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Nutrição-Infantil

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1 
 
SUMÁRIO 
1 A importância da nutrição infantil ................................................................ 2 
2 Alimentação nos primeiros 6 meses de vida ............................................... 4 
3 Alimentação dos 6 meses aos 2 anos de idade ........................................ 11 
4 Alimentação após os dois anos de idade .................................................. 20 
5 Escola e alimentação ................................................................................ 24 
6 Alimentação saudável ............................................................................... 26 
7 Introdução alimentar: método baby-led-weaning (blw) ............................. 31 
Referencias ..................................................................................................... 33 
Leitura complementar ..................................................................................... 36 
 
 
 
2 
 
1 A IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO INFANTIL 
 “Que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento.” 
(Hipócrates) 
 
Fonte: www.pereirabarreto.sp.gov.br 
Um importante determinante para a saúde da criança é a alimentação, 
especialmente nos primeiros anos de vida. Conhecer os fatores nutricionais e 
metabólicos que influenciam o desenvolvimento humano podem ter efeitos na 
programação metabólica da saúde na vida adulta (FERNANDES et al, 2011). 
A facilidade de acesso a produtos industrializados cheios de sal, açúcar e 
gorduras, tem aumentado muito, e estas práticas alimentares inadequadas geram 
deficiências nutricionais, que além de causar prejuízos imediatos à saúde das 
crianças, podem deixar sequelas futuras como retardo do crescimento, atraso 
escolar e desenvolvimento de doenças (CUNHA, 2014). 
Para cada fase da vida, a alimentação tem uma importância diferente, mas é 
essencial em todas elas. Portanto, hábitos adquiridos no decorrer da infância e da 
adolescência são fáceis de serem mantidos na vida adulta e durante o 
envelhecimento. O aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, 
associado à introdução de alimentos complementares corretos até os dois anos de 
 
3 
 
idade podem se tornar determinantes nos hábitos alimentares no decorrer da vida 
(OLIVEIRA, et al 2007). 
 
 
Fonte:/www.maternidadecolorida.com.br 
 
A infância é marcada por crescimento e desenvolvimento acelerados, 
especialmente nos dois primeiros anos. Segue abaixo alguns desses marcos 
listados pelo Ministério da Saúde (2002): 
 No primeiro ano de vida uma criança cresce, em média, 25 cm, no 
segundo, 12 cm, enquanto que a partir dos 3 anos, crescem de 5 a 7 cm por ano. 
 Agregado ao crescimento físico, a criança adquire rapidamente 
capacidades psicomotoras e neurológicas, de modo que, dos 4 aos 5 meses de 
idade já sustenta a cabeça e com 6-7 meses é capaz de sentar sem apoio. 
 Em função deste desenvolvimento psicomotor, o cérebro da criança 
que ao nascer pesava em média 400 gramas, ao final do primeiro ano de vida pesa 
 
4 
 
em média 1 quilo (kg), enquanto que do primeiro ano até a vida adulta o cérebro 
crescerá apenas mais 400 gramas, chegando a pesar 1,4 kg na vida adulta. 
Em função disto, torna-se imprescindível uma adequada alimentação, a 
fim de evitar deficiências nutricionais, que possam causar prejuízos imediatos à 
saúde das crianças, e deixar sequelas futuras, como retardo do crescimento, atraso 
escolar e desenvolvimento de doenças como diabetes, pressão alta, doenças do 
coração e obesidade, entre outras. 
2 ALIMENTAÇÃO NOS PRIMEIROS 6 MESES DE VIDA 
FONTE:revistacrescer.globo.com/ 
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que 
envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado 
nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em 
sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter 
implicações na saúde física e psíquica da mãe (BRASIL, 2009, p.11). 
O leite materno para lactente, evita mortes infantis, diarreia e infecção 
respiratória; diminui o risco de alergias, de hipertensão, colesterol alto e diabetes; 
reduz a chance de obesidade; promove uma melhor nutrição por conter todos os 
 
5 
 
nutrientes essenciais; possui efeito positivo na inteligência e no desenvolvimento da 
cavidade bucal. 
Para a nutriz, constitui um fator de proteção contra câncer de mama, 
estimativas apontam que o risco de contrair a doença diminua 4,3% a cada 12 
meses de duração de amamentação; e evita nova gravidez. Evita custos financeiros, 
já que o gasto médio mensal com a compra de leite para alimentar um bebê nos 
primeiros seis meses de vida no Brasil pode variar de 38% a 133% do salário-
mínimo, dependendo da marca da fórmula infantil. Sendo assim, o aleitamento 
materno exclusivo é expressamente indicado até os seis meses de vida. Isto se deve 
a diversos fatores. O principal deles é que o leite materno é um alimento completo, 
pois possui todos os nutrientes necessários ao bebê durante os seis primeiros 
meses de vida. Inclusive contém quantidade suficiente de água, mesmo para 
aqueles dias muito quentes e secos (OLIVEIRA, et al 2007). 
 E para ambos promove o fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho e 
melhora a qualidade de vida das famílias, uma vez que as crianças amamentadas 
adoecem menos, necessitam de menos atendimento médico, hospitalizações e 
medicamentos, o que pode implicar em menos faltas ao trabalho dos pais, bem 
como menos gastos e situações estressantes (BRASIL, 2009). 
Diversos estudos comprovam ainda que, o aleitamento materno tem efeito 
protetor contra a obesidade. Foi observado em um estudo americano com 2.565 
crianças, com idade entre três e cinco anos, que aquelas que haviam recebido 
aleitamento materno apresentavam menor prevalência de “risco de sobrepeso”, em 
relação àquelas que nunca haviam sido amamentadas (HEDIGER, et al, 2001). 
Já outro estudo realizado no município de São Paulo, com 544 crianças de 
dois a seis anos de idade mostrou que o aleitamento materno exclusivo por seis 
meses ou mais e que aleitamento materno prolongado por mais de 24 meses de 
vida são fatores de proteção contra sobrepeso e obesidade. Ademais, quanto maior 
a quantidade de leite materno recebido no início da vida, maior a proteção em 
relação ao sobrepeso e obesidade. Apesar dos conhecidos benefícios, a mediana de 
aleitamento materno exclusivo foi apenas de quatro meses e de aleitamento 
materno, sete meses, houve ainda, a introdução precoce de quase todos os 
alimentos pesquisados, como água e/ou chá (72,1%), frutas (66,4%), leite não 
materno (53,2%), açúcar e/ou mel (15,2%), espessantes (10,2%); achocolatados 
 
6 
 
(3,0%), iogurtes (4,6%), cereais e tubérculos (25,6%), carnes bovina, frango ou 
peixe (54,1%), ovos (14,1%), hortaliças (40,3%) e feijão (12,0%); no período de zero 
a seis meses de idade (SIMON, SOUZA, SOUZA, 2009). 
Vale lembrar que a introdução precoce de outros alimentos (antes do sexto 
mês) pode ser um fator de risco para anemia ferropriva e para alergia e/ou 
intolerância alimentar, assim como predispõe os quadros infecciosos, gastrintestinais 
e respiratórios, a depender do ambiente onde a criança vive. 
Além destes, outros inúmeros estudos reafirmam a importância do 
aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida, seja no aspecto 
nutricional, psicoafetivo, intelectual, imunológico ou até mesmo no desenvolvimento 
ósseo e muscular da face (MUNIZ, et al, 2006). 
Nos primeiros dias de pós parto é produzido, em pequena quantidade, um 
leite com alto teor de proteínas (que ajudam no crescimento e desenvolvimento) e 
rico em células de defesa vindas da mãe. Este leite de coração amarela 
transparente, denominado colostro, funciona como uma vacina protegendo o bebê, 
especialmente aqueles prematuros. 
FONTE: www.pictame.com 
Nos primeiros 15 dias o bebê mama pouco e emintervalos curtos, além disso, 
a mãe pode sentir dor, e desenvolver fissuras nos mamilos, isto se deve ao processo 
de adaptação à amamentação, mas leva muitas mães a desistirem de amamentar. 
 
7 
 
Mas vale encoraja-las, tendo em vista que com o passar do tempo, as pele das 
mamas se fortalecerá, a criança estabelecerá o seu próprio ritmo e os horários irão 
ficando cada vez mais regulares. 
Outros quesitos são importantes na amamentação, como os sinais de boa 
pega, descritos nas figuras abaixo e o correto esvaziamento das mamas, já que o 
leite do final da mamada é rico em gordura, que mata a fome e que faz com que o 
bebê ganhe peso. O tempo para esvaziamento, varia de acordo com a idade do 
bebê, sendo de 10 a 30 minutos nos primeiros dois meses e entre 5 e 20 minutos 
após essa idade. 
Caso o bebê esteja demorando muito para mamar e não esteja ganhando 
peso adequadamente, é sinal de que algo não está dando certo. 
 
