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Crimes contra a sentimento religioso

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Crimes contra O 
Sentimento Religioso 
E Contra O Respeito 
aos Mortos.
Fametro
Curso de Direito
Professor: Dario
6° Período
Considerações gerais
 A tutela do sentimento religioso e do respeito 
aos mortos, abrange-se, de modo geral, a 
proteção aos valores ético-social de uma 
sociedade, ao qual a liberdade é sua força-
motriz, pois que esta abrange a liberdade de 
crença, de culto e de organização religiosa, em 
que nossa Constituição Federal, coube tratar, ao 
passo que o Código Penal, ainda que anterior a 
Carta Maior, os tutelou em caso de 
violabilidade, tipificando-os como crime. Assim, 
numa visão Constitucional, trata-se da 
dignidade da pessoa humana e seus valores 
perante a sociedade em ter sua liberdade 
protegida, deixando a livre escolha de o 
cidadão optar em seu prospecto filosófico-
religioso.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
Cont...
 A liberdade de crença trata-se da simples liberdade 
de consciência, ou seja, do cidadão optar e 
manifestar-se de sua religião, como prevê o estatuto 
Constitucional “é inviolável a liberdade de 
consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma 
da lei, a proteção aos locais de culto e as suas 
liturgias” assim como “ninguém será privado de 
direitos por motivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar 
para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em 
lei”; (art. 5º, VI e VIII)
 A liberdade de culto exterioriza-se com a prática do 
corpo doutrinário e de seus ritos, com suas cerimônias, 
manifestações, hábitos, tradições, na forma que 
indicada para a religião escolhida. (art. 5º, VI, CF).
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10730845/inciso-vi-do-artigo-5-da-constituição-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constituição-federal-constituição-da-republica-federativa-do-brasil-1988
Cont...
A liberdade de organização 
religiosa tem dois primados, um 
refere-se a organização da igreja 
em seu espaço físico como 
também a profanação de sua 
crença, separando aos ditames 
ideológicos com o Estado, devido 
seu laicismo declarado (art. 19, 
CF).
DOS CRIMES CONTRA O 
SENTIMENTO RELIGIOSO
 ULTRAJE A CULTO E IMPEDIMENTO OU PERTUBAÇÃO DE 
ATO A ELE RELATIVO
 Art. 208. Escarnecer de alguém publicamente, por 
motivo de crença ou função religiosa; impedir ou 
perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; 
vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto 
religioso;
 Pena – detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou 
multa.
 Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena 
é aumentada de um terço, sem prejuízo da 
correspondente violência.
 Na Idade Média, os crimes contra o sentimento 
religioso multiplicavam-se. O direito canônico
impunha penas leves, mas o “braço secular”, a 
serviço da Igreja, aplicava penas terríveis e bárbaras, 
que, como bem lecionou Heleno Cláudio 
Fragoso(Lições de direito penal, parte especial, 7ª 
edição, pág. 575), escreveu negra página na história 
do direito penal. 
 A blasfêmia era punida com o corte e a perfuração 
da língua, a fustigação(bater com vara; açoitar, 
vergastar), o exílio, o cárcere e a morte.
 Na lição de Nelson Hungria (Comentários ao código 
penal, VIII, pág. 53), referindo-se a essa época, “as 
penas mais severas eram editadas ad terrorem. O 
Estado, no sistema político unitário entre ele e a 
Igreja Católica, fazia-se guardião dos desígnios de 
Deus na terra”. 
 O pecado confundia-se com o crime.
https://jus.com.br/tudo/direito-canonico
 Com a separação da Igreja do Estado, o Código de 
1890 incluía os crimes contra o livre exercício dos 
cultos, estendendo a tutela penal a qualquer 
confissão religiosa.
 Em verdade, a lei penal, com o vigente artigo 208, 
assegura a liberdade individual no que concerne ao 
livre exercício dos cultos. Tem-se em mira o 
sentimento religioso, como sentimento ético-social em 
si mesmo, e, de forma secundaria, a liberdade de 
culto.
https://jus.com.br/tudo/separacao
Art. 208 CP
 Bem jurídico: Tutela-se a liberdade 
individual de ter a crença e culto, seu 
sentimento religioso, independentemente 
da religião professada.
