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DOS CRIMES CONTRA RESPONSABILIDADE IMATERIAL + LEI 9279/96

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INTRODUÇÃO
O objetivo do trabalho é explorar de forma simples os Crimes Contra Responsabilidade Imaterial e a lei 9279/96 que alterou diversos artigos relativos a este crime. Também visa tratar a respeito dos Crimes contra a Organização do Trabalho. E para finalizar tratará sobre crimes contra o sentimento religioso e contra aos mortos.
DOS CRIMES CONTRA RESPONSABILIDADE IMATERIAL + LEI 9279/96
Dos Crimes Contra a Responsabilidade Imaterial Art. 184 CP
A propriedade imaterial, ou direitos imateriais, é gênero de que são espécies a propriedade intelectual e os direitos de personalidade. A propriedade imaterial consiste na relação jurídica entre o autor e sua obra, em função da criação (direitos morais), ou da respectiva inserção em circulação (direitos patrimoniais), e perante todos (Estado, coletividade, explorador econômico, usuário, adquirente de exemplar). A violação de direito autoral é crime contra a propriedade intelectual que se encontra tipificado no Capítulo I do Título III, no artigo 184 do Código Penal, cuja objetividade jurídica é a propriedade imaterial.
Os direitos autorais possuem a natureza jurídica de bens móveis, sendo assim considerada como autor a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica. Pertencem-lhes ainda, os direitos morais e patrimoniais sobre a obra que criou, possuindo o direito de utilizar, fruir e dispor das mencionadas obras.
Os direitos do autor poderão ser transferidos a terceiro, total ou parcialmente, por ele ou seus sucessores, a título universal ou singular, pessoalmente ou por meio de representantes.
Esse tipo penal responsabiliza criminalmente não somente aquele que infringe os direitos do autor, más também aqueles relativos aos direitos dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores fonográficos e das empresas de radiodifusão.
Guilherme de Souza Nucci saliente ainda: “A transgressão ao direito autoral pode dar-se de variadas formas, desde a simples reprodução não autorizada de um livro por fotocópias até a comercialização de obras originais sem a permissão do autor. Uma das mais conhecidas formas de violação do direito do autor é o plágio, que significa tanto assinar como sua obra alheia, como também imitar o que outra pessoa reproduziu”.
Segue abaixo uma breve síntese do crime:
Bem juridicamente protegido: A propriedade intelectual é o bem juridicamente protegido pelo tipo penal do art. 184.
Objeto Material: O objeto material do delito em estudo é a obra literária, artística ou científica.
Sujeito Ativo: Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito de violação autoral.
Sujeito Passivo: Será o autor da obra literária, artística ou cientifica, seus herdeiros e sucessores, ou qualquer outra pessoa que seja titular dos direitos sobre essa produção intelectual.
Consumação: Segundo Ney Moura Teles “o momento consumativo acontece no ato de transgressão do direito autoral, cabendo ao intérprete observar em que consiste exatamente a violação, socorrendo-se da legislação civil, para definir o exato instante da violação, que ocorre, por exemplo, com a publicação de obra inédita ou reproduzida, com a execução ou representação de uma obra musical ou teatral”.
Tentativa: Admite-se tentativa.
Pena: A pena é de detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa, para a violação de direito autoral prevista no Caput do art. 184 do CP. Para as modalidades qualificadas, constantes nos §§ 1º, 2º e 3º, a pena é de reclusão, de 2 a 4 anos e multa.
 Lei 9279/96
A Lei da Propriedade Industrial regula os direitos e as obrigações relativos à propriedade industrial.
A proteção aos direitos relativos à propriedade industrial se efetua através da concessão de patentes de invenções e de modelo de utilidade; mediante a concessão de registro de desenho industrial e de registro de marca; repressão às falsas indicações geográficas e pela repressão à concorrência desleal.
A lei n°9279/96 assegura o direito do autor de invenção ou modelo de utilidade de obter patente que lhe garanta a propriedade de tal invenção, sendo estabelecida uma presunção de autoria em relação ao requerente da patente.