Fonte: http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/10_passos_final.pdf 
 
8 
 
 
FONTE: http://www.ficargravida.com.br/bebes/aleitamento-materno-pega-correta/ 
 
 
Fonte:http://consultorioped.blogspot.com.br/2015/09/meu-leite-e-fraco.html 
Uma alternativa para aquela mãe que necessita retornar as atividades 
laborais é realizar a ordenha manual, guardar o leite na geladeira, levar para casa e 
oferecer à criança no mesmo dia ou no dia seguinte ou congelar. 
Em geladeira ele pode ser mantido por até 12 horas e, no freezer ou 
congelador, por 15 dias. Caso esteja congelado, no momento de oferecer ao bebê, 
deve ser descongelado, de preferência dentro da geladeira. Uma vez descongelado, 
o leite deve ser aquecido em banho-maria fora do fogo. Homogeneizar, agitando 
suavemente antes de oferecer à criança, faz-se necessário. Depois de aquecido, 
 
9 
 
caso o bebê não amamente, o leite deve ser descartado, não se deve retornar para 
a geladeira ou reaquecer. 
Para realizar a ordenha é preciso dispor de vasilhame de vidro com tampa de 
plástico esterilizado, para isto, o pote deve ser submetido à fervura durante mais ou 
menos 20 minutos. A mãe deve procurar um local tranquilo para esgotar o leite; 
manter os cabelos presos, lavar e secar cuidadosamente as mãos e antebraços, 
usar máscara ou evitar falar, espirrar ou tossir enquanto estiver ordenhando. 
O recipiente deve ser posicionado próximo ao seio; a mama massageada 
delicadamente com movimentos circulares da base em direção à aréola, o tórax 
mantido curvado sobre o abdômen, para facilitar a saída do leite e aumentar o fluxo. 
Os dedos da mão colocado em forma de “C”, o polegar na aréola acima do mamilo e 
o dedo indicador abaixo do mamilo na transição aréola/mama, em oposição ao 
polegar, sustentando o seio com os outros dedos, pressionando suavemente o 
polegar e o dedo indicador, um em direção ao outro, e levemente para dentro em 
direção à parede torácica e soltando (conforme a figura abaixo). Este processo pode 
levar mais ou menos 20 a 30 minutos, em cada mama, especialmente nos primeiros 
dias, quando apenas uma pequena quantidade de leite pode ser produzida. 
Podem ser ordenhados os dois seios simultaneamente em um único 
vasilhame, em um mesmo momento, ou dentro das próximas 12 horas, após esse 
período, use outro vasilhame. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Cartilha de Orientação Nutricional Infantil 
 
 
10 
 
Entretanto, existem casos que contra indicam o aleitamento materno, como 
câncer de mama tratado ou em tratamento, diagnóstico de HIV/AIDS, HTLV, sífilis, 
hepatite, varicela (5 dias antes e 3 dias após o parto) e herpes mamilar 
(temporariamente, enquanto persistirem as lesões). E criança com diagnóstico de 
fenilcetonúria ou galactosemia. 
Ainda existem casos de mães que obrigatoriamente devem retornar ao 
trabalho precocemente, permanecendo grandes intervalos ausentes do seu filho e 
com dificuldades na obtenção de leite materno por ordenha, neste caso e nos 
anteriores, o ideal é fazer uso das fórmulas infantis. 
Antes dos seis meses, utiliza-se a fórmula infantil de partida, já no 2º 
semestre a fórmula de seguimento. Estas fórmulas devem conter gordura, 
carboidratos, proteínas, minerais, oligoelementos (vitaminas e microminerais), outros 
nutrientes e componentes como nucleotídeos, prebióticos, probióticos e LC-PUFAS 
(ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa) (FERNANDES et al, 2011). 
A quantidade varia de acordo com a idade da criança, conforme o quadro 
abaixo. 
 
Idade Volume diário 
Número de 
refeições/dia 
Do nascimento a 30 
dias 
60 – 120ml 6 a 8 
30 a 60 dias 120 – 150ml 6 a 8 
2 a 3 meses 150 –180ml 5 a 6 
3 a 4 meses 180 – 200ml 4 a 5 
> 4 meses 180 – 200ml 2 a 3 
Fonte: Adaptado do Caderno nº 23 da Atenção Básica. 
Enquanto que a introdução da alimentação complementar, para criança 
amamentada ao seio deve ser introduzida a partir dos seis meses de idade e 
gradualmente, aquela que utiliza fórmula infantil, poderá receber novos alimentos a 
partir do 4º mês de vida, ou de acordo com orientação do médico ou do nutricionista. 
 
 
11 
 
3 ALIMENTAÇÃO DOS 6 MESES AOS 2 ANOS DE IDADE 
Fonte:http://revistacrescer.globo.com 
O segundo semestre é determinante na saúde da criança nesta idade. Ela já 
possui maturidade fisiológica e neurológica para receber novos alimentos. Não 
apresenta mais o reflexo de protrusão da língua, o que facilita a introdução de 
alimentos semissólidos e produz também enzimas digestivas em quantidade 
necessária, além disso, já senta e sustenta a cabeça, facilitando a alimentação 
(BRASIL, 2002). 
A comida, o tempero, o cheiro de que gostamos, tudo se refere aos hábitos 
que adquirimos quando ainda éramos crianças. É neste momento que se inicia a 
introdução gradativa de outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos 
de idade ou mais. 
Os primeiros anos de vida de uma criança, especialmente os dois primeiros, 
são caracterizados por crescimento desenvolvimento acelerados, incluindo 
habilidades para receber, mastigar e digerir outros alimentos, além do leite materno, 
e no autocontrole do processo de ingestão de alimentos. 
Devido a este crescimento, as necessidades nutricionais da criança não são 
mais atendidas apenas com o leite materno e por isso, faz-se necessária a 
introdução de novos alimentos. Inicialmente a quantidade de alimentos ofertada a 
 
12 
 
criança deve ser pequena e caso ela ainda tenha fome, o leite materno deve ser 
oferecido. 
É importante saber que a criança pode rejeitar ou ter dificuldade para aceitar 
as primeiras ofertas, isto porque tudo é novidade para ela, desde a colher, até a 
consistência do alimento e o sabor, entretanto há crianças que adaptam mais 
facilmente. Caso a criança não conheça um alimento e ao provar, não goste, não se 
deve insistir, outro alimento deve ser oferecido. Entretanto, após alguns dias aquele 
alimento que ela não gostou deve ser oferecido, de preferência, preparado de outra 
maneira. Esse processo deve-se repetir por pelo menos 8 a 10 vezes, em dias 
diferentes, antes que se tenha certeza de que a criança de fato não goste. 
Fonte https://brasil.babycenter.com 
Há predisposições genéticas para se gostar ou não se gostar de 
determinados sabores, além disto, essa influência genética vai sendo moldada por 
experiências adquiridas ao longo da vida. Por isso, os sabores vivenciados nos 
primeiros meses de vida podem influenciar as preferências alimentares 
subsequentes. Uma vez que o alimento se torna familiar nessa fase, parece que a 
preferência se perpetua (LEATHWOOD; MAIER, 2005; BRASIL, 2009). 
No intervalo dos alimentos, deve ser oferecida água, filtrada ou fervida 
(BRASIL, 2015). 
Algumas considerações quanto à alimentação complementar é que 
idealmente, ela deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, 
 
