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05 Prisões

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DIREITO 
PROCESSUAL PENAL 
PRISÕES 
WALLACE FRANÇA 
 
Conteúdo 
PRISÃO .............................................................................................................................................................. 2 
I. CONCEITO ............................................................................................................................................. 2 
PRINCÍPIOS DA PRISÃO CAUTELAR ....................................................................................................... 4 
II. MANDADO DE PRISÃO ......................................................................................................................... 6 
III. PRISÃO EM PERSEGUIÇÃO ................................................................................................................ 9 
PRISÃO EM FLAGRANTE ........................................................................................................................ 10 
IV. ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE .......................................................................................... 11 
V. FLAGRANTE PRORROGADO, RETARDADO, DIFERIDO, POSTERGADO .................................... 14 
VI. FLAGRANTE EM CRIME DE AÇÃO PRIVADA E AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA ..................... 16 
PRISÃO EM CASOS ESPECIAIS ............................................................................................................. 16 
VII. LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE ................................................................... 18 
VIII. PROVIDÊNCIAS JUDICIAIS ............................................................................................................... 20 
IX. PRISÃO PREVENTIVA ....................................................................................................................... 22 
X. FUNDAMENTAÇÃO DA PRISÃO ...................................................................................................... 25 
XI. PRISÃO TEMPORÁRIA ...................................................................................................................... 27 
 
 
Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com fins 
comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização da StartCon Sistema de Ensino Online. 
 
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PRISÃO 
I. CONCEITO 
É a privação da liberdade de locomoção em virtude de recolhimento da pessoa em ambiente carcerário. 
ESPÉCIES DE PRISÃO 
PRISÃO-PENA OU PRISÃO-SANÇÃO 
É aquela decorrente de uma decisão condenatória transitada em julgado que aplica pena de privação 
de liberdade. 
Tem natureza satisfativa, ou seja, serve como resposta ao crime cometido (art. 5º, LVII, CF). 
Por força do princípio da presunção de não culpabilidade ou presunção de inocência, a prisão penal é a 
regra efetiva do sistema penal. 
PRISÃO CAUTELAR 
É aquela determinada antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, ou seja, durante a 
investigação criminal ou processo penal. 
Finalidade: A prisão cautelar não tem por finalidade a punição do indivíduo, mas sim a de resguardar a 
investigação criminal ou processo penal, evitando que ele venha cometer novos crimes, prejudicar a 
produção de provas ou frustrar a aplicação da lei penal. 
As prisões cautelares, na atualidade, são de duas espécies: prisão temporária e prisão preventiva. 
A prisão cautelar é plenamente constitucional, desde que seja fundamentada pela autoridade judiciária 
competente e esteja fundada nas hipóteses previstas na Lei 7.960/89 (prisão temporária) ou no código de 
processo penal (prisão preventiva). 
OBS: Após a reforma processual da Lei 12.403/2011, a prisão em flagrante passou a ter a natureza de 
prisão pré-cautelar. 
PRISÃO CIVIL 
É aquela determinada em caso de inadimplemento do devedor de alimentos e no caso de depositário 
infiel (art. 5, LXVII, CF). 
O STF entende que esta última hipótese não tem aplicabilidade, tendo em vista a disposição do pacto 
de São José da Costa Rica. 
Esse entendimento do Supremo restou sedimentado na Súmula Vinculante 25. 
Súmula Vinculante 25 - É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a 
modalidade do depósito. 
PRISÃO ADMINISTRATIVA 
É aquela determinada pelo executor das medidas durante o Estado de Defesa, nos crimes praticados 
contra o Estado (art. 136, § 3, I, CF). 
Essa prisão pode ser determinada pelo executor das medidas administrativas durante o Estado de 
Defesa, sem que haja necessidade de determinação judicial. 
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PRISÃO MILITAR 
É aquela determinada pela autoridade militar, no caso de transgressão militar disciplinar e crime 
propriamente militar (art. 5°, LXI, final, CF). 
A prisão militar visa à proteção da hierarquia e disciplina, pois pode ser determinada pelo superior 
militar sem que haja necessidade de autorização judicial ou sem que ocorra o flagrante delito. 
Prisão por transgressão militar disciplinar: Essa prisão é decorrência da indisciplina militar, não 
decorre de qualquer espécie de crime. 
Para essa hipótese de prisão a Constituição veda a concessão de Habeas Corpus. Entretanto, o STF 
tem entendido que a vedação de HC somente se refere ao mérito da decisão. Pois, no que tange a 
legalidade da prisão é cabível HC (Previsão legal da prisão; determinação por superior hierárquico 
competente e ato relacionado à função). 
Prisão por crime propriamente militar: Essa prisão é decorrência de crime previsto exclusivamente 
no CPM (código penal militar), desde que praticado por militar, sem que seja necessário flagrante delito ou 
ordem judicial. 
O QUE É CRIME PROPRIAMENTE MILITAR? 
É aquele que está tipificado exclusivamente no Código Penal Militar. Explicando melhor: alguns crimes 
estão tipificados tanto no Código Penal quanto no Código Penal Militar (furto, roubo, homicídio, extorsão, 
etc). Esses crimes militares que também estão tipificados no Código Penal são chamados de crimes 
militares impróprios. Entretanto, alguns crimes somente estão tipificados no Código Penal Militar 
(deserção, motim, conspiração, abuso de requisição). Esses crimes são chamados de crimes militares 
próprios. 
REGRA DO SISTEMA PROCESSUAL 
As prisões: Cautelar, Flagrante, Civil, Administrativa e Militar são exceções à regra de que não haverá 
prisão senão depois do trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 5°, LVII, CF). 
Assim, temos que somente a Prisão Pena é que se torna regra efetiva do Sistema Processual 
Brasileiro. 
PRISÃO PROVISÓRIA 
A prisão provisória somente pode ser determinada pela autoridade judiciária competente (exceto a 
prisão em flagrante delito), sempre como medida excepcional, devidamente fundamentada nas hipóteses 
previstas em lei (art. 283, CPP e art. 5º, LXI, CF). 
Assim, a prisão provisória pode ocorrer em decorrência de: 
a) Flagrante delito (sem que haja determinação judicial); 
b) Determinação judicial no curso da investigação criminal ou do processo penal, em virtude de prisão 
preventiva (art. 312, CPP); 
c) Determinação judicial no curso da investigação criminal, em virtude de prisão temporária (Lei 
7.960/89). 
OBS: em que pese a prisão em flagrante seja uma prisão provisória, não tem a natureza de prisão 
cautelar e sim de natureza pré-cautelar. 
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NATUREZA DA PRISÃO EM FLAGRANTE 
A prisão em flagrante atualmente não tem natureza cautelar, pois diante da previsão do art. 310 do 
CPP, adquiriu natureza de prisão pré-cautelar. 
Isso ocorre porque a prisão em flagrante não tem o condão de, por si só, manter a pessoa presa, sendo 
necessário para essa finalidade que o juiz converta a prisão em flagrante em prisão preventiva. 
O juiz ao receber o auto de prisão em flagrante deve necessariamente tomar uma das seguintes 
decisões: 
a) Relaxar a prisão em flagrante se for ilegal; 
b) Conceder liberdade provisória (se a prisão for legal); ou 
c) Converter a prisão em flagrante em prisão preventiva (se a prisão for legal). 
Assim, é a prisão preventiva que tem natureza de prisão cautelar, pois é ela quem pode sustentar a 
pessoa na prisão. 
Ademais, a prisão cautelar tem por finalidade resguardar a investigação criminal ou o processo penal, 
situação que não ocorre na prisão em flagrante. 
 
