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CARTILHA DE ALIMENTAÇÃO INFANTILCARTILHA DE ALIMENTAÇÃO INFANTIL
 DE SAÚDE E PARA A FAMÍLIA
ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS
 DE SAÚDE E PARA A FAMÍLIA
ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS
Prefeitura
do Município
de Maringá
SECRETARIA DE
SAÚDE
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE MARINGÁ
Prefeito - Silvio Magalhães Barros II
Vice-Prefeito - Carlos Roberto Pupin
SECRETARIA DE SAÚDE
Secretário de Saúde - Antonio Carlos Figueiredo Nardi
GERÊNCIA DE PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM SAÚDE
Gerente - Ana Rosa Oliveira Poletto Palácios
APOIO DE ALIMENTAÇÃO, NUTRIÇÃO E ATIVIDADE FÍSICA
Nutricionista - Ana Paula dos Santos Bocardi Salineiro
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ALIMENTAÇÃO INFANTIL
ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS 
DE SAÚDE E PARA A FAMÍLIA
Os primeiros anos de vida da criança, especialmente os dois primeiros, são 
caracterizados por crescimento e desenvolvimento acelerados, incluindo habilidades 
para receber, mastigar e digerir outros alimentos, além do leite materno, e no 
autocontrole do processo de ingestão de alimentos, para atingir o padrão alimentar do 
adulto.
ANOTAÇÕES
Isso pode ser confirmado quando observamos que uma criança cresce, em 
média, 25 cm no primeiro ano de vida e 12 cm no segundo ano, passando a partir dos 3 
anos, a crescer de 5 a 7 cm por ano. Associado a esse crescimento físico, a criança vai 
adquirindo capacidades psicomotoras e neurológicas que podem ser observadas a 
cada mês. Esse processo é rápido, de modo que, dos 4 aos 5 meses de idade já 
sustenta a cabeça e com 6 meses é capaz de sentar sem apoio. Assim, torna-se 
inquestionável a importância da alimentação nessa fase, uma vez que deficiências 
nutricionais ou condutas inadequadas quanto à prática alimentar podem, não só levar a 
prejuízos imediatos na saúde da criança, como também deixar sequelas futuras como 
retardo de crescimento, atraso escolar e desenvolvimento de doenças crônicas não 
transmissíveis.
Sendo assim, a Secretaria Municipal de Saúde de Maringá, seguindo as 
diretrizes do Ministério da Saúde elaborou esta cartilha com o objetivo de fornecer 
orientações no que diz respeito às escolhas alimentares saudáveis, higiene e preparo 
adequado dos alimentos, além de esclarecer algumas dúvidas mais comuns sobre a 
alimentação das crianças.
AMAMENTAÇÃO
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve 
interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da 
Referências
- Guia alimentar para a população brasileira:
- Dez passos para uma alimentação saudável:
- Alimentação Infantil: cartilha de orientação aos 
pais
 
promovendo a alimentação saudável/Ministério da Saúde, 
Secretaria de Atenção à Saúde, Coordenação Geral da Política 
de Alimentação e Nutrição. – Brasília: Ministério da Saúde, 
2006. 210 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos).
 guia 
alimentar para crianças menores de dois anos: um guia para o 
profissional da saúde na atenção básica/Ministério da Saúde, 
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção 
Básica. – 2. Ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. 72 p.: il. – 
(Série A. Normas e Manuais Técnicos).
/Prefeitura Municipal de Curitiba, Secretaria Municipal de 
Saúde, Centro de Epidemiologia, Coordenação de Vigilância 
Nutricional. – Curitiba – Paraná, 2007. 84 p.
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criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu 
desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e 
psicológica da mãe.
Apesar de todas as evidências científicas provando a superioridade da 
amamentação sobre outras formas de alimentar a criança pequena, e dos esforços de 
diversos organismos nacionais e internacionais, as taxas de aleitamento materno no 
Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão abaixo do recomendado, e o 
profissional de saúde tem um papel fundamental na reversão desse quadro. Portanto, 
cabe a ele identificar e compreender o processo do aleitamento materno no contexto 
social, cultural e familiar e, a partir dessa compreensão, cuidar tanto da dupla mãe/bebê 
como de sua família. É necessário que busque formas de interagir com a população 
para informá-la sobre a importância de adotar uma prática saudável de aleitamento 
materno. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam 
. Não há vantagens em se iniciar os alimentos 
complementares antes dos seis meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da 
criança, pois a introdução precoce de outros alimentos está associada a:
·Maior número de episódios de diarreia;
·Maior número de hospitalizações por doença respiratória;
·Risco de desnutrição, se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente 
inferiores ao leite materno, como, por exemplo, quando os alimentos são muito diluídos; 
aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado com outros 
alimentos até os dois anos ou mais
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È interessante recomendar a higiene da boca do bebê desde o nascimento, 
com fralda de pano limpa umedecida em água filtrada ou fervida, com a finalidade de se 
criarem hábitos de higienização.