 Sujeitos do delito: O sujeito ativo pode ser 
qualquer pessoa, pois trata-se de crime 
comum. O sujeito passivo é a pessoa que 
sofre com o escarnecimento, assim como a 
perturbação, impedimento de cerimônia ou 
prática de culto religioso, como também o 
vilipendio. Portanto, são pessoas 
determinadas que são vítimas, pois tanto 
pode ser um sacerdote, crente, rabino, 
padre, freira, pastor, ministro, assim como a 
toda a coletividade praticante da 
atividade religiosa.
Tipo objetivo: há três condutas diversas 
previstas no artigo 208 que configuram o 
delito:
 a) Escarnecer alguém publicamente, por motivo de 
crença ou função religiosa: O legislador na sua feitura 
de promover seu domínio com a língua pátria utilizou 
a palavra escarnecer ou mesmo dizer: zombar, 
achincalhar, troçar, mofar, ridicularizar, fazer pouco, 
ofender alguém publicamente em virtude de crença 
ou função religiosa, ao qual a crença é a fé religiosa 
e a função é sinônimo de cargo, exercida por 
pessoas determinadas como já dito anteriormente. A 
publicidade da ofensa entende-se, na presença de 
varias pessoas ou de maneira que a chegue ao 
conhecimento delas.
 b) Impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto 
religioso: Impedir é paralisar, impossibilitar, evitar que 
se comece cerimônia ou pratica de culto religioso; 
Perturbar é atrapalhar, estorvar, tumultuar, 
desorganizar, atrapalhar, embaraçar culto ou 
cerimônia religiosa.
Art. 208 CP
 b).. Vem a convir que cerimônia é o ato solene e 
exterior do culto (ex. Missa, procissão, batismo, 
casamento) e quanto a pratica de culto religioso é o 
ato religioso não solene (ex. Reza, ensino de 
catecismo, novena, oração coletiva, sessão espírita). 
Portanto, a exemplos fáticos são: efetuar disparo com 
arma de fogo, provocando barulho para que os 
demais fiéis não possam ouvir o sermão do padre (RT, 
419/293); palavrões proferidos por pessoa 
embriagada e de shorts que irrompe na igreja 
durante a missa (RT, 491/318); altos brandos durante 
casamento que provocam a abreviação da 
cerimônia (RT, 533/394). Cabe aqui ressaltar, que se 
configura o delito se houver uma alteração material 
capaz de impedir ou perturbar cerimônia ou culto 
religioso, porquanto, em sua substancia não configura 
como tal um simples desvio de atenção.
Art. 208 CP
 c) Vilipendiar publicamente ato ou objeto de 
culto religioso: A palavra vilipêndio consiste em 
desprezar, menoscabar, aviltar, desdenhar, 
injuriar, ultrajar, portanto, pode ser praticada em 
ato de culto religioso por palavras, escritos ou 
gestos e que seja cometido na presença de 
várias pessoas ou de maneira que chegue ao 
conhecimento delas, ou mesmo pode ser 
praticado contra objeto de culto religioso a que 
prestam como o altar, púlpito (tribuna), cálice, 
crucifixo, livros litúrgicos, turíbulos (Vaso suspenso 
por pequenas correntes, usado nas igrejas para 
nele queimar-se o incenso; incensório), 
aspersório (Instrumento de metal ou madeira 
que se mergulha em água-benta para aspergi-
la sobre os fiéis na igreja).
Art. 208 CP
 Elemento subjetivo: Em todas as condutas acima é 
representado pelo dolo (vontade livre e consciente) 
de modo especifico, já que inexiste modalidade 
culposa.
 Consumação: Trata-se de delito material, com o 
escarnecimento,independentemente do resultado; 
com o efetivo impedimento ou perturbação; com o 
vilipêndio, sendo este material ou de simples conduta.
 Tentativa: É admissível, em todas as condutas 
moldadas nos eixos do art. 208, CP.
 Causa de aumento de pena: Será aumentada de um 
terço se houver violência, seja contra a pessoa como 
o objeto, mas além dessa causa de aumento de 
pena, o agente responderá, em concurso material de 
crimes, delito correspondente à sua conduta violenta 
como lesão corporal, dano, etc; sendo assim será 
forma majorada dos crimes contra o sentimento 
religioso devido ao emprego de violência.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10612290/artigo-208-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
Art. 208 CP
 Pena: Trata-se de crime de menor potencial 
ofensivo, conforme dispõe a Leis 9.099/95 e a 
10.259/01, aos quais a pena máxima não 
importe a ser superior a dois anos, ainda que 
esteja a majorante de um terço presente.
