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* * DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO: PROLAPSOS DE ÓRGÃOS PÉLVICOS Andréa Lima Ft. especialista em Uroginecologia e Obstetrícia * * DISTOPIAS UROGENITAIS A primeira descrição de um prolapso de órgão pélvicos foi feita no Egito antigo no ano de 1500 a.C. * * DISTOPIAS UROGENITAIS Conceito: “Prolapso genital é a exteriorização dos órgãos pélvicos femininos através da vagina, incluindo a bexiga, útero, fundo da vagina, e o intestino delgado e grosso.” * * DISTOPIAS UROGENITAIS Conceito: A Sociedade Internacional de Continência define o prolapso do órgão pélvico (POP) como o descenso de uma ou mais estruturas pélvicas: parede anterior, parede posterior, colo do útero, fundo vaginal (pós histerectomia) ou fundo de saco vaginal pelo canal vaginal. * * DISTOPIAS UROGENITAIS Conceito: Pode haver deslocamento parcial ou total de um órgão de seu sítio habitual, provocado por lesão ou alteração nos aparelhos de suspensão e/ou sustentação desses órgãos. * * DISTOPIAS UROGENITAIS Conceito: “É uma desordem predominantemente feminina e pode afetar a parede vaginal anterior e posterior, o útero e o ápice da vagina, geralmente havendo combinações.” * * SINTOMATOLOGIA Abaulamento vaginal; Pressão pélvica; Incontinência urinária de esforço (prolapsos brandos); Dificuldade de urinar (prolapsos severos); Utilização de manobras digitais; Dispareunia ou vaginismo; Entre outros. * * EPIDEMIOLOGIA Afeta 1/3 das mulheres O pico é entre 60-69 anos 60% com mais de 60 anos > incidência em mulheres multíparas (50%) Perda de suporte vaginal e uterino – 43%-76% 3%-6% prolapso além do hímem Responsável por 10% - 30 % das histerectomias * * ETIOPATOGENIA Fatores de risco estabelecidos: Idade (menopausa) Obesidade DPOC Histerectomia Parto vaginal* Paridade (fator mais relevante para em mulheres com menos 60 anos) Atrofia dos sistemas de fixação Esforço repetitivo (ocupacionais / C.I.) Desordem do tecido conjuntivo e de colágeno Lesão dos aparelhos de suspensão e sustentação Trauma obstétrico * * Trauma obstétrico * * DISTOPIAS UROGENITAIS “Algumas mulheres desenvolvem prolapso mesmo sem apresentar os fatores de risco, enquanto outras, apesar de terem tido partos difíceis, nunca desenvolveram, sugerindo que deva existir predisposição pessoal para a doença.” Norton, 1993. * * FISIOPATOLOGIA O suporte e sustentação anatômicos das vísceras pélvicas é promovido principalmente pelo diafragma pélvico (puborretal, pubococcígeo, íliococcígeo e coccígeo) e pela fáscia endopélvica. * * ETIOPATOGENIA Fáscia Endopélvica: rede de tecido conjuntivo que envolve todos os órgãos pélvicos e os conectam à músculos e ossos da pelve. Fornece suporte Não tem elasticidade Não pode se alongar Rompe ou desprende-se. * * ESTÁTICA PÉLVICA Fáscia Endopélvica: aparelho de suspensão Anterior: Lig. Pubovesicouterino Posterior: Lig. Útero-sacro Laterais: Lig. Mackenrodt / Cardinais * * ESTÁTICA PÉLVICA Aparelho de Suspensão X Aparelho de Sustentação “A lesão de qualquer dos sistemas não compensada pelo outro é suficiente para determinar perturbações na estática pélvica e provocar o prolapso genital.” * * ESTÁTICA PÉLVICA * * DIAGNÓSTICO É baseado no exame da genitália (em repouso ou em esforço), mas pode haver a necessidade de métodos de imagem para avaliação dos órgãos envolvidos e a repercussão sobre outros órgãos. * * DIAGNÓSTICO Ultra-sonografia Boa visualização do trato urinário alto independente da função renal; Vantagem: não exposição à radiação; Baixo custo; Desvantagem: Campo de visão limitado, o que impossibilita a visão de todo trato urinário ao mesmo tempo. * * DIAGNÓSTICO Cistografia Injeção de contraste que permitirá a visualização da bexiga através de um