Quando começarem a nascer os dentes decíduos (de leite) da frente, a 
limpeza também é feita com fralda de pano limpa umedecida em água filtrada ou 
fervida. Quando nascerem os dentes decíduos de trás, é recomendada a higiene bucal 
com escova dental de cabeça pequena, cabo longo e cerdas macias após cada 
refeição, orientando utilizar quantidade de creme dental não superior a um grão de 
arroz cru, já que o excesso pode provocar a fluorose (manchas esbranquiçadas que 
aparecem nos dentes por excesso de flúor). Os pais e responsáveis devem higienizar a 
boca da criança até que ela aprenda a escovar corretamente e saiba cuspir o creme 
dental.
·Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e o 
zinco;
·Menor eficácia da lactação como método anticoncepcional;
·Menor duração do aleitamento materno. 
Pesquisas recentes demonstram que muitas crianças deixam de ser 
amamentadas nos primeiros meses de vida e recebem alimentos não saudáveis ao 
invés dos alimentos caseiros e regionais. Essas escolhas prejudicam a formação de 
hábitos alimentares saudáveis e podem favorecer o aparecimento de doenças ainda na 
infância, como obesidade, pressão alta e diabetes.
ALIMENTAÇÃO NOS PRIMEIROS 6 MESES DE VIDA
HIGIENE E SAÚDE BUCAL
A adição de flúor à água, a escovação dos dentes com cremes dentais 
fluoretados e o hábito alimentar saudável são as melhores medidas para prevenção de 
cáries e outros problemas bucais nas crianças.
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A diarreia em crianças pode estar associada com falta de higiene no preparo dos 
alimentos ou por má conservação dos mesmos, quando são preparados com muita 
antecedência e deixados fora da geladeira ou em cima da mesa, do fogão ou dentro do 
forno.
Não utilizar alimentos deixados fora da refrigeração como iogurtes, leite 
fermentado, queijos além daqueles em embalagens furadas, estufadas ou amassadas. 
Atenção ao prazo de validade dos alimentos!
Guardar os alimentos não perecíveis, ou seja, que não precisam de refrigeração 
em local fresco e protegidos de insetos, roedores e outros animais.
O leite dos primeiros dias pós-parto, o colostro, é produzido em pequena quantidade. 
Possui cor amarelada, tem grande quantidade de proteínas, que promovem o crescimento e 
desenvolvimento, e possui substâncias que funcionam como vacinas e protegem o bebê 
contra doenças.
Durante os primeiros dias o bebê mama pouco e em intervalos irregulares e curtos, 
pois ele está se adaptando ao processo da amamentação. Com o passar do tempo, a criança 
estabelecerá o seu próprio ritmo e os horários irão ficando cada vez mais regulares. O tempo 
de esvaziamento da mama depende de cada bebê, há aquele que consegue fazê-lo em 
poucos minutos e aquele que o faz em trinta minutos ou mais. O esvaziamento inadequado 
da mama fará com que o bebê deixe de mamar o leite final da mamada, que é rico em· Para desinfecção: colocar em uma bacia plástica ou de vidro 1 colher 
(sopa) de água sanitária sem perfume e de boa qualidade para cada litro de água 
limpa. Misturar bem e colocar as frutas, verduras e legumes de modo que fiquem 
totalmente mergulhadas por 15 minutos. Após este tempo, enxaguar bem em 
água corrente. Desta forma estes alimentos estarão seguros para serem 
consumidos.
Para os vegetais que forem ser consumidos cozidos e/ou sem a casca, basta 
lavar em água corrente.
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QUANDO A MÃE VOLTA A TRABALHAR, COMO CONTINUAR A 
AMAMENTAR?
 A mãe que amamenta, ao retornar ao trabalho ou deixar seu bebê na creche, não 
precisa desmama-lo nem oferecer qualquer outro leite. Ela deve aprender a ordenhar e 
armazenar adequadamente o seu leite, para ser oferecido ao seu filho quando ela não 
estiver.