PRINCÍPIOS DA PRISÃO CAUTELAR 
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE NÃO CULPABILIDADE (ART. 5, LVII, CF) 
Por este princípio vislumbra-se que a prisão cautelar é sempre excepcional, somente podendo ser 
determinada por autoridade judicial competente, sempre mediante fundamentação, com a finalidade de 
resguardar a investigação criminal ou processo penal. 
Ademais, a prisão cautelar não pode visar a punição da pessoa enquanto não for comprovada a sua 
culpa, por meio de sentença condenatória transitada em julgado. 
Desse princípio deriva a regra de tratamento: 
Regra de tratamento: essa regra impede qualquer antecipação de juízo condenatório, pois a regra é o 
indivíduo responder ao processo em liberdade. Sendo que eventual medida cautelar deve ser 
fundamentada. 
Por isso, a prisão cautelar não será incompatível com esse princípio, desde que seja determinada 
sempre como medida excepcional, na qualidade de instrumento para garantia da investigação criminal ou 
do processo penal, demonstrando ser necessária no caso concreto. 
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PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE 
Esse princípio tem sede constitucional implícita, pois deriva do princípio do devido processo legal. 
A proporcionalidade se destrincha em três subprincípios: 
Necessidade: A necessidade da prisão se revela nas finalidades da prisão preventiva: 
a) Garantia de aplicação da lei penal; 
b) Conveniência da investigação criminal ou instrução criminal; 
c) Evitar a prática de novas infrações penais. 
Adequação: A adequação da prisão se revela na idoneidade (efetividade) da medida para alcançar as 
finalidades propostas pela necessidade. 
Proporcionalidade estrita: A proporcionalidade estrita se revela no juízo de ponderação entre a 
gravidade da medida restritiva da liberdade e os resultados alcançados com a medida (cumprimento da 
finalidade). 
Segundo Norberto Avena, é com base nesse princípio que não se deve admitir seja o acusado 
submetido, no curso do processo, a gravame (medida) superior ao que poderá estar sujeito no caso de 
eventual sentença condenatória. 
PRINCÍPIO DA EXCEPCIONALIDADE OU SUBSIDIARIDADE 
A prisão cautelar deve ser decretada sempre excepcionalmente, na medida em que seja necessária 
para resguardar a investigação criminal ou o processo penal. 
A regra do sistema processual penal é o investigado ou acusado responder ao inquérito policial ou 
processo penal em liberdade, somente nas excepcionais hipóteses em que a lei permitir é que poderá ser 
preso cautelarmente. 
Ademais, o juiz antes de decretar a prisão cautelar deve verificar se é possível a substituição por outra 
medida cautelar diversa da prisão, prevista no artigo 319 do CPP (art. 282, § 6º, CPP). 
Por último, resta mencionar que a prisão cautelar somente pode ser decretada nos crimes em for 
cominada isolada, cumulativa ou alternativa a pena privativa de liberdade (283, § 1º, CPP). 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) A liberdade provisória deverá ser concedida sempre que o juiz 
verificar a ausência de quaisquer das hipóteses previstas em lei para a decretação da prisão 
preventiva. 
GABARITO 
1 - CORRETO 
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II. MANDADO DE PRISÃO 
O mandado de prisão somente é necessário para as prisões preventiva, temporária e prisão-pena, não 
sendo necessário para prisão em flagrante. 
O mandado de prisão é expedido pelo juiz competente para processar e julgar o crime, sob pena de 
ilegalidade da prisão. 
Os requisitos intrínsecos do mandado estão previstos no artigo 285 do CPP, quais sejam: 
a) Lavrado pelo escrivão e assinado pelo juiz competente; 
b) Deve designar a pessoa que tiver de ser presa, pelo nome ou sinais característicos; 
c) Deve mencionar a infração que motivar a prisão; 
d) Declarar o valor da fiança, se afiançável a infração. 
O mandado de prisão deve ser expedido em duas vias, uma das quais será entregue ao preso pelo 
executor da prisão, com a declaração de dia, hora e lugar da prisão (art. 286, CPP). 
OBS: a declaração do dia, hora e lugar da prisão é importante para fins de controle da legalidade da 
prisão. 
A prisão em virtude de mandado entende-se feita desde que o executor (art. 291, CPP): 
a) Declare seu nome e autoridade; 
b) Apresente o mandado; 
c) Intime a pessoa a lhe acompanhar. 
MOMENTO DA PRISÃO 
Em regra, a prisão pode ser executada em qualquer dia e a qualquer hora. Somente em relação à 
prisão por meio de mandado (preventiva e temporária) é que deve respeitar a inviolabilidade do domicílio 
no período noturno (art. 283, § 2º, CPP). 
A prisão por meio de mandado (preventiva e temporária) se submete a restrição domiciliar durante o 
período noturno. Assim, não pode ser realizada no período noturno em domicílio. 
Entretanto, prisão em flagrante não está sujeita a qualquer restrição, mesmo domiciliar (art. 5º, XI, CF). 
A sujeição a que se submete é a de caráter temporal, ou seja, somente se considera flagrante nas 
hipóteses do artigo 302 do CPP. 
Lei dos crimes eleitorais - Art. 236. Nenhuma autoridade poderá, desde 5 (cinco) dias antes e até 48 
(quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, prender ou deter qualquer eleitor, salvo em 
flagrante delito ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por 
desrespeito a salvo-conduto. 
EXECUÇÃO DA PRISÃO 
A prisão deve ser realizada de maneira que cause o menor prejuízo à pessoa que há de ser presa. 
Por isso, é que o código proíbe o uso de violência para execução da prisão, salvo quando for inevitável, 
por motivo de resistência ou tentativa de fuga (art. 284, CPP). 
Mesmo nessas hipóteses, os executores somente podem usar a força necessária para se defender ou 
para vencer a resistência (art. 292, CPP). 
Assim, se a resistência for passiva não se permite atacar o preso ou terceiro, mas somente forçá-lo a 
seguir para prisão. 
Entretanto, se a resistência for ativa, havendo ataques aos executores, será permitido atacar o preso ou 
terceiro para vencê-los. 
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ALGEMAMENTO DO PRESO
O algemamento do preso não foi regulamentado legalmente. Por isso, o STF editou a súmula vinculante 
nº 11: 
Súmula Vinculante 11: só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado 
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou 
de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade 
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato 
processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do estado. 
PRESSUPOSTOS PARA ALGEMAMENTO: 
a) Resistência do preso ou de terceiro, ou fundado receio de fuga; 
b) Resistência ou perigo a integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou terceiro; 
Sempre justificada a excepcionalidade por escrito. 
Consequências do algemamento ilícito: 
a) Responsabilidade disciplinar (administrativa), civil e penal (abuso de autoridade); 
b) Nulidade da prisão ou nulidade do ato processual a que se refere; 
c) Responsabilidade civil do Estado. 
EXECUÇÃO DA PRISÃO EM DOMICÍLIO 
Primeiramente deve-se entender a inviolabilidade do domicílio (art. 5º, XI, CF). Assim, a prisão por 
mandado (prisão cautelar) em domicílio pode ser feita a qualquer dia, mas não a qualquer hora, pois 
somente pode ser executada durante o dia. 
Por isso, se a pessoa que há de ser presa estiver ou entrar em qualquer domicílio, o executor intimará o 
morador a entregá-lo, a vista da ordem de prisão (art. 293, CPP). 
Se o morador entregar a pessoa, a prisão se realizará normalmente. 
Entretanto, se o morador não entregar a pessoa que há de ser presa, duas situações podem ocorrer: 
1. Se esse episódio ocorrer durante o dia, o executor poderá invadir o domicílio mediante força, e se 
preciso for arrombar as portas, para efetuar a prisão. 
2. Se esse episódio ocorrer durante a noite, o executor fará guardar todas as saídas, tornando a casa 
incomunicável. Logo que amanhecer poderá invadir o domicílio, arrombando as portas se 
necessário, para efetuar a prisão. 
Quanto ao morador que se negou a entregar a pessoa para prisão, deve-se avaliar se a negativa 
ocorreu durante o dia ou a noite: 
a) Se a negativa ocorreu durante o dia, comete crime de desobediência (art. 330, CP). 
b) Se a negativa ocorreu somente durante a noite, não comete crime de desobediência, pois é direito 
constitucional a inviolabilidade do domicílio (mesmo por mandado) no período noturno (art. 5º, XI, 
CF). 
OBS: no que tange à prisão em flagrante não há a restrição quanto a inviolabilidade do domicílio, pois o 
flagrante pode ocorrer a qualquer dia e hora, mesmo havendo violação do domicílio (art. 5º, XI, CF). 
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PRISÃO POR PRECATÓRIA 
A carta precatória é o instrumento de comunicação entre juízes com mesmo grau de jurisdição e de 
comarcas distintas. O juiz que expede a precatória é chamado de juiz deprecante. O juiz que há de 
cumprir a precatória é chamado de juiz deprecado. 
Quando a pessoa que tiver de ser presa por meio de mandado de prisão estiver fora da comarca do juiz 
que expediu o mandado de prisão, porém dentro do território nacional, esta será feita por meio de carta 
precatória (art. 289, CPP). 
Nesse mesmo caso, havendo urgência, o juiz que expediu mandado de prisão pode requisitar a prisão 
por qualquer meio de comunicação, devendo constar o motivo da prisão (art. 289, § 1º, CPP). 
O juiz deprecante deverá, dentro de 30 dias (contados da prisão efetivada), providenciar a remoção do 
preso (art. 289, § 3º, CPP). 
EXERCÍCIO 
1. (COPESE - UFT - 2012 - DPE-TO) Com base no Art. 293 do Decreto-Lei nº. 3689/1941, é CORRETO 
afirmar: "Se o executor do mandado verificar com segurança, que o réu entrou ou se encontra em 
alguma casa, ..." 
a) O morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido 
imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, 
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for 
atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, 
arrombará as portas e efetuará a prisão. 
b) O morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido 
imediatamente, o executor convocará pelo menos uma testemunha e, sendo dia, entrará à força na 
casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se 
não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, 
arrombará as portas e efetuará a prisão. 
c) O morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido 
imediatamente, o executor convocará testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando 
as portas, se preciso; sendo noite, esperará o amanhecer, arrombará as portas e efetuará a prisão. 
d) O morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido 
imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, 
arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for 
atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, 
reiniciará as negociações. 
GABARITO 
1 – A 
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III. PRISÃO EM PERSEGUIÇÃO 
Na hipótese de perseguição à pessoa que passar para outra comarca ou Estado, o executor da prisão 
poderá efetuar a prisão onde a alcançar (art. 290, CPP). 
Nesse caso, o preso deve ser apresentado à autoridade local. 
Se for caso de prisão em flagrante, a autoridade local lavrará o auto de prisão em flagrante, 
providenciando a remoção do preso (art. 290, CPP). 
Qual o juiz exercerá a fiscalização da prisão em flagrante? 
O juiz do local da ocorrência do crime é quem deve exercer a fiscalização da prisão em flagrante, para 
fins e determinar as medidas previstas no art. 310 do CPP. 
Hipóteses de perseguição 
Considera-se perseguição quando: 
a) O executor tiver avistada a pessoa e persegui-la sem interrupção, embora depois a tenha perdido 
de vista; 
b) O executor souber por informações fidedignas que a pessoa tenha passado em tal direção, for no 
seu encalço. 
Dúvidas das autoridades locais 
Quando as autoridades locais da ocorrência da prisão tiverem fundadas razões para duvidar da 
legitimidade dos executores ou legalidade do mandado, deverão esclarecer a dúvida (art. 290, § 2º, CPP). 
PRISÃO ESPECIAL 
A prisão especial é modalidade de cumprimento da segregação, prevista na lei para algumas pessoas. 
Por isso, não é uma modalidade de prisão cautelar. 
A prisão especial somente deve ser observada para as prisões determinadas antes do trânsito em 
julgado da sentença condenatória (art. 295, caput, CPP). 
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade 
competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: 
I. os ministros de Estado; 
II. os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito 
Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os 
chefes de Polícia; 
III. os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das 
Assembleias Legislativas dos Estados; 
IV. os cidadãos
inscritos no "Livro de Mérito"; 
V. os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios; 
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em 
estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos. 
VI. os magistrados; 
VII. os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; 
VIII. os ministros de confissão religiosa; 
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IX. os ministros do Tribunal de Contas; 
X. os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando 
excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; 
XI. os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. 
§ 1° A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente 
no recolhimento em local distinto da prisão comum. 
§ 2° Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido 
em cela distinta do mesmo estabelecimento. 
§ 3° A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de 
salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e 
condicionamento térmico adequados à existência humana. 
Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum. 
Desta forma, durante o cumprimento da prisão-sanção não é garantida a prisão especial. 
Ainda, a prisão especial consiste no recolhimento em local distinto da prisão comum (art. 295, § 1º, 
CPP). 
Se não houver local distinto, a prisão será em cela distinta no mesmo estabelecimento de prisão 
comum (art. 295, § 2º, CPP). 
O preso especial não pode ser transportado com os presos comuns, pois o objetivo é a 
incomunicabilidade entre eles (art. 295, § 4º, CPP). 
OBS: as pessoas que ao tempo do crime eram servidoras da administração da justiça terá direito a cela 
distinta, mesmo após o trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 84, § 2º, LEP). 
OBS: o preso provisório deve ficar separado do preso definitivamente condenado (art. 300, CPP). 
PRISÃO EM FLAGRANTE 
Conceito: é uma medida de segregação daquele que é surpreendido em situação de flagrante delito. 
A prisão em flagrante é uma prisão provisória e administrativa. 
Provisória: pois se ocorre antes da sentença condenatória transitada em julgado, por curto período de 
tempo; 
Administrativa: pois pode ser efetuada por qualquer pessoa, não exigindo a lei uma determinação 
judicial escrita e fundamentada. 
A prisão em flagrante, de início funciona como ato administrativo, dispensando autorização judicial, mas 
em segundo momento converte-se em ato judicial, com a comunicação feita ao juiz para controle da 
legalidade prevista no artigo 310 do CPP. 
FINALIDADES 
a) Fazer cessar imediatamente a infração que está acontecendo; 
b) Evitar que o infrator continue solto, quando acabou de cometer o crime; 
c) Auxiliar na colheita de provas. 
EXERCÍCIO 
2. (CESPE - 2013 - Polícia Federal - Delegado de Polícia) Suponha que um agente penalmente capaz 
pratique um roubo e, perseguido ininterruptamente pela polícia, seja preso em circunscrição diversa 
da do cometimento do delito. Nessa situação, a autoridade policial competente para a lavratura do 
auto de prisão em flagrante é a do local de execução do delito, sob pena de nulidade do ato 
administrativo. 
GABARITO 
1 - ERRADO 
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IV. ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
• Flagrante próprio ou Real 
• Flagrante impróprio ou quase flagrante 
• Flagrante ficto ou presumido 
• Flagrante facultativo ou discricionário 
• Flagrante obrigatório ou compulsório 
• Flagrante esperado ou aguardado 
• Flagrante preparado ou provocado 
• Flagrante maquinado ou forjado 
• Flagrante prorrogado, retardado, diferido 
• Flagrante em crime permanente 
FLAGRANTE PRÓPRIO OU REAL 
O flagrante próprio, real ou perfeito ocorre nas hipóteses em que o crime está acontecendo ou acabou 
de acontecer (art. 302, I e II, CPP). 
FLAGRANTE IMPRÓPRIO OU QUASE FLAGRANTE 
A hipótese do inciso III é chamada de flagrante impróprio, irreal ou quase flagrante. 
É uma situação que somente por determinação legal é considerada flagrante, mas na realidade não 
constitui flagra. 
A lei prevê uma situação de perseguição, sendo que desta perseguição é que surgirá a presunção de 
flagrante. 
A expressão “logo após” significa o tempo necessário para que se inicie a perseguição do criminoso. O 
tempo nessa situação é flexível. 
FLAGRANTE FICTO OU PRESUMIDO 
A hipótese do inciso IV é chamada flagrante ficto ou presumido. Assim como no inciso III, somente por 
uma presunção a lei considera flagrante. 
A lei, nessa situação, prevê uma situação de procura do criminoso, que é encontrado com objetos 
que presumem ser autor do crime. 
A expressão “logo depois” significa tempo necessário para que se inicie a procura do criminoso. O 
tempo nessa situação também é flexível. 
FLAGRANTE OBRIGATÓRIO OU COMPULSÓRIO 
É aquele que obriga os agentes de segurança pública agirem em caso de situação que constitua 
flagrante delito (art. 301, CPP). 
O agir neste caso constitui um dever (estrito cumprimento do dever legal). Assim, o Policial e Bombeiro 
Militar, o Policial Federal, o Policial Civil e o Policial Rodoviário estão obrigados a agir em caso de 
flagrante. 
FLAGRANTE FACULTATIVO OU DISCRICIONÁRIO 
É aquele que a lei faculta a qualquer pessoa a efetuação da prisão de quem quer que se encontre em 
situação de flagrância (art. 301, CPP). 
O agir nesse caso é uma conveniência (exercício regular de direito), ou seja, o particular só efetuará a 
prisão se quiser. 
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 11 
 
