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Transformadores e Máquinas elétricas Eng. Décio Rennó de Mendonça Faria Julho de 2013 (Rev. 25-09-13) 1 Sumário: 1) TRANSFORMADORES .......................................................................................................................... 3 1.1) PERDAS DE ENERGIA ..................................................................................................................................... 4 1.1.1) Perdas pelo efeito Joule .................................................................................................................. 4 1.1.2) Perdas por Foucault ........................................................................................................................ 4 1.1.3) Perdas por histerese magnética...................................................................................................... 5 2) TRANSFORMADORES PARA INSTRUMENTAÇÃO ...................................................................................... 8 2.1) TRANSFORMADOR DE CORRENTE - TC .............................................................................................................. 8 2.2) TRANSFORMADOR DE POTENCIAL – TP........................................................................................................... 13 3) MÁQUINA DE CORRENTE CONTÍNUA ..................................................................................................... 16 3.1) O ROTOR ................................................................................................................................................. 19 3.2) O ESTATOR ............................................................................................................................................... 20 3.3) TIPOS DE EXCITAÇÃO .................................................................................................................................. 24 3.3.1) Motor com excitação em série ...................................................................................................... 24 3.3.2) Motor com excitação em paralelo ................................................................................................ 25 3.3.3) Independente ................................................................................................................................ 25 3.3.4) Composta ...................................................................................................................................... 26 4) GERAÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA MONOFÁSICA ............................................................................. 26 5) POTÊNCIA ATIVA ( MÉDIA ) .................................................................................................................... 28 6) POTÊNCIA APARENTE E FATOR DE POTÊNCIA ........................................................................................ 30 7) POTÊNCIA REATIVA ................................................................................................................................ 32 8) O TRIÂNGULO DE POTÊNCIAS ................................................................................................................ 33 9) CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ..................................................................................................... 33 10) GERADOR TRIFÁSICO ........................................................................................................................... 35 11) SISTEMA TRIFÁSICO ............................................................................................................................. 36 11.1) FECHAMENTO ESTRELA ( Y ) ....................................................................................................................... 36 11.2) FECHAMENTO DELTA ( Δ ) ......................................................................................................................... 38 11.3) MEDIDA DE POTÊNCIA EM SISTEMAS TRIFÁSICOS ............................................................................................ 38 11.3.1) Método dos 3 wattimetros em carga tipo Y ............................................................................... 39 11.3.2) Método dos 3 wattimetros em carga tipo Δ ............................................................................... 40 11.3.3) Método dos 2 wattimetros ......................................................................................................... 40 12) TRANSFORMADOR TRIFÁSICO (DELTA – ESTRELA) ............................................................................... 41 13) COMBINAÇÃO DE FECHAMENTOS ........................................................................................................ 44 13.1) FECHAMENTO IGUAIS DOS DOIS LADOS ......................................................................................................... 44 13.2) FECHAMENTO PRIMÁRIO EM DELTA E SECUNDÁRIO EM ESTRELA ........................................................................ 45 13.3) FECHAMENTO PRIMÁRIO EM ESTRELA E SECUNDÁRIO EM DELTA ........................................................................ 46 14) MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO (MÁQUINA ASSÍNCRONA) ................................................................ 47 14.1) OS TIPOS DE LIGAÇÃO (FECHAMENTO) .......................................................................................................... 52 14.2) O NÚMERO DE POLOS E A VELOCIDADE ......................................................................................................... 53 14.3) MOTORES TRIFÁSICOS COM DUAS OU TRÊS VELOCIDADES ................................................................................. 54 2 14.4) PARTIDA ESTRELA – TRIANGULO (SÉRIE – PARALELO) ....................................................................................... 55 15) ÍNDICE DE PROTEÇÃO (IP) .................................................................................................................... 57 16) MÁQUINA SÍNCRONA .......................................................................................................................... 60 16.1) FUNCIONAMENTO COMO MOTOR ............................................................................................................... 61 16.2) A PARTIDA DO MOTOR .............................................................................................................................. 61 16.3) FUNCIONAMENTO COMO GERADOR ............................................................................................................. 62 16.4) EXCITATRIZ ............................................................................................................................................. 62 16.4.1) Excitatriz estática (com escovas) ................................................................................................ 62 16.4.2) Excitatriz brushless (sem escovas) .............................................................................................. 63 17) MOTOR DE INDUÇÃO MONOFÁSICO .................................................................................................... 64 17.1) PARTIDA COM MOTOR DE FASE DIVIDIDA ...................................................................................................... 64 17.2) MOTOR COM CAPACITOR DE PARTIDA .......................................................................................................... 