 Alguns dias antes de voltar ao trabalho, a mãe poderá retirar o leite da seguinte 
forma:
1. Prender os cabelos e lavar bem as mãos;
2. Acomodar-se em posição confortável, de preferência apoiando as costas;
3. Massagear a aréola com movimentos circulares, na transição entre a pele 
escura e a pele clara;
gordura, que mata a fome e faz com que ele ganhe peso.
 Se o bebê dorme bem e está ganhando peso, isso significa que está tudo bem 
com a amamentação.
Após o término da mamada, a mãe deverá segurar o bebê em pé, com a 
cabecinha dele encostada no ombro dela, até que o bebê arrote. Isso pode auxiliar na 
redução das cólicas e na prevenção de acidentes provocados por vômitos. O bebê 
nunca deve ser deitado de barriga para baixo. A posição mais segura é colocá-lo de 
barriga para cima, pois essa posição facilita que o bebê possa girar a cabeça, tossir ou 
chamar a atenção, caso esteja precisando de ajuda.
O bebê que mama no peito 
cresce, tem mais saúde e adoece menos.
HIGIENE DOS ALIMENTOS
Enquanto o aleitamento materno exclusivo protege as crianças contra infecções, 
a introdução de outros alimentos pode causar infecções quando eles são preparados 
com falta de cuidado e higiene.
Os alimentos oferecidos às crianças devem ser preparados pouco antes do 
consumo, nunca oferecer sobras de uma refeição, mesmo que limpas. 
Para evitar a contaminação dos alimentos e a transmissão de doenças causadas 
por alimentos, a pessoa responsável pelo preparo das refeições deve lavar bem as 
mãos com água e sabão toda vez que for preparar ou oferecer o alimento à criança.
Para os vegetais que forem consumidos crus e/ou com casca recomenda-se:
· Lavar em água corrente, esfregando bem toda a superfície das frutas, 
verduras e legumes. As folhas devem ser lavadas uma a uma;
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ARMAZENAMENTO DO LEITE RETIRADO
Leite Ordenhado Armazenamento
Para consumo do próprio filho - Geladeira: por 12 horas
- Congelador: por 15 dias
- Congelador: por 15 diasPara doação ao banco de leite
humano
4. Apoiar a mama com o a mão em concha, o polegar acima da aréola e o indicador 
abaixo desta;
5. Fazer uma leve pressão para trás e para frente, com movimentos de apertar e 
soltar. Dessa forma o leite vai sair em gotas e logo em seguida em jatos;
6. Evitar falar durante a retirada do leite, para evitar contaminá-lo;
7. Armazenar o leite em um frasco de vidro, com tampa de plástico, sem rótulo e 
sem o papelão sob a tampa e que tenha sido lavado e fervido durante 20 
minutos. Se for congelar o leite, deixe 2 cm de distância entre o leite e a tampa, 
para evitar que o frasco estoure;
8. O frasco deverá ser etiquetado, contendo o nome do bebê a data de início da 
coleta do leite. 
Quando a mãe estiver fora, o bebê poderá receber o leite materno, que deverá 
ser dado a ele com um copinho de plástico descartável ou num copo plástico 
pequeno esterilizado de uso exclusivo do bebê.
· Acompanhar o ganho de peso através do gráfico da caderneta de saúde da 
criança. Peça que sempre anotem essas informações na hora da consulta.
 
A criança aprende a gostar de alimentos que lhe são oferecidos com frequência 
e passam a gostar da maneira com que eles foram introduzidos inicialmente. É 
desejável que ela consuma alimentos com baixos teores de açúcar e sal, de modo que 
esse hábito se mantenha na sua fase adulta. As versões doces ou mais condimentadas 
dos alimentos fazem com que as crianças não se interessem por consumir frutas, 
verduras e legumes na sua forma natural. 
É comum mães e cuidadores oferecerem a elas alimentos de sua preferência e 
que são desaconselhados para crianças menores de dois anos. Foi constatado que o 
estabelecimento dos hábitos alimentares acontece durante os primeiros anos de vida, 
por volta de dois a três anos. Açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, 
salgadinhos, biscoitos recheados e outros alimentos com grandes quantidades de 
açúcar, gordura e corantes devem ser evitados especialmente nos primeiros anos de 
vida. Já foi demonstrado que o consumo desses tipos de alimentos está associado ao 
excesso de peso e à obesidade ainda na infância, condições que podem perdurar até a 
idade adulta, além de provocarem dislipidemias e alteração da pressão arterial. São 
também causa de anemia e alergias. As crianças já nascem com preferência ao sabor 
doce; portanto, oferecer alimentos adicionados de açúcar ou alimentos com grandes 
quantidades de energia faz com que a criança se desinteresse pelos cereais, verduras e 
legumes, alimentos que têm outros sabores e são fontes de nutrientes importantes. 
