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REDE DE MONITORAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DE PITUAÇU

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REDE DE MONITORAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DE PITUAÇU
Cidade....
2018
Nome...
REDE DE MONITORAMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DE PITUAÇU
Trabalho desenvolvido no curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Instituição de ensino superior, Faculdade de Ciência e Tecnologia-Área 1, na disciplina de Rede de monitoramento: Ar, Agua e Solo, ministrada pelo Docente Salomão Pinho, como requisito para obtenção de nota parcial da 2º unidade do semestre regente.
SALVADOR - BA
2018
SUMARIO
1. INTRODUÇÃO 
As influências humanas na qualidade e no funcionamento adequado/natural dos sistemas hídricos, em prol do “desenvolvimento urbano”, despontam como as grandes responsáveis pelas condições atuais de suas águas. Os rios urbanos são parte de um complexo sistema, espelho socioambiental das cidades. 
Os impactos causados a qualidade ambiental das águas dos rios urbanos impede que os mesmos desempenhem suas funções ambientais, sociais, culturais e religiosas.
 Os mananciais exercem as funções de controle da temperatura e de regulação da incidência ou regime de chuvas, além de possibilitar a drenagem ou escoamento superficial das águas pluviais (BAHIA, 2006). Nesse sentido, a natureza do uso e ocupação do solo urbano tem uma grande interferência na qualidade ambiental das águas. 
Qualquer forma de uso impróprio do solo pode atentar alterações no meio aquático, a exemplo do aumento do escoamento superficial e a erosão, com o consequente assoreamento dos corpos d’água (BAHIA, 2002). 
Essas alterações influenciam as inundações nas cidades, favorecendo vários desastres urbanos, como os engarrafamentos e os deslizamentos, consequentemente causando o desabrigo de várias famílias que residem em áreas de planícies de inundações e às margens dos rios locais. 
Associado a essa questão, pode-se ressaltar a redução das taxas de infiltração de água no solo, diminuições dos níveis de água nos aquíferos, com a consequente alteração das vazões dos córregos urbanos, questões que passam despercebidas da população local e, infelizmente, dos que planejam e executam intervenções ou obras civis, que não levam em consideração os impactos associados aos rompimentos das condições de equilíbrio dinâmico nas áreas de influência das bacias urbanas (ROSSI et. al, 2012).
Esgotos domésticos e efluentes industriais são considerados os principais contaminantes das águas superficiais, especialmente em áreas urbanas onde a água sofreu no último século crescente contaminação. Entre os principais fatores que colaboram para a poluição da água estão: lançamento de esgotos domésticos e efluentes industriais nos corpos hídricos, urbanização desenfreada, atividades agrícolas e de mineração, poluentes presentes na atmosfera carregados pela chuva, mudanças climáticas, entre outros fatores que colocam em risco a existência de água para consumo na Terra.
Com isso, vale ressaltar, um dos objetivos da Lei 9.433/1997 - Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH) - é "assegurar à atual e futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos" (BRASIL, 1997). 
Entende-se que para obter boa qualidade de água, é o mesmo que não poluí-la, de forma a não comprometer a vida em todos os aspectos. Essa é a principal finalidade da PNRH, através de uma utilização racional e integrada. Deve-se haver, portanto a disponibilidade equitativa do recurso hídrico, de forma que facilite o acesso de todos, ainda que em quantidade diferente (ZEITUM, 2009). 
Os rios urbanos vêm passando por condições de insalubridade, tendo em vista suas funções ecológicas. É indispensável que os planejadores e gestores municipais adotem providências quanto à expansão urbana desordenada ou mal planejada. 