65 17.3) MOTOR COM CAPACITOR PERMANENTE ....................................................................................................... 66 17.4) MOTOR COM DOIS CAPACITORES ................................................................................................................67 17.5) MOTOR DE CAMPO DISTORCIDO ................................................................................................................. 68 17.6) LIGAÇÃO DOS MOTORES MONOFÁSICOS ....................................................................................................... 69 18) INVERSOR DE FREQUÊNCIA .................................................................................................................. 70 18.1) PARAMETRIZAÇÃO ................................................................................................................................... 73 18.2) CONDIÇÕES DE TRABALHO ......................................................................................................................... 73 19) SOFT-STARTERS .................................................................................................................................... 75 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 77 3 Transformadores e Máquinas Elétricas 1) Transformadores O transformador, também chamado trafo, é um dispositivo utilizado para transformar níveis de tensão, corrente, modificar impedâncias ou simplesmente isolar circuitos elétricos e eletrônicos. Basicamente consiste em transformar corrente elétrica em campo magnético e campo magnético em tensão ou corrente elétrica. Imagem: Wikipedia – Transformador (http://pt.wikipedia.org/wiki/Transformador) A relação entre a tensão de entrada (Vp) e a tensão de saída (Vs) é dada por: �� �� � �� �� Onde N1 e N2 representam o número de espiras 4 1.1) Perdas de energia No transformador, como em todos os circuitos, ocorrem perdas de energia. No caso especifico do transformador, essa perda ocorre no núcleo (Foucault e Histerese) e no enrolamento (Joule). 1.1.1) Perdas pelo efeito Joule O efeito Joule é uma transformação da energia elétrica em calor que ocorre no enrolamento do transformador e pode ser calculada por: P= R . I 2 Perceba que é uma perda resultante da resistência do fio de cobre, ou outro material utilizado no enrolamento (alumínio, por exemplo). É importante também notar que é uma perda que cresce ao quadrado da corrente e é diretamente proporcional ao valor da resistência do fio. Outro ponto importante a ser observado é que a resistência dos condutores sempre aumenta com a temperatura, assim um transformador aquecido, apesar de ter uma redução da corrente, tende a aumentar a perda de energia na forma de calor. 1.1.2) Perdas por Foucault É uma perda de energia que ocorre no entreferro devido às correntes parasitas. Essas correntes são provocadas pelo fluxo magnético no núcleo, que induzem uma corrente elétrica de circulação no entreferro, desta forma, ocorre o efeito joule, ou seja, transformação da corrente elétrica em calor, aquecendo o entreferro. Imagem: USP, Correntes de Foucault (http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/inducao/correntes_foucault/) 5 Para amenizar a perda de Foucault, o entreferro é laminado e construído de inúmeras placas isoladas umas das outras. 1.1.3) Perdas por histerese magnética A histerese magnética ocorre em materiais ferromagnéticos. Os materiais ferromagnéticos orientam seus dipolos magnéticos elementares de acordo com o campo magnético. 6 Essa orientação não é instantânea e tende a acompanhar a variação da corrente alternada na entrada do transformador. Vamos analisar a seguinte curva. Temos no eixo horizontal o campo magnético gerado pela bobina “tentando” gerar um fluxo magnético no núcleo do transformador. O eixo vertical indica o fluxo gerado no núcleo. O ponto “o” é onde o campo magnético começa a existir gerando um fluxo que aos poucos magnetiza o núcleo ( ponto “a”). Em corrente alternada a tensão, após chegar ao pico, começa a reduzir caindo à zero e invertendo a polaridade. Na nossa curva, o ponto “b” indica o momento em que o campo aplicado é igual à zero, porém ainda existe um fluxo magnético. Esse fluxo magnético é devido à imantação, ou seja, a magnetização residual do núcleo. 7 Entre os pontos “b” e “c” o campo magnético aplicado “tenta” criar um fluxo no sentido contrário (negativo no eixo vertical), porém como neste momento o núcleo esta imantado, este continua tendo fluxo no sentido positivo. Finalmente entre os pontos “c” e “d” o campo magnético aplicado “consegue” inverter o fluxo chegando ao seu valor máximo no ponto “d”. Como em corrente alternada após atingir o valor de pico negativo a tensão volta a cair até inverter, o núcleo agora magnetizado no outro sentido, da mesma forma que do lado positivo, tende a dificultar a magnetização no sentido contrário. Esse processo de inversão gera uma perda de energia chamada de perda por histerese magnética. 8 2) Transformadores para instrumentação Os transformadores de instrumentação diferenciam dos transformadores de alimentação em dois aspectos principais: 1) São projetados para alimentar somente os instrumentos de medição, ou seja, não alimentam cargas com altas potências. 2) São projetados e testados para fornecerem na saída uma tensão ou corrente no secundário que representa com uma certa precisão definida a tensão ou corrente no primário. 2.1) Transformador de corrente - TC Como o próprio nome diz, este transformador tem como finalidade fornecer uma corrente de saída proporcional a corrente de entrada. O valor padrão de saída de um TC está definido pela norma NBR6856 da ABNT como sendo de 5A, Seguem abaixo algumas imagens de transformadores de corrente: TC de 138KV 9 10 O enrolamento primário de um TC é feito com poucas espiras e ligados em série com o circuito principal que se deseja medir. Muitos destes enrolamentos primários, são formados por apenas uma barra metálica por onde passa a corrente, veja ilustração abaixo: O enrolamento secundário é formado por várias espiras de fio com diâmetro adequado para fornecer corrente ao instrumento que será utilizado sem provocar erros significativos e manter a classe de exatidão, como será visto mais adiante. Cabe agora fazer a seguinte observação importante: A resistência interna do amperímetro deve ser menor que 1 Ohm, assim, a tensão do secundário é baixa, da ordem de alguns volts. Quando não utilizado, deve-se colocar em curta a saída do TC. As perdas no entreferro não são significativas para o TC e podem em uma primeira análise ser desprezadas valendo a relação: 1 2 2 1 I I N N = Como na saída é ligado um amperímetro, o TC trabalha como um transformador com o secundário em curto circuito. 11 Assim, podemos dizer que, desprezando os efeitos do núcleo, esta relação é linear e constante. Abaixo, segue a ilustração da montagem de um TC e um exemplo de TC com o primário formado por uma barra condutora: As correntes nominais do primário de um TC variam de 5A à 8000A sendo a corrente do secundário 5A como mencionado anteriormente. 