 ALIMENTOS PROCESSADOS
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DESCONGELANDO O LEITE MATERNO
· Descongelar o leite materno em banho-maria (não deixe a água ferver), girando 
o frasco delicadamente para que o leite descongele de maneira uniforme.
· Separar a quantidade de leite que o bebê irá tomar. Se o bebê não tomar todo o 
leite que foi aquecido, não utilizar novamente – jogar fora o que sobrou.
· O restante do leite descongelado que não foi reaquecido tem validade de 12 
horas e deve ficar armazenado dentro da geladeira (não colocar o leite materno na 
porta da geladeira). Após as 12 horas, se o leite não foi utilizado deverá ser desprezado.
 
· Evitar o consumo de gorduras saturadas como a gordura aparente da carne, pele 
de frango, frituras, banha, nata, creme de leite, bacon ou toucinho, mortadela, linguiça, 
salame e outros embutidos. Evitar também as gorduras trans, presente em biscoitos 
recheados, salgadinhos margarinas e diversos outros produtos industrializados. 
 
· Leia o rótulo dos alimentos;
· Incentivar e estimular o consumo de frutas, verduras e legumes a partir dos seis 
meses de idade;
· Não comprar com frequência ou estimular o consumo de salgadinhos de pacote, 
doces, balas, pirulitos e refrigerantes; 
· Toda a família deve melhorar ou modificar os hábitos alimentares inadequados; 
torne as escolhas saudáveis as escolhas mais fáceis, assim todos terão mais saúde;
 Preferir alimentos assados, grelhados e cozidos ou refogados ao invés de 
alimentos fritos ou à milanesa;
· Alimentos diet ou light não são recomendáveis para crianças, somente em casos 
muito especiais; o melhor é incentivá-las a consumir alimentos naturais e saudáveis, em 
porções adequadas;
Estimular a atividade física como caminhar, pular, brincar de bola, andar de 
bicicleta, jogar futebol ou vôlei, nadar. É importante praticar algum tipo de atividade 
física ou recreativa que ajude a gastar energia;
·
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ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA DE 6 MESES A 2 ANOS DE 
IDADE
A partir dos 6 meses, deve-se introduzir aos poucos outros alimentos na dieta da 
criança, pois ela já está pronta para receber novos alimentos e suas necessidades 
nutricionais passam a ser diferentes. Deve-se manter a amamentação.
No início, a criança pode rejeitar as primeiras ofertas de novos alimentos, porque 
tudo para ela é novidade. Em geral são necessárias de 8 a 10 exposições a um novo 
alimento para que ele seja aceito pela criança. Caso ela não queira comer e cuspa, não 
insista e sirva outro alimento no lugar. Espere uns dias e prepare o alimento que a 
criança não gostou de outramaneira.
 A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de 
refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança.
 O ambiente onde a criança e a família fazem as refeições deve ser tranquilo. 
Todas as refeições devem ser feitas à mesa. Não saia andando pela casa, atrás da 
criança com o prato de comida na mão. Mostre a ela que existe horário e lugar certo 
para fazer as refeições.
 Após o retorno ao trabalho, amamentar com frequência quando estiver em casa, 
inclusive à noite; evitar mamadeiras, oferecer a alimentação por meio de copo ou 
colher.
Além da quantidade de alimentos ingeridos e quantidade de energia gasta, 
existem outros fatores que determinam excesso de peso. Estudos demonstram que 
criança com pai e mãe obesos tem 80% de chance de se tornar obesa quando adulta. 
Crianças com apenas um dos pais (o pai ou a mãe) obeso tem 40% de chance de se 
tornar obesa; a criança que tem pais com peso saudável tem 10% de chance de se 
tornar obesa na vida adulta.
As preferências alimentares das crianças assim como a prática de atividade 
física são influenciadas pelos hábitos dos pais, o que faz com que o ambiente tenha 
interferência no seu peso. Por isso é muito importante que toda a família se esforce para 
modificar os hábitos alimentares e o estilo de vida de forma a criar um ambiente mais 
saudável, capaz de reduzir os riscos do sobrepeso e da obesidade para todos. O 
excesso de peso na infância pode levar ao aumento dos níveis de gordura no sangue, 
da pressão sanguínea, de problemas nas articulações, no fígado e ao diabetes, dentre 
outras doenças.