O inventor é o sujeito do direito sobre a invenção de que é resultante o direito de obter a patente, isto é, do reconhecimento do Estado ao privilégio de uso exclusivo. A invenção não registrada com as cautelas que a lei impõe, caindo sob o conhecimento público, vulgarizando-se, não proporciona ao inventor o uso monopolístico decorrente do privilégio. Em consequência, o registro tem efeito constitutivo, pois na falta dele não subsiste o direito de exploração, assegurado pelo privilégio concedido pelo Estado.
Com a patente de invenção (documento comprobatório da autoria da invenção) fica assegurado não só a propriedade do invento, como também o direito de exploração do mesmo.
É assegurado ao autor de invenção ou modelo de utilidade o direito de obter a patente que lhe garanta a propriedade, nas condições estabelecidas pela lei.
Presume-se o requerente legitimado a obter patente, salvo prova em contrário. A patente pode ser requerida em nome próprio, ou pelos herdeiros ou sucessores do autor, pelo cessionário ou por aquele a quem a lei ou contrato de trabalho ou de prestação de serviços determinar que a titularidade pertença.
A presunção, portanto, é de que seja o inventor quem requer a patente, aperfeiçoando-se essa presunção no caso da oposição de terceiro, que declara ser o legítimo autor. Só então a autoridade se verá na contingência de, examinando as provas apresentadas pelos interessados, proclamar o verdadeiro inventor, concedendo-lhe a patente do privilégio(v).
Se se tratar de invenção ou de modelo de utilidade realizado em conjunto por duas ou mais pessoas, a patente poderá ser requerida por todas ou qualquer uma delas, mediante nomeação e qualificação das demais, a fim de que sejam ressalvados os respectivos direitos.
O inventor será nomeado e qualificado, podendo requer a divulgação ou não de sua nomeação.
Se dois ou mais autores tiverem realizado a mesma invenção ou modelo de utilidade, de forma independente, será assegurado o direito de obter patente àquele que provar o depósito mais antigo, independentemente das datas de invenção ou criação. Caso haja retirada de depósito anterior sem produção de qualquer efeito dará prioridade ao depósito imediatamente posterior.
CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Os crimes contra a organização do trabalho estão dispostos nos artigos 197 a 207 do Código Penal brasileiro. Os artigos supramencionados versam do atentado contra a liberdade de trabalho, no artigo 197; do atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta, no artigo 198; do atentado contra a liberdade de associação, no artigo 199; da paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem, no artigo 200; da paralisação de trabalho de interesse coletivo, no artigo 201; da invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, e da sabotagem, no artigo 202; da frustração de direito assegurado por lei trabalhista, no artigo 203; da frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho, no artigo 204; do exercício de atividade com infração de decisão administrativa, no artigo 205; do aliciamento para o fim de emigração, no artigo 206; e do aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional, no artigo 207.
Atentado Contra a Liberdade de Trabalho
O artigo 197 trata do atentado contra a liberdade de trabalho, e determina pena de detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência, para aquele que constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar durante certo período ou em determinados dias; e pena de detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência para aquele que constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participarde parede ou paralisação de atividade econômica.
Atentado Contra a Liberdade de Contrato e Boicotagem Violenta
O artigo 198 dispõe sobre o atentado contra a liberdade de contrato e boicotagem violenta. O dispositivo determina pena de detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência para a pessoa que constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto industrial ou agrícola.
Atentado Contra a Liberdade de Associação
Aqui estamos tratando de um direito fundamental, eis que o artigo 5º, XVII, da Constituição Federal, determina que “é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar”; e, também o artigo 8º que dispõe que “é livre a associação profissional ou sindical...”.
O atentado contra a liberdade de associação está previsto no artigo 199, que determina pena de detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência, para aquela pessoa que constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional.