FLAGRANTE ESPERADO OU AGUARDADO 
É uma construção doutrinária. 
Nesse caso a polícia antevê a atuação do criminoso, sabendo por algum motivo ou informação que a 
infração penal vai acontecer. Assim sabendo, a polícia antecipa-se ao criminoso e atua realizando a 
prisão. 
EXEMPLO: a polícia fica sabendo através de seu departamento de inteligência que determinadas 
pessoas praticarão o crime de roubo/furto no Banco do Brasil no domingo durante a noite. Sabendo disso, 
a polícia se dirige próximo ao banco e fica de espreita, aguardando a prática dos primeiros atos criminosos 
para efetuar a prisão em flagrante. 
Observe que o flagrante esperado só se realizará após a prática de algum ato criminoso. Mesmo que a 
polícia saiba que o crime ocorrerá, não poderá efetuar flagrante sem que haja pelo menos o início da 
prática criminosa. 
Este flagrante nada mais é do que a hipótese de flagrante próprio, sendo que a expressão “esperado” 
se dá porque a polícia está esperando o cometimento do crime para efetuar a prisão. 
Assim, sendo uma prisão legal, não pode confundi-la com o flagrante provocado. 
FLAGRANTE PREPARADO OU PROVOCADO 
Essa hipótese está fundamentada na Súmula 145 do STF – “Não há crime, quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. 
Nesse tipo de flagrante o agente criminoso é induzido a cometer
o crime, pois a polícia (ou terceira 
pessoa) monta uma armadilha para que a pessoa cometa o crime, a própria polícia provoca um suposto 
crime. 
EXEMPLO: Uma policial se disfarça de grávida e vai a uma clínica clandestina de aborto, onde contrata 
o trabalho de um médico para fazer seu suposto aborto. No momento em que o médico inicia o trabalho a 
policial juntamente com outros agentes de polícia efetuam a prisão do médico. 
Observe que há uma provocação da polícia para que a pessoa cometa o crime. 
Nessa hipótese o STF entende que o crime não se consuma, sendo impossível, pois a pessoa só se 
dispôs a cometer o crime porque foi provocada. A prisão nesse caso é ilegal. 
ATENÇÃO: Existe uma situação em que a pessoa, apesar de ser provocada pelo policial, pode ser 
presa em flagrante por crime cometido anteriormente em estado de permanência. 
Crime Permanente é aquele em que a consumação se dá num determinado momento, mas há uma 
prolongação da consumação no tempo. 
EXEMPLO: Um policial se disfarça de usuário de drogas e pede a uma pessoa que lhe forneça drogas. 
Indo a casa desse traficante verifica grande quantidade de drogas e efetua sua prisão em flagrante. 
Observe que quanto ao crime de tráfico na modalidade “vender” não é possível o flagrante, pois houve 
uma provocação. 
Entretanto, no que tange ao tráfico na modalidade “ter em depósito” o crime se configura, pois é um 
crime permanente, e já havia se consumado anteriormente, independente de provocação do policial. 
Nessa hipótese a prisão em flagrante é legal. 
Sinônimos: Crime de ensaio, delito de laboratório, delito putativo por obra do agente provocador. 
 