“A dominialidade pública da água, [...], não transforma o Poder Público federal ou estadual em proprietário da água, mas torna-o gestor desse bem, de interesse de todos", devendo as esferas governamentais, adotar políticas que preservem as características naturais dos corpos hídricos, com finalidade também de conservar quantitativamente este bem. A água preserva o direito à vida da população, e negar água de boa qualidade e em quantidade satisfatória é o mesmo que condena-la à morte (ONU, 2001).
2. OBJETIVO
2.1 OBJETIVOS GERAIS
Tendo em vista a necessidade de estabelecer um equilíbrio sustentável entre o necessário desenvolvimento econômico e demográfico e a disponibilidade hídrica em quantidade e qualidade que contemplem os diversos usos da água, é fundamental o estabelecimento de um programa de monitoramento hídrico quali-quantitativo que forneça subsídios para o diagnóstico e avaliação da qualidade das águas dos rios urbanos presentes na bacia hidrográfica de Pituaçu e para a tomada de decisões associadas ao gerenciamento desses recursos hídricos. 
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS 
Determinar conjunto de informações físicas, químicas e biológicas da qualidade das aguas que agregam a Bacia Hidrográfica de Pituaçu;
Determinar se a água é possível apresentar um padrão de qualidade aceitável para o consumo humano e para manutenção dos ecossistemas aquáticos;
Avaliar a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas ou ao aumento da infestação de macrófitas aquáticas;
Detectar a violação de padrões de qualidade, previstos na legislação;
Alertar para impactos adversos não previstos, ou mudanças nas tendências previamente observadas;
Oferecer informações imediatas, quando um indicador de impactos se aproximar de valores críticos;
3. METODOLOGIA 
3.1. DEFINIÇÃO DA REDE 
Para a determinação da localização dos pontos de coleta, foram analisados regiões nos rios pertencentes a bacia, resultando num total de 08 pontos. Já que há muitos cruzamentos desses rios um com o outro, os pontos escolhidos estão dispostos da seguinte forma: próximo a nascente, próximo a foz, e os demais, a meio curso. Esse delineamento permite realizar o acompanhamento da qualidade ao longo do rio.
4. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO PROJETO
4.1 CLIMA E PLUVIOMETRIA 
As condições climáticas manifestam-se como fatores limitantes para a disponibilidade hídrica local ou de uma bacia hidrográfica de uma região (LIMA et al., 2008).
A Bacia hidrográfica de Pituaçu apresenta clima tropical chuvoso, também denominado de quente e úmido, havendo chuvas concentradas entre os meses de março e agosto devido a atuação dos sistemas atmosféricos litorâneos, especialmente, o Tropical Atlântico e o Polar Atlântico. A média pluviométrica anual de salvador está em torno dos 1.902 mm, com temperatura anual de 25ºC (CEI/CONDER, 1994)
4.2 SOLO E RELEVO
Pituaçu está inserida na Região do Alto Cristalino de Salvador e na Planície Costeira Quaternária. A primeira é constituída por rochas metamórficas pré-cambrianas. São incluídas também nesse domínio as manchas dispersas de cobertura sedimentar arenoargilosa da Formação Barreira e de detritos aluviões quaternárias. Na segunda, se deu pela evolução controlada por duas grandes flutuações no nível do mar, uma de idade pleistocênica o mar chegou a atingir oito metros a cima do nível do atual e a outra de idade holocênica, onde o mar atingiu cerca de cinco metros acima do nível do mar. 
A pedologia da região de Pedras/Pituaçu é predominante por Latosso vermelho-amarelo distrófico. 
O relevo de Salvador é acidentado e cortado por vales profundos. Conta com uma estreita faixa de planícies, que em alguns locais se alargam. A cidade está a oito metros acima do nível do mar. Possui são áreas de relevo baixo, plano ou quase plano, (BAHIA, 2008).
Figura 1: solo da bacia pedras/Pituaçu.
4.3 HIDROGRAFIA
Dentro de Pituaçu estão presentes o Rio das Pedras e o Rio Pituaçu.
Figura 2: Hidrografia da bacia pedras/Pituaçu.
 4.4 REDE E DENSIDADE DE DRENAGEMA Bacia Hidrográfica do Rio das Pedras e Pituaçu possui uma área de drenagem de, aproximadamente, 27 km2.
A área do miolo de Salvador se expande da BR 324, limite oeste, até a Avenida Paralela, limite leste, surgindo um contínuo urbano de onde se originaram os bairros de Tancredo Neves, Pau da Lima, Sussuarana, Engomadeira, Narandiba etc., os quais se localizam dentro dos limites do sistema de drenagem da bacia de Pituaçu (SILVA e SILVA, 1991, p.70).