12 Um aspecto que não pode ser esquecido é a polaridade do sinal. Para um único medidor (um amperímetro, por exemplo) isso não é importante, porém, quando medimos sinais de várias fases em conjunto, uma inversão de polaridade leva a resultados errôneos.Neste aspecto, os TC possuem polaridades do tipo subtrativa e do tipo aditiva. A polaridade subtrativa é a indicada pela NBR6856 da ABNT e consiste do seguinte: Sendo os pontos do primário indicados por P1 e P2 e do secundário indicados por S1 e S2. Passando uma corrente no sentido de P1 para P2, teremos uma corrente no secundário no sentido de S1 para S2. O tipo polaridade aditiva trabalha ao contrário. Os transformadores de corrente podem ser usados em circuitos de medição e circuitos de proteção, nesses casos temos as seguintes classes de acordo com a margem de erro: Classe 0,3 – Com uma margem de erro de 0,3%, é usado para medição de consumo ativo e reativo para efeito de faturamento entre outros. Classe 0,6 – Com uma margem de erro de 0,6% é usado pela indústria para acompanhamento do consumo industrial e outros. Classe 1,2 – Com uma margem de erro de 1,2% é usado para ligar amperímetros diretamente, ativar relês entre outros. O fator custo e a necessidade da precisão determinam o tipo de classe a ser utilizada. 13 2.2) Transformador de potencial – TP O TP é utilizado para medições e monitoramento de tensões. Basicamente é composto de um primário com um número grande de espiras e um secundário com um número bem inferior de espiras. O valor padrão de saída de um TP está definido pela norma NBR6856 da ABNT como sendo de 115V. Seguem abaixo algumas ilustrações de transformadores de potencial: TPs de 245KV AREVA Exemplo de uso: 14 O transformador de potencial não foi projetado para alimentar cargas. Portanto, é permitido somente a ligação de medidores, conversores analógico digital, pequenos relês, voltímetros e outros dispositivos com alta impedância (baixo consumo). O TP é conectado diretamente à rede de alimentação e funciona de forma similar à um pequeno transformador de potência. Quanto à construção, estes são normalmente fabricados em enrolamentos concêntricos sendo que, o enrolamento de alta tensão envolve o enrolamento de baixa tensão. Uma outra forma comum de construção de TPs é a utilização de capacitores formando divisores de tensão na estrutura interna. Estes transformadores são chamados de “Transformadores de potencial capacitivo”, ou simplesmente TPs Capacitivos. “Ao contrário do TC, um transformador de potencial trabalho com o secundário em vazio, ou seja, como se estive com o secundário em aberto.” 15 Estes transformadores, normalmente são construídos para tensões iguais ou superiores à 138KV e, além de fornecer a amostra de tensão, permitem a ligação de sistemas de comunicação como o carrier. A ilustração acima está simplificada. Normalmente existe um transformador abaixador na saída e o ponto de derivação capacitivo fornece uma tensão acima dos 127V nominal. Devido ao fato de trabalharem em aberto, as perdas devido ao efeito joule praticamente inexistem, sendo as perdas no núcleo também pequenas. De uma forma geral, podemos considerar a conhecida relação: 2 1 2 1 V V N N = (sem perdas) A tensão do secundário tem fase oposta ao primário, e deve ser levada em conta de acordo com os equipamentos e medidas a serem feitas. Esta medida protege não só o equipamento como também o operador. Os TPs são projetados para atender à três grupos: Grupo 1 : Projetados para serem ligados entre fases. Normalmente são utilizados em tensões não superiores à 34,5KV. Devem suportar uma sobrecarga de 10%. Grupo 2: Projetados para serem ligados entre fase e neutro diretamente aterrados. Grupo 3: O mesmo que no grupo 2, porém não exige um aterramento eficaz. IMPORTANTE: Por questão de segurança, a carcaça e um dos terminais do secundário devem ser sempre aterrados no mesmo ponto. 16 3) Máquina de Corrente Contínua As máquinas de corrente contínua são capazes de gerar energia elétrica a partir de forças mecânicas (gerador) ou converter energia elétrica em força mecânica (motores). Como motores, é tradicionalmente utilizada em aplicações que necessitam um certo controle de velocidade. Por exemplo: esteiras, carros elétricos, elevadores, entre outros. Com o avanço da eletrônica, estes motores estão sendo substituídos por motores assíncronos e circuitos eletrônicos, que, além de permitirem o controle da velocidade, possuem menor custo. Princípio de funcionamento: Para transformar energia elétrica em energia mecânica, o motor de corrente contínua utiliza a força de campos magnéticos (o mesmo campo que existe no imã). O princípio básico consiste em transformar energia elétrica em campo magnético, e este campo magnético interagir com outro campo magnético resultando em uma atração ou repulsão. Energia elétrica + Bobina → campo magnético → atração – repulsão → Força mecânica Em um solenóide, ou seja, em um condutor enrolado formando espiras, quando aplicamos uma corrente contínua, existe a geração de um fluxo magnético formando pólos norte e sul da mesma forma que em imãs permanentes: 17 Quando duas destas bobinas são colocadas próximas, ocorre o mesmo efeito dos imãs permanentes, ou seja, campos contrários se atraem e campos iguais se repelem: Iniciamente, vamos imaginar uma bobina capaz de girar colocada dentro de um fluxo magnético constante. Se essa bobina for alimentada de forma a formar um campo magnético norte no mesmo lado que o campo norte do fluxo que já existia, ela tenderá a se mover para ficar com o sentido contrário. Não havendo mudança da corrente colocada na bobina móvel, esta dará um giro de 180º e se posicionará com o norte da bobina virado para o sul do campo fixo. Porém, se após terminar o giro, invertermos a polaridade da corrente na bobina central, ela inverterá os pólos norte e sul e continuará o movimento completando um giro de 360º. É possível perceber que, invertendo a polaridade da corrente na bobina central no tempo certo, teremos um motor girando. Nos motores práticos, esta 18 inversão é feita no comutador, uma parte do rotor (parte central do motor), que ao girar, faz a inversão da polaridade. Na imagem abaixo podemos ver a montagem de um motor Ilustração dos pólos Norte e Sul no interior de um motor com dois polos 19 Foto da armadura (parte móvel também chamada de rotor), com enrolamento e comutador e do estator de um motor de corrente contínua. 3.1) O Rotor O rotor é um eletroímã constituído por um núcleo de ferro, bobinas e comutador, que gira junto com o eixo e possui uma série de ranhuras com lâminas conectadas aos enrolamentos (bobinas). Estas lâminas, recebem alimentação através de escovas de carvão e fazem, a medida que o rotor gira, a inversão da corrente nos enrolamentos de forma apropriada mantendo o giro do motor no mesmo sentido e com a máxima força. Na imagem abaixo podemos ver o comutador de um motor de corrente contínua com uma das escovas de carvão exercendo pressão sobre ele. 20 Na imagem abaixo, o rotor com comutador e escova de um pequeno motor de CC utilizado em pequenos aparelhos. 3.2) O estator O estator é construído na parte fixa do motor e é composto de um conjunto de bobinas chamadas de enrolamento de campo ou construído com imãs permanentes em pequenos motores. O estator é a parte domotor de corrente contínua que gera uma campo magnético norte e sul no interior do mesmo, sempre na mesma posição, ou seja imóvel. Abaixo um estator construído com imã permanente 21 Controle da velocidade: Para entender como controlar a velocidade de um motor de CC, vamos inicialmente analisar um modelo elétrico simplificado do motor de CC: Temos acima os seguinte componentes: Ia = Corrente de armadura (rotor). Ua = Tensão na armadura Ra = Resistência dos condutores que formam as espiras, contatos com o comutador, etc. La = Efeito indutivo da bobina da armadura. E = Tensão induzida na bobina em movimento cortada pelo campo Lf = Efeito indutivo da bobina de campo (estator) Rf = Resistência do enrolamento do estator Uf = Tensão na bobina de campo If = Corrente na bobina de campo φ = Fluxo magnético gerado pela bobina de campo (estator) Vamos considerar uma tensão ( Uf ) e corrente ( If ) constantes na bobina de campo, bem como considerar um fluxo constante de campo magnético ( φ ) produzido pelo estator. Vamos considerar também uma resistência de enrolamento desprezível (zero ohms) e inicialmente uma tensão de armadura (Ua) constante. 