Paralisação de Trabalho, Seguida de Violência ou Perturbação da ordem
A paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem é tratada pelo artigo 200, que determina pena de detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência, para os empregados que participarem de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência contra pessoa ou contra coisa. Devemos enfatizar que, aqui, estamos diante de uma norma penal em branco, ou seja, é um crime de concurso necessário, que só existe quando é praticado por um número mínimo de pessoas, que é exigido pela norma. Nesse caso, o número mínimo para que se considere coletivo o abandono de trabalho é de, pelo menos, três empregados. Outro detalhe que não pode passar despercebido é a exigência do emprego da violência. O artigo 200 dispõe expressamente: “... praticando violência contra pessoa ou contra coisa”, assim, não será caracterizado o mero abandono ou a mera suspensão, se não estiverem acompanhadas da prática de violência contra pessoa ou contra coisa.
Paralisação de Trabalho de Interesse Coletivo
O artigo 201 assim dispõe: “Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa.” O artigo trata dos interesses da coletividade. Deve ser analisado juntamente com o artigo 9º, §1º, que assim dispõe: “Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.”; e, também, com a Lei de Greve (Lei nº 7.783, de 28 de junho de 1989).
A doutrina majoritária entende que o artigo em questão foi revogado pela Lei de Greve; a corrente minoritária, por sua vez, diz que o dispositivo está em vigor, pois somente considera quando se tratar de um serviço ou atividade que ponha a sociedade em perigo.
Invasão de Estabelecimento Industrial, comercial ou agrícola
A invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola e a sabotagem estão tratadas pelo artigo 202, que determina pena de reclusão, de um a três anos, e multa, para o agente que invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor.
Frustração de lei sobre a Nacionalização do Trabalho
O artigo 204 determina pena de detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência para o agente que frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do trabalho.
Trata-se aqui de uma norma penal em branco, que nos obriga a buscar outra legislação para aferir a possibilidade de lesão, deve ser analisada em conjunto com os artigos 352 a 371 da Consolidação das Leis do Trabalho.
Exercício de Atividade com Infração de Decisão Administrativa
O exercício de atividade com infração de decisão administrativa está previsto no artigo 205, que determina pena de detenção, de três meses a dois anos, ou multa, para o agente que exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa.
Aliciamento para o fim de emigração
O artigo 206 prevê o aliciamento para o fim de emigração, determinando pena de detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa para o agente que recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro.
Aliciamento de Trabalhadores de um local para outro do território nacional
O aliciamento de trabalhadores de um local para outro, dentro do território nacional, está previsto no artigo 207 do Código Penal, que assim dispõe: “Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do território nacional:
Pena - detenção de um a três anos, e multa. 
Em 30 de dezembro de 2004, a Emenda Constitucional nº 45 alterou diversos dispositivos da Constituição Federal brasileira, dentre eles, o disposto no artigo 114, que trata da competência da Justiça do trabalho. Com a referida alteração do texto constitucional, o artigo 114 da CF, que antes dispunha: Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas.
 DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
A tutela do sentimento religioso e do respeito aos mortos, abrange-se, de modo geral, a proteção aos valores ético-social de uma sociedade, ao qual a liberdade é sua força-motriz, pois que esta abrange a liberdade de crença, de culto e de organização religiosa, em que nossa Constituição Federal, coube tratar, ao passo que o Código Penal, ainda que anterior a Carta Maior, os tutelou em caso de violabilidade, tipificando-os como crime. Assim, numa visão Constitucional, trata-se da dignidade da pessoa e seus valores perante a sociedade em ter sua liberdade protegida, deixando a livre escolha de o cidadão optar em seu prospecto filosófico-religioso.
A liberdade de crença trata-se da simples liberdade de consciência, ou seja, do cidadão optar e manifestar-se de sua religião, como prevê o estatuto Constitucional “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias” assim como “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei”; (art. 5º VI e VIII).
A liberdade de culto exterioriza-se com a prática do corpo doutrinário e de seus ritos, com suas cerimônias, manifestações, hábitos, tradições, na forma que indicada para a religião escolhida. (art. 5º, VI, CF).