 Suspensão condicional do processo: é cabível 
no caput e no parágrafo único (art. 89 da Lei 
9.099/95)
 Ação penal: pública incondicionada, 
promovida e movimentada pelo Ministério 
Público; órgão incumbido pela persecutio
criminis in judicio
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/101330/lei-dos-juizados-especiais-federais-lei-10259-01
DOS CRIMES CONTRA O 
RESPEITO AOS MORTOS
 Impedimento ou perturbação de 
cerimônia funerária
 Art. 209. Impedir ou perturbar enterro ou 
cerimônia funerária:
 Pena- detenção, de 1 (um) mês a 1 
(um) ano, ou multa.
 Parágrafo único. Se há emprego de 
violência, a pena é aumentada de um 
terço, sem prejuízo da correspondente à 
violência.
Art 209 CP
 Bem jurídico: Tutela-se o sentimento de respeito pelos 
mortos, que configura um interesse individual coletivo, 
bem como um valor ético-social.
 Sujeitos do delito: O sujeito ativo pode ser qualquer 
pessoa, inclusive familiares do morto. Quanto ao 
sujeito passivo, frisa-se, não é o morto, pois este não é 
mais titular de direitos, portanto, atinge a 
coletividade, a família e amigos do morto. Trata-se de 
crime comum, ou seja, autoria por qualquer pessoa e 
crime vago, já que a ofensa atinge toda coletividade 
inerente ao morto, desprovidas de personalidade 
jurídica.
Art. 209 CP
 Tipo objetivo: Ação ou omissão de impedir 
(paralisar, impossibilitar) ou perturbar 
(embaraçar, atrapalhar, estorvar) o enterro 
(transporte do corpo do falecido em cortejo 
fúnebre ou mesmo desacompanhado, até o 
local do sepultamento ou cremação, 
entendendo também num sentido amplo, o 
velório que pode ou não ser realizado no 
mesmo lugar do sepultamento ou cremação) ou 
cerimônia fúnebre (ato religioso ou civil realizado 
em homenagem ao morto). Ex. Furar o pneu do 
veiculo destinado para o transporte do corpo ou 
deixar de fornecer automóvel para tal fim, não 
entregar as chaves para o tumulo.
 Elemento subjetivo: Dolo (vontade livre e 
consciente de impedir ou perturbar enterro ou 
cerimônia funerária, causando tumulto ou 
desorganização que altere seu 
desenvolvimento. Não há previsão de culpa.
Art 209
Consumação: Trata-se de crime 
material, portanto, basta que o agente 
tenha efetivamente produzido o 
resultado de impedir ou perturbar 
enterro ou cerimônia fúnebre.
 Tentativa: É admissível, na hipótese em 
que o agente empregue todas as 
formas para produzir o resultado, mas 
não produzir, cessando-o.
Art 209
 Causa de aumento de pena: será a pena 
aumentada de um terço se houver violência, 
tanto quanto contra a pessoa como contra o 
objeto, alem disso, o agente responderá em 
concurso material de cimes, com a sanção 
correspondente à violência a sua conduta 
como lesão corporal, dano, homicídio, etc.
 Suspensão condicional do processo: é cabível 
no caput e no parágrafo único (art. 89 da Lei 
9.099/95)
 Ação penal: pública incondicionada, 
promovida e movimentada pelo Ministério 
Público; órgão incumbido pela persecutio 
criminis in judicio.
Violação de sepultura
Art. 210. Violar ou profanar 
sepultura ou urna funerária:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 
(três) anos, e multa.
Art 210 CP
 Bem jurídico: Assim como o artigo anterior, tutela-se o 
sentimento de respeito pelos mortos.
 Sujeitos do delito: O sujeito ativo pode ser qualquer 
pessoa, inclusive familiares do morto, proprietários do 
tumulo. O sujeito passivo é a coletividade indefinida, 
entidade sem personalidade jurídica, como a família 
e os amigos do morto.
 Tipo objetivo: Violar (abrir, devassar, romper, escavar, 
alterar) ou profanar (ultrajar, desprezar, vilipendiar, 
aviltar, macular, conspurcar, degradar) sepultura 
(local destinado ao enterro do cadáver, como os 
sepulcros, mausoléus, tumbas, covas, túmulos) ou 
urna funerária (local onde guarda cinzas ou ossos, 
como caixas, cofres ou vasos que contêm as cinzas 
ou ossos do morto.
Art 210 CP
 Tipo subjetivo: É representado pelo dolo 
(vontade livre e consciente) de violar ou 
profanar sepultura funerária.
