solução ácido 56% Cristalizador Água Evaporador Cristais puros Reciclo Solução 31% Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 42 Dados OHCO)PO(CaPOHCaCO 22243433 Composto Peso Molecular (g/gmol) 3CaCO 100 43POH 98 243 )PO(Ca 310 2CO 44 OH2 18 2. Um determinado processo industrial gera três correntes contendo dois tipos de soluções alcalinas que foram utilizadas como desinfetantes de equipamentos. As correntes estão representadas por F1, F2 e F3 e contém respectivamente concentrações (g/L) de KOH e NaOH iguais a 2,5 e 4,0; 3,0 e 0,4; e 1,7 e 1,2; Os valores de vazão volumétrica são 100L/h, 560L/h e 270L/h. As três correntes encontram-se no tanque de mistura 1; Juntamente com os álcalis, a corrente F2 carrega um corante não reativo com compostos inorgânicos não-oxidativos, em uma concentração de 0,7g/L; Antes de o corante ser oxidado no reator fotocatalítico apenas com luz UV, é necessário neutralizar o pH para que a eficiência de degradação seja alcançada. Isso será realizado em um tanque de neutralização que utiliza uma solução de ácido sulfúrico (H2SO4) 50g/L como agente neutralizante. A cinética de degradação do corante foi determinada em laboratório e vale rdegradação=- 1,02.Ccorante (g.L -1.min-1), utilizando uma densidade de potência de 30W/L e a concentração do corante no efluente de descarte deve ser igual a 0,2ppm; Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 43 Com base nos dados acima, dimensione os dois tanques e o reator, determine a composição de suas correntes de saída, a vazão de solução de ácido requerida para a neutralização da mistura, o número de lâmpadas de 15W a ser instalada no reator e a massa de gás gerada; - Dados Técnicos : Tempo de residência recomendado para os tanque de mistura e neutralização igual a 2,5min; - Soluções bastante diluídas (densidade constante); - dNaOH = 1,7g/mL e dH2SO4=2,1g/mL 3. Em um processo para obtenção de amônia em solução (1% m/m) é empregado uma mistura de CO e CO2 em proporções mássicas de 90 e 10% em massa respectivamente juntamente com vapor de água em excesso como gás de síntese (Reator 01). A conversão da reação é praticamente completa e o gás gerado é purificado em uma torre de lavação de gás que emprega solução aquosa 2% de NaOH como agente neutralizante. O hidrogênio obtido possui uma pureza elevada e é encaminhado até um reator onde ocorre a síntese da amônia. O outro reagente utilizado na síntese é o nitrogênio puro obtido a partir de ar com composição molar Tanque de Mistura F1 F2 F3 Solução Ácida Tanque de Neutralização Reator UV Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 44 (79% e 21%) de nitrogênio e oxigênio respectivamente. A conversão no Reator 02, onde ocorre a formação da amônia é de 72%. A mistura gasosa é encaminhada até um tanque completamente cheio de água, alimentadocom um fluxo constante de água isenta de amônia e a mistura gasosa. Os gases apolares saem em corrente separada da corrente aquosa. Não ocorre variação no volume dentro do tanque. Considerando uma produção de 100Kmol de amônia calcule: CO2 (90%) CO (10%) Vapor d’água REATOR 01 TORRE DE LAVAÇÃO DE GÁS NaOH (0,1mol/L) Produtos REATOR 01 Solução Alcalina H2 purificado REATOR 02 N2 purificado Ar (79% N2 e 21% O2) 11% N2 e 89% O2 38% N2 e 62% O211% N2 e 89% O2 Reciclo Sistema de Destilação de Nitrogênio Tanque de Solubilização Água Gases Apolares Produtos REATOR 02 NH3 1% a) As quantidades de nitrogênio e hidrogênio requeridas no Reator 02, considerando que o nitrogênio é alimentado com excesso de 100%. b) O balanço de massa completo no sistema de purificação de nitrogênio (utilize os valores indicados na figura). c) O balanço de massa no Reator 01. d) O volume de solução de NaOH 0,1 mol/L necessária para neutralizar o dióxido de carbono na torre, considerando que a quantidade de base alimentada é o dobro da quantidade requerida estequiometricamente. Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 45 e) O volume de água necessário no tanque de solubilização, considerando que uma concentração de amônia igual a 0,95% deve ser alcançada em 10 min de operação. 