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 12 
 
FLAGRANTE MAQUINADO OU FORJADO 
É aquele que ocorre nas circunstâncias em que a polícia (ou terceira pessoa) simula a situação de 
flagrante, com a intenção de prejudicar alguém. Na verdade não ocorre nenhum fato típico, entretanto 
simula-se toda ocorrência como se tivesse ocorrido crime. 
EXEMPLO: O policial durante uma blitz coloca droga no veículo da pessoa, com a finalidade de prendê-
la em flagrante e para que responda pelo crime de tráfico de drogas. 
Nesse caso, a prisão é ilegal. Ademais, quem praticou a simulação de crime tentando prejudicar outra 
pessoa pode incorrer no crime de denunciação caluniosa (art. 339, CP). 
 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE - 2013 – DEPEN) Acerca da ação penal, do inquérito policial e da prisão nas modalidades 
previstas no Código de Processo Penal e em lei extravagante, julgue o item subsequente. No flagrante 
próprio, o agente é flagrado no momento da execução do delito, enquanto no flagrante impróprio o 
agente é encontrado logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser 
ele o autor da infração. 
GABARITO 
1 - ERRADO 
 
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 13 
 
V. FLAGRANTE PRORROGADO, RETARDADO, DIFERIDO, POSTERGADO 
Sinônimos: Ação controlada, repasse controlado, entrega vigiada. 
Esse tipo de flagrante está previsto na Lei 12.850/2013, art. 8º e na Lei 11.343/2006, art. 53, II. 
Nesse caso a polícia monitora as atividades dos criminosos e aguarda o melhor momento do ponto de 
vista da investigação para realizar a prisão em flagrante. 
A finalidade desse monitoramento é levantar o maior manancial probatório e descobrir o maior número 
de pessoas envolvidas no esquema criminoso. 
Observe que a polícia não agirá no primeiro ato criminoso, mas somente depois de vários crimes serem 
praticados. Agirá no momento mais oportuno. 
EXEMPLO: A polícia descobre um grande esquema de tráfico de drogas trazidas da Bolívia para o 
Brasil. Verificando que a droga passou para o lado brasileiro, aguarda que essa droga chegue ao seu 
destino, para conhecer outras pessoas envolvidas com o crime e descobrir outras infrações cometidas. 
A Lei 11.343/2006 (lei de combate às drogas) exige a autorização judicial e oitiva do Ministério Público 
para a realização do flagrante prorrogado. 
A Lei 12.850/2013 (lei de combate ao crime organizado) exige tão somente a comunicação ao juiz e ao 
Ministério Público, podendo o juiz impor limitação ao monitoramento. 
Nota: ação controlada descontrolada, citada pela doutrina, ocorre quando a ação controlada prescinde 
(não necessita) de autorização judicial. 
 