Consumação: Com a violação ou 
profanação de sepultura ou urna 
funerária, portanto, trata-se de crime 
material.
 Tentativa: é admissível em caso de 
violação, mas em se tratando de 
profanação não cabe tentativa, pois 
aqui, frisa-se ser crime consumado em 
sua forma.
Art 210 CP
 Excludente de ilicitude: estrito cumprimento do 
dever legal e o exercício regular do direito (CP, 
art. 23, III), mas somente na circunstância de 
violação porque a profanação é típico contra 
legem.
 Pena: reclusão, de um a três anos, e multa
 Suspensão condicional do processo: é cabível 
no caput e no parágrafo único (art. 89 da Lei 
9.099/95)
 Ação penal: pública incondicionada, 
promovida e movimentada pelo Ministério 
Público; órgão incumbido pela persecutio 
criminis in judicio, tanto em procedimento 
comum como ordinário (art. 394 a 405 e 408 a 
502 do CPP)
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637476/artigo-23-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10637363/inciso-iii-do-artigo-23-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
Destruição, subtração ou 
ocultação de cadáver
 Art. 211. Destruir, subtrair ou ocultar 
cadáver ou parte dele:
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) 
anos, e multa.
Art 211 CP
 Bem jurídico: tutela-se o sentimento de respeito 
pelos mortos
 Sujeitos do delito: O sujeito ativo é qualquer 
pessoa, inclusive familiares do morto. Quanto ao 
sujeito passivo, é a coletividade, entidade sem 
personalidade jurídica, a família e os amigos do 
morto.
 Tipo objetivo: Destruir (fazer com que não 
subsista, tornar insubsistente, destroçar, queimar, 
reduzir a detritos ou resíduos, desaparecer), 
subtrair (tirar do local, furtar) e ocultar (esconder, 
desde que não destrua do cadáver ou parte 
dele).
Art 211 CP
 Tipo subjetivo: É representado pelo dolo 
(vontade livre e consciente) de violar, subtrair ou 
ocultar cadáver.
 Consumação: com a destruição total ou parcial 
do cadáver; desaparecer o cadáver ou parte 
dele, mesmo que temporariamente; retirada do 
cadáver ou parte dele, ainda que temporária.
 Tentativa: É admissível.
 Concurso de crimes: haverá concurso de crimes 
se o agente mata a vitima e posteriormente 
destrói ou oculta o cadáver (art. 121e 211, CP), 
porém se o agente apenas subtrair ou destruir, 
viola sepultura, tipifica-se como crime único.
 Pena: detenção de um a três anos e multa.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10612107/artigo-211-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
Art 211 CP
 Suspensão condicional do processo: É 
cabível (art. 89. Lei n. 9.099/95). Ação penal: pública incondicionada.
Competência: aplica-se em primeira 
instância, desde que afastada a 
incidência do crime de aborto, em que 
este último é de competência do 
Tribunal do Júri.
Vilipêndio a cadáver
Art. 212. Vilipendiar cadáver ou 
suas cinzas:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 
(três) anos, e multa.
O RHC 54.486/RJ DO STF: UM CASO DE VILIPÊNDIO A 
CADÁVER?
 Em 18.06.1976, a 2.ª Turma do STF julgou, sob a 
relatoria do Min. Leitão de Abreu, o RHC 54.486/RJ. 
O recurso foi interposto em virtude de decisão do 
Tribunal de Alçada do Estado do Rio de Janeiro que 
denegou ordem em habeas corpus com o 
consequente prosseguimento de processo contra 
dois estudantes e um médico e professor da 
Faculdade de Medicina de Valença, pois entendeu 
que as condutas descritas na denúncia estariam 
amoldadas ao crime de vilipêndio a cadáver, com 
a ressalva de que poderiam configurar o crime de 
destruição de cadáver, mas que tal análise não 
seria pertinente no momento processual em que se 
encontrava o feito.
 De acordo com as informações constantes na decisão, os 
dois alunos haviam extraídos os olhos de um cadáver (que 
se achava no necrotério da Faculdade aguardando 
necropsia por ter falecido sem assistência médica) e os 
entregaram ao professor, que os utilizou em experiências 
científicas.
 A tese defensiva, tanto no HC quanto no RHC, baseou-se 
no fato de as condutas dos alunos e do professor estarem 
ausentes de dolo específico de aviltar o cadáver, uma vez 
que estariam amparadas pela Lei5.479/1968, e 
argumentou que a denúncia era inepta, pois não definia 
a participação (individualização da conduta) de cada 
um dos denunciados nos fatos descritos.
