Buscar

Curativos_3

Prévia do material em texto

Profa. Enfa. MSc. Lenice Dutra de Sousa 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE 
ESCOLA DE ENFERMAGEM 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
 
SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA II 
RIO GRANDE 
2011 
Conteúdo adaptado 
de material 
disponibilizado pela 
Profa Marta Borba 
Curativos 
Os primeiros registros históricos sobre curativos ocorreram entre 
3000-2500 a.C.. 
 
Grécia – Hipócrates (460-377 a.C.): 
• feridas secas e limpas; 
• diferenciação quando há inflamação; 
• definição de cicatrização por primeira e segunda intenção. 
 
Igreja: corpo x espírito: 
• princípio da LIMPEZA, DIETA 
 
Império Romano – Galeno: 
• Teoria do PUS louvável (até séc. XIX) 
 
Século XIX e início do séc. XX: 
• curativo absorvente; 
• uso de antissépticos. 
Conteúdo adaptado 
do material 
disponibilizado pela 
Profa Marta Borba 
• Proteção física da ferida; 
• prevenção da contaminação; 
• promoção de desbridamento autolítico; 
• preenchimento do espaço morto para evitar a formação 
de hematomas, abscessos, túneis e fístulas; 
• controle da secreção, por absorção, evaporação ou 
oclusão; 
• retenção da umidade no leito da ferida, incluindo células, 
enzimas, fatores de crescimento; 
• avaliação da ferida e periferida. 
• Primário (colocado diretamente sobre a ferida.) 
• Secundário (colocado sobre o curativo primário.) 
• Não oclusivo 
• Oclusivo (não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como 
barreira mecânica, impede a perda de fluídos, promove isolamento 
térmico.) 
• Compressivos (utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, 
promover a estase e ajudar na aproximação das extremidades da 
lesão.) 
• Manter alta umidade na interface ferida/curativo: evita a 
formação de crosta, favorece a velocidade de epitelização, 
diminui a dor e aumenta processos autolíticos (quebrando 
tecidos necróticos). 
* Nada de curativo seco em feridas abertas; secar somente a 
pele ao redor. 
• Remover o excesso de exsudação: o excesso de umidade 
provoca maceração da pele vizinha. 
* Pode ser necessário fornecer um segundo chumaço (curativo 
secundário). 
• Permitir a troca gasosa. 
• Fornecer isolamento térmico: uma temperatura constante de 
37° estimula uma atividade macrófaga e mitótica durante a 
granulação e a epitelização; após a limpeza da ferida, poderá 
levar 40 minutos para a lesão recuperar a sua temperatura 
original e 3 horas para a atividade mitótica retornar a 
velocidade normal. 
*As feridas não devem ser limpas com loções frias e os curativos não 
devem permanecer removidos por longo período de tempo (isso 
também pode ressecar a ferida e aumentar o risco de contaminação). 
• Ser impermeável à bactérias. 
*A fita adesiva deve ser aplicada de modo que forme uma moldura 
ao redor da ferida, para que não permita vazamentos. 
• A fita tem que estar isenta de partículas e tóxicos 
contaminadores de feridas. 
• Permitir a retirada da fita sem provocar trauma à lesão. 
• Verificar o histórico do paciente, bem como, do ferimento; 
• higienizar as mãos; 
• selecionar e organizar o material para realização do curativo; 
• organizar o ambiente e realizar o curativo; 
• orientar o paciente; 
• abrir e posicionar o material de curativo; 
• realizar a troca do curativo; 
• observar as características da ferida e periferida; 
• observar o paciente; 
• reposicionar o paciente; 
• descartar o material; 
• higienizar as mãos; 
• registrar em Evolução de Enfermagem. 
• Aquecimento da solução 
• FERIDAS GRANULADAS E LIMPAS: 
• irrigação suave: agulha calibre 12 e seringa de 20ml, ou frasco 
de soro perfurado para não danificar o tecido; 
• irrigação com cateter conectado a seringa em feridas 
profundas, estreitas ou com espaço morto; 
* Pode ser usada solução fisiológica, solução de papaína, água, 
desde que seja de qualidade e livre de contaminantes. 
• A eficácia da irrigação pode diminuir no decorrer de 
cronificação da ferida, uma vez que bactérias aprofundam-se e 
fixam-se nos tecidos. 
• ANTISSÉPTICOS EM FERIDAS SÃO CITOTÓXICOS, contribuindo 
para retardo na cicatrização, e não são os mecanismos mais 
eficientes de redução dos microrganismos nas lesões. 
• Feridas crônicas são colonizadas, o que não retarda o processo de 
cicatrização. 
• O tecido necrótico predispõe à infecção, devendo ser desbridado. 
O DESBRIDAMENTO NÃO É INDICADO EM: 
Feridas isquêmicas com necrose seca. Há necessidade de 
melhor condição vascular antes que a lesão seja desbridada. 
Nessa situação, a escara promove barreira contra infecção. 
 