·Manter o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade;
·Iniciar a alimentação complementar a partir dos seis meses de idade e 
incentivar o aleitamento materno até os dois anos de idade da criança;
·Seguir os 10 passos para alimentação saudável para crianças maiores de dois 
anos de idade;
·Evitar o uso de açúcares e de sal até o primeiro ano de vida e utilizar com 
moderação a partir desta idade;
COMO PREVENIR A OBESIDADE
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 Sempre que possível fazer pelo menos uma das refeições principais (café da 
manhã, almoço ou jantar) com a criança, isto ajudará a fortalecer o relacionamento 
familiar e criar hábitos alimentares mais saudáveis. 
Crianças amamentadas exclusivamente no peito desenvolvem muito cedo a 
capacidade de autocontrole de ingestão, aprendendo a diferenciar as sensações de 
fome e saciedade. Por isso não se deve insistir para a criança comer quando ela não 
estiver com fome ou por que a mãe acha que a quantidade de alimento consumida é 
insuficiente.
 SOBREPESO E OBESIDADE
A OMS define sobrepeso como peso corporal que ultrapassa o peso normal 
esperado para uma determinada altura.
A obesidade pode ser definida como aumento excessivo de peso causado pelo 
acúmulo de gordura corporal além dos limites considerados saudáveis para 
determinada altura.
Tanto o sobrepeso como a obesidade, na grande maioria das vezes, são 
causados pelo desequilíbrio entre a quantidade de calorias consumidas e a quantidade 
de calorias gastas pelo organismo para realização das atividades.
· Quando comemos muito e gastamos pouca energia, 
ganhamos peso
· Quando comemos e gastamos energia na mesma 
quantidade, mantemos o peso
· Quando comemos pouco e gastamos mais energia, 
perdemos peso
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 Importante: com a introdução dos alimentos complementares é importante 
 que a criança receba água nos intervalos das refeições.
Após o sexto mês de vida, evite deixar a criança trocar as refeições principais 
pelo leite materno. Este deve ser oferecido em períodos contrários aos das refeições.
Sopas, sucos e comidas ralas não fornecem energia suficiente para a criança, 
por isso deve-se iniciar a alimentação complementar na forma de purês e papas 
consistentes.
Para fornecer vitamina C é recomendado que logo após a refeição seja oferecido 
suco de limão, laranja, acerola, abacaxi, tangerina, mexerica, poncã, maracujá, goiaba 
ou morango para as crianças. Outra forma de acrescentar a vitamina C é temperar as 
saladas com suco de limão ou servi-las junto com as refeições.
O leite de vaca inibe a absorção de ferro. Uma das principais causas de anemia é 
o consumo de leite de vaca integral, de seus derivados e de preparações feitas com leite 
de vaca por crianças menores de um ano ou por crianças que consomem leite de vaca 
em excesso também após o primeiro ano de vida.
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Ao iniciar a alimentação complementar, ofereça um alimento de cada vez, para 
que a criança se acostume com o novo sabor. 
Para a papa salgada, os alimentos devem ser cozidos em pouca água e 
oferecidos amassados com um garfo e, de preferência, não devem ser todos 
misturados no prato. A papa batida no liquidificador ou peneirada não estimula a 
mastigação e nem permite que a criança aprenda a conhecer os diferentes sabores. 
Dê preferência para os legumes e verduras da época, são mais baratos, mais frescos 
e mais nutritivos. Oferecer algum tipo de carne ou víscera na papa salgada. A carne 
contém ferro, auxiliando na prevenção da anemia.
Sempre que possível oferecer 50 a 100 ml de suco de frutas cítricas, ricas em 
vitamina C (limão, laranja, goiaba, morango, abacaxi, poncã), logo após o término da 
refeição. Isso facilita a absorção de ferro presente nos vegetais verde-escuros ou nas 
leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão de bico).
A partir do 8º mês de idade, preparações servidas para a família como arroz, 
feijão, carne, legumes e verduras devem ser oferecidos para a criança, desde que 
não sejam feitas com temperos fortes ou picantes.
Não ofereça à criança alimentos industrializados como salgadinhos, 
frituras, temperos prontos, catchup, maionese, salsicha, mortadela, 
refrigerantes, refrescos de saquinho, balas, pirulitos, biscoitos recheados, 
doces, café, chá mate, bebidas alcoólicas. São alimentos com quantidades 
muito grandes de sal, açúcar refinado, gorduras de baixa qualidade e 
substâncias sem valor nutritivo, além de poderem provocar alergias e 
intolerância. Lembre-se: são os adultos os responsáveis pela formação do 
paladar e pela saúde das crianças.