 No corpo da decisão, o Ministro relator, valendo-se de 
parecer do Procurador-Geral da República, Henrique 
Fonseca de Araújo, reconheceu que não se tratava do 
crime de vilipêndio a cadáver, pois entendeu que a 
"enucleação dos olhos do cadáver para fins de estudo, 
pesquisa e investigação científica -não pode, a toda 
evidência, constituir o tipo definido na lei penal, com o 
nomen juris de vilipêndio a cadáver".
 Segundo o Ministro, baseando-se no alusivo parecer, faltou 
nas condutas "justamente, o núcleo do tipo, representado 
pelo verbo "vilipendiar" e destacou um detalhe constante 
no inquérito policial: "enucleados os globos oculares, os 
pacientes, autores da enucleação, tiveram o cuidado de 
suturar as fendas palpebrais, para evitar a desfiguração do 
cadáver, evitando exatamente o aspecto chocante que, 
sem olhos, este certamente apresentaria (f. 15)".
 Encerrando qualquer dúvida acerca da não ocorrência do 
delito, o Min. Leitão de Abreu destacou, baseado no 
referido parecer, a existência de convênio entre a 
Faculdade de Medicina de Valença e a Secretaria de 
Segurança para o atendimento e regular funcionamento 
do Posto Médico Legal de Valença, o que justificou a 
presença do cadáver na faculdade. Igualmente, 
consignou que a viúva ratificou por escritura pública 
autorização para o procedimento, demonstrando que "a 
família não viu qualquer desrespeito ou menoscabo ao 
cadáver na conduta dos pacientes".
 Ademais, acerca do que fora suscitado quanto à 
desclassificação para o crime de destruição de 
cadáver, consignou o Ministro relator, com base no 
parecer, que a conduta não se amoldava ao tipo 
previsto no art.211 do CP, pois entendeu que a 
consumação deste crime exige o uso ou emprego de 
meios mecânicos ou químicos que possibilitem o 
desaparecimento do cadáver ou sua transformação.
 Por fim, ao concluir seu voto, o Ministro relator fez uma 
ressalva que tornou impossível qualquer imputação 
aos pacientes: ao destacar a influência do Código 
Penal Italiano de 1930 sobre o Código Penal brasileiro 
de 1940, apresentou a existência de previsões 
idênticas às mencionadas no caso, bem como frisou 
a existência de um tipo penal no ordenamento 
italiano que não foi incluído no ordenamento pátrio: 
o crime de uso ilegítimo de cadáver.
Art 212 CP
 Bem jurídico: tutela-se o sentimento de respeito pelos 
mortos.
 Sujeitos do delito: O sujeito ativo pode ser qualquer 
pessoa. O sujeito passivo é toda coletividade.
 Tipo objetivo: Vilipendiar (tratar com desprezo, aviltar, 
ultrajar e pode ser praticado por diversas maneiras 
como, atirar excrementos, no cadáver, proferir 
palavrões; despir cadáver; pratica de atos de 
necrofilia (Psicose que se caracteriza por atração 
sexual pelos cadáveres); despejar líquidos sobre as 
cinzas.
Art 212 CP
 Tipo subjetivo: Dolo (vontade livre e consciente) de 
vilipendiar, aviltar o cadáver ou suas cinzas. Delito 
subjetivo especial de tendência devido a intenção 
de ultrajar o bem jurídico tutelado.
 Consumação: ato ultrajante, delito material ou formal, 
quando verbalmente, perante o cadáver ou suas 
cinzas.
 Tentativa: É admissível, salvo de for praticado de 
forma verbal. Crime unissubsistente.
 Concurso de crimes: haverá concurso de crimes, 
desde que material, quando, além de vilipendiar o 
cadáver, violar sepultura (art. 210 e 212 do CP). Mas, 
se crime formal, ou seja, palavras proferidas contra o 
morto estejam configuradas em calúnia (arts. 212 e 
138, inciso 2º, do CP).
 Penal: detenção, de um a três anos, e multa.
 Suspensão condicional do processo: é admissível (art. 
89. Lei n. 9.099/95).
 Ação penal: pública incondicionada.
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10612149/artigo-210-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10612070/artigo-212-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10612070/artigo-212-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10622974/artigo-138-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/código-penal-decreto-lei-2848-40
Bons Estudos

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