Pacientes fora de possibilidades terapêuticas, situação na qual 
desbridar pode promover desconforto, dor, e que, devido às 
condições clínicas, não disporá de tempo e condições para a 
cicatrização. 
Figura1 
Desbridamento autolítico 
Podem ser apresentados sob a forma de placa, pasta, gel e 
grânulos. Eles mantêm o ambiente úmido, enquanto protegem as 
células de traumas, da contaminação bacteriana, além de manterem 
o isolamento térmico. 
São impermeáveis ao oxigênio, e não podem ser usados em 
casos de excessiva drenagem. Fornecem uma barreira efetiva contra 
bactérias. 
Figura2 Figura3 
Membrana de poliuretano, coberto com adesivo hipoalergênico. 
São coberturas finas, transparentes, semipermeáveis e não 
absorventes; não aderem à superfície úmida da ferida. 
Mantêm um ambiente úmido entre a úlcera e o curativo, 
favorecendo o desbridamento autolítico e protegendo contra traumas. 
Figura6 Figura7 Figura5 
Figura4 
Polissacarídeo composto de cálcio, derivado de algumas algas. 
Realiza a hemostasia, a absorção de líquidos, a imobilização e a 
retenção das bactérias. 
Tem propriedade desbridante, além de manter o meio úmido. 
Possui alta capacidade de absorção e potencialidade de macerar 
quando em contato com a pele sadia. 
Figura9 Figura8 
Atividade bactericida: 
• Alto grau de absorção e eliminação de odor das úlceras; 
• remove e retém as moléculas do exsudato e as bactérias, exercendo 
efeito de limpeza; 
• estimula a granulação e aumenta a velocidade da cicatrização; 
• pode permanecer de 3 a 7 dias, quando a úlcera não estiver mais 
infectada; 
• no início, a troca deverá ser a cada 24 ou 48 horas, dependendo da 
capacidade de absorção. 
O curativo não deve ser cortado, porque as 
partículas soltas de carvão podem ser liberadas 
sobre a úlcera e agir como um corpo estranho. 
Figura10 
Tem ação bacteriostática residual. É indicada para 
prevenção de colonização e tratamento de queimadura. 
Figura11 
Promovem quimiotaxia (atração de 
leucócitos) e angiogênese, mantêm o meio 
úmido e aceleram o processo de granulação 
tecidual. 
A aplicação tópica em pele íntegra tem 
grande absorção: forma uma película 
protetora, previne escoriações, devido a alta 
capacidade de hidratação, e proporciona 
nutrição celular local. 
Figura12 
• Enzima proteolítica retirada do látex do vegetal do mamão 
papaia; 
• utilizada em forma de pó ou gel; 
• promove desbridamento enzimático; 
• tem ação bactericida e bacteriostática, estimula a força tênsil 
da cicatriz e acelera a cicatrização. 
 