ATENÇÃO: Nos crimes em que o bem jurídico lesionado não for passível de reversão (Homicídio, 
Lesão Corporal, Estupro) não se admite o flagrante esperado ou retardado, devendo a polícia agir antes 
do acontecimento de qualquer crime. 
FLAGRANTE EM CRIME PERMANENTE 
Crime Permanente, como já vimos, é aquele em que sua consumação se dá num determinado 
momento, mas há um prolongamento da consumação durante um tempo. 
No crime permanente a prisão em flagrante pode ocorrer a qualquer momento enquanto a permanência 
existir, podendo ingressar em domicílio para efetuá-la (art. 303, CPP). 
EXEMPLO: Criminoso sequestra determinada pessoa e mantém essa pessoa sequestrada por 5 dias. 
Nesse caso o crime se consumou no momento do sequestro, mas sua consumação se alonga no tempo 
até o último dia que a pessoa esteja em poder do sequestrador. 
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 14 
 
FLAGRANTE EM INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO 
A infração de menor potencial ofensivo está prevista no art. 69, § único da Lei 9.099/95. 
De acordo com este artigo considera-se infração de menor potencial ofensivo: 
1. Qualquer crime cuja pena máxima em abstrato privativa de liberdade não seja superior a 2 anos. 
EXEMPLO: Crime de Calúnia tem pena privativa de liberdade mínima de 6 meses e máxima de 2 
anos. 
2. As Contravenções Penais, qualquer que seja a pena. 
EXEMPLO: Jogo do Bicho. 
Se a infração é de menor potencial ofensivo não se efetuará Prisão em Flagrante, caso o infrator seja 
encaminhado ao Juizado Especial Criminal (J.E.C.) ou se comprometa a comparecer ao Juizado Especial 
Criminal (J.E.C.). 
Entretanto, se o infrator não cumprir uma das duas situações previstas acima, o auto de prisão em 
flagrante poderá ser lavrado. Todavia, mesmo que o Delegado de Polícia lavre o auto de prisão em 
flagrante, deverá conceder fiança ao preso. 
Isso porque o Delegado de Polícia pode conceder fiança em qualquer crime cuja pena privativa de 
liberdade em abstrato seja igual ou inferior a 4 anos (art. 322, CPP). 
OBS: faz-se necessário esclarecer que mesmo na situação de infração de menor potencial ofensivo, a 
condução do infrator a delegacia não está vedada. O que está vedado, em regra, é a lavratura do auto de 
prisão em flagrante. 
EXERCÍCIO 
1. (FUNCAB – 2013 – PCES) 
Caso o agente, logo após a prática do crime, embora não tenha sido perseguido, seja encontrado portando 
instrumentos, armas e documentos que demonstrem, por presunção lógica, ser ele o autor, a autoridade 
policial efetuará a seguinte espécie de prisão em flagrante: 
a) flagrante esperado. 
b) flagrante forjado. 
c) flagrante induzido. 
d) flagrante retardado ou diferido. 
e) flagrante presumido. 
GABARITO 
1 - E 
 
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 15 
 
VI. FLAGRANTE EM CRIME DE AÇÃO PRIVADA E AÇÃO PÚBLICA CONDICIONADA 
Nada impede que seja realizada a prisão em flagrante nos crimes de ação penal privada ou ação penal 
pública condicionada. 
Entretanto, considerando que o auto de prisão em flagrante é uma peça suficiente para instauração do 
Inquérito Policial, e que o crime de ação penal privada ou de ação penal pública condicionada depende de 
requerimento ou representação do ofendido, respectivamente, para dar início ao Inquérito Policial; torna-
se, portanto, indispensável a representação ou requerimento do ofendido (ou representante legal) para 
que o Delegado possa lavrar o auto de prisão em flagrante. 
PRISÃO EM CASOS ESPECIAIS 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
O Presidente da República não está sujeito a nenhuma espécie de prisão provisória, sem exceção (art. 
86, § 3º, CF). 
Por isso, somente pode ser preso no caso de sentença penal condenatória transitada em julgado. 
OBS: segundo STF, esta hipótese de imunidade à prisão em flagrante não se estende aos 
Governadores de Estado, tendo em vista que a Constituição atribuiu-a expressamente ao Presidente da 
República. 
DEPUTADOS FEDERAIS E SENADORES 
Os Deputados Federais e os Senadores também não estão sujeitos a qualquer espécie de prisão 
provisória, salvo no caso de flagrante delito por crime inafiançável. 
Portanto, somente podem ser presos em flagrante no caso de crime inafiançável. 
Sendo que neste caso, o Delegado de Polícia que lavrar o auto de prisão em flagrante deve comunicar 
a casa legislativa a que pertencer o parlamentar dentro de 24 horas, a fim de que a Casa Legislativa, pela 
maioria de seus membros, possa resolver sobre a prisão (art. 52, § 2º, CF). 
Entretanto, é possível a prisão dos parlamentares em caso de sentença penal condenatória transitada 
em julgado. 
DEPUTADOS ESTADUAIS 
Aplica-se aos Deputados estaduais e distritais a mesma regra que se aplica aos Deputados federais e 
Senadores (art. 27, § 1º, CF). 
A única diferença é que o auto de prisão em flagrante, no caso de prisão dos Deputados estaduais e 
distritais é enviado pelo Delegado à Assembleia Legislativa do Estado ou Câmara Legislativa do Distrito 
Federal. 
MENORES DE 18 ANOS 
As crianças (pessoas até 12 anos incompletos) podem cometer ato infracional, mas não estão sujeitas 
a nenhuma medida privativa de liberdade, pois só recebem a denominada medida específica de proteção 
prevista no artigo 101 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Diferentemente, o adolescente (pessoa 
entre 12 e 18 anos) pode receber as medidas socioeducativas, dentre elas, a internação que é uma 
medida privativa de liberdade. 
Vale ressaltar que não se pode falar em prisão ou flagrante delito para os adolescentes, mas, em casos 
de crimes com violência ou grave ameaça, é possível o flagrante por ato infracional. 
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 16 
 
AQUELE QUE PRESTA SOCORRO NOS DELITOS DE TRÂNSITO 
Conforme o artigo 301 do código de trânsito brasileiro, não poderá ser preso em flagrante aquele que 
prestar pronto e integral socorro à vítima. 
CTB - Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte 
vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e 
integral socorro àquela. 
DIPLOMATAS ESTRANGEIROS, SUAS FAMÍLIAS E SERVIDORES DA EMBAIXADA 
Os chefes de governo estrangeiro e embaixadores, por possuírem imunidade diplomática, não estão 
sujeitos a prisões no território nacional. Essa imunidade é prevista na convenção de Viena sobre relações 
diplomáticas, de modo que a imunidade somente pode ser renunciada pelo país que o diplomata pertence. 
AGENTES CONSULARES 
Os agentes consulares também não poderão ser presos em flagrante, no entanto, a imunidade do 
agente consular é relativa, de modo que não poderá ser preso em flagrante nos crimes relacionados ao 
exercício de suas funções. 
MAGISTRADOS EM MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
Os juízes e promotores de justiça somente podem ser presos em flagrante por crime inafiançável, 
sendo comunicados, no caso do juiz, o tribunal competente e no caso do promotor o procurador-geral de 
justiça. 
ADVOGADOS 
Em relação aos advogados, vigora o artigo 7° §3° do EOAB (Estatuto da Ordem dos Advogados do 
Brasil: 
Art. 7º São direitos do advogado: 
§ 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da 
profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo. 
IV. ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo 
ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de 
nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB; 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE/Delegado de Polícia-PB/2008) O presidente da República não estará sujeito à prisão 
enquanto não sobrevier sentença condenatória transitada em julgado. Tal proteção poderá alcançar os 
governadores caso haja previsão nas constituições estaduais. 
GABARITO 
1 - ERRADO 
 