22 Quando o motor está parado, a corrente na armadura forma na armadura um campo magnético com pólos Norte e Sul que fazem esta girar de modo a se orientar com o campo do estator. Ao girar, o comutator troca a posição do enrolamento mudando a posição do campo Norte e Sul, desta forma ele tende novamente a girar para alinhar com o campo do estator. Este processo continua enquanto houver corrente na armadura (rotor) e enquanto houver corrente e campo no estator. Na forma descrita, quanto maior a tensão na armadura, maior será a corrente, maior será o campo na armadura, maior será a força de atração aumentando a velocidade do motor. Assim, podemos afirmar que existe uma relação direta entre corrente, torque e velocidade do motor. Porém, existe um efeito importante a ser considerado: Isso significa que: Quando o motor começa a girar, a tensão criada pelo movimento da bobina dentro do campo, gera uma tensão no sentido contrária à tensão aplicada na armadura e como consequência ocorre uma redução na corrente da armadura diminuindo a força do motor. Esta tensão está indicada em nosso esquema como ‘E’ e possui polaridade contrária à tensão aplicada à armadura. Matematicamente analisando temos o seguinte: Pela lei de Kirchhoff na armadura temos: Pela lei de indução de Faraday temos: Ou seja, a tensão induzida é diretamente proporcional à uma constante K1, que depende do número de espiras, tamanho e outras característica físicas do motor, do fluxo φ, gerado pela bobina de campo do estator, e da velocidade do motor, representado pela letra ‘n’. “Pela lei da indução de Faraday, uma bobina em movimento dentro de um campo magnético gera uma tensão nesta bobina.” 23 Substituindo a tensão ‘E’ na primeira equação temos: Como o valor de Ra é muito baixo, podemos desprezá-lo, e assim obter: Ou seja: A velocidade de rotação depende da tensão aplicada à armadura e da intensidade do fluxo magnético gerado pela bobina de campo do estator. - Quanto maior a tensão da armadura, maior a velocidade. - Quanto menor a tensão na bobina de campo do estator, maior a velocidade. “O controle da velocidade de um motor de corrente contínua até a velocidade nominal é feito, mantendo-se o fluxo constante na bobina de campo (tensão constante na bobina de campo) e variando-se a tensão na armadura.” Velocidades superiores podem ser atingidas reduzindo-se a tensão na bobina de campo e mantendo-se constante a tensão na armadura. Relação entre torque e corrente: O torque, ou conjugado de um motor mede a capacidade deste de realizar trabalho. Nos motores de corrente contínua o conjugado está diretamente relacionado com a corrente na armadura e com o fluxo magnético do estator. É possível calcular o torque pela seguinte equação: Onde: K2 = Constante definida por características físicas do motor Ia = Corrente de armadura (rotor). φ = Fluxo magnético gerado pela bobina de campo (estator) Assim, podemos concluir que, através do controle das tensões aplicadas no estator e na armadura, podemos aumentar ou diminuir o torque do motor. 24 3.3) Tipos de excitação O Motor de corrente contínua pode ser ligado de 4 formas: 3.3.1) Motor com excitação em série Neste tipo de ligação, a bobina de campo (estator) é ligada em série com a armadura. Assim, a corrente que circula pela armadura é a mesma corrente que circula na bobina de campo. Esta configuração tem como característica um alto conjugado (torque) de partida e alto conjugado em baixa velocidade. Motores de carros, ônibus e trens elétricos são fabricados com fios grossos e poucas espiras e são ligados em série para garantir um alto conjugado de partida. Motores de corrente contínua com esse tipo de ligação podem funcionar com corrente alternada, pois quando a corrente inverte na bobina de campo, esta também inverte na armadura e o motor sempre gira no mesmo sentido. Este tipo de motor é chamador motor universal, pelo fato de poder funcionar com corrente contínua e alternada. Imagem: http://www.famastilfpower.com.br/motores-eletricos 25 3.3.2) Motor com excitação em paralelo Na ligação em paralelo, também chamado de ligação Shunt, a tensão na armadura é a mesma tensão da bobina de campo. Com esta ligação, a velocidade é praticamente constante e pode ser controlada pela variação da tensão que é a mesma no armadura e na bobina de campo. 3.3.3) Independente Neste tipo de ligação, as tensões da armadura e do estator são controladas separadamente. Com o ajuste separado é possível controlar a velocidade do motor pela tensão da armadura e também pelo enfraquecimento do campo. É possível obter uma velocidade praticamente constante neste tipo de configuração. 26 3.3.4) Composta Também chamada de série-paralelo, é uma combinação da ligação série com a ligação paralela. Como resultado, o motor fica com característica intermediária entre a ligação série e a ligação paralela. É um tipo de ligação pouco utilizada. É importante destacar que, muitos motores só permitem um tipo de ligação e são projetados para funcionar desta forma com a máxima eficiência. Deve-se portanto consultar os manuais e as informações fornecidas pelo fabricante antes de adquirir ou fazer a instalação. 4) Geração de corrente alternada monofásica Vimos que o motor de corrente contínua possui um comutador para inverter a corrente e desta forma manter o torque ( força que faz girar) sempre no mesmo sentido. Vimos também que uma bobina girando em um campo magnético fixo gera tensão em seus terminais. Considera agora a seguinte situação: Imagem: Aerospaceweb (http://www.aerospaceweb.org/question/propulsion/q0209.shtml) Na imagem acima podemos ver um gerador similar ao de corrente contínua porém sem o comutador. Ao colocar este gerador em movimento, sobre a resistência R aparecerá a seguinte tensão senoidal: 27 Este é o princípio básico de funcionamento dos geradores monofásicos, A bobina (também chamado enrolamento) que fornece a energia é chamado de enrolamento induzido. Existem dois tipos construtivos de geradores monofásicos. - Com polos norte e sul fixos no estator e enrolamento induzido girando. - Com polos norte e sul girando e enrolamento induzido parado (polosinternos). 28 Segue abaixo um exemplo de um gerador monofásico de 6,3KVA, de 110 ou 220V acoplado à um motor diesel. 5) Potência Ativa ( Média ) No estudo de corrente contínua vimos que a potência é dada pela fórmula: � � �. � Em corrente alternada esta fórmula continua válida, porém, somente quando a corrente e a tensão estiverem em fase, como em uma resistência. 