13 
 
em intervalos regulares, de forma a respeitar o apetite da criança e em um ambiente 
tranquilo. As refeiçõesdevem ser feitas à mesa e a televisão (TV) deve estar 
desligada. Isto porque o hábito de comer assistindo TV ou fazendo outra atividade 
impede que as pessoas prestem atenção na quantidade de alimentos que estão 
comendo. 
Algumas crianças precisam ser estimuladas a comer e nunca forçadas, pois 
isso pode interferir no autocontrole que a criança tem naturalmente sobre a 
quantidade de alimentos que ingere. Desde pequena a criança aprende a distinguir 
as sensações de saciedade (de quando já está satisfeita) e de fome (quando fica 
sem receber a comida). Assim, atenção à quantidade de alimentos oferecida. É 
preferível colocar pouco e servir novamente se a criança ainda quiser, do que 
colocar uma quantidade igual à de um adulto e forçar a criança a comer tudo. Por 
mais que pareça pouca a quantidade que ela ingere, se tudo correr bem, esta é 
suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais. 
São importantes essas considerações, pois a criança deve entender que 
existe horário e lugar certo para as refeições. Existem ainda estudos mostrando que 
quando a alimentação é feita em família, as crianças comem alimentos mais 
saudáveis e se desenvolvem melhor, por isso é formidável fazer ao menos uma 
refeição em família. Não andar pela casa, atrás da criança, com o prato de comida 
na mão, não oferecer prêmios, nunca aplicar castigos e não insistir para ela comer 
quando ela realmente não estiver com fome é válido, porque a comida não deve ser 
vista como uma punição e sim como uma situação prazerosa. 
Além disso, é preciso conhecer a função dos micronutrientes (vitaminas e os 
minerais) e macro nutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos). 
Os carboidratos contém uma grande quantidade de açucares, esse macro 
nutriente é responsável pela principal fonte de energia do organismo. Em especial 
do sistema nervoso central, que não funciona com outra fonte energética que não 
esta. 
As proteínas são macromoléculas biológicas constituídas por uma ou mais 
cadeias de aminoácidos. As proteínas estão presentes em todos os seres vivos e 
participam de praticamente todos os processos celulares, desempenhando um vasto 
conjunto de funções no organismo, podendo ser encontrados em alimentos tanto de 
origem animal como vegetal. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Macromol%C3%A9cula
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biomol%C3%A9cula
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amino%C3%A1cido
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula
 
14 
 
As gorduras são compostos orgânicos formados por carbono, hidrogênio e 
oxigênio (ácidos graxos e o glicerol) elas são uma fonte de energia altamente 
concentrada e são utilizadas para acionar as reações químicas do organismo, 
podem ter a forma líquida ou sólida. Todas são combinações de ácidos graxos 
saturados e insaturados. As gorduras totais representam a quantidade de lipídios 
saturados e insaturados do produto, presentes essencialmente nos alimentos de 
origem animal, as gorduras saturadas, em grande quantidade, podem causar 
problemas cardíacos e aumentar as taxas de colesterol e de triglicerídeos, assim 
como as gorduras trans, que são aquelas produzidas industrialmente através da 
modificação da estrutura do ácido graxo, por isso devem ser consumidas com muita 
moderação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: Adaptado da Cartilha de Orientação Nutricional Infantil. Departamento de pediatria. 
Faculdade de Medicina da UFMG. 2011. 
Os alimentos reguladores são as vitaminas e os minerais, sendo 
imprescindíveis para um bom funcionamento do organismo, elas não fornecem 
energia nem constroem o corpo, mas mantém o equilíbrio e o funcionamento perfeito 
da máquina orgânica, são encontrados em alimentos naturais como o leite, ovos, 
carne legumes, frutas e verduras. Alguns exemplos de onde podem ser encontradas 
algumas vitaminas estão na tabela abaixo (CUNHA, 2014). 
 
 
 
15 
 
Fonte: (PASSOS, 1996, p.116). 
A suplementação de ferro deve ser feita de maneira universal para lactentes a 
partir do sexto mês de vida ou da interrupção do aleitamento exclusivo até os dois 
anos de idade. Já as reposições de vitamina D devem ser de 400 UI/dia por via oral 
para lactentes até 18 meses em aleitamento materno e/ou que recebam fórmula 
infantil em volume inferior a 500 ml/dia. 
Para a absorção fisiológica da vitamina D, a exposição solar adequada é de 
pelo menos 30 minutos semanal, com a criança apenas de fraldas (4 a 5 minutos por 
dia, todos os dias da semana) ou 2 horas semanais com exposição apenas da face 
e das mãos da criança (17 minutos por dia, todos os dias da semana). 
A criança que amamenta ao peito, dos seis aos sete meses devem receber 
três refeições complementares por dia. São elas dois purês de fruta (fruta 
amassada) e uma papa salgada, preparada com verduras e legumes, cereal ou 
tubérculo (batata, aipim, inhame), carne ou vísceras (fígado) e leguminosas (feijão, 
lentilha, soja, grão de bico ou ervilha verde seca). Entretanto o leite materno 
permanece livre demanda, quantas vezes a criança quiser. Ao se aproximar do 
sétimo, respeitando- se a evolução da criança, a segunda papa salgada deve ser 
introduzida (BRASIL, 2009). 
Já aquelas que a partir do sexto mês a criança, não mamam mais no peito, 
deve-se oferecer cinco refeições com alimentos complementares, sendo estes, dois 
purês de frutas, duas papas salgadas e um mingau de cereal. Nesse caso, preferir 
os cereais fortificados com ferro, para ajudar a prevenir a anemia. Além de continuar 
o uso da fórmula de seguimento conforme indicação do fabricante e do pediatra. 
 
16 
 
 
Fonte:bvsms.saude.gov.br 
Em qualquer dos casos anteriores as frutas devem ser oferecidas, 
preferencialmente, sob a forma de papas, purê, sempre em colheradas. Isto porque 
as sopas, sucos e comidas ralas não fornecem energia suficiente para a criança por 
reduzir, substancialmente, a quantidade de fibras, responsáveis, inclusive pela 
sensação de saciedade. 
Se o tipo de fruta oferecida respeitar as características regionais e a estação 
do ano, o custo será menor, mas nenhuma fruta é contraindicada. É preciso 
oferecer uma fruta de cada vez, para que a criança se acostume com o novo sabor e 
passe a aceitá-la. Não há necessidade de adicionar açúcar. O melhor é habituar a 
criança com os sabores naturais, pois elas passam a gostar dos alimentos da 
maneira como são apresentados pela primeira vez. 
Para a papa salgada, os alimentos devem ser cozidos em pouca água, sem 
tempero artificial e oferecidos amassados com um garfo, um de cada vez, sem 
mistura-los no prato. Assim como a papa de frutas, a salgada não deve ser batida no 
liquidificador ou peneirada, por reduzir o valor energético e não estimular a 
mastigação. Para temperar, utilizar apenas uma pitada de sal; pode-se utilizar 
cebola de cabeça, salsa, alho e cebolinha. 
Algum tipo de carne ou víscera deve ser oferecido na papa salgada, por 
conter ferro e, portanto, auxiliar na prevenção da anemia. A carne (70 a 120 g/dia), 
para duas refeições, não deve ser triturada, apenas picada ou desfiada, quando a 
carne não puder ser amassada de forma que a criança consiga ingerir sem risco de 
engasgamento, deve ser cozida junto aos demais alimentos, e retirada na hora de 
oferecer a criança. Quando não for possível colocar carne na papa salgada, é 
recomendável oferecer 50 a 100 ml de suco de frutas cítricas (ricas em vitamina C: 
 
17 
 
limão, laranja, goiaba, morango, abacaxi, ponkan), logo após o término da refeição. 
Isso facilita a absorção do ferro presente nos vegetais verde-escuros ou nas 
leguminosas (feijão, lentilha, soja, ervilha seca ou grão de bico). 
As frutas, os legumes e as verduras da época são mais baratos, mais frescos 
e mais nutritivos. Mas procure variar estes alimentos, isso garantirá o fornecimento 
adequado de vitaminas e minerais necessários para uma boa saúde e um 
crescimento adequado. 
Os sucos naturais podem ser usados nos intervalos das refeiçõesprincipais, e 
não em substituição a elas, em uma dose pequena. 
Não é recomendado utilizar beterraba e espinafre todos os dias, pois além de 
baixa biodisponibilidade de ferro, interferem na absorção de cálcio e ferro dos outros 
alimentos. Alguns alimentos com glúten devem ser introduzidos até o 9º mês de 
idade, portanto, iniciar após o 7º mês uma porção de macarrão por semana. 
ESTAÇÃO DO ANO FRUTAS VERDURAS E LEGUMES 
VERÃO 
Abacaxi, abacate, ameixa, 
banana, caju, figo, goiaba, 
jaca, laranja, limão, manga, 
maracujá, melancia, maçã, 
melão, pera e uva 
Agrião, escarola, repolho, abóbora, 
abobrinha, alcachofra, alho, batata, batata 
doce, berinjela, cenoura, chuchu, jiló, 
mandioca, milho verde, broto de feijão, 
nabo, pimentão, quiabo e rabanete 
OUTONO 
Abacate, banana, caqui, 
goiaba, jaca, laranja, limão, 
maçã, maracujá, melancia, 
pera e tangerina 
 