O leite materno possui ferro uma quantidade pequena, mas numa forma química 
mais disponível e melhor absorvida pelo organismo do bebê quando este é 
amamentado exclusivamente no seio durante os seis primeiros meses de vida. O 
restante do ferro necessário à saúde do bebê é garantido pelos depósitos que tem no 
organismo, recebidos da mãe durante a gestação.
Alimentos oferecidos às crianças antes dos seis meses de idade atrapalham o 
aproveitamento do ferro existente no leite materno, podendo causar anemia.
Crianças que por algum motivo muito importante não forem amamentadas ao 
seio correm um risco maior de ficarem com anemia. Em caso de dúvidas, procure as 
orientações sobre alimentação da criança dadas pela equipe de saúde da Unidade de 
Saúde mais próxima da sua casa. 
A alimentação pobre em alimentos fontes de ferro é a maior causa de anemia. Os 
principais sinais e sintomas são: cansaço, falta de apetite, palidez da pele e mucosas 
(parte interna do olho, gengivas), dificuldade de aprendizagem, apatia (crianças muito 
‘paradas’). Para confirmar se a criança está com anemia é necessário fazer exame de 
sangue.
 
A partir dos seis meses, quando a alimentação complementar é oferecida, é 
necessário utilizar preparações que tenham alimentos ricos em ferro para prevenir a 
anemia. Os alimentos ricos em ferro que são melhor aproveitados pelo organismo da 
criança são as carnes e o fígado. Leguminosas como feijão, lentilha, soja, grão de 
bico, ervilha seca e vegetais verde-escuros como mostarda, escarola, couve, 
brócolis e almeirão são boas fontes de ferro, mas por serem de origem vegetal 
necessitam de vitamina C para ser melhor aproveitados pelo organismo.
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AS MELHORES OPÇÕES DE ALIMENTOS PARA SER 
OFERECIDOS À CRIANÇA:
Todosos tipos de frutas e sucos naturais, legumes e verduras, carnes magras de 
boi, frango sem pele, fígado, pães e biscoitos simples sem recheio, iogurte natural e 
coalhada caseira, bolos simples, picolé de frutas, batata, mandioca, batata doce, 
mandioca salsa, arroz, lentilha, feijão, ervilha, grão de bico.
Oferecer os alimentos na forma 
mais natural possível!
 
A partir dessa idade a criança já está fazendo as refeições com a família. Evite 
usar pimenta, mostarda, catchup, caldos de galinha e de carne, pois são muito 
salgados. Utilize temperos naturais como alho, cebola, salsa, cebolinha, orégano, 
limão.
Nessa idade as alterações no apetite são comuns, podendo variar de um dia 
para o outro. Não force a criança a comer fazendo chantagens, oferecendo prêmios ou 
dando castigos. Não faça seu filho criar uma relação confusa com a alimentação. 
Premiá-lo com doces poderá fazê-lo pensar que os doces são alimentos mais valiosos 
e desejáveis do que os vegetais e legumes. Castigá-lo poderá criar ansiedade e 
ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA DE 2 A 4 ANOS DE IDADE
COMO ALIMENTAR A CRIANÇA DOENTE OU EM 
RECUPERAÇÃO (CONVALESCENTE)
A criança doente geralmente tem o apetite diminuído, pode vomitar, sentir dor ou 
ter cólicas e gasta mais energia se tiver febre.
Se a criança estiver sendo amamentada exclusivamente no seio, não pare de 
amamentar, continue dando o peito; caso a criança fique muito sonolenta, estimule-a 
para que continue mamando, não dê outros alimentos ou leites.
A criança doente necessita comer para não perder peso e para que melhore 
rápido. A alimentação deve ser preparada com mínimo de temperos e óleo para evitar 
que ela vomite e não queira comer mais; se ela estiver com vômitos, o ideal é oferecer 
alimentos em pequenas quantidades várias vezes ao dia; dar preferência a alimentos 
secos (torradas ou biscoitos simples) ou em consistência de papas. Alimentos em 
temperatura ambiente ou frios são melhor tolerados que os quentes.
Ofereça água e gelatina em pequena quantidade nos intervalos das refeições e 
várias vezes. Quando são dados grandes volumes de líquidos de uma só vez a criança 
pode vomitar.