29 Como pode ser visto, a potência em corrente alternada é variável, até mesmo em um resistor, então, porque a fórmula P=V.I continua sendo válida? Vamos analisar: Em corrente alternada temos: � � �� ��� � Ø� � � � �� ���� Calculando a potência temos: � � . � � � � �� ��� � Ø�. � �� ���� � � � . � �� ������ ��� � Ø� Transformando a tensão e a corrente de pico em valor eficaz e usando as propriedades trigonométricas chegamos à: Como na resistência a diferença de fase entre tensão e corrente é zero, Ø = 0, a potência resulta em: � � �� � ������2��� Que é exatamente a curva de potência do gráfico anterior. Se for calculado a média da potência chegaremos à: � � �� 30 Válido somente para corrente em fase com a tensão, ou seja, Ø = 0, e cos(Ø)=1. A potência média é também chamada de Potência Ativa. Portanto 6) Potência aparente e fator de potência Apesar de termos visto que a potência média é dada por P=VIcos(Ø) e P=VI é válido somente para Ø = 0, o parâmetro VI é importante embora nem sempre represente a potência fornecida ao sistema. O parâmetro VI é chamado de potência aparente e é representado pela letra S. Lembrar que: Potência Aparente não é a potência fornecida ao sistema. � � �� Potência Aparente (S) � � ������Ø� Potência Ativa (P) 31 A potência fornecida, ou consumida pelo sistema, na verdade é a potência média, ou potência ativa, que como demonstrado anteriormente vale: � � ������Ø� Como a potência aparente vale: � � �� Podemos escrever que a potência ativa (fornecida ao sistema) é igual a potência aparente vezes o cos(Ø). � � �. ����Ø� Desta forma, é possível observar que a potência fornecida ao sistema depende da diferença entre as fases da tensão e corrente. O valor cos(Ø) é chamado de fator de potência. Para circuitos resistivos o ângulo é zero e cos(Ø) = 1. Como veremos, para circuitos puramente capacitivos ou indutivos cos(Ø) = 0 e, apesar de existir corrente e tensão a potência fornecida ao sistema é zero. � � ����Ø� Fator de Potência (Fp) 32 7) Potência Reativa Em circuitos indutivos e capacitivos puros a potência é absorvida pelo capacitor ou indutor, armazenada e em seguida devolvida ao sistema. Na média a potência sempre dá zero. Apesar de não gastar energia, existe a necessidade de fornecimento de potência à esse sistema. A potência fornecida ( e depois devolvida ) é chamada de Potência Reativa, representada pela letra Q e calculada pela seguinte fórmula: � � ���� �Ø� Potência Reativa (Q) 33 8) O Triângulo de potências Existe uma relação direta entre a potência ativa, reativa e aparente. Esta relação é: �� � �� � �� Esta expressão matemática é a mesma definida para o triângulo retângulo. Assim podemos associa-las os triângulo da seguinte forma: Onde: Fp = cosØ S = Potência aparente P = Potência ativa Q = Potência reativa 9) Correção do Fator de potência Em todo sistema de transmissão de energia, a corrente elétrica provoca perdas, e esta perda está diretamente relacionada à sua intensidade. Essas perdas se devem à resistência dos condutores e, como sabemos aumenta ao quadrado do valor da corrente. � � �. �� Além disso, o sistema de distribuição de energia (fios, transformadores, chaves, etc) deve ser dimensionado para suprir as correntes utilizadas. 34 Por essas razões, existe um grande interesse no sentido de limitar a corrente ao mínimo necessário. Esse valor mínimo ocorre quando o valor reativo fica próximo de zero e a potência aparente se iguala a potência ativa. Em outras palavras, o mínimo de corrente ocorre quando o fator de potência fica próximo de um. Colocar componentes para que o fator de potência fique próximo de um é chamado de Correção do Fator de Potência. Em circuitos indutivos como em motores e transformadores, a correção do fator de potência é feita colocando-se capacitores em paralelo ao circuito. O valor da reatância capacitiva utilizada deve ser a mesma reatância indutiva a ser corrigida. 35 10) Gerador trifásico Vimos que, um gerador de corrente alternada produz uma senoide. Montando o mesmo gerador, porém com 3 bobinas idênticas em ângulo de 120º teremos 3 tensões alternadas defasadas de 120 graus em um único gerador. Este gerador é chamado de gerador trifásico. Os sinais deste gerador são: Imagem: MSPC – Correntes trifásicas (http://www.mspc.eng.br/elemag/ac_0710.shtml) Como pode ser visto, este gerador gera 3 tensões iguais, porém defasadas de 120º. Os geradores trifásicos são sempre do tipo polos internos, ou seja, o polo norte e sul são formados no rotor que, girando, induzem a tensão nos enrolamentos do estator. 36 11) Sistema trifásico Como vimos, o gerador trifásico gera três tensões senoidais em suas 3 bobinas: Essa 3 bobinas podem ser interligadas de duas formas formando um o chamado sistema trifásico. Essas formas de ligação são chamadas de “Fechamento”. 11.1) Fechamento estrela ( Y ) Neste tipo de ligação os pontos centrais são interligados formando um único ponto chamado neutro. Este tipo de ligação pode ser feita ligando o neutro ou não. Quando é utilizado somente 3 fios esta ligação é chamada de gerador trifásico tipo Y 37 de 3 fios. Quando utilizado o neutro é chamada de gerador trifásico tipo Y de 4 fios. Vamos chamar de linha os fios que saem do gerador e fase os fios que formam cada bobina. Neste tipo de ligação é importante observar que a corrente de linha (fio que sai) é igual a corrente de fase (corrente na bobina). Onde: �� � ����� �� !� "� #$ �Ø � ����� �� !� %$�� Nesta ligação, se medirmos entre a fase e neutro teremos uma tensão igual à tensão de fase (tensão da bobina), porém, se medirmos entre as fase teremos uma tensão maior que a tensão da fase pois teremos a soma de duas fases. Como as fases estão defasadas de 120º esta tensão não é o dobro. Ela pode ser calculada por: Por exemplo: Se a tensão de linha for 127V eficaz temos: &� � √3. 127 &� � 220� �� � �Ø Na ligação estrela &� � √3. &∅ Na ligação estrela 38 11.2) Fechamento delta ( Δ ) Neste tipo de ligação não existe a possibilidade de ligação do neutro: Neste caso, a corrente em cada linha é fornecida por duas fases. A corrente total na linha não é o dobro das correntes nas fases pois elas estão defasadas em 120º. Assim temos: E a tensão: 11.3) Medidade potência em sistemas trifásicos Como sabemos, a potência varia com a tensão e a corrente. Assim, para que o wattímetro possa nos fornecer uma leitura, devemos ligar a bobina de corrente em série com nosso circuito e a bobina de tensão em paralelo conforme a ilustração abaixo: �� � √3. �∅ Na ligação delta �� � �Ø Na ligação delta 39 Em sistemas trifásicos podemos fazer da seguinte forma: 11.3.1) Método dos 3 wattimetros em carga tipo Y Como pode ser visto, as bobinas de correntes foram ligadas em série com cada linha e as bobinas de tensão entre a linha e o neutro. A potência total é a soma das potências de todos os wattímetros: Potência Total = P1 + P2 + P3 40 11.3.2) Método dos 3 wattimetros em carga tipo Δ Neste caso, é possível interligar os wattímetros de forma a criar um neutro virtual. A potência total também é a soma das potências de todos os wattímetros: 11.3.3) Método dos 2 wattimetros É utilizada em sistemas de 3 fios, também chamada de conexão Aron. Neste caso a potência total é dada por: Potência Total = P1 + P2 + P3 Potência Total = P1 + P2 41 Caso alguns dos wattímetro apresentar potência negativa basta inverter a polaridade da tensão. 12) Transformador trifásico (delta – estrela) Os transformadores trifásicos seguem o mesmo principio de funcionamento dos transformadores monofásicos, ou seja possuem enrolamento primário, enrolamento secundário, núcleo, e todas as outras partes encontradas nos transformadores primários já estudadas. A grande diferença está no fato de não haver somente um enrolamento (bobina) no primário, são 3 enrolamentos no primário e 3 enrolamentos no secundário. Na imagem abaixo podemos ver um transformador trifásico sem gabinete: Em ambientes externos, além da proteção e suportes mecânicos, o revestimento metálico possibilita a utilização de óleo e dissipadores que melhoram a dissipação do calor. Abaixo a imagem de um transformador trifásico e suas partes principais. �-.-/0 � 3. �∅ Em sistemas trifásicos de 4 fios com carga equilibrada (mesma corrente em todas as fases), basta medir a potência em uma das fases com relação ao neutro. Neste caso: 42 Imagem: itb equipamentos elétricos (http://www.itb.ind.br/transformadores-trifasicos.php) É importante notar os seguinte pontos: - A entrada é do tipo 3 fios e ligação delta, sendo indicada por H1,H2 e H3. A saída é do tipo - A saída é do tipo 4 fios com fechamento estrela, indicada por X0(neutro), X1,X2 e X3. - Existe uma abertura de inspeção, onde é possível coletar o óleo para análise, verificar seu nível e observar alugmas condições internas. 