Acelga, alface, repolho, abóbora, 
abobrinha, batata, batata-doce, berinjela, 
brócolis, chuchu, mandioca, nabo, 
pimentão, quiabo, rabanete, tomate e 
vagem 
INVERNO 
Banana, laranja, limão, 
mamão, melão, morango, 
pera, tangerina 
Acelga, alface, almeirão, couve, espinafre, 
mostarda, repolho, abóbora, abobrinha, 
batata, batata-doce, berinjela, brócolis, 
cenoura, couve-flor, ervilha, mandioca e 
nabo 
PRIMAVERA Banana, caju, laranja, 
melão, morango e pêssego 
Alface, almeirão, chicória, escarola, 
repolho, abóbora, abobrinha, alcachofra, 
batata, berinjela, beterraba, cenoura, 
chuchu, couve-flor, ervilha, mandioquinha, 
nabo e vagem 
FONTE: Adaptado da cartilha de orientação aos pais: alimentação infantil. 
A partir do oitavo mês até os 11 meses, essas refeições passam a ser 
constituídas de duas papas salgadas e dois purês de frutas. O leite materno pode 
ser oferecido quantas vezes a criança quiser, mas a criança não pode trocar as 
 
18 
 
refeições principais pelo leite materno. Para isso, o leite materno deverá ser 
oferecido em períodos contrários aos das refeições. E para crianças que recebem 
outro leite que não o materno devem consumir no máximo 400ml por dia. 
A partir dos oito meses de idade, algumas preparações servidas para a 
família como arroz, feijão, carne, legumes e verduras podem ser oferecidos à 
criança, desde que não sejam preparadas com temperos fortes ou picantes. A partir 
dessa idade, os alimentos podem ser oferecidos amassados, desfiados, picados ou 
cortados em pedaços pequenos, para estimular a mastigação. 
Para preparar a alimentação da criança é necessário lavar bem as mãos, os 
alimentos e os utensílios que serão utilizados, as refeições devem ser preparadas 
um pouco antes de serem servidas para diminuir o risco da contaminação dos 
alimentos e consequentemente adoecimento da criança. 
Até o primeiro ano de vida, é totalmente contraindicado o uso de mel, devido 
ao risco de intoxicação alimentar (botulismo) e os morangos, devem ser bem lavado 
devido ao risco de contaminação por agrotóxicos. Existem pediatras que 
contraindicam o uso da clara de ovo, mas a gema pode ser utilizada, desde que bem 
cozida, para isso deve-se iniciar dando apenas ¼ da gema; e se houver boa 
aceitação, na próxima vez pode ser dada a metade da gema para então, na próxima 
oferta, dar a gema inteira. 
A partir do primeiro ano de vida, além do café da manhã, do almoço e do 
jantar é recomendável acrescentar mais dois lanches ao dia, dando preferência para 
as frutas ou mingau de cereal (leite mais cereal). Como pode ser observado 
resumidamente nos quadros abaixo. 
Quadro: Resumo do esquema alimentar para crianças menores de dois 
anos que estão em aleitamento materno 
De 6 a 7 meses De 8 a 12 meses A partir de 12 meses 
Aleitamento materno 
sob livre demanda 
• 1 papa de frutas no 
meio da manhã 
• 1 papa salgada no 
final da manhã 
• 1 papa de frutas no 
meio da tarde 
• Aleitamento materno sob 
livre demanda 
• 1 papa de frutas no meio 
da manhã 
• 1 papa salgada no final da 
manhã 
• 1 papa de frutas no meio 
da tarde 
• 1 papa salgada no final da 
tarde 
• Aleitamento materno sob livre 
demanda 
• 1 refeição pela manhã (mingau ou 
leite batido com fruta) 
• 1 fruta 
• 1 refeição básica da família no final 
da manhã 
• 1 fruta 
• 1 refeição básica da família no final 
da tarde 
FONTE: Adaptado do caderno da Atenção Básica, n. 23 
 
19 
 
Quadro: Resumo do esquema alimentar para crianças menores de dois 
anos que não estão em aleitamento materno 
Horário Menores de 4 meses 4-8 meses Maiores de 8 meses 
Manhã Alimentação láctea 
Leite + cereal 
outubérculo 
Leite + cereal ou 
tubérculo 
Intervalo Alimentação láctea Papa de fruta Fruta 
Almoço Alimentação láctea Papa salgada 
Papa salgada ou 
refeição básica da 
família 
Lanche Alimentação láctea Papa de fruta 
Fruta ou pão ou bolacha 
sem recheio 
Jantar Alimentação láctea Papa salgada 
Papa salgada ou 
refeição básica da 
família 
Noite Alimentação láctea 
Leite + cereal ou 
tubérculo 
Leite + cereal ou tubérculo 
FONTE: Adaptado do caderno de Atenção Básica, n. 23 
Quadro: Volume e número de refeições lácteas por faixa etária no 
primeiro ano de vida para as crianças que não podem ser amamentadas 
Idade Volume diário (ml) Número de refeições/dia 
Do nascimento a 30 dias 60 - 120 6 a 8 
30 a 60 dias 120 -150 6 a 8 
2 a 3 meses 150 – 180 5 a 6 
3 a 4 meses 180 – 200 4 a 5 
> 4 meses 180 – 200 2 a 3 
FONTE: Adaptado do caderno de Atenção Básica, n. 23 
Quando a alimentação complementar é oferecida de forma inadequada pode 
culminar em adoecimento, os agravos mais comuns são anemia, obesidade e 
desnutrição. 
O desenvolvimento precoce da obesidade vem apresentando cifras 
alarmantes entre crianças, adolescentes e adultos em todo o mundo, sendo um 
problema de saúde pública que tende a se manter em todas as fases da vida. O 
excesso de peso como problema de saúde pública tem suplantado, em muito, o 
baixo peso para estatura no Brasil e em outros países (BRASIL, 2009). 
A prevalência de excesso de peso, em estudo realizado no município de São 
Paulo, com 544 crianças de dois a seis anos de idade, encontrada foi de 34,4% e 
 
20 
 
pode ser considerada elevada para a faixa etária das crianças estudadas. No 
presente estudo, entre as demais variáveis explanatórias, a idade da criança 
superior a quatro anos foi fator de risco, talvez porque nessa idade ela já escolhe e 
pede o alimento que deseja ingerir, dando preferência a alimentos não nutritivos de 
maior valor calórico. Como as crianças estudadas pertenciam a famílias com nível 
socioeconômico alto, possivelmente elas teriam maior acesso à mídia, que estimula 
o consumo de alimentos como bolacha, doces, salgadinhos e outros. Outro fato 
associado ao risco nessa idade pode ser o sedentarismo decorrente de horas por 
dia em frente a aparelhos de televisão e vídeo-game diminuindo a atividade física 
(SIMON, SOUZA, SOUZA, 2009). 
Por isso é importante esclarecer alguns mitos que levam as mães a introduzir 
precocemente alimentos inadequados na dieta. A criança não sabe a diferença entre 
os alimentos e ela não tem vontade de comer isto ou aquilo. Até os 18 meses, a 
criança passa pela fase oral, nesta fase, ela tende levar qualquer coisa para a boca, 
para conhecer, experimentar. Portanto, ela não ficará nem com vontade e nem 
doente se não comer o que não pode. Neste momento, pode ser oferecido um 
alimento que ela possa comer, como, por exemplo, uma fruta. Ela ficará satisfeita e 
feliz do mesmo jeito. Sempre dê preferência para alimentos na sua forma mais 
natural possível. 
4 ALIMENTAÇÃO APÓS OS DOIS ANOS DE IDADE 
A partir dos dois anos de idade, a continuidade do aleitamento materno fica a 
critério da mãe, pois os papeis de proteção e de nutrição mais importantes já foram 
cumpridos. 
No período de dois a quatro anos há estabilização do crescimento estrutural e 
do ganho de peso. Sendo assim, nesta etapa, há uma menor necessidade de 
ingestãoenergética quando comparada ao período de zero a dois anos e a fase 
escolar (sete a 10 anos), sendo que esta é caracterizada por um período de 
elevados crescimento e demandas nutricionais. 
Na fase escolar é comum a criança ter um alto gasto energético devido ao 
metabolismo que é mais intenso que o do adulto. Além disso, há nessa faixa etária 
intensa atividade física e mental. Assim, a falta de apetite comum à fase pré- escolar 
 