ANEMIA FERROPRIVA
A anemia ferropriva é uma das doenças mais comuns em crianças. O ferro é um 
nutriente essencial para a vida: ele é um dos responsáveis pela formação das células 
vermelhas do sangue que fazem o transporte do oxigênio do ar que respiramos para 
todas as células do corpo.
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sofrimento relacionado aos horários das refeições.
 Quando a criança se recusar a comer o almoço ou o jantar, procure não substituir 
essas refeições por leite, biscoitos, iogurtes, chocolates, etc. Guarde a comida na 
geladeira e avise-a que quando a fome voltar, o prato será aquecido e oferecido 
novamente.
 
 A criança deve aprender que nenhum alimento é proibido, o importante é ter 
moderação e equilíbrio. Não há problema em comer hambúrguer ou batata frita, desde 
que isso não seja um hábito diário.
É importante que a criança participe da compra dos alimentos na feira e no 
supermercado, pois assim aprende a conhecê-los. Do mesmo modo, incentivar a 
participação da criança no preparo das refeições (ajudar fazer a salada, por exemplo) é 
um estímulo para que ela prove alimentos novos e saudáveis.
Crianças aprendem pelo exemplo, por isso é importante que toda a família tenha 
bons hábitos alimentares.
Sugestões de lanches saudáveis para a escola: mini pães de 
leite (tipo bisnaguinha), com manteiga ou geleia, frutas, 
castanhas, biscoitos simples sem recheio, bolo simples, 
barras de cereais ou de frutas, suco natural, água de coco, 
achocolatado de caixinha, água.
Para o lanche no período em que a criança está em casa, 
existem diversas opções saborosas:
· Frutas com cereais, como banana com aveia;
· Vitaminas de frutas com leite;
· Gelatina, mingau de cereais no prato, Sucrilhos®, granola, barra de cereais, 
iogurte;
· Lanches de pão integral ou francês recheados com com alface, tomate, cenoura 
ralada, queijo e presunto magros, frango desfiado;
· Hambúrguer pode ser assado no forno ao invés de frito;
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 Explique à criança que nem todos os alimentos que aparecem 
nas propagandas de TV são saudáveis. Evite ceder às pressões que a 
mídia faz, não compre com frequência o que você sabe não ser 
saudável e adequado. Mostre que existem alimentos melhores, e 
porque fazem bem. Isso faz com que a criança aprenda desde cedo a 
fazer escolhas mais saudáveis.
ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA DE 4 A 10 ANOS
Na fase pré-escolar a criança apresenta velocidade de crescimento e ganho de 
peso menores do que nos dois primeiros anos de vida, com consequente diminuição 
nas necessidades nutricionais e no apetite. Por desconhecimento, os familiares 
atribuem este fato a uma doença e não a um fator fisiológico, chegando aos serviços de 
saúde com a queixa de inapetência. Isto pode acarretar o uso inadequado de 
medicamentos estimulantes do apetite. Além disto, o comportamento alimentar da 
criança pré-escolar pode ser imprevisível e variável: a quantidade ingerida de alimentos 
pode oscilar, sendo grande em alguns períodos e nula em outros; caprichos podem 
fazer com que o alimento favorito de hoje seja inaceitável amanhã; ou que um único 
alimento seja aceito por muitos dias seguidos. Se os pais não corrigirem este 
comportamento, ele poderá se transformar em distúrbio alimentar real e perdurar em 
fases posteriores. O apetite é variável, momentâneo e depende de vários fatores, entre 
eles, idade, condição física e psíquica, atividade física, temperatura ambiente, ingestão 
na refeição anterior.
Criança cansada ou superestimulada com brincadeiras pode não aceitar a 
alimentação de imediato, assim como também, no verão, seu apetite pode ser menor do 
que no inverno.
O apetite pode diminuir se, na refeição anterior, a ingestão calórica foi grande; é 
regulado pelos alimentos preferidos pela criança, sendo estimulado pela forma de 
apresentação da alimentação (cor, textura, cheiro).
Envolver a criança em tarefas como a escolha do alimento, da sua compra no 
mercado ou feira e da preparação dos alimentos. A monotonia alimentar, sem variações 
do tipo de alimento e de preparações é um fator que pode tirar o apetite e o interesse da 
criança pelo alimento. Assim, uma alimentação equilibrada deve ser representada por 
uma refeição com grande variedade de cores, texturas, formas interessantes e 
colocação no prato de forma atrativa, embora, seja desaconselhável fazer com que a 
criança aceite os alimentos somente se estiverem enfeitados.
