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TRABALHO DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

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DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Paralisação de Trabalho, Seguida de Violência ou Perturbação da Ordem
Art. 200, do Código Penal
“Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa:
Pena: detenção de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único – Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados”. (CP, p. 84)
Ainda tratando-se de liberdade de trabalho, o artigo 200 do CP “(...) pune o fato de alguém participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa”. (JESUS, p. 33)
O sujeito ativo deve ser a pessoa que intenta manter a paralisação do trabalho com meios violentos causando prejuízo a sociedade, pode ser o empregado, empregador ou terceiros, no caso do empregado, para que haja concurso de pessoas, exige-se ao menos três pessoas conforme descrito no parágrafo único do referente artigo, já para o empregador não é necessário o concurso de mais de um empregador. Tutela a liberdade de trabalho exposta também na Constituição da República Federativa do Brasil/1988. O sujeito passivo é aquele que sofre o prejuízo contra sua pessoa ou seus bens. (JESUS, p.33)
Nesse delito podem ocorrer lesões corporais, homicídio, etc. quando direcionada à pessoa ou dano, quando direcionada à coisa. A simples ameaça durante a greve ou lockout não tipifica o crime deste artigo, o sujeito responderia apenas pelo delito do art. 147, conforme jurisprudência RT 363/206. Pode ocorrer a tentativa. (MIRABETE, p. 388-389) Lockout é o abandono de trabalho pelos empregadores e greve é o abandono de trabalho pelos empregados. (CAPEZ, p.556)
Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa:
Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um0 ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único. Para que se considere coletivo o abandono de trabalho, é indispensável o concurso de, pelo menos, três empregados.
Bem Jurídico Tutelado
O bem jurídico protegido, a exemplo dos artigos anteriores, é a liberdade de trabalho.
Sujeito do Crime
Sujeito ativo e passivo podem ser quaisquer pessoas, sem condição especial, incluindo empregado e empregador. O sujeito ativo, no entanto, deve ser necessariamente empregado ou empregador, pois o tipo penal prescreve a suspensão ou o abandono coletivo de trabalho.
Tipo Objetivo: adequação típica
A conduta tipificada é participar, que, segundo o entendimento dominante, exige pluralidade de pessoas, no mínimo três (parágrafo único); de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticado com violência contra pessoa ou contra coisa. A violência (real) deve ser praticada durante a suspensão ou abandono de trabalho coletivo. A nosso juízo, a incriminação alcança todos os que participarem, independentemente de não serem os autores da violência, sendo suficiente o vínculo psicológico entre eles.
Tipo Subjetivo: adequação típica
Elemento subjetivo é o dolo, não sendo exigido qualquer elemento subjetivo especial do tipo. Não há previsão, tampouco, da modalidade culposa.
Suspensão do Trabalho
Suspensão do trabalho é a sua paralisação, promovida pelos empregadores (lockout), isto é, a “greve patronal”.
Abandono Coletivo
Abandono coletivo do trabalho é a paralisação efetuada pelos trabalhadores, ou seja, a tradicional greve.
Violência Contra Pessoa ou Coisa
A greve por si mesma não constitui crime. Somente a greve promovida mediante violência, tanto contra pessoa quanto contra coisa. Assim, a greve sem violência, mesmo que seja declarada ilegal pelos órgãos fiscalizadores, não constituirá crime se não houver violência física.
Consumação e Tentativa
Consuma-se com a suspensão ou abandono coletivo do trabalho e a pratica de violência. Admite-se, como crime material, a tentativa.
Pena e Ação Penal
As penas cominadas, cumulativamente, é detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência; a ação penal é publica incondicionada.
Questões Especiais
Se a violência for para conseguir adesão à greve, vide art. 29 da Lei n.4.330/64. “Praticado com violência...” é elementar do tipo, que, nos termos do art. 30, comunica-se a todos os que intervierem na sua realização, independente de terem ou não empregado violência. Basta que tenham anuído à conduta dos demais.
Paralisação de Trabalho de Interesse Coletivo
Art. 201, do Código Penal
“Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.” (CP, p. 84)
Neste artigo, cuida-se do interesse da coletividade. A CRFB/88, no art. 9º, caput, assegura o direito de greve e em seu parágrafo 1º consta que “a lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento as necessidades inadiáveis da comunidade, mas, como contraponto, a Lei de Greve nº 1.183/89 admite a greve em serviços ou entidades essenciais. Portanto, há nesse ínterim as diversas deduções doutrinárias: Celso Delmanto, diz que o artigo em questão restou inaplicável, já Mirabete sustenta que o art. 201 continua em vigor, não bastando tratar-se de obra pública, deve caracterizar serviço ou atividade que coloca em perigo a população. (CAPEZ, p. 558-559)
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, empregado (greve) ou empregador (lockout). Já o sujeito passivo trata-se da coletividade atingida pela paralisação.
Tem-se como obra pública aquela realizada pelo Estado e serviço de interesse coletivo “é todo aquele que afeta as necessidades da população em geral (...)” (MIRABETE apud HUNGRIA p. 390)
A tentativa é possível. O dolo, aqui, pode consistir na intenção de participar do próprio descrito no artigo e tendo consciência de que se trata de obra pública ou serviço de interesse coletivo. (MIRABETE, p. 390)
ART 201 CP
Bem jurídico: regularidade e moralidade das relações trabalhistas, especialmente aquelas relacionadas a obras públicas ou serviços de interesse coletivo.
Sujeito ativo: empregado ou empregador.
Sujeito passivo: qualquer pessoa, sem condição especial, incluindo empregado e empregador
Tipo objetivo: participar, que significa pluralidade de pessoas, no mínimo três de suspensão ou abandono de trabalho coletivo.
Tipo subjetivo: dolo direto e eventual constituído pela vontade livre e consciente de participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse público.
Consumação e tentativa: consuma-se com a suspensão ou abandono de obra publica ou serviço de interesse público coletivo, isto é, consuma-se o crime no momento em que, instalada a greve ou o lockout, se produz a interrupção da obra ou serviço. Admite-se a tentativa.

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