21 
 
é substituída por um apetite voraz. É comum, nessa idade, também, a diminuição da 
ingestão de leite e, consequentemente, limitação do suprimento de cálcio. As mães 
devem estar atentas a fim de compensar a falta de ingestão de leite por meio de 
outros alimentos ricos em cálcio. 
A partir dos dois anos de idade é importante o estabelecimento de hábitos 
saudáveis e isto dependerá muito da rotina alimentar da família, pois a formação da 
preferência da criança pode decorrer da observação e imitação dos alimentos 
escolhidos por familiares ou outras pessoas e crianças que convivem em seu 
ambiente. 
Até os 4 anos a criança desenvolve ainda mais a capacidade de selecionar os 
alimentos a partir de sabores, cores, experiências sensoriais e texturas, 
apresentando maior relutância em provar novos alimentos. Como essas escolhas 
irão influenciar o padrão alimentar futuro é importante, que, assim como na fase 
anterior, a criança prove o alimento de oito a dez vezes, em diferentes momentos e 
diversos tipos de preparação, mesmo que em quantidades mínimas, para que ela 
decida definitivamente gostar ou não deste alimento. É comum ainda, que a criança 
tenha alterações no apetite, podendo variar de um dia para outro, entretanto, não é 
indicado forçar a criança a comer fazendo chantagens como oferecer prêmios ou dar 
castigos como, por exemplo: “Se você comer a cenoura, ganha um chocolate” ou 
“Se você não comer tudo, irá agora para cama sem TV”. Porque assim, os pais 
estarão ensinando a criança que os hábitos saudáveis são uma punição e os nãos 
saudáveis um brinde. 
Durante essa faixa etária, a anemia ferropriva apresenta uma relevante 
prevalência, assim, é de extrema importância que os cuidadores estejam atentos 
quanto à suplementação adequada de ferro através da dieta. Alguns deste alimentos 
estão listados no quadro abaixo. 
A partir dos dois anos de idade é importante oferecer pelo menos três 
refeições (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches saudáveis por dia. 
Evitando pular as refeições, comendo devagar e mastigando bem os alimentos, 
para, assim apreciar a refeição e prevenir a obesidade na infância, na adolescência 
e na vida adulta. 
 
 
 
22 
 
Quadro: Alimentos que são fonte de ferro 
Alimentos Quantidade (100g) Ferro (mg) 
Fontes de ferro heme 
Carne de gado cozida (lagarto) 1 bife médio 1,9 
Carne de gado cozida (contrafilé sem gordura) 1 bife médio 2,4 
Carne de gado cozida (patinho sem gordura) 1 bife médio 3,0 
Frango cozido (coxa sem pele) 2 unidades grandes 0,8 
Frango cozido (peito sem pele) 1 pedaço médio 0,3 
Frango cozido (sobrecoxa sem pele) 2 unidades pequenas 1,2 
Coração de frango cozido 12 unidades grandes 6,5 
Peixe cozido 1 filé médio 0,4 
Carne de porco (bisteca grelhada) 1 pedaço médio 1,0 
Carne de porco (costela assada) 1 pedaço médio 0,9 
Fígado de boi cozido 1 bife médio 5,8 
Fígado de galinha 2 unidades médias 9,5 
Fontes de ferro não heme 
Ovo 2 unidades 1,5 
Feijão preto cozido 1 concha média 1,5 
Beterraba cozida 4 fatias grandes 0,2 
Beterraba crua 5 colheres das de sopa 
cheias de beterraba ralada 
0,3 
FONTE: Adaptado do cadernos de Atenção Básica, n. 23 
Estas refeições devem pertencer a diferentes grupos alimentares, incluindo os 
cereais (arroz, milho, trigo, pães, massas); os tubérculos (batata, batata-doce, batata 
salsa aipim/mandioca, cará, inhame); frutas, verduras e legumes. Fornecendo 
diariamente fonte de vitaminas, minerais e fibras, importantes para a proteção da 
saúde, e diminuição dos riscos de ocorrência de várias doenças. 
O feijão e o arroz é uma dupla imbatível, uma combinação completa de 
proteínas e fibras, e devem ser consumidos pelo menos uma vez por dia todos os 
dias, ou no mínimo cinco vezes por semana. Para variar pode-se substituir o feijão 
por lentilha, grão de bico, ervilha seca ou soja. 
Leite e derivados (leite fermentado, iogurte, queijos magros) são importantes 
fontes de cálcio. Carnes, aves, peixes ou ovos são fontes de proteínas. 
Durante o preparo dos alimentos retire a gordura aparente das carnes e a 
pele do frango, e os alimentos gordurosos devem ser evitados. Dando preferencia 
aos assados, grelhados ou cozidos. Uma lata de óleo por mês é suficiente para uma 
 
23 
 
família de quatro pessoas. E modere o uso de sal, pois em excesso pode contribuir 
para o aumento da pressão (hipertensão), uma forma de auxiliar é utilizar temperos 
naturais frescos como cebola, alho, salsinha, cebolinha e sucos de frutas como 
limão, laranja, ponkan ou mexerica. Esses temperos e sucos são fontes de vitaminas 
e minerais, sendo também importantes para o crescimento da criança e são ótimos 
substitutos para o sal. 
Evite o consumo de sucos artificiais, refrigerantes, bolos, biscoitos recheados, 
sobremesas doces, enlatados, temperos prontos, salsicha, linguiça, salame, 
mortadela e preparações fritas ou à milanesa (carne ou outro alimento passado no 
ovo e na farinha e depois colocado para fritar). 
As guloseimas doces podem ser oferecidas no máximo duas vezes por 
semana, em pequena quantidade. Pois o excesso desses alimentos contribui para o 
aumento do peso, aparecimento das cáries dentárias e também de outras doenças. 
A ingestão de água é muito importante para o bom funcionamento do 
organismo, inclusive do intestino. É preciso ingerir de seis a oito copos de água por 
dia. O cuidador deve incentivar a criança a tomar água nos intervalos das refeições. 
Ademais é preciso praticar diariamente pelo menos 30 minutos de atividade, 
seja uma caminhada, bicicleta, passear com o cachorro, jogar bola, brincar de 
amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, correr, dançar, pular corda ou fazer 
algum tipo de esporte. Lembre-se que a criança desenvolve brincando! E 
especialmente, não deixar que a criança passe muitas horas assistindo TV, jogando 
vídeo game ou brincando no computador. 
Como já dito, não se deve premiar com doces, pois isto poderá fazê-lo pensar 
que os doces são alimentos mais valiosos e desejáveis do que os vegetais e 
legumes. Quando a criança se recusar a comer o almoço ou o jantar, não se deve 
substituir essas refeições por leite, biscoitos, iogurtes, chocolates etc. O prato deve 
ser guardado na geladeira (em recipientes tampados) e assim que a fome voltar, 
deve esquentar e oferecer novamente. 
Já o castigo poderá criar ansiedade e sofrimento toda vez que for o horário de 
comer. Porém é preciso ter as atitudes com firmeza, a criança sabe até onde ela 
precisa chegar para conseguir o que quer. Inicialmente é natural que ela chore, que 
fique emburrada, mas não se deve fazer o que ela está pedindo, pois isso pode 
 
24 
 
reforçar o comportamento negativo nas próximas vezes. Essas dicas não se aplicam 
quando a criança está doente. 
É importante não ceder às pressões que a mídia faz, não comprando 
alimentos não saudáveis e inadequados para o seu filho. A criança deve entender 
quais alimentos são bons para ela, para isso, os pais devem ensinar diariamente. 
Uma forma de fazer isso é ir à feiras ou em áreas rurais de plantação com as 
crianças, para estimular a curiosidade fazendo a criança conhecer as frutas, 
verduras e legumes, outra ainda é que leva-la a cozinha deixando que ela ajude a 
fazer uma salada ou outro prato saudável. 
Os hábitos alimentares saudáveis e adequados são capazes de diminuir os 
riscos do desenvolvimento de doenças como desnutrição obesidade, diabetes, 
hipertensão, doenças do coração e alguns tipos de câncer.5 ESCOLA E ALIMENTAÇÃO 
 
FONTE:www.alinutri.com.br 
 
No período escolar há um crescimento e desenvolvimento intensos. O 
indivíduo passa pela transição entre a infância e a vida adulta. É um período 
permeado por mudanças físicas (crescimento estatural, maturação sexual e 
mudanças na estrutura corporal decorrentes da puberdade); sociais e emocionais. 
 