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VII. LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
ATRIBUIÇÃO 
A atribuição para lavrar o auto de prisão em flagrante é do delegado da circunscrição onde ocorreu a 
prisão. 
Assim, se o crime aconteceu em determinada circunscrição, mas houve fuga do infrator e a polícia só 
conseguiu prendê-lo em outra circunscrição é nessa última, onde ocorreu a prisão, que será lavrado o auto 
de prisão em flagrante. 
OBS: nos crimes cometidos nas dependências da Câmara dos Deputados Federais ou Senado Federal, 
a atribuição para lavrar o auto de prisão em flagrante é da Polícia Legislativa do Senado ou da Polícia 
Legislativa da Câmara dos Deputados, conforme o crime tenha sido cometido em uma ou outra Casa 
Legislativa (Súmula 397 do STF). 
PROCEDIMENTO 
A prisão em flagrante se divide em 04 fases: 
1) Captura do flagrado; 
2) Condução coercitiva para delegacia; 
3) Lavratura do auto de prisão em flagrante; 
4) Encarceramento do flagrado. 
O delegado deve fazer a comunicação da prisão ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do 
preso ou pessoa por este indicada (art. 306, CPP). 
Após essas comunicações, o delegado ouvirá o condutor, as testemunhas e o flagrado (art. 304, CPP). 
Essa ordem deve ser observada, sob pena de ilegalidade da prisão. 
OBS: Na oitiva do flagrado deve o Delegado lhe assegurar o direito ao silêncio e assistência do 
advogado. 
Entretanto, a falta de testemunha da infração não impede a lavratura do auto de prisão em flagrante 
(art. 304, § 2º, CPP). Mas, nesse caso duas pessoas deverão testemunhar a entrega do preso ao 
Delegado de Polícia. 
Após colher os depoimentos dessas pessoas, o delegado decidirá se o caso é de lavratura do auto de 
prisão em flagrante. No caso de ausência dos indícios de autoria, ausência de situação de flagrante (art. 
302, CPP) ou sendo o fato atípico, o Delegado não lavrará o auto de prisão em flagrante. 
No caso de haver indícios de autoria, situação de flagrância (art. 302, CPP) e sendo o fato típico, o 
Delegado deverá lavrar o auto de prisão em flagrante. 
Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, o Delegado deverá analisar
se a hipótese admite a 
concessão de fiança. Entretanto, somente poderá conceder fiança nas infrações penais cuja pena máxima 
em abstrato não seja superior a 4 anos de privativa de liberdade (art. 322, CPP). 
Se o Delegado conceder a fiança e o flagrado efetuar o pagamento, este deverá ser liberado (art. 309, 
CPP). 
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FORMALIDADES APÓS A LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO 
Após a lavratura do auto de prisão em flagrante o Delegado deve cumprir as seguintes formalidades: 
1. Enviar dentro de 24 horas da prisão, o auto de prisão em flagrante ao juiz competente, 
acompanhado de todas as oitivas. (Art. 306, §1° do CPP). 
OBS: o prazo de 24 horas para remessa do auto de prisão ao juiz deve ser contado do momento da 
efetivação da prisão, e não do momento da lavratura do auto de prisão. 
2. Caso o preso não informe o nome de seu advogado, deve enviar também dentro de 24 horas, uma 
cópia do auto da prisão em flagrante para a Defensoria Pública. (Art. 306, § 1° do CPP). 
3. Ainda dentro de 24 horas da prisão, deve entregar a Nota de Culpa ao preso, mediante recibo. Esta 
deverá ser assinada pelo delegado e indicará o motivo da prisão, nome do condutor e nome das 
testemunhas. (Art. 306, § 2° da CPP). 
Depois de cumprida todas as formalidades, o Delegado prosseguirá no Inquérito Policial, se a 
investigação do crime que motivou a prisão for de sua atribuição (art. 304, § 1º, final, CPP). 
Se não for da atribuição do delegado que lavrou o auto de prisão investigar o crime, deverá enviar o 
auto de prisão em flagrante para o delegado que tiver essa atribuição. 
OBS: Lembre-se, o delegado que tem atribuição para lavrar o auto de prisão nem sempre será o que 
tem atribuição para proceder ao Inquérito Policial. 
OBS: Lembre-se, o auto de prisão em flagrante é peça suficiente para iniciar o Inquérito Policial, sem 
que seja necessário editar portaria. 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE - 2013 - Polícia Federal - Escrivão da Polícia Federal) No que tange à prisão em flagrante, à 
prisão preventiva e à prisão temporária, julgue o item que se segue, à luz do Código de Processo 
Penal (CPP). O CPP dispõe expressamente que na ocorrência de prisão em flagrante tem a autoridade 
policial o dever de comunicar o fato, em até vinte e quatro horas, ao juízo competente, ao Ministério 
Público, à família do preso ou à pessoa por ele indicada e, ainda, à defensoria pública, se o 
aprisionado não indicar advogado no ato da autuação. 
GABARITO 
1 - ERRADO 
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VIII. PROVIDÊNCIAS JUDICIAIS 
Já sabemos que dentro de 24 horas após a prisão, o Delegado deve remeter o auto de prisão em 
flagrante ao juiz competente. 
Essa providência é necessária para que o juiz competente possa exercer a fiscalização da prisão em 
flagrante, tendo em vista que essa prisão é executada sem que haja autorização do juiz. 
Portanto, é um tipo de prisão que se inicia como ato administrativo, mas se transforma em ato judicial 
no momento da remessa do auto de prisão ao juiz. 
Aportando o auto de prisão em flagrante ao juiz competente, esse deve tomar uma das decisões 
seguintes: 
1) RELAXAR A PRISÃO ILEGAL (ART. 310, I, CPP) 
A primeira providência judicial deve ser a fiscalização da legalidade da prisão. 
A ilegalidade pode decorrer de: 
a) Atipicidade da conduta; 
b) Ausência de situação de flagrância (art. 302, CPP); 
c) Falta de comunicação da prisão ao juiz competente, Ministério Público e família do preso; 
d) Falta de remessa do auto de prisão ao juiz competente, no prazo de 24 horas; 
e) Falta de entrega de cópia do auto de prisão em flagrante à Defensoria Pública, no prazo de 24 
horas, no caso de o preso não indicar advogado; 
f) Falta de entrega de nota de culpa ao preso; 
g) Inversão das oitivas para lavratura do auto de prisão. 
O relaxamento da prisão em flagrante tem como consequência a imediata liberação do preso. 
Entretanto, o relaxamento da prisão não impede que se prossiga na investigação da infração penal que 
motivou a prisão. 
Ademais, o flagrante ilegal também não impede a decretação de prisão preventiva em momento futuro, 
desde que presentes os requisitos da prisão cautelar. O flagrante ilegal impede somente a conversão do 
flagrante em preventiva. 
2) CONVERTER A PRISÃO EM FLAGRANTE EM PREVENTIVA (ART. 310, II, CPP) 
Para que seja possível essa conversão faz-se necessário: 
a) A presença dos requisitos constantes dos artigos 312 e 313 do CPP; 
b) Inadequação ou insuficiência das medidas cautelares diversas da prisão constantes do artigo 319 
do CPP (art. 282, § 6º, CPP). 
Nesse caso, a conversão somente pode ser feita se houver representação do Delegado de Polícia ou 
requerimento do Ministério Público pela prisão preventiva, não podendo o juiz convertê-la sem que haja 
provocação. 
Faz-se necessário entendermos que a conversão do flagrante em preventiva somente pode ocorrer na 
hipótese de prisão em flagrante legal. Pois se a prisão em flagrante for ilegal impõem-se o relaxamento da 
prisão. 
Com a exigência de conversão do flagrante em preventiva para que o flagrado continue preso, acabou-
se com a possibilidade de o flagrante delito, por si só, manter a pessoa presa. 
Desse novo entendimento retira-se a conclusão de que a prisão em flagrante não possui, na atualidade, 
natureza cautelar, pois não tem o condão de, por si só, manter o flagrado preso. 
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3) CONCEDER A LIBERDADE PROVISÓRIA (ART. 310, III, CPP) 
Na ausência dos requisitos que autorizam a prisão preventiva, deve o juiz conceder a liberdade 
provisória (art. 321, CPP). 
Se o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o preso cometeu o crime em situação de 
excludente de ilicitude, também concederá a liberdade provisória (art. 310, § único, CPP). 
O art. 310, § único encaixa perfeitamente com o artigo 314 do CPP, que veda prisão preventiva caso o 
crime tenha sido cometido em situação excludente de ilicitude. 
A liberdade provisória tem como consequência a imediata liberdade do preso. 
O fato de o juiz conceder a liberdade provisória não impede posterior decretação de prisão preventiva, 
desde que estejam presentes os requisitos dos artigos 312 e 313 do CPP e haja demonstração da 
insuficiência e inadequação das medidas cautelares diversas da prisão constantes do art. 319, CPP. 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE - 2013 - MPU – Analista) Considerando que um servidor público tenha sido preso em flagrante 
pela prática de peculato cometido em desfavor da Caixa Econômica Federal, tendo sido o crime 
facilitado em razão da função exercida pelo referido servidor. Julgue os itens a seguir, com base na 
legislação processual penal. Ao receber o auto de prisão em flagrante do servidor, o juiz deverá 
converter a prisão em flagrante em preventiva e, então, se for o caso, deliberar pela aplicação de 
medidas cautelares diversas da prisão, como a suspensão do exercício da função pública. 
GABARITO 
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IX. PRISÃO PREVENTIVA 
Conceito: é uma prisão cautelar de natureza jurídica. 
Cautelar: pois é decretada antes da sentença condenatória transitada em julgado, com a finalidade de 
resguardar a investigação criminal ou processo penal. 
Jurídica: pois somente pode ser autorizada por ordem escrita e fundamentada de autoridade judicial 
competente. 
MOMENTO PARA A DECRETAÇÃO 
A Prisão Preventiva pode ser decretada em qualquer fase da investigação criminal ou processo penal 
(art. 311, CPP). 
Assim, conclui-se que a prisão preventiva tem como limite temporal a sentença condenatória transitada 
em julgado. 
Haja vista que após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória não mais se fala em prisão 
cautelar, mas sim em prisão-sanção (natureza definitiva). 
Lei 11340/06 – Lei Maria da Penha 
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão 
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério 
Público ou mediante representação da autoridade policial. 
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, 
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se 
sobrevierem razões que a justifiquem. 
COMPETÊNCIA PARA DECRETAR A PRISÃO PREVENTIVA 
Somente o juiz competente pode decretar a prisão preventiva (art. 311, CPP). 
Pode decretá-la mediante representação do Delegado de Polícia ou requerimento do Ministério Público, 
durante a investigação criminal. 
Pode decretá-la de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, Assistente de acusação ou 
Querelante, durante o processo penal. 
 