4.5 COBERTURA VEGETAL
A Bacia Hidrográfica de Pituaçu possui em sua parte alta, em média, 170 ha de florestas em estágio médio e inicial de regeneração. Em sua parte baixa, o rio Pituaçu foi barrado formando a Represa de Pituaçu, localizado dentro do Parque Metropolitano de Pituaçu, e possui uma área de 440 ha, com cobertura vegetal de remanescentes do ecossistema de florestas ombrófilas, integrante do bioma da Mata Atlântica, e também grande variedade de árvores frutíferas.
Na faixa litorânea da bacia, é formada por restingas. Esse tipo de vegetação é dividido em: comunidades vegetais que recebem influência direta da água do mar; comunidade vegetal dominada por nanofanerófitos, alguns lenhosos, nas dunas propriamente ditas; e comunidade vegetal do “pontal rochoso”, o qual originou a restinga e diferencia do resto das comunidades arenosas.
4.6 MEIO SOCIOECONÔMICO
A situação socioeconômica dos moradores dessa bacia pode ser caracterizada a partir do rendimento dos chefes de família que se encontram nas seguintes faixas de renda mensal: 33,89%, recebem até 1 SM, enquanto que 31,98 % estão na faixa entre 1 e 3 SM e apenas 2,27% recebem mais de 20 SM. Os índices de escolaridade dos chefes de família desta Bacia estão distribuídos da seguinte maneira: 15,31 % possuem de 1 a 3 anos de estudo; 27,44 % têm entre 4 e 7 anos; 14,56% estão na faixa de 8 a 10 anos de estudo e 27,83% entre 11 e 14 anos de estudo (IBGE, 2000).
4.7 DECLIVIDADE
Figura 3: Declividade da bacia Pedras/Pituaçu.
4.8 USOS DO SOLO E ANTROPIZAÇÃO
 O solo de Pituaçu é explorado para a extração de matérias-primas minerais, como brita areia, argila, entre outros. Na maioria das vezes de forma desordenada, esse terreno é utilizado como reservatório de água subterrânea.
No processo de ocupação urbana na área que abrange a bacia hidrográfica de Pituaçu, se deu a partir da implantação da Avenida Paralela (1971) e do Centro Administrativo da Bahia (CAB) que essa área passou por uma grande valorização, sofrendo um processo de expansão urbana acelerado. 
O crescimento da expansão urbana ocasionou uma intensa transformação física na área, devido a praticas inadequadas do uso do solo. 
Na condição de metrópole, como a maioria das grandes cidades dos trópicos apresenta uma profunda dívida social, sendo necessário responder às demandas relacionadas com o crescimento urbano e, ao mesmo tempo, manter o equilíbrio ambiental mínimo necessário para a qualidade de vida de toda a população (Silva et al., 2006)
Figura 4: área de antropização em 1998 da Bacia Pedras/Pituaçu.
4.9 ÁREAS DE ESTUDO
A falta de saneamento urbano e o uso ocupacional do solo de forma desordenada da cidade causam impacto diretamente na qualidade ambiental dos rios de Salvador, e com o Rio das Pedras/Pituaçu, não é diferente. As suas aguas deixaram de ser usada para o abastecimento da cidade devido a sua poluição. Nota-se a poluição no trecho do Rio das Pedras que passa pelo bairro da Boca do rio (figura), que desemboca ao lado da sede de praia do Clube do Bahia, todos os dejetos desse rio caem diretamente na praia de Piatã.
O grande crescimento habitacional nas últimas décadas em Salvador caracteriza como um dos mais sérios problemas para a preservação, as edificações principalmente as residenciais, não tiveram uma construção adequada que possibilitasse a eliminação correta dos dejetos produzido pela população. Salvador não dispõe, até os dias de hoje, de estruturas político-administrativas efetivamente voltadas para os graves problemas de comprometimento de qualidade do ambiente urbano e das suas águas SANTOS et al (2012, p.4)
Figura 5: imagem da bacia pedras/Pituaçu.
4.10 ANÁLISES DOS DADOS SOCIOECONÔMICOA DO CENSO DEMOGRÁFICO 2000 E 2010 DO IBGE PARA REGIÃO
De acordo com a regionalização utilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a qual divide a cidade em áreas de ponderação, sendo as mesmas subdivididas em setores censitários, a bacia hidrográfica de Pituaçu é formada por 9 (nove) áreas de ponderação, as quais, segundo o IBGE (2000).
Tabela: Ponderação da área de estudo
 