25 
 
Portanto necessita de interferências cuidadosas em diversos aspectos, inclusive nos 
cuidados com a saúde, incluindo a nutrição e a alimentação. 
As orientações alimentares não diferem muito das descritas no item acima. 
Entretanto, as necessidades energéticas, de micro (vitaminas e os minerais) e 
macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos), aumentam, e atender 
corretamente a essa demanda evita deficiência nutricional, obesidade, hipertensão 
arterial, anemia constipação intestinal, dentre outros problemas. 
Em estudo realizado no Município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro com 
391 estudantes de 15 a 17 anos para avaliar fatores que determinaram o sobrepeso 
a prevalência de sobrepeso foi 23,9% para meninos e 7,2% para meninas, sendo 
que fazer dieta para emagrecer foi sete vezes mais frequente entre meninas do que 
entre meninos com sobrepeso. Nos meninos, idade, uso de dieta, omissão de 
desjejum, horas de televisão/”vídeo-game” e obesidade familiar apresentaram 
associação positiva e significante com IMC. Nas meninas, associaram-se 
positivamente ao uso de dieta, omissão de desjejum e obesidade familiar e 
negativamente idade da menarca. Portanto, o padrão estético de magreza parece 
predominar entre meninas e elas o atingem com hábitos e consumo alimentar 
inadequados. Ademais, a atividade física é um importante determinante das 
características físicas do adolescente, tendo mostrado que o número de horas que 
um adolescente passa assistindo TV é um importante fator associado à obesidade. 
Esse indicador não é só relevante na fase que o adolescente esta passando mas 
também é um fator preditivo da obesidade no adulto (FONSECA, SICHIERI, VEIGA, 
1998). 
Para evitar estes agravos é importante variar os alimentos, não pular 
refeições ou trocar por lanches; realizando 5 a 6 refeições diárias (café-da-manhã, 
almoço e jantar, e lanches nos intervalos); preferir proteínas de alto valor biológico 
(carnes, ovos, leite e derivados); consumir peixes marinhos duas vezes por semana; 
frutas, verduras e legumes pelo menos cinco porções/ dia e realizar a atividade física 
regular. Além de evitar açúcares, gorduras saturadas e colesterol, refrigerantes e sal 
(ideal menos de 6g/dia). 
Ao orientar o adolescente é importante estabelecer um vínculo com o mesmo 
e o envolver na organização de sua rotina alimentar, deve-se estimular pequenas e 
progressivas mudanças, a partir das suas preferências e estilo de vida, enfatizando 
 
26 
 
os aspectos positivos de adotar tais hábitos. E neste contexto a escola é um 
importante aliado. 
O Brasil possui uma diversidade de programas de alimentação e nutrição em 
escolas, desde 1954, sendo um dos mais antigos programas sociais do governo 
federal, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que supri 
parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos, com oferta de uma ou mais 
refeições diárias, adequadas e seguras. É considerado um dos maiores programas 
do mundo na área da alimentação escolar, atendendo, em 2007, aproximadamente 
36 milhões de estudantes, o que equivale a 22% da população brasileira, que 
frequenta instituições públicas e filantrópicas da educação em todo o Brasil 
(CUNHA, 2014). 
De acordo com o MEC (2006), o valor per capita fornecido para as escolas 
para ser direcionado a alimentação em 2003 passou de R$0,06 para R$0,13 em pré 
escolares e escolas filantrópicas, e para as creches R$0,18. Atualmente, o valor 
repassado pela União a estados e municípios por dia letivo para cada aluno é 
definido de acordo com a etapa e modalidade de ensino, sendo de 1,07 reais para 
as creches e ensino integral; 0,53 centavos para a pré-escola; R$ 0,64 para as 
escolas indígenas e quilombolas; R$ 0,36 para o ensino fundamental e médio; e de 
R$ 0,32 para a educação de jovens e adultos (BRASIL, 2018). 
Neste contexto, a escola é um espaço social que emerge como importante 
aliado para a promoção da saúde, bem como formação de hábitos alimentares 
saudáveis,. Já que nelas, os indivíduos passam grande parte do seu tempo, 
convivem, aprendem, trabalham e também realizam suas refeições. Os educadores 
têm importante papel ao ajudar a criança a reconhecer suas necessidades e 
identificar suas preferências alimentares, fazendo isso de forma prazerosa para que 
haja a conscientização da prática de uma boa alimentação. 
6 ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 
Em suma, mais que modismos é importante conscientizar as crianças sobre a 
alimentação como fator de grande contribuição para melhor qualidade de vida e para 
a promoção da saúde. Para isso é necessário fornecer alimentos no momento certo, 
em quantidade e qualidade adequadas. 
 
27 
 
Pesquisas recentes demonstram que muitas crianças deixam de ser 
amamentadas nos primeiros meses de vida e recebem alimentos não saudáveis ao 
invés dos alimentos caseiros e regionais. Essas escolhas prejudicam a formação de 
hábitos alimentares saudáveis e podem favorecer o aparecimento de doenças, ainda 
na infância, elevando a morbi-mortalidade infantil, como também deixar sequelas 
futuras como retardo de crescimento, atraso escolar e desenvolvimento de doenças 
crônicas não transmissíveis, como obesidade, pressão alta e diabetes. Assim, torna-
se inquestionável a importância da alimentação infantil. 
Para isso, o Ministério da Saúde/ Organização Pan-Americana da Saúde 
adota 10 passos para alimentação saudável para menores de dois anos (2010): 
1. Dar somente leite materno até os seis meses de idade, sem oferecer 
água, chás ou quaisquer outros alimentos. 
2. A partir de seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros 
alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais. 
3. Após os seis meses, oferecer alimentação complementar (cereais, 
tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes), três vezes ao dia, se a 
criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver 
desmamada. 
4. A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, 
respeitando-se sempre a vontade da criança. 
5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida 
com colher; começar com consistência pastosa (papas, purês) e, 
gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da 
família. 
6. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada 
é, também, uma alimentação colorida. 
7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. 
8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e 
outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação. 
9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu 
armazenamento e conservação adequados. 
 
28 
 
10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo a 
sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua 
aceitação. 
Adotam ainda “10 passos” como guia para alimentação saudável para 
crianças nas fases pré-escolar e escolar: 
1. Procure oferecer alimentos de diferentes grupos, distribuindo-os em 
pelo menos três refeições e dois lanches por dia. 
2. Inclua diariamente alimentos como cereais (arroz, milho), tubérculos 
(batatas), raízes (mandioca/macaxeira/ aipim), pães e massas, 
distribuindo esses alimentos nas refeições e lanches ao longo do 
dia. 
3. Procure oferecer diariamente legumes e verduras como parte das 
refeições da criança. As frutas podem ser distribuídas nas 
refeições, sobremesas e lanches. 
4. Ofereça feijão com arroz todos os dias, ou no mínimo cinco vezes 
por semana.5. Ofereça diariamente leite e derivados, como queijo e iogurte, nos 
lanches, e carnes, aves, peixes ou ovos na refeição principal. 
6. Alimentos gordurosos e frituras devem ser evitados; prefira 
alimentos assados, grelhados ou cozidos. 
7. Evite oferecer refrigerantes e sucos industrializados, balas, 
bombons, biscoitos doces e recheados, salgadinhos e outras 
guloseimas no dia a dia. 
8. Diminua a quantidade de sal na comida. 
 
29 
 
9. Estimule a criança a beber bastante água e sucos naturais de frutas 
durante o dia, de preferência nos intervalos das refeições, para 
manter a hidratação e a saúde do corpo. 
10. Incentive a criança a ser ativa e evite que ela passe muitas horas 
assistindo TV, jogando videogame ou brincando no computador. 
Quais são os alimentos que não devem ser oferecidos e pedir que outras 
pessoas também não ofereçam a criança? 
 Refrigerantes e sucos artificiais. 
 Produtos industrializados e com conservantes. 
 Produtos com corantes artificiais. 
 Produtos embutidos (salame, presunto, linguiça, mortadela) e enlatados 
(milho verde, ervilha, pepino azedo, palmito, azeitona, picles etc). 
 Açúcar, bolos, biscoitos recheados e guloseimas em geral. 
 Balas de qualquer tipo, pirulito, pipoca, amendoim e outros alimentos 
pequenos e duros podem provocar acidente grave por engasgamento – 
podendo inclusive levar à morte.CUIDADO! 
 Chocolates e achocolatados. 
 Qualquer tipo de fritura (doce ou salgada). 
 Maionese, catchup, mostarda, pimenta e outros condimentos similares. 
 Salgadinhos de pacote em geral. 
 Alimentos muito doces ou muito salgados. 
 Comidas muito condimentadas (com excesso de tempero). 
 Comidas preparadas com muita antecedência (isto é, que não tenham sido 
preparadas pouco antes de serem servidas). 
 Café preto, chá mate e bebidas alcoólicas. 
 
 
30 
 
 
Quais os Alimentos que podem ser oferecidos a criança? 
 Frutas (banana, manga, abacate, maçã, pêra, melão, melancia, caqui, 
laranja, ponkan, mamão, abacaxi). 
 Suco de fruta natural. 
 Vitamina de fruta com cereal (de preferência, utilizar cereais fortificados com 
ferro). 
 Legumes (cenoura, chuchu, abóbora, beterraba etc.) cozidos no vapor ou em 
pouca água, cortados em forma de palito. 
 Bifinho de carne magra ou de fígado de boi grelhado, coxinha de frango 
assada e sem pele. 
 Mingau ou pudim feito com leite e cereais (de preferência, utilizar cereais 
fortificados com ferro; se a criança mamar no peito, o mingau poderá ser 
preparado com o leite materno). 
 Pães e biscoitos sem recheio. 
 Iogurte natural ou coalhada caseira. 
 Picolé de suco de fruta natural. 
 Bolos simples, sem cobertura, podendo ser feitos também com legumes ou 
frutas (de fubá, de cenoura, de banana, de abacaxi, de maçã, de beterraba). 
 Saladas de tomate, chuchu, cenoura, beterraba, vagem etc. 
 Salada de frutas ou salada de legumes e/ou vegetais com frutas (repolho 
com maçã, alface com manga, chuchu com ponkan, beterraba com laranja, 
cenoura com abacate). 
 Batata, aipim, batata-doce e batata salsa podem ser servidos na forma de 
purê ou cozidos, cortados em pedaços pequenos, acompanhados de feijão, 
carne ou vegetais. 
 