A liberdade de organização religiosa tem dois primados, um refere-se a organização da igreja em seu espaço físico como também a profanação de sua crença, separando aos ditames ideológicos com o Estado, devido seu laicismo declarado (art. 19, CF).
Resumo do Crimes Contra o Sentimento Religioso
Art. 208. Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso;Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente violência.
Bem jurídico: Tutela-se a liberdade individual de ter a crença e culto, seu sentimento religioso, independentemente da religião professada.
Sujeitos do delito: O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, pois trata-se de crime comum. O sujeito passivo é a pessoa que sofre com o escarnecimento, assim como a perturbação, impedimento de cerimônia ou prática de culto religioso, como também o vilipendio. Portanto, são pessoas determinadas que são vítimas, pois tanto pode ser um sacerdote, crente, rabino, padre, freira, pastor, ministro, assim como a toda a coletividade praticante da atividade religiosa.
Tipo objetivo: há três condutas diversas previstas no artigo 208 que configuram o delito, vejamos:
Escarnecer alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa: O legislador na sua feitura de promover seu domínio com a língua pátria utilizou a palavra escarnecer ou mesmo dizer: zombar, achincalhar, troçar, mofar, ridicularizar, fazer pouco, ofender alguém publicamente em virtude de crença ou função religiosa, ao qual a crença é a fé religiosa e a função é sinônimo de cargo, exercida por pessoas determinadas como já dito anteriormente. A publicidade da ofensa entende-se, na presença de várias pessoas ou de maneira que a chegue ao conhecimento delas.
Impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso: Impedir é paralisar, impossibilitar, evitar que se comece cerimônia ou prática de culto religioso; perturbar é atrapalhar, estorvar, tumultuar, desorganizar, atrapalhar, embaraçar culto ou cerimônia religiosa. Vem a convir que cerimônia é o ato solene e exterior do culto (ex. Missa, procissão, batismo, casamento) e quanto a prática de culto religioso é o ato religioso não solene (ex. Reza, ensino de catecismo, novena, oração coletiva, sessão espírita). Portanto, a exemplos fáticos são: efetuar disparo com arma de fogo, provocando barulho para que os demais fiéis não possam ouvir o sermão do padre (RT, 419/293); palavrões proferidos por pessoa embriagada e de shortsque irrompe na igreja durante a missa (RT, 491/318); altos brandos durante casamento que provocam a abreviação da cerimônia (RT, 533/394). Cabe aqui ressaltar, que se configura o delito se houver uma alteração material capaz de impedir ou perturbar cerimônia ou culto religioso, porquanto, em sua substância não configura como tal um simples desvio de atenção.
Vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: A palavra vilipêndio consiste em desprezar, menoscabar, aviltar, desdenhar, injuriar, ultrajar, portanto, pode ser praticada em ato de culto religioso por palavras, escritos ou gestos e que seja cometido na presença de várias pessoas ou de maneira que chegue ao conhecimento delas, ou mesmo pode ser praticado contra objeto de culto religioso a que prestam como o altar, púlpito (tribuna), cálice, crucifixo, livros litúrgicos, turíbulos (Vaso suspenso por pequenas correntes, usado nas igrejas para nele queimar-se o incenso; incensório), aspersório (Instrumento de metal ou madeira que se mergulha em água-benta para aspergi-la sobre os fiéis na igreja).
Elemento subjetivo: Em todas as condutas acima é representado pelo dolo (vontade livre e consciente) de modo específico, já que inexiste modalidade culposa.
Consumação: Trata-se de delito material, com o escarnecimento, independentemente do resultado; com o efetivo impedimento ou perturbação; com o vilipêndio, sendo este material ou de simples conduta.
Tentativa: É admissível, em todas as condutas moldadas nos eixos do art. 208, CP.