A ingestão de alimentos com excesso de gordura, sal e açúcar deve ser 
limitada, pois são comprovadamente fatores de risco para as doenças crônicas não 
transmissíveis no adulto (diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, etc.). 
A qualidade de gordura consumida é importante, deve-se limitar o uso de 
gorduras tipo “trans” e saturadas (manteiga, carnes em geral, embutidos, bolachas 
recheadas, salgadinhos de pacote), estimulando o consumo de azeite de oliva, óleos 
vegetais. 
Verifique a qualidade das refeições ou lanches servidos na escola que a criança 
frequenta. Se a escola oferece o lanche não mande alimentos de casa, evitando que a 
criança consuma os dois.
Caso seja necessário levar o lanche de casa, ele deve ser composto por 
alimentos saudáveis e que não necessitem de refrigeração, para evitar que estraguem. 
Esse cuidado diminui os riscos contaminação do lanche. Não envie doces, guloseimas, 
salgadinhos de pacote, frituras, refrigerantes e sucos artificiais.
No estado do Paraná existe uma lei (lei nº14855 - 19/10/2005) que proibe a 
comercialização de alimentos com alto teor de gordura, açúcar e sódio (sal) nas 
escolas.
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
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Os alimentos preferidos pela criança são os de sabor doce e muito calóricos. 
Essa preferência ocorre porque o sabor doce é inato ao ser humano, não necessitando 
de aprendizagem como os demais sabores. É normal a criançaquerer comer apenas 
doces, cabe aos familiares, portanto, colocar os limites quanto ao horário e quantidade.
A criança possui mecanismos internos de saciedade que determinam a 
quantidade de alimentos que ela necessita, por isso, deve ser permitido o seu controle 
de ingestão.
Quando a criança já for capaz de se servir à mesa e comer sozinha, essa 
conduta deverá ser permitida e estimulada.
São necessárias orientações gerais para que a conduta alimentar da criança 
seja saudável e a formação do hábito adequada: as refeições e lanches devem ser 
servidos em horários fixos diariamente, com intervalos suficientes para que a criança 
sinta fome na próxima refeição.
Um grande erro é oferecer ou deixar a criança alimentar-se sempre que deseja, 
pois assim, não terá apetite no momento das refeições. O intervalo entre uma refeição e 
outra deve ser de duas a três horas.
Na fase pré-escolar, o esquema alimentar deve ser composto por cinco ou seis 
refeições diárias, com horários regulares: café da manhã, lanche matinal, almoço, 
lanche da tarde, jantar e algumas vezes lanche antes de dormir.
É necessário que se estabeleça um tempo definido e suficiente para cada 
refeição. Se nesse período a criança não aceitar os alimentos, a refeição deverá ser 
encerrada e alimentos oferecidos apenas na próxima.
O tamanho das porções dos alimentos nos pratos deve estar de acordo com o 
grau de aceitação da criança.
É muito frequente a mãe, por preocupação, servir uma quantidade de alimento 
maior do que a criança consegue ingerir. O ideal é oferecer uma pequena quantidade de 
alimento e perguntar se a criança deseja mais.
Oferecer a sobremesa como mais uma preparação da refeição, evitando utilizá-
la como recompensa ao consumo dos demais alimentos.
A oferta de líquidos nos horários das refeições deve ser controlada porque o 
suco, a água e, principalmente, o refrigerante distendem o estômago, podendo dar o 
estímulo de saciedade precocemente. O ideal é oferecê-los após a refeição, de 
preferência água ou sucos naturais. Os refrigerantes não precisam ser proibidos, mas 
devem ser ingeridos apenas em ocasiões esporádicas, assim como salgadinhos, balas 
e doces, porque estimularão ainda mais o interesse da criança.
A criança deve ser confortavelmente acomodada à mesa com os outros 
membros da família. A aceitação dos alimentos se dá não só pela repetição à exposição, 
mas também, pelo condicionamento social e a família é o modelo para o 
desenvolvimento de preferências e hábitos alimentares. Portanto, é importante que 
desde o primeiro ano de vida, na introdução dos alimentos complementares, a criança 
observe outras pessoas se alimentando. O ambiente na hora da refeição deve ser 
calmo e tranquilo, sem a televisão ligada ou quaisquer outras distrações como 
brincadeiras e jogos. É importante que a atenção esteja centrada no ato de se alimentar 
para que o organismo possa desencadear seus mecanismos de saciedade. O ambiente 
tranquilo facilitará a confiança e o prazer da criança em se alimentar.
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