4.11 CARACTERISTICA SOCIOECONOMICAS POR ÁREA DE PONDERAÇÃO
Área de ponderação A
A Área de Ponderação A compreende os “bairros” de Pituaçu, Bate Facho, Patamares e Piatã, totalizando 27.731 habitantes. São 7.615 famílias, as quais residem em 7.085 domicílios particulares permanentes, com um rendimento nominal médio mensal de R$ 1.410,00 (IBGE, 2000)
Área de ponderação B
A Área de Ponderação B apresenta um total de 6.175 famílias, totalizando 20.372 habitantes, os quais residem em 5.918 domicílios particulares permanentes. Com rendimento nominal médio mensal de R$ 1.416,00 (IBGE, 2000).
Área de ponderação C 
A Área de Ponderação C apresenta um total de 12.236 famílias, totalizando 40.771 habitantes, os quais residem em 10.913 domicílios particulares permanentes. Com rendimento nominal médio mensal de R$ 551,00 (IBGE, 2000).
Área de ponderação D 
A Área de Ponderação D apresenta um total de 7.283 famílias, totalizando 25.897 habitantes, os quais residem em 6.684 domicílios particulares permanentes, com rendimento nominal médio mensal das pessoas residentes de R$ 377,61 (IBGE, 2000).
Área de ponderação E 
A Área de Ponderação E apresenta um total de 11.387 famílias, totalizando 40.035 habitantes, os quais residem em 10.443 domicílios particulares permanentes. Com rendimento nominal médio mensal de R$ 393,13 (IBGE, 2000).
Área de ponderação F
A Área de Ponderação F apresenta um total de 4.441 famílias, totalizando 15.959 habitantes, os quais residem em 4.122 domicílios particulares permanentes, com rendimento nominal médio mensal das pessoas residentes de R$ 292,29 (IBGE, 2000). 
Área de ponderação G 
A Área de Ponderação G apresenta um total de 20.070 famílias, totalizando 66.134 habitantes, os quais residem em 4.122 domicílios particulares permanentes, com rendimento nominal médio mensal das pessoas residentes de R$ 693,92 (IBGE, 2000).
Área de ponderação H
A Área de Ponderação H apresenta um total de 13.953 famílias, totalizando 51.545 habitantes, os quais residem em 12.979 domicílios particulares permanentes, com rendimento nominal médio mensal das pessoas residentes de R$ 461,53 (IBGE, 2000).
Área de ponderação I 
A Área de Ponderação I apresenta um total de 11.095 famílias, totalizando 39.262 habitantes, os quais residem em 10.097 domicílios particulares permanentes, com rendimento nominal médio mensal das pessoas residentes de R$ 333,45 (IBGE, 2000).
Gráfico 1: Renda mensal e total dos habitantes por área de ponderação
Gráfico 2: Saneamento ambiental por área de ponderação 
4.12 ANÁLISES DA EVOLUÇÃO DA VEGETAÇÃO NA ÁREA DE ESTUDO: 1998- 2010
Vegetação predominante na base mata atlântica 2010 estágio médio com área total de 3,51 há.
Figura 6: MAPA DE VEGETAÇÃO 1998
Figura 7: MAPA DE VEGETAÇÃO 2010
4.13 ANÁLISES DAS RESTRIÇÕES AMBIENTAIS
A Constituição Federal de 1988 assegura a todos, em seu artigo sobre meio ambiente (art. 225), um “meio ambiente ecologicamente equilibrado” e impõe ao Poder Público o dever de defendê-lo e preservá-lo. Um dos instrumentos que a Constituição aponta para o cumprimento desse dever é a “definição de espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos”, ou seja, indica que o Poder Público deve criar áreasprotegidas e garantir que elas contribuam para a existência de um “meio ambiente ecologicamente equilibrado”
Áreas de preservação permanente (APP), assim como as Unidades de Conservação, visam atender ao direito fundamental de todo brasileiro a um "meio ambiente ecologicamente equilibrado", conforme assegurado no art. 225 da Constituição. No entanto, seus enfoques são diversos: enquanto as UCs estabelecem o uso sustentável ou indireto de áreas preservadas, as APPs são áreas naturais intocáveis, com rígidos limites de exploração, ou seja, não é permitida a exploração econômica diretas, no mapa de restrição foi realizado a delimitação da área de estudo, tendo áreas de proteção
Figura 8: MAPA DE RESTRIÇÕES AMBIENTAIS
4.14 CONSIDERAÇÕES FINAIS RELATIVOS AO DIAGNOSTICO AMBIENTAL
Apesar de todo processo de degradação, ainda hoje o ecossistema do rio das pedras se mantém praticamente completo, porém escasso e doente, espécies importantes estão se perdendo.
5. DEFINIÇÃO DO ESCOPO DO MONITORAMENTO 
5.1 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL
A bacia hidrográfica de Pituaçu (Figura 9) é formada pelas sub-bacias denominadas de: Rio Pituaçu, Ribeirão da Cachoeira (Cachoeirinha), Rio Saboeiro, Rio Cascão e Rio das Pedras e ainda pelas represas do Cascão e de Pituaçu. Será distribuído um total de 08 pontos de monitoramento, incrementados na sua nascente, no seu trajeto e sua foz. 
 