 
 
 
31 
 
7 INTRODUÇÃO ALIMENTAR: MÉTODO BABY-LED-WEANING (BLW) 
Pode ser que ao pesquisar sobre introdução alimentar, os pais se deparem 
com o método BLW, que nada mais é que a introdução alimentar guiada pelo bebê, 
ou seja, deixar que ele explore os alimentos, sinta a textura, o cheiro e o gosto dos 
alimentos, para isso, a comida deve ser oferecida em pedaços pequenos, 
substituindo as tradicionais papinhas. 
A britânica Gill Rapley, idealizadora da técnica, defende que ela oferece 
muitos benefícios para os bebês, que podem sentir com as mãos a textura dos 
alimentos, comer no seu tempo e interagir com outras pessoas durante as refeições. 
Como este método recebe importante atenção da mídia, como por exemplo, a 
reportagem televisionada exibida pela Rádio e Televisão Record S.A, “Sem 
papinhas, o método BLW estimula a autonomia dos bebês na hora de comer” em 
16/2/2018 (disponível em: http://tv.r7.com/record-play/hoje-em-dia/videos/sem-
papinhas-o-metodo-blw-estimula-a-autonomia-dos-bebes-na-hora-de-comer-
16022018) é importante que as mães tenham conhecimento das vantagens e 
desafios de tais métodos. Antes de iniciar o método baby-led-weaning (BLW), é 
importante entender como fazê-lo e entender os princípios básicos para aplicar esse 
método. Essas diretrizes proporcionam um melhor entendimento e aproveitamento 
do método. Além disso, os pais ficarão mais seguros em aplicá-lo. 
É importante ainda, saber que o Ministério da Saúde em suas cartilhas e a 
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) não recomendam oficialmente o método. A 
SBP lançou um guia que informa que as sociedades da Nova Zelândia, Canadá e 
Estados Unidos também não o recomendam porque seguem a premissa de que 
algumas questões importantes sobre ele ainda não foram esclarecidas. Como por 
exemplo, se há impacto no desenvolvimento e crescimento; se a ingestão de 
nutrientes é suficiente; se ele influencia nos hábitos alimentares; se é realmente 
seguro e não oferece maior risco de asfixia e engasgo; e se é viável para a rotina 
dos pais. 
Este Guia Prático de Atualização da SPB esta disponível na leitura 
complementar em anexo. 
A maioria dos bebês estão prontos para começar a introdução dos alimentos 
com 6 meses de idade, devido ao grau de maturidade no desenvolvimento. Bebês 
https://bebe.abril.com.br/alimentacao-infantil/baby-led-weaning-blw-um-metodo-diferente-de-introducao-dos-solidos/
https://bebe.abril.com.br/tudo-sobre/papinha/
https://bebe.abril.com.br/saude/primeiros-socorros-como-agir-em-acidentes-domesticos-com-criancas/
 
32 
 
prematuros ou que tenham alguma condição especial de saúde ou atraso motor, que 
afetem a sua habilidade de engolir ou mastigar os alimentos, não se recomenda 
esse método. Vale ressaltar que é importante que os pais discutam com o pediatra 
sobre a introdução alimentar do seu filho e os métodos a serem utilizados. 
Mais informações podem ser encontradas na reportagem acima e na página 
<http://pediatriadescomplicada.com.br/2015/02/06/introducao-alimentar-entenda-o-
metodo-baby-led-weaning-blw/>. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://pediatriadescomplicada.com.br/2015/02/06/introducao-alimentar-entenda-o-metodo-baby-led-weaning-blw/
http://pediatriadescomplicada.com.br/2015/02/06/introducao-alimentar-entenda-o-metodo-baby-led-weaning-blw/
 
33 
 
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Atenção Básica. Dez passo para uma alimentação saudável. Guia para criança 
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<http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/dez_passos_para_familia.pdf
>. Acessado em: 23/02/18. 
______________________________. Dez passo para uma alimentação 
saudável. Guia para criança menores de dois anos. Um guia para profissionais 
de saúde da atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2.ed. 2015. Disponível 
em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_dez_passos_alimentacao_saudave
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Atenção Básica. Dez passos para uma alimentação saudável para crianças 
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Atenção Básica. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e 
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Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009. 
112 p. : il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n.23) 
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Alimentação Escolar (PNAE). Disponível em: 
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http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_dez_passos_alimentacao_saudavel_2ed.pdf
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36 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
Nome do autor: Departamento Científico de Nutrologia 
Presidente: Virgínia Resende Silva Weffort 
Secretário: Hélcio de Sousa Maranhão 
Conselho Científico: Carlos Alberto Nogueira de Almeida, Jocemara Gurmini, Junaura Rocha Barretto, 
Mauro Fisberg, Mônica de Araújo Moretzsohn, Rafaela Cristina Ricco, Valmin Ramos da Silva 
Colaboradores: Elza Daniel de Mello, Priscila Maximino 
 
Disponível em: http://pediatriadescomplicada.com.br/wp-content/uploads/2017/05/Nutrologia-
AlimCompl-Metodo-BLW.pdf 
Data do acesso: 23.02.18 
 
 
A ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR E O MÉTODO BLW 
(BABY-LED WEANING) 
Guia Prático de Atualização: Departamento Científico de Nutrologia 
 
A alimentação da criança modifica-se ao longo do seu crescimento e 
desenvolvimento. Do ponto de vista comportamental, desde o nascimento os recém-
nascidos saudáveis possuem a capacidade de autorregular sua alimentação, 
determinando o início da mamada, qual a velocidade que sugam e quando querem 
parar de mamar. A mãe não consegue fazer com que o recém-nascido ou lactente 
sugue maior quantidade quando este encerra a mamada, ao sentir-se satisfeito. 
Desde o nascimento, a mãe deve ser encorajada a entender que o recém-nascido e 
o lactente saudáveis nascem aptos para regular sua fome e saciedade; aprender a 
interpretar estes sinais é fundamental para o sucesso na amamentação, alimentação 
complementar e formação dos hábitos alimentares até a vida adulta. A figura 1 
ilustra como algumas características do desenvolvimento dos lactentes estão 
relacionadas aos comportamentos alimentares. Ao completar seis meses de vida, 
grande parte dos lactentes saudáveis já apresentam a capacidade para sentar sem 
apoio, sustentar a cabeça e o tronco, segurar objetos com as mãos, e explorar 
estímulos ambientais. 
http://pediatriadescomplicada.com.br/wp-content/uploads/2017/05/Nutrologia-AlimCompl-Metodo-BLW.pdf
http://pediatriadescomplicada.com.br/wp-content/uploads/2017/05/Nutrologia-AlimCompl-Metodo-BLW.pdf
 
37 
 
Outras aquisições são o desenvolvimento oral, o desaparecimento do refl exo 
de protrusão, e o aparecimento dos movimentos voluntários e independentes da 
língua, fazendo com que o alimento role na boca e a criança o mastigue. Estes são 
os aspectos motores que indicam que se pode iniciar a introdução de outros 
alimentos, denominada alimentação complementar (AC). Entender os sinais de 
maturidade do lactente para introdução de alimentos sólidos é fundamental para 
uma alimentação complementar com sucesso. Nos primeiros seis meses de vida, o 
aleitamento materno será a fonte ideal do ponto de vista nutricional, emocional e de 
estímulo motor. Após os seis meses de idade, o lactente deve continuar em 
aleitamento materno, mas há a necessidade de introdução da AC, tanto do ponto de 
vista nutricional (sendo fonte de ferro, zinco, vitamina A e calorias), quanto do ponto 
de vista motor, aproveitando esta fase de intensa curiosidade em explorar o meio 
ambiente. 
 