PRESSUPOSTOS DA PRISÃO PREVENTIVA 
Os pressupostos da prisão preventiva estão previstos no artigo 312 do CPP, e se dividem em duas 
espécies. 
FUMUS BONI JURIS/ FUMUS COMISSI DELICTI 
O fumus boni juris está representado pela: 
• Prova da existência do crime: a conduta delitiva deve estar provada, revelando a existência do 
crime. Deve haver juízo de certeza do crime, e não mera probabilidade. 
• Indícios suficientes de autoria: no que tange a autoria do crime, não é necessário que haja 
prova, sendo suficiente o juízo de probabilidade. Os indícios de autoria demonstram suspeita de 
que o indivíduo cometeu o crime. 
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PERICULUM IN MORA/ PERICULUM LIBERTATIS 
O periculum in mora se revela pelo perigo que a sociedade corre na demora em decretar a prisão. 
O periculum in mora se revela quando a prisão se fizer necessária para: 
• Garantia da Ordem Pública: esta hipótese estará presente quando houver risco concreto de 
que o autor continuará a praticar crime, caso continue solto. A finalidade da prisão neste caso é 
fazer com que o autor do crime pare de cometer delito e a ordem pública esteja resguardada. 
• Garantia da Ordem Econômica: esta hipótese estará presente quando houver o risco concreto 
de que o autor do crime continuará abusando da ordem econômica e financeira, caso continue 
solto. A finalidade da prisão neste caso é evitar outros abusos a ordem econômica. 
• Conveniência da Instrução Criminal: esta hipótese se fará presente caso o autor do crime 
esteja destruindo prova ou obstaculizando a investigação criminal ou o processo penal. A 
finalidade da prisão neste caso é tutelar (proteger) a produção de provas ou elementos 
informativos. 
• Garantia de Aplicação da Lei Penal: esta hipótese estará presente quando houver fundado o 
receio de fuga do autor do crime. A finalidade da prisão neste caso é evitar a fuga do criminoso 
garantindo que a lei penal seja aplicada. 
ATENÇÃO: a simples repercussão social do crime ou sua gravidade não é suficiente para decretar a 
prisão preventiva. 
HIPÓTESES DE ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA 
As hipóteses de admissibilidade da prisão preventiva estão previstas no artigo 313 do CPP. Sem que 
esteja presente uma dessas hipóteses, não haverá decretação da prisão preventiva. 
1) Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 
OBS: Crime doloso + pena privativa de liberdade em abstrato superior a 4 anos. 
2) Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o 
disposto no inciso I do caput do art. 64 do CP; 
OBS: crime doloso + crime doloso. Independentemente da pena prevista para cada crime doloso. 
3) Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, 
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; 
OBS: crime doloso ou culposo (independentemente da pena) + violação das medidas protetivas de 
urgência. 
4) Quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos 
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a 
identificação. 
OBS: crime doloso ou culposo ou até contravenção penal (independentemente da pena) + dúvida sobre 
identidade da pessoa + falta de esclarecimento da identidade. 
COMBINAÇÃO DAS HIPÓTESES 
Para que seja possível a decretação da Prisão Preventiva temos que combinar todos os pressupostos e 
hipóteses. 
Resumindo: 
• Prova da existência do Crime 
 + 
• Indícios suficientes de autoria 
 + 
• Qualquer hipótese de periculum in mora do Art. 312 
 + 
• Qualquer hipótese de admissibilidade do Art. 313 
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EXERCÍCIO 
1. (CESPE - 2013 - STF - Analista Judiciário) Acerca da prisão preventiva, julgue o item a seguir. 
A prisão preventiva subsidiária por descumprimento de medida cautelar anteriormente imposta 
somente poderá ser decretada para os crimes dolosos punidos com pena máxima privativa de 
liberdade superior a quatro anos, observados os demais requisitos normativos. 
2. (CESPE - 2013 - Polícia Federal - Escrivão da Polícia Federal) No que tange à prisão em flagrante, à 
prisão preventiva e à prisão temporária, julgue os itens que se seguem, à luz do Código de Processo 
Penal (CPP). 
A atual sistemática da prisão preventiva impõe a observância das circunstâncias fáticas e normativas 
estabelecidas no CPP e, sobretudo, em qualquer das hipóteses de custódia preventiva, que o crime 
em apuração seja doloso punido com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos. 
GABARITO 
1 - ERRADO 
2 - ERRADO 
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X. FUNDAMENTAÇÃO DA PRISÃO 
A prisão preventiva sempre deve ser fundamentada, seja para decretação, denegação ou substituição 
(art. 315, CPP). 
No mesmo sentido é a determinação do art. 5º, LXI, CF. 
A fundamentação deve ser específica para cada requisito, devendo haver demonstração concreta de 
sua ocorrência. Não se admite a fundamentação fazendo mera indicação dos artigos de lei. 
REVOGAÇÃO DA PRISÃO E NOVA DECRETAÇÃO 
Se durante o tempo da prisão preventiva, o juiz verificar que
deixaram de se fazer presentes os 
requisitos que serviram como fundamento para decretação da prisão preventiva, deve revogar a prisão 
(art. 316, CPP). 
Entretanto, mesmo havendo revogação, se voltarem a ser fazer presentes novamente os requisitos 
para decretação da preventiva, pode novamente decretá-la. 
Tudo isso é possível porque a decisão que decreta a prisão preventiva é uma decisão rebus sic 
stantibus. 
A revogação da prisão preventiva pode ocorrer de ofício ou mediante provocação. 
Mas, a nova decretação segue a regra geral de decretação da prisão preventiva, conforme previsto no 
artigo 311, CPP. 
PRISÃO DOMICILIAR 
A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo 
dela ausentar-se com autorização judicial (art. 317, CPP). 
A prisão domiciliar não constitui uma nova espécie de prisão. Mas, configura-se como uma forma de 
substituição do cumprimento da prisão preventiva (art. 318, CPP). 
São situações que se admite a prisão domiciliar: 
1) Ser o preso maior de 80 (oitenta) anos; 
2) Estar o preso extremamente debilitado por motivo de doença grave; 
3) Ser o preso imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou 
com deficiência; 
4) Ser o preso pessoa gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. 
PRISÃO DOMICILIAR 
PREVISTA NA LEI DE EXECUÇÃO PENAL (ART. 117 DA LEI 7.210/84) 
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em 
residência particular quando se tratar de: 
I. condenado maior de 70 (setenta) anos; 
II. condenado acometido de doença grave; 
III. condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; 
IV. condenada gestante. 
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RECOLHIMENTO DOMICILIAR COMO MEDIDA CAUTELAR DIVERSA DA PRISÃO 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
V. recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado 
ou acusado tenha residência e trabalho fixos; 
RECOLHIMENTO DOMICILIAR COMO PENA RESTRITIVA DE DIREITO 
PREVISTA NA LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS 
Art. 8º As penas restritivas de direito são: 
V. recolhimento domiciliar. 
Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de 
responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, frequentar curso 
ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em 
residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido 
na sentença condenatória. 
EXERCÍCIO 
1. (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Escrivão de Polícia) O Juiz poderá substituir a prisão preventiva pela 
domiciliar quando o agente for: 
a) maior de 70 anos. 
b) debilitado por doença infectocontagiosa. 
c) imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 8 (oito) anos de idade ou com deficiência. 
d) gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. 
e) inimputável. 
GABARITO 
1 - D 
 