Figura 9. Sistema de Drenagem: Bacia Hidrográfica de Pituaçu. 
Elaboração: Raimundo Mota (2008)
O Rio Pituaçu tem sua nascente, entre os bairros de Mata Escura e Sussuarana, áreas que são banhadas por esse rio ao longo do seu alto curso. Já no seu médio curso, o rio Pituaçu “corta” o setor norte do Centro Administrativo da Bahia (CAB) e a Avenida Luís Viana Filho (Paralela). No seu baixo curso, o Pituaçu despeja suas águas na Barragem de Pituaçu, no bairro de Pituaçu. Em seguida o mesmo contribui para a formação do Rio das Pedras nos bairros da Boca do Rio e Imbuí, passando a ser um tributário do mesmo.
O Rio Cachoeirinha apresenta sua nascente, entre os bairros de Sussuarana e Tancredo Neves, recebendo vários tributários de Sussuarana no seu alto curso. No seu médio curso, ele banha o bairro da Engomadeira, passando ao sul do CAB e, cortando neste trecho a Avenida Paralela. Já no seu baixo curso, nas imediações dos bairros do Imbuí e Boca do Rio, suas águas se encontram com as águas do rio Pituaçu dando origem ao Rio das Pedras.
O Rio Saboeiro tem sua nascente, entre os bairros de Engomadeira e Narandiba, recebendo seus principais afluentes do bairro de Engomadeira, ainda no seu alto curso. Ele banha no seu médio curso, os bairros do Cabula e Saboeiro. O rio Saboeiro despeja suas águas, no rio Cascão, no início da Avenida Jorge Amado, no bairro do Imbuí, após “cortar” a Paralela, servindo como tributário do rio Cascão.
O Rio Cascão tem sua nascente, nas proximidades do bairro de Narandiba. No seu médio curso o rio foi represado na área do 19º Batalhão de Caçadores do Exército (19 BC), represamento este que recebeu a denominação de Represa do Cascão. Ainda no seu médio curso, ponto ele recebe um tributário proveniente do bairro do Saboeiro e, mais adiante, recebe as águas do rio Saboeiro. Já no seu baixo curso, ele deságua no Rio das Pedras, tornando-se tributário do mesmo.
O Rio das Pedras que se forma da junção entre o Rio Pituaçu e o Cachoeirinha, entre os bairros do Imbuí e Boca do Rio, é um rio que apesar de não ser muito extenso, em comparação com alguns de seus tributários, desempenha um papel importante dentro do sistema de drenagem da Bacia de Pituaçu, pois o mesmo é responsável por receber as águas de todos os rios que fazem parte da bacia, as quais transporta juntamente com as águas servidas, ou seja, águas que foram utilizadas pela população. A foz, do Rio das Pedras se localiza no bairro da Boca do Rio, nas proximidades das praias da Boca do Rio e dos Artistas. 
5.1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DE ALOCAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO DA QUALIDADE DE ÁGUA DA BACIA HIDROGRAFICA DE PITUAÇU
A Bacia do Rio das Pedras inclui os Rios Pituaçu, Cachoeirinha, Saboeiro, Cascão e o Rio das Pedras. Esse último, formado a partir da confluência dos demais. O Rio Saboeiro nasce na região do Cabula VI e segue em direção ao Imbuí. O Rio Cascão nasce numa área de proteção ambiental pertencente ao 19º Batalhão de Caçadores – 19 BC –, portanto, seu trecho inicial se encontra fora das áreas de grande pressão demográfica. Entretanto, o Rio Cascão também segue em direção ao bairro do Imbuí onde se encontra com o Rio Saboeiro, formando o Rio das Pedras, que então é encapsulado. O Rio Cachoeirinha nasce no bairro de Sussuarana e o Rio Pituaçu, maior e principal afluente da Bacia do Rio das Pedras, tem suas cabeceiras próximas à BR-324. Os Rios das Pedras e Pituaçu, por sua vez, se encontram nas proximidades da Avenida Jorge Amado, seguindo juntos, com o nome de Rio das Pedras, até a foz, na praia da Boca do Rio. É bom salientar que o Rio Pituaçu é desviado para a rede do sistema de esgotamento na altura da comunidade de Vila Nova de Pituaçu, antes da Lagoa de Pituaçu. 
A tabela abaixo informa as coordenadas dos pontos mostrados acima, identificando o rio em que estão inseridos.
	LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE MONITORAMENTO
	PONTO
	COORDENADAS
	RIO
	LOCALIZAÇÃO
	