43 Obs: Com a análise do óleo, é possível identificar uma falha no isolamento, faiscamentos internos entre outros. Abaixo um esquema de ligação muito comum utilizado nos sistemas de distribuição de energia elétrica. Os taps são necessários para ajustar a tensão de saída do secundário. Os transformadores que estão próximos da subestação recebem uma tensão maior que aqueles situados no final da linha ( lugares distantes da subestação ), da mesma forma, aquelas residências situadas no final da linha, longe do transformador, recebem uma tensão menor que aquelas residências situadas próximas ao transformador. Com isso, é necessário um ajuste da tensão a ser entregue nas residências. 44 13) Combinação de fechamentos Como vimos existem dois tipos de fechamento em transformadores e cargas trifásicas. Uma representação alternativa para o transformador é a seguinte: Esse tipo de simbologia facilita a visualização em esquemas mais complexos. Não devemos nos esquecer que são 3 fios de cada lado simbolizados por uma única linha. Vamos continuar nosso estudo analisando os possíveis fechamentos e as tensões em cada caso. Iremos utilizar um transformador com relação 1:2. 13.1) Fechamento iguais dos dois lados Como era de se esperar, se os fechamentos são iguais na entrada e na saída, a tensão de saída só depende da relação de espiras, ou relação de transformação. Como esta é 1:2 a tensão na saída é o dobro nos dois casos. 45 13.2) Fechamento primário em delta e secundário em estrela Vamos analisar matematicamente este caso: Em cada fase do primário temos 220V: Assim, em cada fase do secundário teremos 440V. Como a tensão de linha na ligação estrela vale √3�∅, temos: �� � √3. 440 �� � 762,1� 46 13.3) Fechamento primário em estrela e secundário em delta Temos na fase do primário uma tensão menor que a tensão de linha de 220V: �∅ � 45 √6 �∅ � ��7 √6 �∅ � 127� Assim, a tensão de fase no secundário será o dobro: Sendo esta a tensão de saída na linha 47 14) Motor de indução trifásico (máquina assíncrona) Os motores de indução trifásico, também chamados de motores MIT, são os mais utilizados na indústria. São motores de baixo custo, robustez e baixa manutenção se comparado com o motor de corrente contínua. Há tempos atrás, existia a desvantagem de possuir uma velocidade constante e de difícil controle, porém, com o avanço da eletrônica de potência a velocidade destes motores é facilmente controlada com os inversores de frequência. Seu estator é composto por 3 enrolamentos defasados de 120º que são alimentados pela rede trifásica. O resultado de uma corrente alternada alimentando 3 bobinas defasadas em 120º é um campo magnético girantes: Na ilustração acima, temos uma indicação da posição do campo resultante em um determinado instante de tempo. Esse campo muda de posição à medida que a tensão senoidal muda de valor. Neste exemplo, ao 48 completar um ciclo completo da senoide teremos uma volta completa do campo girante no motor. Imagens: Tércio Carcara (http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA82gAA/motores-eletricos?part=8) 49 Sabemos que, um campo magnético em movimento passando por um condutor produz tensão elétrica. Se este condutor estiver com suas pontas em curto circuito, teremos uma circulação de corrente elétrica. Essa circulação de corrente elétrica produz uma campo magnético. O campo magnético gerado tende a se opor ao campo que o produziu, assim teremos uma força de repulsão neste condutor. Imaginemos agora uma estrutura com o seguinte formato: Essa estrutura é chamada de gaiola de esquilo. Ele possui condutores curto circuitado nas pontas. Se colocado no interior de um motor trifásico ele irá girar pelo principio já explicado. 50 Na prática, o rotor de um motor trifásico não é construído com alguns condutores, mas sim em um único bloco mas com o mesmo princípio de funcionamento. Abaixo, podemos ver um motor trifásico com suas parte internas: Imagem: Mesquita motores (http://www.mesquitamotores.com.br/dicas.htm) 51 A princípio, podemos pensar que este motor gira na velocidade do campo girante, porém, se ele girar na mesma velocidade do campo girante a campo não mais irá induzir uma corrente no rotor. Lembrar que, somente campo variável gera tensão e se o rotorestá na mesma velocidade do campo o campo fica fixo com relação ao rotor. Assim, temos que: A velocidade do campo girante é medida em RPM, que é o número de rotações por minuto, como a rede elétrica possui uma frequência de 60Hz temos: Velocidade = 60Hz x 60 segundos Velocidade = 3600 RPM Vamos analisar alguns valores reais fornecidos pelos fabricantes para motores deste tipo: Imagem: Motores W22 WEG (http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-w22-motor-trifasico-tecnico- mercado-brasil-50023622-catalogo-portugues-br.pdf) Como era previsto, a velocidade nominal é inferior à velocidade do campo girante. Este efeito é chamado de escorregamento. Por esse motivo, esse motor se encaixa na categoria dos motores chamados motores assíncronos. A velocidade do rotor é menor que a velocidade do campo girante. 52 14.1) Os tipos de ligação (fechamento) Os motores trifásicos podem ser fechados em triângulo ou estrela e, obviamente, seguem o mesmo princípio dos transformadores no que se refere às tensões e correntes. A grande diferença é que, não temos um secundário. O tipo de fechamento e os valores das tensões a serem aplicadas vêm indicados no próprio motor em sua placa. Por exemplo: Neste exemplo, podemos utilizar o motor em 220V trifásico fazendo um fechamento delta, interligando os bornes 1 com 6, 2 com 4 e 3 com 5, alimentando cada um deles. Neste caso, temos também a informação da corrente, da velocidade entre outros. 53 Existem motores com um maior número de enrolamentos, o que permite mais opções de fechamento. Por exemplo: Neste segundo exemplo temos um motor que pode ser alimentado com 220V, 380V e 440V. Note porém que, apesar de muito simples o número de bornes a serem ligados aumenta. 14.2) O número de polos e a velocidade Um motor trifásico pode ser construído com 3 bobinas espaçadas em 120º como visto anteriormente. Este tipo de configuração é classificada como motor de 2 polos, pois temos somente um polo norte e um polo sul. Se cada bobina do motor de 2 polos for dividida em duas partes e reposicionadas no estator, teremos um campo girante que dará somente meia volta a cada ciclo de da rede elétrica. Esse motor é um motor de 4 polos sendo sua velocidade a metade da velocidade do motor de 2 polos. Portanto: A velocidade de operação do motor trifásico é determinada pela frequência da rede e pelo número de polos. 54 A velocidade de rotação síncrono ( velocidade do campo girante ) sem considerar o escorregamento é calculada pela fórmula: � 120. % � Onde: = Velocidade síncrona do campo, em RMP % = Frequência da rede, em Hz � = Número de polos Os valores mais comuns são: Número de polos Rotação do campo 2 polos 3600 RPM 4 polos 1800 RPM 6 polos 1200 RPM 8 polos 900 RPM 10 polos 720 RPM Obs: Valores para frequência da rede em 60Hz. 14.3) Motores trifásicos com duas ou três velocidades Existem motores com dois tipos de enrolamentos em uma mesma carcaça que permitem escolher entre alta e baixa velocidade. Por exemplo, um motor com 6/4 polos, permite escolher entre 1200 ou 1800 RPM. Nestes motores, ao escolher uma rotação, o enrolamento referente a outra rotação deve estar totalmente desligada. Um alternativa de montagem, chamada motor Dahlander, possui um conjunto de bobinas que permite através do fechamento alterar a rotação. Neste caso, deve-se obedecer as recomendações do fabricante. É possível também a construção de motores com 3 velocidades combinando a duas técnicas. 