Causa de aumento de pena: Será aumentada de um terço se houver violência, seja contra a pessoa como o objeto, mas além dessa causa de aumento de pena, o agente responderá, em concurso material de crimes, delito correspondente à sua conduta violenta como lesão corporal, dano, etc; sendo assim será forma majorada dos crimes contra o sentimento religioso devido ao emprego de violência.
Pena: Trata-se de crime de menor potencial ofensivo, conforme dispõe a Leis 9.099/95 e a 10.259/01, aos quais a pena máxima não importe a ser superior a dois anos, ainda que esteja a majorante de um terço presente.
Suspensão condicional do processo: é cabível no caput e no parágrafo único (art. 89 da Lei 9.099/95).
Ação penal: pública incondicionada, promovida e movimentada pelo Ministério Público; órgão incumbido pela persecutio criminis in judicio.
Dos crimes contra o respeito aos mortos
Art. 209. Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:
Pena- detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.
Bem jurídico: Tutela-se o sentimento de respeito pelos mortos, que configura um interesse individual coletivo, bem como um valor ético-social.
Sujeitos do delito: O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive familiares do morto. Quanto ao sujeito passivo, frisa-se, não é o morto, pois este não é mais titular de direitos, portanto, atinge a coletividade, a família e amigos do morto. Trata-se de crime comum, ou seja, autoria por qualquer pessoa e crime vago, já que a ofensa atinge toda coletividade inerente ao morto, desprovidas de personalidade jurídica.
Tipo objetivo: Ação ou omissão de impedir (paralisar, impossibilitar) ou perturbar (embaraçar, atrapalhar, estorvar) o enterro (transporte do corpo do falecido em cortejo fúnebre ou mesmo desacompanhado, até o local do sepultamento ou cremação, entendendo também num sentido amplo, o velório que pode ou não ser realizado no mesmo lugar do sepultamento ou cremação) ou cerimônia fúnebre (ato religioso ou civil realizado em homenagem ao morto). Ex. Furar o pneu do veículo destinado para o transporte do corpo ou deixar de fornecer automóvel para tal fim, não entregar as chaves para o tumulo.
Elemento subjetivo: Dolo (vontade livre e consciente de impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária, causando tumulto ou desorganização que altere seu desenvolvimento. Não há previsão de culpa.
Consumação: Trata-se de crime material, portanto, basta que o agente tenha efetivamente produzido o resultado de impedir ou perturbar enterro ou cerimônia fúnebre.
Tentativa: É admissível, na hipótese em que o agente empregue todas as formas para produzir o resultado, mas não produzir, cessando-o.
Causa de aumento de pena: será a pena aumentada de um terço se houver violência, tanto quanto contra a pessoa como contra o objeto, além disso, o agente responderá em concurso material de crimes, com a sanção correspondente à violência a sua conduta como lesão corporal, dano, homicídio, etc.
Suspensão condicional do processo: é cabível no caput e no parágrafo único (art. 89 da Lei 9.099/95)
Ação penal: pública incondicionada, promovida e movimentada pelo Ministério Público; órgão incumbido pela persecutio criminis in judicio.
Violação de sepultura
Art. 210. Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Bem jurídico: Assim como o artigo anterior, tutela-se o sentimento de respeito pelos mortos.
Sujeitos do delito: O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive familiares do morto, proprietários do tumulo. O sujeito passivo é a coletividade indefinida, entidade sem personalidade jurídica, como a família e os amigos do morto.
Tipo objetivo: Violar (abrir, devassar, romper, escavar, alterar) ou profanar (ultrajar, desprezar, vilipendiar, aviltar, macular, conspurcar, degradar) sepultura (local destinado ao enterro do cadáver, como os sepulcros, mausoléus, tumbas, covas, túmulos) ou urna funerária (local onde guarda cinzas ou ossos, como caixas, cofres ou vasos que contêm as cinzas ou ossos do morto.
Tipo subjetivo: É representado pelo dolo (vontade livre e consciente) de violar ou profanar sepultura funerária.
Consumação: Com a violação ou profanação desepultura ou urna funerária, portanto, trata-se de crime material.