P01
	
12º55’46.00’’S
38º27’07.00’’O
	
RIO PITUACU
	FINAL DA AVENIDA GAL COSTA, NO FUNDO DA PENITENCIARIA LEMOS DE BRITO
	
P02
	
12º56’34.00’’S
38º25’18.00’’O
	
RIO PITUACU
	ANTES DA ESTAÇÃO ELEVATORIA, FINAL DA BACIA ALTO PITUACU. EMBASA
	
P03
	
12º57’13.00’’S
37º26’10.00’’O
	
RIO CACHOEIRINHA
	ACESSO PELA R. RECANTO DA CACHOEIRINHA- CABULA VI. ATRAS DO POSTO DE SAUDE
	P04
	12º56’56.00’’S
38º25’10.00’’O
	RIO PITUAÇU
	PROXIMO AO ESTADIO GOVERNADOR SANTOS-PITUAÇU
	
P05
	12º57’35.00’’S
38º25’50.00’’O
	
RIO CACHOEIRINHA
	PROXIMO A FACULDADE RUY BARBOSA/WHYDEN
	
P06
	
12º58’01.00’’S
38º25’44.00’’O
	
RIO DAS PEDRAS
	ENCONTRO DA AV JORGE AMADO COM ALAMEDA DAS ACACIAS
	
P07
	
12º58’08.00’’S
38º25’51.00’’O
	
RIO CASCÃO
	AV JORGE AMADO PROXIMO AO REDE MIX
	
P08
	
12º58’36.00’’S
38º25’24.00’’O
	
RIO DAS PEDRAS
	PONTE DE FERRO, PROXIMO A BOLANDEIRA, ACESSO PELA AV JORGE AMADO
5.2 COLETA E ANÁLISE 
A coleta deve ser realizada por técnicos, seguindo o Guia Nacional de Coleta e Preservação de Amostras: Água, Sedimento, Comunidades Aquáticas e Efluentes Líquidos (ANA; CEPED, 2011). Analisar in loco os parâmetros pH, temperatura da água, oxigênio dissolvido (OD), surfactantes, nitrato, sólidos dissolvidos, condutividade elétrica, salinidade e saturação de oxigênio dissolvido. 
As demais análises deverão ser realizadas em laboratório.
5.3 MATRIZ 
As coletas foram realizadas na matriz água superficial.
5.4 FREQUÊNCIA
O monitoramento ocorrerá mensalmente, ou seja, seleciona-se um determinado dia do mês como padrão para realização das medições. De posse dos dados obtidos e, dependendo dos parâmetros observados, é possível avaliar os resultados e visualizar padrões neste intervalo de tempo.
5.5 DURAÇÃO
O presente monitoramento tem duração de 12 meses.
5.6 PARÂMETROS 
Para determinação de informações físicas, químicas e biológicas da qualidade das aguas que agregam a Bacia Hidrográfica de Pituaçu à uma serie de variáveis que necessitam ser analisadas conforme demonstrados na tabela abaixo: 
Porem, a escolha dos parâmetros foi baseada nos índices de qualidade ambiental, ou seja, IQA -Índice de Qualidade da Água- e IET -Índice do Estado Trófico-.
	Parametros
	Limites Resolução CONAMA 357/2005, classe 2
	Temperatura
	-
	pH
	6,0 a 9,0
	Oxigênio Dissolvido
	>5,0 mg/L O2
	Demanda Bioquímica de Oxigênio
	< 5,0 mg/L O2
	Coliformes Termotolerantes
	-
	Nitrogênio Total 
	-
	Fosforo Total
	< 0,030 mg/L (Lêntico) e <0,050 mg/L (Lótico)
	Turbidez
	<100 UNT
	Sólidos Totais 
	-
	Clorofila A
	<30 mg/L
	Surfactante
	-
	Nitrato
	Nitrato10,0 mg/L N
	Sólidos Dissolvidos Totais 
	500 mg/L
	Condutividade Elétrica
	-
	Salinidade 
	-
	Saturação de oxigênio dissolvido
	-
	Nitrogênio amoniacal 
	3,7mg/L N, para ph < 7,5
2,0 mg/L N, para 7,5 < pH < 8,0
1,0 mg/L N para 8,0 < pH < 8,5
0,5 mg/L N para pH > 8,5
O IQA (Índice de Qualidade da Água) foi desenvolvido para avaliar a qualidade da água bruta visando seu uso para o abastecimento público, após tratamento. Os parâmetros utilizados no cálculo do IQA são em sua maioria indicadores de ações antropogênicas, como por exemplo, contaminações por esgotos domésticos e efluentes industriais. 