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XI. PRISÃO TEMPORÁRIA 
A prisão temporária está disposta na Lei 7.960/89. 
A prisão temporária é uma prisão cautelar e judicial. 
CABIMENTO 
A prisão temporária é cabível somente durante a investigação criminal (art. 1, I). Assim, fica vedada a 
prisão temporária durante a fase processual penal. 
Ainda que a prisão temporária seja decretada no curso da investigação criminal, no momento do 
oferecimento da peça acusatória (início do processo) deve ocorrer a liberação do preso temporário, 
independentemente se ainda não ocorreu o término do prazo da prisão temporária. 
FINALIDADE 
A prisão temporária tem por finalidade servir de garantia para investigação criminal, ou seja, garantir a 
perfeita colheita dos elementos de informações durante a investigação criminal. 
COMPETÊNCIA PARA DECRETAR A PRISÃO 
Somente o juiz pode decretar a prisão temporária (art. 2º). Entretanto, a decretação da prisão 
temporária pelo juiz sempre depende de provocação do Delegado de Polícia ou Ministério Público. 
A provocação ocorre mediante representação do Delegado de Polícia ou requerimento do Ministério 
Público (art. 2º). 
Na hipótese de representação pelo Delegado, o juiz deve ouvir o Ministério Público antes decidir (art. 
2º, § 1º). 
OBS: o juiz nunca pode decretar a prisão temporária de ofício, tendo em vista que essa prisão somente 
é cabível durante as investigações criminais. 
REQUISITOS 
A prisão temporária somente pode ser decretada se estivem presentes os requisitos que a autorizam. 
1) Necessidade imprescindível para investigação criminal (art. 1º, I); 
2) Quando o indiciado não tiver residência fixa ou quando houver dúvida sobre a identidade do 
indiciado, e este não fornecer elementos necessários para identificação (art. 1º, II); 
3) Indícios de autoria ou participação nos crimes específicos (art. 1º, III). 
Crimes que admitem a prisão temporária: 
a) homicídio doloso; 
b) sequestro ou cárcere privado; 
c) roubo; 
d) extorsão; 
e) extorsão mediante sequestro; 
f) estupro; 
g) 
h) 
i) epidemia com resultado de morte; 
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado 
pela morte; 
l) quadrilha ou bando; 
m) genocídio; 
n) tráfico de drogas; 
o) crimes contra o sistema financeiro. 
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COMBINAÇÃO DOS REQUISITOS 
Para decretação da prisão temporária não se exige a presença de todos os requisitos simultaneamente. 
• Indícios de autoria ou participação em qualquer dos crimes previstos no art. 1º, III (além dos 
crimes hediondos e equiparados) 
+ 
• Qualquer um dos requisitos previstos no art. 1º, I e II. 
FUNDAMENTAÇÃO 
A decisão que decretar a prisão temporária deve ser sempre fundamentada, devendo o juiz demonstrar 
concretamente a presença dos requisitos (art. 2º, § 2º). 
MANDADO DE PRISÃO 
É efetuado em duas vias: uma das vias do mandado servirá de nota de culpa (art. 2º, § 4º). 
INFORMAÇÃO DOS DIREITOS DO PRESO 
Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5° da CF. 
• Direito ao silêncio; 
• Comunicar a família ou pessoa indicada; 
• Direito à assistência de Advogado; 
• Identificação do Executor da prisão. 
PRAZO 
• Somente pode ser decretada pelo prazo de 5 dias, prorrogáveis por 5 dias, em caso de crime 
não hediondo (art. 2º). 
• Em caso de crime hediondo ou equiparado, pode ser decretada pelo prazo de 30 dias, 
prorrogáveis por 30 dias (art. 2º, § 4º, Lei 8.072/90). 
• A prorrogação somente pode ocorrer se houver extrema e comprovada necessidade e houver 
provocação do juiz. Ou seja, o juiz não pode prorrogar a prisão temporária de ofício. 
SOLTURA AUTOMÁTICA 
Decorrido o prazo de duração da prisão temporária, o preso deverá ser posto imediatamente em 
liberdade, não precisando de expedição de alvará de soltura pelo juiz, salvo se já houver sido decretada 
prisão preventiva. 
Obs.: se ao final do prazo da prisão a autoridade que tiver a custódia do preso não liberá-lo, comete o 
crime de abuso de autoridade (Lei 4.898/65,
Art. 4°, i). 
EXERCÍCIO 
1. (CESPE - 2013 - PC-DF - Escrivão de Polícia) Com base no que dispõe o Código de Processo Penal, 
julgue os itens que se seguem. 
Por constituir medida cautelar, a prisão temporária poderá ser decretada pelo magistrado para que o 
acusado seja submetido a interrogatório e apresente sua versão sobre o fato narrado pela autoridade 
policial, tudo isso em consonância com o princípio do livre convencimento. No entanto, não será admitida a 
prorrogação, de ofício, dessa modalidade de prisão. 
GABARITO 
1 - ERRADO 
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	PRISÃO
	I. CONCEITO
	PRINCÍPIOS DA PRISÃO CAUTELAR
	II. MANDADO DE PRISÃO
	III. PRISÃO EM PERSEGUIÇÃO
	PRISÃO EM FLAGRANTE
	IV. Espécies de prisão em flagrante
	V. Flagrante prorrogado, retardado, diferido, postergado
	VI. Flagrante em crime de ação privada e ação pública condicionada
	PRISÃO EM CASOS ESPECIAIS
	VII. LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
	VIII. Providências judiciais
	IX. PRISÃO PREVENTIVA
	X. Fundamentação da Prisão
	XI. PRISÃO TEMPORÁRIA

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