*A concentração da papaína para a úlcera necrótica deve ser a 
10%, em casos com exsudato purulento, de 4 a 6%, e, com tecido 
de granulação, à 2%. 
Figura13 
• Utilizada no desbridamento químico (enzimático); 
• indicada nas feridas com tecido necrótico ou com grande 
quantidade de fibrina. 
Figura14 
Material necessário para a realização de curativo: 
• bandeja; 
• pacote de curativo (pinças: hemostática, anatômica). 
Figura16 
Figura15 
• soro fisiológico (0,9%); 
• agulha 40/12 ou 25/8; 
• seringa 20ml; 
• gaze, chumaço, compressas; 
• luva de procedimento ou estéril. 
Figura20 
Figura19Figura18 
Figura17 
• cuba estéril, bacia metálica ou plástica, saco de lixo; 
• cobertura ou produto tópico prescrito (cremes, pomadas, 
etc); 
• esparadrapo, “micropore" ou similar; 
• faixa crepe (atadura); 
• tesoura; 
• cateteres; 
• cabo de bisturi e lâmina de bisturi. 
Figura23 
Figura22 Figura21 
• Remover a cobertura anterior; 
• IRRIGAR, abundantemente, com soro fisiológico, quando a 
cobertura primária for de gaze; 
• realizar a limpeza com técnica adequada (asséptica ou limpa); 
• manter o leito da úlcera úmido; 
• manter a área ao redor da úlcera sempre seca, evitando a 
maceração e facilitando a fixação da cobertura. 
Figura24 
Figura25 
• A principal meta do controle da ferida cirúrgica é promover a 
cicatrização e evitar infecção; 
• dois métodos principais: CURATIVO e COLOCAÇÃO DE BOLSA 
COLETORA; 
• BOLSA COLETORA: drenagem excessiva ou irritante. 
Figura26 
• Remover a cobertura anterior delicadamente (umedecer a 
fita adesiva ou a gaze, se necessário, com SF0,9%); 
• umedecer a gaze com soro fisiológico; 
• proceder a limpeza da incisão de dentro para fora, sem voltar 
ao início da lesão; 
• secar a incisão de cima para baixo; 
• ocluir com gaze, chumaço ou outro curativo prescrito; 
• fixar com fita adesiva. 
Curativo abdominal que requeira trocas frequentes: 
 