Por tanto, a escolha dos parâmetros está interligada as características básicas que determinem possibilidade da água apresentar um padrão de qualidade aceitável para o consumo humano e para manutenção dos ecossistemas aquáticos.
 As variáveis utilizadas para o cálculo do IQA são a temperatura, pH, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, turbidez e sólidos totais. 
Através dos valores encontrados pelo calculo do IQA é possível classificar a qualidade ambiental das águas 
O cálculo do IQA é feito por meio do produtório ponderado dos nove parâmetros, segundo a seguinte fórmula:
onde:
IQA = Índice de Qualidade das Águas. Um número entre 0 e 100;
qi = qualidade do i-ésimo parâmetro. Um número entre 0 e 100, obtido do respectivo gráfico de qualidade, em função de sua concentração ou medida (resultado da análise);
wi = peso correspondente ao i-ésimo parâmetro fixado em função da sua importância para a conformação global da qualidade, isto é, um número entre 0 e 1, de forma que:
sendo n o número de parâmetros que entram no cálculo do IQA.
O Índice do Estado Trófico tem por finalidade classificar corpos d’água em diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas ou ao aumento da infestação de macrófitas aquáticas. 
O processo de eutrofização é um dos principais causadores da degradação da qualidade das águas e caracteriza, tanto ações naturais, quanto antrópicas como lançamento de efluentes domésticos e industriais no corpo receptor. 
As variáveis utilizadas para o cálculo do IET são o fósforo total – relacionado ao potencial de eutrofização, e a clorofila a – efeito resposta sob o nível de crescimento de algas. 
Através dos valores encontrados pelo calculo do IET é possível classificar o ambiente quanto o estado trófico.
O cálculo do IET, a partir dos valores de fósforo total, é feito pela fórmula, segundo LAMPARELLI (2004):
IET = 10.(6-((0,42-0,36.(ln.PT)/ln2)), onde o fósforo total (PT) é expresso em µg/L.
Em reservatórios,  o cálculo do IET a partir dos valores de fósforo é feito pela fórmula:
IET = 10. (6-(1,77-0,42.(ln.PT)/ln 2)) onde o fósforo total (PT) é expresso em µg/L.
Foi  calculado o IET para 1.034 pontos em que existiam valores de Fósforo Total.
5.7 NORMAS LEGAIS
Resolução CONAMA 357/2005 
Portaria MS 518/2004
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As caracterizações físico-químicas e biológicas da água têm como objetivo identificar os elementos presentes e associar os efeitos de suas propriedades às questões ambientais, auxiliando na compreensão dos processos naturais ou ainda em possíveis alterações que possam estar ocorrendo no ambiente. 
Quando se fala em interpretação de resultados, é importante ter ciência de que os responsáveis pela programação, bem como os técnicos envolvidos na execução dos trabalhos de coleta, devem estar totalmente familiarizados com os objetivos, metodologias e limitações dos programas de amostragem, pois as observações e dados gerados em campo ajudam a interpretar os resultados analíticos, esclarecendo eventualmente dados não-conformes. 