Tentativa: é admissível em caso de violação, mas em se tratando de profanação não cabe tentativa, pois aqui, frisa-se ser crime consumado em sua forma.
Excludente de ilicitude: estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular do direito (CP, art. 23, III), mas somente na circunstância de violação porque a profanação é típico contra legem.
Pena: reclusão, de um a três anos, e multa
Suspensão condicional do processo: é cabível no caput e no parágrafoúnico (art. 89 da Lei 9.099/95)
Ação penal: pública incondicionada, promovida e movimentada pelo Ministério Público; órgão incumbido pela persecutio criminis in judicio, tanto em procedimento comum como ordinário (art. 394 a 405 e 408 a 502 do CPP)
Art. 211. Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Bem jurídico: tutela-se o sentimento de respeito pelos mortos
Sujeitos do delito: O sujeito ativo é qualquer pessoa, inclusive familiares do morto. Quanto ao sujeito passivo, é a coletividade, entidade sem personalidade jurídica, a família e os amigos do morto.
Tipo objetivo: Destruir (fazer com que não subsista, tornar insubsistente, destroçar, queimar, reduzir a detritos ou resíduos, desaparecer), subtrair (tirar do local, furtar) e ocultar (esconder, desde que não destrua do cadáver ou parte dele).
Tipo subjetivo: É representado pelo dolo (vontade livre e consciente) de violar, subtrair ou ocultar cadáver.
Consumação: com a destruição total ou parcial do cadáver; desaparecer o cadáver ou parte dele, mesmo que temporariamente; retirada do cadáver ou parte dele, ainda que temporária.
Tentativa: É admissível.
Concurso de crimes: haverá concurso de crimes se o agente mata a vítima e posteriormente destrói ou oculta o cadáver (art. 121e 211, CP), porém se o agente apenas subtrair ou destruir, viola sepultura, tipifica-se como crime único.
Pena: detenção de um a três anos e multa.
Suspensão condicional do processo: É cabível (art. 89. Lei n. 9.099/95).
Ação penal: pública incondicionada.
Competência: aplica-se em primeira instância, desde que afastada a incidência do crime de aborto, em que este último é de competência do Tribunal do Júri.
Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Bem jurídico: tutela-se o sentimento de respeito pelos mortos.
Sujeitos do delito: O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é toda coletividade.
Tipo objetivo: Vilipendiar (tratar com desprezo, aviltar, ultrajar e pode ser praticado por diversas maneiras como, atirar excrementos, no cadáver, proferir palavrões; despir cadáver; prática de atos de necrofilia (Psicose que se caracteriza por atração sexual pelos cadáveres); despejar líquidos sobre as cinzas.
Tipo subjetivo: Dolo (vontade livre e consciente) de vilipendiar, aviltar o cadáver ou suas cinzas. Delito subjetivo especial de tendência devido a intenção de ultrajar o bem jurídico tutelado.
Consumação: ato ultrajante, delito material ou formal, quando verbalmente, perante o cadáver ou suas cinzas.
Tentativa: É admissível, salvo se for praticado de forma verbal. Crime unissubsistente.
Concurso de crimes: haverá concurso de crimes, desde que material, quando, além de vilipendiar o cadáver, violar sepultura (art. 210 e 212 do CP). Mas, se crime formal, ou seja, palavras proferidas contra o morto estejam configuradas em calúnia (arts. 212 e 138, inciso 2º, do CP).
Penal: detenção, de um a três anos, e multa.
Suspensão condicional do processo: é admissível (art. 89. Lei n. 9.099/95).
Ação penal: pública incondicionada.
CONCLUSÃO
Com esse trabalho foi possível adquirir o conhecimento acerca dos Crimes relacionados a propriedade intelectual, bem como sobre a lei que regulamenta a patente intelectual. Foi abordado também os crimes contra as organizações trabalhistas, tanto contra os trabalhadores quanto contra o estado. E por fim os crimes contra descriminação religiosa e contra a dignidade do corpo morto.

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