• cortar de quatro a seis tiras de esparadrapo hipoalergênico com 
5 a 7,5cm de largura, com comprimento suficiente, permitindo 
que se estenda cerca de 15cm além da ferida, em cada lado; 
• dobrar cada tira cerca de 5 a 7,5cm sobre si mesma para formar 
uma aba não aderente. Cortar um orifício pequeno no centro da 
aba formada, perto da margem superior; 
• limpar a pele do paciente. Depois de seca, aplicar um protetor. 
Aplicar o lado aderente de cada tira próximo ao curativo. Passar 
uma tira de gaze por cada par de orifícios nas tiras e amarrar; 
• substituir as fitas de Montgomery sempre que sujarem (de 2 a 
3 dias). 
Figura27 
Figura28 
Usar em um só movimento cada compressa de gaze para evitar levar exsudatos 
da ferida e a flora normal do corpo no entorno da pele lesionada para áreas 
limpas. 
A PELE DA SUTURA ESTÁ MAIS LIMPA QUE A PELE ADJACENTE 
DRENO: Limpar por último a superfície do dreno. Pelo fato da drenagem úmida 
promover a proliferação bacteriana, o dreno é considerado a área mais 
contaminada, por isso, limpar a pele localizada ao redor deste, esfregando em 
semicírculos ou círculos completos, do dreno para fora. 
Limpar no mínimo 2,5cm, além do final do novo curativo. Se não aplicar um 
curativo novo, limpar, no mínimo, 5cm além da incisão. 
Trocar o curativo a cada 24 horas ou sempre que estiver saturado (úmido). 
Manter a incisão aberta se estiver limpa e seca no período de 24 a 48 horas após o 
procedimento cirúrgico. 
• Dor aguda; 
• dor crônica; 
• integridade da pele prejudicada; 
• integridade tissular prejudicada; 
• intolerância à atividade; 
• distúrbios na autoestima; 
• proteção alterada; 
• risco de infecção; 
• ansiedade. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. 
Departamento de Atenção Básica. Manual de condutas para úlceras 
neurotróficas e traumáticas / Ministério da Saúde, Secretaria de 
Políticas de Saúde, Departamento de Atenção Básica. - Brasília: 
Ministério da Saúde, 2002. 
DEALEY, C. Cuidando de Feridas: um guia para as enfermeiras. São 
Paulo: Atheneu, 1996. 
SCEMONS, D.; ELSTON, D. Nurse to Nurse: Cuidados com Feridas em 
Enfermagem. Porto Alegre: AMGH, 2011. 
SPRINGHOUSE. As melhores práticas de enfermagem: procedimentos 
baseados em evidências. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 
TAYAR, G.; PETERLINI, M. A. S.; PEDREIRA, M. L. G. Proposta de um 
algorítmo para seleção de coberturas, segundo tipo de lesão aberta em 
crianças. Acta Paul Enferm. v.20, n.3, p.284-90, 2007. 
Figura01 – http://www.lojacomoir.com.br/produto-214-antisseptico_riodeine_topico_pvpi_1.000m 
Figura02 – http://todaoferta.uol.com.br/comprar/curativo-hidrocoloide-duoderm-cgf-placa-de-10x10-convatec-
3WG2RAYMHE#rmcl 
Figura03 – http://cirurgicazonasul.wordpress.com/ 
Figura04 – http://www.biocompany.com.br/curativo_IV3000.html 
Figura05 – http://www.biocompany.com.br/curativo_IV3000.html 
Figura06 – http://www.cardinal.com/us/en/distributedproducts/ASP/TD-22.asp?cat=med_surg 
Figura07 – http://www.cirurgicasaopaulo.com.br/index.php?cPath=10002&google=1 
Figura08 – http://loja.tonimed.com.br/curativos.html 
Figura09 – http://www.dsmbiomedica.com.br/produtos.asp?id=62 
Figura10 – http://www.shopmania.com.br/produtos-medicais/p-curativo-de-carvao-ativado-com-prata-2360419 
Figura11 – http://enfermagemurgenciaemergencia.blogspot.com/2011/03/curativo-com-sulfadiazina-de-prata.html 
Figura12 – http://www.cirurgicasaopaulo.com.br/popup_image.php?pID=7113&google=1 
Figura13 – http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mamao/mamao-6.php 
Figura14 – http://makeupandgossip.blogspot.com/2010/08/eeeespinhas.html 
Figura15 – http://www.malagaestetica.com.br/loja/product_info.php?products_id=256 
Figura16 – http://www.norbi.com.br/loja/index.php?manufacturers_id=14&sort=3a&page=6&osCsid=gvhtniujwroi 
Figura17 – http://www.ciadoepi.com.br/page_1209414930737.html 
Figura18 – http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-174719944-luva-de-procedimento-em-latex-supermax-
pppmg-c100-_JM 
Figura19 – http://www.fisiostore.com.br/luva-cirurgica-esteril-par--supermax,product,SPRX-LUCIR,510.aspx 
Figura20 – http://www.interlabdist.com.br/produtos/mostra_produto/1378,seringas-plastipak-cagulha-20ml-25x7-
c100 
Figura21 – http://mundoaz.com/forum/viewtopic.php?f=209&t=15919&start=10 
Figura22 – http://giulianoagmont.blog.uol.com.br/arch2008-07-27_2008-08-02.html 
Figura23 – http://www.cirurgicasaopaulo.com.br/product_info.php?products_id=2133&google=1 
Figura24 – TAYAR, G.; PETERLINI, M.A.S.; PEDREIRA, M.L.G. Proposta de um algorítmo para seleção de coberturas, 
segundo tipo de lesão aberta em crianças. Acta Paul Enferm v.20, n.3, p.284-90, 2007. 
Figura25 – Fotografia de procedimento durante aula prática – com consentimento informado do cliente. 
Figura26 – http://avo-ostomizados.blogspot.com/2011/05/tipos-e-modelos-de-bolsas-coletoras.html 
Figura27 – http://www.cirurgicasaopaulo.com.br/index.php?cPath=91&google=1 
Figura28 – http://www.historiadetudo.com/tesoura.html

Continue navegando