Também é muito importante que o pessoal envolvido observe e anote quaisquer fatos ou anormalidades que possam interferir nas características das amostras (ex: cor, odor ou aspecto estranho, presença de algas, óleos, corantes, material sobrenadante, peixes e animais aquáticos mortos), nas determinações laboratoriais e na interpretação dos dados.
 Os laudos de análises têm como objetivo verificar o atendimento aos padrões exigidos pelas legislações vigentes. 
As diversas legislações relacionadas à qualidade da água exigem frequências mínimas de amostragem para algumas finalidades, além de imporem limites máximos ou mínimos para os diversos poluentes ou parâmetros físico-químicos e biológicos. No entanto, este procedimento de comparação entre valores numéricos não é complicado. 
Para que seja realizado de maneira adequada, deve-se ter o cuidado de verificar as unidades em que foram medidos os diversos parâmetros. Além disso, recomenda-se sempre a consulta à legislação vigente, como a Portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde e a Resolução 357 do CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente, 1986), além de legislações a nível estadual e/ou municipal que estabeleçam, por exemplo, padrões de lançamento de efluentes líquidos em corpos d’água e padrões de classificação das águas naturais.
Há diversas formas de avaliação da qualidade da água. Esta pode ser tanto por meio de análises de parâmetros 20 físico-químicos, quanto por parâmetros biológicos. No caso de comunidades biológicas, como o fitoplâncton, o zooplâncton e o zoobentos, tais comunidades respondem rapidamente às alterações ambientais devido ao curto ciclo de vida de seus organismos, tornando-os indicadores da qualidade da água. 
Assim, cabe ao responsável interpretar os laudos e os resultados encontrados. Apesar do elevado potencial bioindicador de algumas comunidades bióticas, a natureza transitória e a distribuição frequentemente agrupada destes organismos muitas vezes tornam necessária a interpretação de seus resultados conjuntamente com outros dados biológicos, físicos e químicos, coletados simultaneamente. 
Dessa forma, é importante que sempre haja uma boa integração entre quem são os responsáveis pelas coletas e aqueles responsáveis pelas análises e interpretações dos dados, de modo que os resultados sejam fidedignos ao que realmente pode estar ocorrendo nos cursos d’água investigados. 
No caso de análises físico-químicas da água, o aspecto mais importante é assegurar que os dados e resultados obtidos tenham a melhor qualidade. Portanto, significa que o responsável pelas análises deve saber diferenciar quando há defeito no equipamento utilizado e quando há erro humano e, além disso, deve estar seguro de que a leitura de amostras em um equipamento é a mais real possível. 
É importante ressaltar, também, que todos os métodos possuem um limite de detecção.
Sendo assim, a presença dos rios na organização urbana das cidade tem uma grande importância, tanto sob o ponto de vista ambiental e ecológico, como elemento marcante nas paisagens da cidade. Neste sentido, é imprescindível promover ações para a restauração, reabilitação e a revitalização dos cursos d’água, em virtude da vertente de valorização dos rios urbanos.
7. REFERENCIAS 
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