4. Tendo em vista o grande apelo pela preservação ambiental e também objetivando uma maior lucratividade com os processos empregados na indústria, algumas rotas sintéticas tradicionais, que empregavam catalisadores inorgânicos, vêm sendo substituídas por novas metodologias de síntese orgânica que empregam catalisadores biológicos (enzimas). Esses processos apresentam inúmeras vantagens, como obtenção de produtos em condições mais brandas de temperatura e pressão e também capacidade de remoção do catalisador do meio reacional de maneira mais simples. Dessa forma considere a síntese do aroma artificial do damasco, o butanoato de butila. Esse éster pode ser obtido por esterificação do ácido butanóico com n- butanol, utilizando hexano como solvente e enzimas lipozyme como catalisador, a 30ºC e pressão ambiente. É requerida a produção em regime contínuo, de 0,1Tonelada/hora do aroma. As operações que devem ser realizadas para a síntese do composto encontram-se na figura 1 a seguir: EQ01 EQ02 EQ03 EQ04 EQ05 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F10 F1 F9 F11 Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 46 Figura 1 – Disposição das operações unitárias referentes ao processo de produção de butanoato de butila. Na tabela a seguir estão descritos os equipamentos representados por suas respectivas identificações. Número Equipamento EQ01 Reator CSTR EQ02 Separador de Enzimas (Grade) EQ03 Tanque de Separação EQ04 Destilador EQ05 Tanque de Diluição Inicialmente, na corrente F1 estão presentes o ácido, o álcool e o hexano (solvente da reação). O álcool é alimentado com um excesso de 50%. A quantidade de solvente requerida é de 15g/0,02molreagente limite. A enzima é alimentada na razão de 0,5g/0,02molreagente limite. Após ficarem um determinado tempo de residência no reator, a enzima é separada e retorna para a corrente de entrada. A corrente F3 carrega os produtos da reação e suas quantidades excedentes. Determinou-se em laboratório que essa reação alcança uma conversão de 80% se operada nas condições de temperatura, pressão, concentração dos reagentes e tempo de residência no reator em questão. Para separação dos compostos no EQ03 é adicionada água pura através da corrente F5. São geradas duas correntes, uma contendo o éster e hexano e outra contendo água, ácido e álcool. A fração mássica do álcool na corrente F6 é 0,069. A fase orgânica apolar é encaminhada para um destilador que gera uma corrente de fundo contendo 97% (m/m) de éster e uma corrente de topo contendo 2%(m/m) do mesmo composto. A fase aquosa é encaminhada para um tanque de diluição que tem de reduzir a concentração de álcool até 2%(m/m), para que o mesmo possa ser lançado no corpo receptor. Com base no exposto anteriormente, determine: Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 47 - O balanço de massa estequiométrico completo (em base molar e mássica) para a reação em questão (pureza dos reagentes: 97%(m/m); - As quantidades de ácido e álcool comerciais exigidos; - As quantidades de enzima e solvente requeridas no reator; - A fração molar de cada composto (álcool, éster e ácido) no tanque de separação; - A quantidade de água requeria no processo de separação; (Balanço de Massa Algébrico) - O valor das correntes F8 e F11 em Kg/h; (Balanço de Massa Algébrico) - A quantidade de água (corrente F9) em Kg/h necessária para diluir a concentração de álcool até o valor desejado; (Balanço de Massa Algébrico) - O tempo para que a concentração mássica (m/m) de álcool dentro do tanque de diluição se reduza até 2,5% (m/m), sabendo que inicialmente a concentração é 6,9%(m/m), a massa de solução é 1000Kg, a densidade é pouco afetada pela diluição e o nível do tanque permanece constante devido a presença de um controlador de nível. (Balanço de Massa Transiente). Dados : - Reação: CH3(CH2)2COOH + CH3(CH2)3OH CH3(CH2)2COO(CH2)3CH3 + H2O - Pesos Moleculares: C = 12g/mol; H = 1g/mol; O = 16g/mol - Fórmulas: T A m m X Cbxa bbxa dx )ln( 1 - Ácido butílico e álcool butílico solúveis em água e hexano e éster insolúveis em água e impurezas não reativas; Solução Universidade do Sul de Santa Catarina Unidade Acadêmica de Ciências Tecnológicas Disciplina de Balanços de Massa e Energia Prof. Everton Skoronski 48 A reação abaixo poderia ser representada através da seguinte equação genérica : CH3(CH2)2COOH + CH3(CH2)3OH CH3(CH2)2COO(CH2)3CH3 + H2O A + B C + D a partir do momento que sabemos que o álcool butílico é alimentado com um excesso de 50%. Assim nosso reagente limite acaba sendo o ácido butanóico. Deseja-se produzir 0,1T/h do composto C, ou seja, 100Kg a cada 1hora. Dessa forma, podemos determinar a quantidade em mols de é produzida de C a cada 1 hora (base de cálculo), sabendo que a massa molar do éster é 144g/mol. KgmolN gmolg Kg N C C 694,0 /144 100 Como os coeficientes estequiométricos estão na relação 1:1:1:1, a tabela estequiométrica pode ser escrita: 00 00 00 00 ADD ACC ABB AAA XNNN XNNN XNNN XNNN Sabendo que a conversão da reação é 80%, ou seja, X=0,8 , podemos determinar a quantidade requerida de cada reagente (NA0 e NB0) sabendo que na entrada do reator não existem quantidades de produtos presentes. KgmolN N XNNN A A ACC 867,0 8,00694,0 0 0 00 como 1mol de A necessita estequiométricamente de 1mol de B, temos: KgmolN KgmolN B
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