55 14.4) Partida estrela – triangulo (série – paralelo) O método de partida série paralelo, ou estrela triângulo é uma técnica de partida de motores trifásicos que necessita de um motor que funcione com duas tensões, a menor delas deve ter uma tensão igual a tensão nominal da rede, a outra uma tensão maior. Por exemplo: 127/220V, 220/380V Como os motores trifásicos normalmente fazem a mudança de tensão mudando sua configuração de estrela para triângulo, esta técnica é chamada estrela triângulo. O esquema abaixo mostra uma das formas de fazer a partida estrela triângulo: É possível controlar a partida utilizando várias configurações de contatores, temporizadores, CLPs e outros dispositivos de controle. A técnica de partida estrela - triângulo A técnica consiste em alimentar o motor ajustado para uma tensão acima da tensão fornecida. Com isso, a corrente é menor, porém suficiente para colocar o motor em movimento. Após atingir uma certa velocidade, o motor deve ser ajustado para funcionar com a tensão nominal da rede. 56 Interior de um quadro de partida estrela triângulo. Vista externa com as botoeiras de partida, de desligamento e amperímetro. 57 15) Índice de proteção (IP) A ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas através da Norma IEC 60529 classifica os graus de proteção dos invólucros de equipamentos elétricos, incluindo os motores. Esse índice avalia as seguintes proteções: a) Proteção de pessoas ou objetos que podem entrar em contato com partes energizadas ou partes móveis. b) Proteção do equipamento quanto à entrada de água no interior do mesmo O índice de proteção vem especificada no motor em sua placa ou em etiquetas coladas nos próprio motor. No exemplo acima temos um motor trifásico com IP55. A descrição da classe de proteção é feita da seguinte forma: 58 Para o primeiro dígito temos o seguinte significado: Este numeral indica basicamente o maior tamanho possível para que um objeto consiga penetrar no interior do motor. Por exemplo: Na imagem acima temos um motor com PI23. Este motor possui algumas aletas de ventilação em seu corpo e segundo sua classificação (IP23) não está protegido contra objetos de tamanho inferior à 12mm de diâmetro. 59 Para o segundo digito temos a seguinte tabela: Como pode ser visto na tabela, nosso motor de IP23 está protegido contra aspersão de água, ou seja, se a agua for borrifada, espalhada sobre ele, cair em forma de chuvisto, etc ele funciona sem problemas, porém, não suporta agua sendo jogada contra ele. Como um outro exemplo temos: Nesta imagem podemos ver um motor com IP56, ele é protegido contra poeira e suporta jatos potentes de agua. Observação Importante: Os motores antigos da década de 80 ou anteriores não seguem esta norma, pois esta ainda não existia. A norma anterior, com muitos itens traduzidos de normas internacionais não era tão objetiva, dando margem à interpretações. Portanto, o IP dos motores antigos não foram escritos baseados nesta norma e seguem outra numeração. 60 16) Máquina síncrona Vimos que a velocidade do motor trifásico é sempre inferior à velocidade do campo girante. As máquinas síncronas podem funcionar como motores ou como geradores. Os geradores síncronos são utilizados na grande maioria das centrais hidroelétrica e termoelétricas. Na imagem acima podemos ver um dos rotores da usina hidrelétrica de Itaipu, com 1760 toneladas que funciona em 90RPM. Na máquina síncrona, a rotaçãoé sempre sincronizada com a frequência da energia que está recebendo ou gerando. 61 16.1) Funcionamento como motor A máquina síncrono funciona de forma similar ao motor de indução trifásico. Possui um estator com 3 enrolamentos, que quando alimentados produzem um campo girante no interior do motor. Seu rotor, porém, recebe alimentação contínua produzindo os campos norte e sul similares ao motor de corrente contínua já estudado. Desta forma: 16.2) A partida do motor Uma máquina síncrona quando está parada e é ligada não tem arranque suficiente para entrar em movimento e sincronizar com o campo. Além de ser prejudicial para o motor, produz transitórios prejudiciais na rede elétrica. Várias técnicas foram criadas para dar partida nos motores síncronos: a) Arranque com motor auxiliar Um motor auxiliar coloca a máquina síncrona em movimento até atingir uma velocidade próxima da velocidade de operação. b) Arranque síncrono (por variação de frequência) Esta técnica utiliza uma fonte de alimentação com frequência variável que parte o motor com frequência baixa aumentando até chegar na frequência da rede. c) Enrolamentos amortecedores Esta técnica é a mais popular. Consiste em barras curto circuitadas da mesma forma que a gaiola de esquilo no motor de indução trifásica. Após atingir uma velocidade próxima da velocidade síncrono a alimentação CC do enrolamento do rotor é ligada. O campo magnético fixo, com polos norte e sul do rotor, tenderá a se alinhar com o campo girante produzido no estator. 62 16.3) Funcionamento como gerador Um campo magnético com polos norte e sul é gerado no rotor que através de uma força mecânica externa (queda de água, vapor, motor, vento, entre outros) gira provocando uma variação de fluxo magnético nas bobinas do estator. Acima, podemos ver a imagem de um rotor de um gerador com sua bobina e anéis de contatos para as escovas, estes contatos são necessários para fornecer a tensão contínua que criará os polos norte e sul no rotor. Em geradores de pequeno porte é possível utilizar imas permanentes dispensando os anéis de contato e as escovas, porém isso não é muito comum. 16.4) Excitatriz Excitatriz é o nome que se dá ao sistema que alimenta com corrente contínua a bobina do rotor. Existem duas formas de prover corrente contínua ao enrolamento do rotor: 16.4.1) Excitatriz estática (com escovas) Os motores com excitatriz estática são construídos com anéis e escovas que possibilitam a alimentação de corrente dos polos do rotor através de contato deslizante. 63 16.4.2) Excitatriz brushless (sem escovas) Os motores com excitatriz sem escovas possuem no eixo do rotor um segundo enrolamento trifásico com retificadores que produzem uma corrente continua no interior do rotor. Para que isso aconteça, um campo magnético fixo com polos norte e sul é colocado no estator. Nesta ilustração o componente 10 (Excitatriz) e o componente 6 (Rotor da excitatriz) formam o conjunto que, após retificado, alimenta o rotor principal. 64 17) Motor de indução monofásico Vimos que, nos motores trifásicos existe um campo girante provocado pela defasagem das 3 fases da rede elétrica. Em motores com uma única fase (motor monofásico) a única fase que é utilizada provoca um campo pulsativo. Desta forma, um motor monofásico não é capaz de sair do estado parado e iniciar seu movimento. Para resolver este problemas, algumas técnicas são utilizadas: 17.1) Partida com motor de fase dividida Neste tipo de motor, um enrolamento auxiliar defasado de 90º com relação ao principal é utilizado para gerar um campo que “puxa” o rotor em um determinado sentido. Esta força faz com que o motor inicie seu giro. Após atingir uma certa velocidade, o enrolamento auxiliar deve ser desligado para não interferir no funcionamento do motor. 65 A chave centrífuga é uma chave acoplada ao rotor que desliga automaticamente com o giro do motor. 