Neste contexto a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) tem orientações 
publicadas no Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia, disponível 
desde 2006 e atualizado em 20121, contendo informações abrangentes sobre o 
processo de início da AC, tanto do ponto de vista nutricional como comportamental: 
• A evolução da consistência deve ser gradual: oferecidos inicialmente 
em forma de papas; 
• Todos os grupos alimentares devem ser oferecidos a partir da primeira 
papa principal; 
 
38 
 
• A refeição deve ser amassada, sem peneirar ou liquidificar; 
• O ritmo da criança deve ser respeitado, de acordo com o 
desenvolvimento neuropsicomotor; 
• Recomenda-se o uso do nome papa principal e não papa salgada. 
 Além desta recomendação, o Ministério da Saúde (MS) publicou a 
segunda edição do Guia Alimentar para crianças menores de dois anos 
que também destaca os seguintes tópicos2: 
• A consistência dos alimentos complementares deve ser oferecida de 
forma crescente: pastosa, papa e purê; 
• A partir de 8 meses a criança pode receber os alimentos da família 
amassados, triturados, desfiados ou cortados em pequenos pedaços; 
• A alimentação complementar complementa o leite materno e não o 
substitui; 
• Deve-se incentivar a criança a comer nos horários de refeições da 
família; 
• Atenção especial às práticas comportamentais, posturais e ambientais. 
 A Organização Mundial da Saúde (OMS) também se pronuncia a 
respeito da AC, incentivandopráticas responsivas para o sucesso na 
introdução de novos alimentos3. Há orientações para que os pais 
identifiquem e respeitem os sinais de fome e saciedade, incentivem o 
lactente para que ele seja ativo e interativo durante as refeições, com a 
atenção voltada totalmente para o momento3. 
Além das recomendações publicadas oficialmente por comitês profissionais, 
há outras abordagens de AC sendo difundidas pela internet como, por exemplo, o 
Baby-Led Weaning (BLW) que significa: o desmame guiado pelo bebê. 
Conceitualmente a idealizadora, a britânica Gill Rapley, defende a oferta de 
alimentos complementares em pedaços, tiras ou bastões. Sua abordagem não inclui 
alimentação com a colher e nenhum método de adaptação de consistência para 
preparar a refeição do lactente, como amassar, triturar ou desfiar. Segundo Rapley4 
o BLW não é um método específico, mas uma abordagem que encoraja os pais a 
confiarem na capacidade nata que o lactente possui de autoalimentar-se. 
 
39 
 
As publicações sobre o BLW contêm ampla defesa para o uso de alimentos in 
natura, desencorajando a alimentação do lactente realizada na forma tradicional 
como papinha ou purês. Rapley defende os seguintes tópicos: 
• Continuar com o leite materno ou a fórmula infantil; 
• Posicionar o lactente sempre sentado para alimentar; 
• Permitir que o lactente se suje e interaja durante as refeições; 
• Oferecer variedade de alimentos, evitando a monotonia; 
• Interagir com o lactente quando ele estiver comendo junto, durante as 
refeições; 
• Dar o tempo necessário para a refeição sem pressionar. 
Livros sobre o BLW já foram publicados em mais de 15 idiomas e o tema 
alcança grande popularidade entre os pais do mundo todo. Embora as investigações 
científicas estejam sendo publicadas no decorrer dos últimos oito anos, os 
profissionais de saúde e sociedades da Nova Zelândia, Canadá e Estados Unidos5-8 
não recomendam oficialmente o BLW pelos seguintes questionamentos que ainda 
não foram respondidos: 
• Há impacto sobre o crescimento e o desenvolvimento? 
• A ingestão de micronutrientes é suficiente? 
• Influencia a formação dos hábitos alimentares? 
• Influencia o comportamento dos pais / cuidadores? 
• É um método de alimentação complementar viável para os pais? 
• É uma forma segura de alimentar os lactentes? Há maior risco de 
engasgo e asfixia? 
Morrisson e colaboradores6 publicaram estudo comparando o perfi l 
nutricional da alimentação de lactentes de 6 a 8 meses utilizando BLW (n=25) e a 
forma tradicional com colher (TSF, n=26). Nesta investigação de corte transversal foi 
verifi cado que os lactentes com BLW foram mais propensos a se alimentarem 
sozinhos desde os primeiros alimentos (67% vs 8%, p <0,001). Embora não haja 
diferença estatisticamente significante, grande número de crianças consome 
 
40 
 
alimentos que representam risco de asfi xia. Crianças do grupo BLW foram mais 
propensas a comer com a família no almoço e jantar; tiveram maior ingestão de 
gordura e gordura saturada; e menor ingestão de ferro, zinco e vitamina B12 que 
crianças do grupo TSF. Os dois grupos tiveram a ingestão de energia similar. Assim 
como outros estudos com o BLW, há limitação importante quanto ao número de 
sujeitos envolvidos na pesquisa. 
Assumindo os grandes questionamentos dos pais e dos profissionais de 
saúde relativos ao BLW, como risco de engasgo, e de baixa oferta de ferro e de 
calorias, um grupo de estudiosos neozelandeses9, criou uma versão chamada Baby-
Led Introduction to SolidS (BLISS), que significa Introdução aos Sólidos Guiada pelo 
Bebê. Entre as orientações do BLISS estão: 
• Oferecer alimentos cortados em pedaços grandes, que o lactente 
consiga pegar sozinho; 
• Garantir a oferta de um alimento rico em ferro em cada refeição; • 
Ofertar um alimento rico em calorias em cada refeição; 
• Oferecer alimentos preparados de uma forma que reduza o risco de 
engasgo e evitar os alimentos listados como alto risco de aspiração; 
• Experimentar sempre o alimento antes de oferecer ao lactente, para 
verificar se não forma um bolo dentro da cavidade oral; 
• Evitar alimentos redondos ou em formato de moedas; 
• Garantir sempre que o lactente esteja sentado, ereto e sob supervisão 
contínua de um adulto. 
Em comparação ao BLW, o grupo BLISS apresenta orientações semelhantes. 
Desde o primeiro livro, Rapley4 salienta a importância da segurança, do 
posicionamento e das práticas comportamentais não coercitivas para a AC. O 
importante é ressaltar que não há evidências de que o método tradicional com colher 
seja menos estimulante ou menos importante, desde que sejam seguidas as 
orientações da SBP, do MS e da OMS, tanto do ponto de vista nutricional como 
comportamental. 
 
41 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O BLW E A ALIMENTAÇÃO 
COMPLEMENTAR 
Ao investigar o comportamento alimentar infantil e as orientações nacionais e 
internacionais (SBP, MS e OMS), verifica-se que os documentos atualmente 
disponíveis são completos, contém informações coerentes e fundamentais para 
orientar a introdução e manutenção da AC. Dentre os motivos pelos quais o BLW 
ganha popularidade destaca-se a importância dada pela idealizadora sobre a 
individualidade de cada lactente e seu ritmo, enfatizando as habilidades natas e o 
empoderamento dos pais em reconhecer em seus filhos seus próprios sinais; porém 
estas questões comportamentais também devem ser trabalhadas com a AC com a 
colher, na forma tradicional. 
O Departamento de Nutrologia da SBP continua enfatizando suas 
orientações, já anteriormente publicadas, de respeitar o ritmo de desenvolvimento 
neuropsicomotor de cada lactente; como regra geral, a introdução alimentar deverá 
iniciar aos seis meses de vida, tanto para lactentes em aleitamento materno como 
para os alimentados com fórmulas infantis. Ressalta-se ainda, que, desde o início da 
AC, é importante que essa seja junto com as refeições em família, incentivando a 
interação entre os membros da casa. Nesta fase, é de suma importância que os pais 
sejam orientados a ser o exemplo de hábitos alimentares saudáveis e a munirem-se 
de paciência, respeitando os limites impostos pela baixa idade, sempre agindo como 
um facilitador no processo de alimentação, proporcionando um ambiente tranquilo 
sem a utilização de estratégias coercitivas ou punitivas. Uma frase pode ser o 
resumo desta orientação: Comer junto e não dar de comer. 
Reconhece-se que no momento da AC, o lactente pode receber os alimentos 
amassados oferecidos na colher, mas também deve experimentar com as mãos, 
explorar as diferentes texturas dos alimentos como parte natural de seu aprendizado 
sensório motor. Deve-se estimular a interação com a comida, evoluindo de acordo 
com seu tempo de desenvolvimento. 
Não há evidências e trabalhos publicados em quantidade e qualidade 
suficientes para afirmar que os métodos BLW ou BLISS sejam as únicas formas 
corretas de introdução alimentar. As orientações fornecidas pelos autores são 
coerentes com o desenvolvimento infantil, mas, limitar um processo complexo a uma 
 
42 
 
única abordagem pode não ser factível para muitas famílias, e, portanto, não pode 
ser endossado - como forma única de alimentação infantil - pelo Departamento de 
Nutrologia da SBP. 
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lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola/Sociedade 
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