Raio-X. * * * * DIAGNÓSTICO Tomografia Computadorizada: - Boas informações do trato genito-urinário. * * DIAGNÓSTICO Ressonância: Excelente para avaliara pelve, incluindo-se o estudo da anatomia normal, e permite visualizar má formações do trato gênito-urinário. Útil para avaliar pacientes que continuam com queixas mesmo após a cirurgia de correção cirúrgica de prolapso. * * * * CLASSIFICAÇÃO Tradicional - de acordo com as estruturas. Vagina (anterior e posterior): colpocele Uretra: uretrocele Bexiga: cistocele Útero: histerocele Intestino: enterocele Reto: retocele * * GRADUAÇÃO Classificação de Baden e Walker Ela é suficiente para a prática diária de consultório e na escolha da conduta a ser tomada. * * * * GRADUAÇÃO * * GRADUAÇÃO A maioria das classificações leva em consideração o órgão prolapsado. Observador dependente.* compromete a comparação entre estudos, dificulta comunicação dos achados de pesquisa e a reprodução de dados. Necessidade de uma classificação que quantificasse os prolapsos de maneira que possibilitasse comparação entre diversos estudos. * * SISTEMA POPQ Sociedade Internacional de Continência (ICS), a Sociedade Americana de Uroginecologia e a Sociedade Americana dos Cirurgiões Ginecológicos Pelvic Ogan Prolapse Quantification system – POP-Q Mensuração objetividade Uniformizar as descrições sobre as distopias genitais Reprodutividade inter e intra-observador 1996, o protocolo foi adotado e validado formalmente. * * SISTEMA POP-Q Hímem como referência Valores para dentro são negativos Valores para fora são positivos * * SISTEMA POP-Q * * SISTEMA POP-Q * * DEFEITO DO ASSOALHO PÉLVICO Anterior: uretrocele e cistocele Posterior: retocele e enterocele Apical: histerocele Distal: rutura do corpo perineal * * DEFEITO DO ASSOALHO PÉLVICO 1. Anterior: uretrocele e cistocele * * DEFEITO DO ASSOALHO PÉLVICO 2. Posterior: retocele e enterocele * * * * * * * * DEFEITO DO ASSOALHO PÉLVICO 3. Apical: histerocele * * * * DEFEITO DO ASSOALHO PÉLVICO 4. Distal: rutura do corpo perineal * * AVALIAÇÃO Bexiga e se possível, reto vazios. Especificar: - postura utilizada na avaliação, - tipo de espéculo, - manobra utilizada (ex.: valsalva, tosse). * * TRATAMENTOS Fatores: Idade; Condições clínicas da paciente; Grau do prolapso; História reprodutiva; Desejo de gerar outros filhos. * * TRATAMENTOS Conservador: Pessários – para paciente sintomáticas que recusam cirurgia. Fisioterapia Observar grau do prolapso.* * * * * TRATAMENTOS Fisioterapia: Observar grau do prolapso; Avaliar MAPs; Treinamento e exercícios pélvicos; Tonificação muscular; Reabilitação funcional pós-operatória; Tratamento para CI; Orientações (perda de peso, CI). * * TRATAMENTOS Técnicas cirúrgicas Técnicas reconstrutivas: manutenção do comprimento, diâmetro e eixo fisiológico da vagina. Preserva função urinária, sexual e intestinal. Técnicas obliterativas: oclusão total ou parcial da vagina.* Apresenta menor tempo operatório, menor morbidade e baixo índice de recorrência. * * TRATAMENTOS Técnicas cirúrgicas Ligamentopexia: Fixação de ligamentos. Histeropexia: Fixação do útero às bainhas musculares. Plástica fascial reparadora: Recompõem-se o assoalho pélvico e associa-se a amputação do colo uterino. * * TRATAMENTOS Histerecetomia vaginal Retosigmoidectomia Retopexia sem sigmoidectomia Retopexia com sigmoidectomia * * FISIOTERAPIA Evitar recidiva; Flexibilizar fáscias; Fortalecer musculatura pélvica; Evitar contraturas; Manter a tonicidade muscular; Melhorar a capacidade de recrutamento muscular; Melhorar a coordenação reflexa durante o esforço;Reforçar o mecanismo de continência. * * DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO I: PROLAPSOS DE ÓRGÃOS PÉLVICOS
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