17.2) Motor com capacitor de partida O enrolamento auxiliar citado acima, na verdade não consegue fornecer um ângulo de defasagem de 90º, ficando bem abaixo deste valor. O que diferencia o motor com capacitor de partida do motor de fase dividida é a utilização de um capacitor em série com o enrolamento auxiliar. Esta configuração permite um conjugado de partida de 2 à 3,5 vezes maior que o de enrolamento auxiliar simples. Da mesma forma, uma chave centrífuga desliga o circuito auxiliar depois do motor atingir uma certa velocidade. 66 Abaixo podemos ver uma ilustração de um motor com capacitor de partida. 17.3) Motor com capacitor permanente Este motor monofásico não possui a chave centrífuga. Isso reduz o custo, facilita a manutenção e reduz a probabilidade de falhas. Como o capacitor ficará permanentemente ligado, existe a necessidade de redimensionamento do enrolamento auxiliar. Este redimensionamento. Apesar de algumas vantagens como aumento do conjugado máximo, melhor rendimento e fator de potência, estes motores possui um conjugado de partida baixo sendo seu uso limitado à pequenas serras, furadeiras, condicionadores de ar entre outros. 67 17.4) Motor com dois capacitores É um arranjo misto do motor com capacitor permanente e o capacitor de partida. Possui um alto conjugado de partida, alta eficiência, melhor fator de potência, no entanto seu custo é mais elevado se comparado aos anteriores. 68 17.5) Motor de campo distorcido Este motor, também chamado de polos sombreados, consegue criar um campo girante com uma distorção feita em seus polos. Um dos métodos mais comuns é o de polos salientes, onde uma parte de cada polo é abraçada por uma espira de cobre em curto circuito. O fluxo nessa espira fica atrasada em relação ao fluxo principal resultando em um campo que sempre gira no mesmo sentido. Esses motores apresentam um único sentido de rotação. Para inverter o sentido é necessário inverter o rotor. É simples e confiável, porém seu conjugado de partida é muito baixo, sendo fabricado somente em baixas potências. É utilizado principalmente em ventiladores, secadores de cabelo, projetores de slide, toca discos e outros equipamentos domésticos. 69 17.6) Ligação dos motores monofásicos A grande maioria dos motores monofásicos podem trabalhar com duas tensões, 110-220V ou 220-440V. Para atender à essa característica, seu enrolamento principal é dividido em 2 partes, nesse nosso exemplo enumeradas como 1-3 e 2-4. Como ilustrado na figura acima, temos também os bornes 5 e 6 ligados ao enrolamento auxiliar, capacitor de partida e chave centrífuga. Neste nosso exemplo as ligações para 127 e 220V são: A forma correta de ligação vem especificada no próprio motor. 70 Segue abaixo um exemplo de placa de um motor monofásico 110-220V. Perceba que, através da ligação é possível inverter o sentido da rotação do motor. 18) Inversor de frequência Um inversor de frequência é um equipamento capaz de variar a velocidade de giro dos motores trifásicos. 71 Esse equipamento é capaz de gerar uma tensão trifásica com frequência ajustável. Abaixo podemos ver um esquema simplificado de funcionamento com somente uma fase de um inversor de frequência:Os diodos ligados à rede retificam a tensão que é filtrada pelo capacitor eletrolítico. Esta tensão contínua é aplicada aos coletores dos transistores T1 e T3 e aos emissores dos transistores T2 e T4. A lógica de controle chaveia (liga e desliga os transistores) de acordo com o ajuste programado. Em um primeiro instante os transistores T1 e T4 são ligados com T2 e T3 abertos forçando a corrente passar pelo enrolamento do motor no sentido de A para B. 72 Em seguida, os transistores T2 e T3 são ligados fazendo com que a corrente circule de B para A. Isso com T1 e T4 abertos. Esse conceito aplicado no motor trifásico fica da seguinte forma: O chaveamento é controlado formando um sinal PWM que faz o efeito de um sinal senoidal com frequência controlada. 73 18.1) Parametrização Para funcionar, não basta instalar corretamente. É necessário informar à ele as condições de trabalho. Esse processo chama-se parametrização. A parametrização depende dos recursos disponíveis do inversor de frequência. Um estudo do manual do fabricante é necessário para o correto ajuste. Alguns inversores mais sofisticados possuem até 900 parâmetros que podem ser ajustados. 18.2) Condições de trabalho Os inversores de frequência provocam sinais harmônicas devido ao chaveamento. Perceba que o motor “enxerga” uma tensão pulsada (PWM), porém uma corrente senoidal. Os harmônicos produzidos por esse chaveamentos podem interferir em outros equipamentos e prejudicar a qualidade da energia elétrica nas proximidades deste. Um outro problema relacionado com o chaveamento de tensão está relacionado às altas tensões induzidas nos enrolamentos. 74 Neste aspecto o comprimento dos cabos utilizados na instalação tem uma influência considerável. Os cabos de alimentação funcionam como uma linha de transmissão: Essa linha de transmissão, associada com a carga indutiva do motor, provoca picos de tensão bastante elevados. 75 Como pode ser visto, tensões acima dos 500V são normais quando se usam inversores de frequência. Estas tensões elevadas provocam desgastes no enrolamento dos motores modernos e podem danificar seriamente os motores antigos. 19) Soft-Starters O Soft starter é um controlador de partida de motores trifásicos. Através de tiristores ele controla a tensão de partida até o motor atingir a velocidade nominal. 76 Abaixo, podemos comparar graficamente a corrente de partida de um motor utilizando Softstart e sem usar o mesmo. É comum a utilização da tecnologia by-pass, após finalizar a partida o softstarter para o chaveamento dos tiristores e liga a rede elétrica diretamente ao motor. 77 Referências - Wikipedia - Transformadores: http://pt.wikipedia.org/wiki/Transformador_de_corrente - Wikipedia – Transformador de potencial http://pt.wikipedia.org/wiki/Transformador_de_potencial - Transformador para instrumento Prof. Carlos Roberto da Silva Filho, M. Eng. - Siemens – Motores de Corrente Contínua www.siemens.com.br/motores - Instituto Newton Braga – Como funciona o motor de CC http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/3414-art476a - Brasil Escola –Campo Magnético no solenóide http://www.brasilescola.com/fisica/campo-magnetico-no-solenoide.htm - Wikipedia – Máquina de Corrente Contínua http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1quina_de_corrente_cont%C3%ADnua - Motores de Corrente Contínua http://www.motoresdecorrentecontinua.com.br/ - Apostila de Automação Industrial Prof. M.Eng. Rodrigo Cardozo Fuentes – Campus – UFSM - GEVISA – GE Notas técnicas motores – NT-02, Motores Síncronos http://www.geindustrial.com.br/download/artigos/nt02.pdf - WEG – Motores Síncronos http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-motores-sincronos-artigo-tecnico-portugues- br.PDF - Geradores CA – Prof. Hélio Henrique – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Rio Grande do Norte. - Máquinas Elétricas Síncronas – Arranque dos motores – Manuel Vaz Guedes http://paginas.fe.up.pt/maquel/AD/MES_arranque.pdf - Máquinas Elétricas e Acionamentos 2013 – Max Reginaldo Martins Machado Email: maxmachado_cep@yahoo.com.br 78 - Máquinas e Transformadores elétricos – Prof. Eurico G. de Castro Neves http://minerva.ufpel.edu.br/~egcneves/disciplinas/mte/caderno_mte/motor_mono.pdf - Site 182 Watts – Inversor de frequência http://182watts.blogspot.com.br/2011/04/inversor-de-frequencia.html - WEG - Motores de indução alimentados por inversor de frequência PWM http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-motores-de-inducao-alimentados-por-inversores- de-frequencia-pwm-027-artigo-tecnico-portugues-br.pdf
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